sábado, 17 de dezembro de 2011

559. Ajuda a sorrir

Festa de Natal com os Sem-Abrigo
a Comunidade Vida e Paz Projecto Saúde Oral 2011
* * *
A Comunidade Vida e Paz é uma instituição privada de solidariedade social que organiza todos os anos uma Festa de Natal com os Sem-Abrigo na Cantina I da Universidade de Lisboa. Este ano e pela segunda vez, a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, em parceria com os principais fornecedores de material dentário, volta a associar-se à iniciativa oferecendo cuidados de saúde oral.
Estes cuidados serão prestados na clínica da Faculdade, nos dias 16, 17 e 18 de Dezembro, das 15 às 19 horas, por voluntários que irão integrar nestas datas diversas equipas de saúde oral ao serviço dos Sem-Abrigo.
Vamos ser solidários!
Faculdade de Medicina Dentária

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

557. Concurso Veste o teu Dentista

A Sorri+ está a promover o concurso “Veste o teu Dentista” para todos os jovens dos 15 aos 30 anos até ao dia 30 de Janeiro. O concurso “Veste o teu Dentista” consiste na criação do grafismo das batas que serão utilizadas pelos dentistas da Sorri+, de modo a tornar as tradicionais vestes dos dentistas em batas personalizadas com originalidade. Podem concorrer todos os jovens dos 15 aos 30 anos. O vencedor receberá 200€ e o segundo classificado 150€ em tratamentos dentários.
Para mais informações, deverão consultar o regulamento do concurso em http://www.sorrimais.pt/

domingo, 27 de novembro de 2011

556. Dentistas acusam seguradoras de enganar doentes

O bastonário da Ordem dos Dentistas acusou hoje as empresas de seguros de enganarem os doentes visando unicamente o lucro, situação que pretende combater com a criação de uma tabela que define os actos medico-dentários. "Acontece com alguns seguros de saúde em que o doente é absolutamente enganado. É vulgar haver seguros que publicitam tratamentos gratuitos, mas não há tratamentos gratuitos", revelou Orlando Monteiro da Silva, em entrevista à agência Lusa.
O bastonário fala em casos de "falta de transparência" e numa "situação pantanosa", alertando para a necessidade de criar legislação que enquadre os seguros de saúde. "Estamos no reino da ditadura do elo mais forte, que são as empresas de seguros e de convenções, que pretendem impor as suas regras na prática medico-dentária visando unicamente o lucro", lamentou.
O bastonário relatou que recebe queixas de várias pessoas que se convencem de que aderem a um plano de cobertura de saúde oral quando, afinal, apenas ficam abrangidas por meia dúzia de actos.
"Pretendemos uma uniformização de critérios para acabar com o livre arbítrio e fazer com que os doentes possam saber pelo que estão cobertos e possam comparar, escolher e decidir", explica Monteiro da Silva, que vai deixar estas preocupações no XX Congresso da Ordem, que decorre em Lisboa até sábado. Para isso foi criada uma tabela de nomenclatura dos actos próprios dos médicos dentistas, que abrange 786 actos, e que terá de ser adoptada por clínicos, seguradoras e empresas de convenções.
Nessa tabela, que terá de ser adoptada ao longo do próximo ano, serão detalhados todos os actos médicos para que a cada um possa ser atribuído um valor. A Ordem dos Dentistas dá o exemplo de uma simples restauração de um dente, que na terminologia médica pode significar 46 actos distintos. "Pretendemos certificar que todos, médicos, convenções e seguradoras, utilizam a mesma linguagem quando se referem aos tratamentos de medicina dentária", refere Monteiro da Silva.
O bastonário aponta ainda o caso da ADSE (subsistema de saúde dos funcionários públicos), que diz ter uma tabela de actos cobertos "muito reduzida e desactualizada", não permitindo sequer a realização de uma biopsia caso o médico suspeite de um cancro oral.
A Ordem dos Médicos pede ainda que seja criada legislação para regular e enquadrar o mundo dos seguros e das convenções: "As seguradoras não levam minimamente em conta a qualidade dos tratamentos. Visam condicionar apenas os doentes nos tratamentos a que têm direito".
Expresso

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

555. Redução das deduções fiscais na saúde rende 440 milhões de euros ao Estado

As deduções fiscais em saúde no IRS vão ser reduzidas de uma forma drástica mas alguns médicos e especialistas em fiscalidade avisam já que a medida pode ter efeitos perversos, levando a um aumento da evasão fiscal e, simultaneamente, a uma diminuição do recurso ao sector privado, com uma consequente sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O certo é que, ignorando estes efeitos perversos, a redução das deduções à colecta em saúde - de um máximo de 30% para apenas 10% - permitirá ao Estado aumentar a receita fiscal em mais de 439 milhões de euros, tendo em conta os valores registados em 2009, calcula a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) no seu recente estudo sobre a sustentabilidade financeira do SNS.
Em 2009, de acordo com os dados da Direcção-Geral dos Impostos, mais de dois terços dos agregados familiares (4,4 milhões) apresentaram despesas de saúde nas declarações de IRS. O valor das deduções à colecta totalizou então 659 milhões de euros. Com as novas regras, esse montante ficar-se-ia pelos 219 milhões, conclui a ERS. Acresce que na proposta de Orçamento do Estado para 2012 se institui um limite máximo para as deduções (838,44 euros) e os dois escalões com rendimentos mais elevados deixam de poder apresentar despesas de saúde.
Mas há factores que não entram nesta contabilidade - e que podem alterá-la substancialmente. Pode, por exemplo, "regressar-se à velha história - com recibo é tanto, sem recibo é tanto - que ainda há alguns anos era comum nos consultórios médicos", admite um especialista. "Obviamente, quando não há interesse mútuo na passagem de recibos, apesar de este procedimento ser ilegal, há um potencial de fuga ao fisco", reconhece Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.
O outro efeito perverso previsível, diz, passa por uma eventual diminuição da procura dos cuidados de saúde privados e o consequente aumento do recurso aos serviços públicos. Um risco acrescido na área da Medicina Dentária, porque a este nível não há praticamente respostas dentro do SNS. É provável que haja uma contracção da procura, com as pessoas a adiarem tratamentos mais complexos, admite o bastonário. "Em 2010, já se verificou um decréscimo de 20% a 30% e este ano vamos pelo mesmo caminho."
Público
* * *
Espera-se que o Senhor Ministro da Saúde apresente urgentemente as soluções que o Serviço Nacional de Saúde adoptará na área da medicina dentária, tendo em conta a incapacidade do sector privado em adaptar-se às necessidades da população em tempo de crise económica. Não façam recair sobre a população os efeitos de políticas de saúde oral completamente desastrosas seguidas em Portugal nos últimos anos.

domingo, 13 de novembro de 2011

554. Saúde oral em Portugal sem novidades

A mudança de governo em Portugal deixava prever uma mexida nas politicas de saúde oral seguidas no nosso país nos últimos anos e que contribuíram para a enorme degradação dos cuidados de saúde oral oferecidos à população, nomeadamente a mais carente e que não tem qualquer capacidade económica de recorrer a serviços de saúde privados.
Passados já alguns meses, ainda não se perspectivou, por parte do governo, quaisquer medidas que façam antever uma profunda alteração da prática da saúde oral e dentária no nosso país, continuando a assistir-se aos mesmos padrões procedentes do governo socialista.
Começa a ser um péssimo exemplo para o país vermos o governo continuar políticas de saúde oral que são puras cosméticas, que têm um impacto reduzidíssimo e que servem apenas uma percentagem ínfima das necessidades da população (menos de 10 % das necessidades infantis; mais de 90 % das necessidades infantis e juvenis não são colmatadas).
Entretanto os grupos privados continuam a ganhar fortunas, à custa da mão – de – obra de profissionais altamente qualificados e formada à custa dos impostos de quem trabalha e que continua a ver que os seus filhos jamais terão os devidos cuidados de saúde dentários.
Qual o destino dado à nova equipa do Ministério da Saúde às propostas que recebeu por escrito e que constam das postagens número 535 e 536 deste blogue?

* * *
Governo mantém verbas para cheque-dentista
===================================

O Governo vai manter as verbas para o programa dos cheques-dentista e está a estudar a possibilidade de alargar esta medida ao cancro oral, uma doença que está a aumentar em Portugal, anunciou este domingo a Ordem destes profissionais. Durante o XX Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que durante três dias reuniu em Lisboa mais de 2.600 participantes de todo o país, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Leal da Costa, anunciou a manutenção da dotação do Programa Nacional de Promoção Oral que institui os cheques-dentista.
Em comunicado divulgado no final do encontro, o bastonário da ordem, Orlando Monteiro da Silva, congratulou-se com a decisão da tutela, lembrando que «este programa é essencial para a população com menores recursos, porque o Serviço Nacional de Saúde [SNS] não tem, internamente, resposta para os doentes de saúde oral». Em Portugal, à semelhança do resto do mundo, 90% da população sofre de cárie dentária e doença periodontal (osso e gengivas).
«Apostar na intervenção precoce permite minorar a despesa com estas doenças para os pacientes e para o Estado», explicou Orlando Monteiro da Silva, acrescentando que o cheque-dentista garante o acesso aos tratamentos da população mais sensível, nomeadamente grávidas, crianças e idosos. O bastonário sublinhou ainda a possibilidade em estudo pelo Governo de alargar o cheque-dentista ao cancro oral, uma doença que afecta este ano 35 mil pessoas na Europa e provoca a morte a 7.500. Segundo o responsável, este tipo de cancro está a aumentar no país, em grande parte devido aos estilos de vida, já que na origem desta doença estão sobretudo factores como o tabaco, o excesso de álcool ou uma alimentação deficiente em legumes e frutas frescos.
Ao abrigo do cheque-dentista, mais de um milhão de portugueses já teve acesso a consultas de especialidade desde 2008, 600 mil dos quais só este ano: 500 mil crianças de sete, dez e 13 anos e 100 mil grávidas, idosos e crianças com menos de seis anos. No Congresso, foi ainda apresentada pelo Bastonário a Tabela da Nomenclatura dos médicos dentistas que, a partir de agora, será referência obrigatória para todos os profissionais da área, uniformizando a designação de procedimentos e tratamentos até aqui descritos em vários documentos, nem sempre coincidentes.
A Tabela de Nomenclatura regula a designação dos atos próprios da medicina dentária, certificando-se que todos os envolvidos, médicos dentistas, doentes, sistema de saúde, subsistemas, convenções, seguradoras, planos de saúde e outras entidades reguladoras, utilizam a mesma terminologia.
TVI24

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

553. Queixas contra dentistas sobem

As reclamações na área da medicina dentária subiram cerca de 40 por cento em apenas um ano e em 2010 representavam 9% do total das queixas registadas na saúde. Os dados revelados pela Entidade Reguladora da Saúde mostram que em 2007, a área da medicina dentária tinha apenas 33 queixas a registar, mas em 2008 alcançou as 363. Em 2010, o número atingiu as 666 reclamações e na primeira metade deste ano já 552 pessoas tinham apresentado queixa.

O aumento de clínicas dentárias que praticam preços supostamente baixos são uma das razões que levaram a este “aumento substancial de reclamações”, segundo revelou Ana Sofia Ferreira, jurista da Deco, ao “Público”. A maioria das queixas devem-se à qualidade dos serviços prestados, assim como à existência de check-up alegadamente gratuitos.
Record

domingo, 30 de outubro de 2011

552. Clínicas Vitaldent promovem higiene oral junto das crianças

As clínicas dentárias Vitaldent acabam de lançar a campanha “O Meu Primeiro Dente” que consiste na oferta de uma escova dentífrica júnior, a todas as crianças que entreguem um dente de leite numa das clínicas Vitaldent em todo o País.

As clínicas dentárias Vitaldent dispõem de uma gama de soluções para desenhar sorrisos saudáveis, através de uma cuidada e completa higiene oral, com produtos que reforçam a estrutura do esmalte dentário e exercem uma eficaz acção protectora contra as cáries. A pensar na saúde oral dos mais pequenos, a Vitaldent oferece uma forma divertida de efectuar a limpeza oral, com a escova do Ratinho Pérez, em material anti-deslizante, disponível em várias cores, concebidas para uma eficaz limpeza dos dentes e da boca.

Para que mantenha o seu sorriso saudável, as clínicas Vitaldent aconselham-no a escovar os dentes após todas as refeições, a fazer uma revisão dentária de pelo menos 6 em 6 meses e uma limpeza oral uma vez por ano o que, por sua vez, é um serviço gratuito, em todas as clínicas Vitaldent. Marque a sua consulta de diagnóstico, totalmente gratuita, numa clínica Vitaldent perto de si, através do 800 50 10 30.

A campanha “O Meu Primeiro Dente” estará em vigor, em todas as clínicas Vitaldent até Dezembro de 2011.
Clínicas VITAL DENT

terça-feira, 18 de outubro de 2011

551. Açores dispõem de uma Medicina Dentária pública organizada e com grande qualidade

O Secretário Regional da Saúde considerou, esta tarde, em Ponta Delgada, que foi ganha a aposta do Governo Regional na dotação, de cada centro de Saúde, com, pelo menos, um médico dentista, numa medida que permitiu uma melhor acessibilidade aos cuidados de saúde oral.
Miguel Correia, que falava na sessão de abertura do XVIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia, que hoje se iniciou, na Ilha de São Miguel, precisou que esta iniciativa governativa permitiu, melhorar, significativamente, a saúde oral dos açorianos, transformando a Região na única do País onde existe Medicina Dentária pública de uma forma organizada e com qualidade.
O Governante aproveitou a ocasião para referir outros programas e projectos no âmbito da Saúde Oral, nomeadamente, a introdução do Boletim Individual de Saúde Oral, onde é registado o histórico clínico de cada cidadão, na especialidade, a disponibilização de mais gabinetes de Medicina Dentária públicos, como o que foi aberto, recentemente, em Rabo de Peixe, e como vai ser feito, ainda, este ano, na Unidade de Saúde da Lagoa e no Centro de Saúde da Horta, e o rastreio das crianças dos seis aos 10 anos de idade, no âmbito do Programa Regional de Saúde Escolar.
Miguel Correia garantiu, ainda, que o Governo vai continuar a incentivar a produtividade dos recursos públicos com vista a promover, ainda mais, a acessibilidade aos cuidados da saúde oral, e referiu que a Região comparticipa, anualmente, e em média, cerca de 180 mil actos de Medicina Dentária, a que corresponde uma afectivação de verbas da ordem dos 1,5 milhões de euros.

O Baluarte de Santa Maria
* * *
Era bom que os governos regionais e central permitissem uma avaliação independente às suas políticas de saúde oral. Até que isso aconteça não nos poderemos deixar elucidar por discursos de circunstâncias, feitos para as ocasiões.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

550. Clínicas usavam implantes ilegais em doentes

As clínicas Dental Group – que em Agosto foram temporariamente encerradas por má prática – usavam nos doentes implantes ilegais. Os dentes e raízes artificiais eram fabricados numa gráfica em Sintra, sem as mínimas condições de higiene e ao arrepio da lei. Na semana passada, o Infarmed e a ASAE fizeram uma rusga à gráfica, apreenderam o material e fecharam as instalações.
Ao que o SOL apurou, a investigação foi desencadeada por uma denúncia anónima à Ordem dos Dentistas, que a remeteu em Agosto ao Infarmed (a quem cabe regular e fiscalizar os dispositivos médicos). Na busca, efectuada a uma gráfica na zona industrial de Lourel, o Infarmed e a ASAE apreenderam vários implantes dentários (usados na substituição de dentes). O fabrico destes produtos – considerados dispositivos médicos – obedece a regras rigorosas, como a homologação do material e um registo no Infarmed. Ao que o SOL apurou, nenhuma destas condições existia. Os equipamentos foram selados e as instalações fechadas.
O Infarmed confirma a rusga e a apreensão de dispositivos médicos, mas recusa adiantar mais pormenores sobre o caso, que continua em investigação. Mas a lei prevê multas para estes casos, que podem atingir os 44 mil euros, no caso de empresas, e 3.740 euros, no caso de pessoas singulares.
O bastonário dos dentistas, Orlando Monteiro da Silva, considera «gravíssimo que alguém coloque implantes feitos artesanalmente, sem estarem homologados, tal como a lei prevê». O clínico diz que «a falta de higiene, esterilização e o tipo material usado podem trazer riscos para a saúde dos doentes que os utilizam». E que, à semelhança do que acontece com outros dispositivos, quando um implante é colocado na gengiva, o dentista tem de registar a origem e o número de série do material na ficha do doente para prevenir eventuais problemas.
A suspeita de que são utilizados implantes ilegais nas clínicas há muito que circula entre os profissionais do sector, sendo apontada como uma das explicações para os baixos preços praticados pelo grupo do dentista brasileiro Adriano Castro. «Sempre se disse que ele tinha uma fábrica e conseguia fazer implantes a preços abaixo dos praticados no mercado», conta ao SOL um dentista que trabalhou durante alguns meses na Dental Group e que pediu para não ser identificado. «Isso explica o preço cobrado. De outra forma, era impossível ter rentabilidade».

terça-feira, 27 de setembro de 2011

549. Projecto “VRSA a Sorrir” em avaliação

Para isso, a divisão de Acção Social chamou os munícipes abrangidos pelo programa, convidando-os a prestar depoimentos e a preencher alguns questionários de satisfação. Nas duas sessões de avaliação, realizadas esta semana, a maioria dos presentes agradeceu à autarquia pelo facto de a sua qualidade de vida ter melhorado substancialmente e por terem adquirido a possibilidade de voltarem a sorrir.
«A forma impecável como fui tratado e a rapidez com fiquei restabelecido do meu problema foi das melhores coisas que me poderia ter acontecido», conta Dionísio dos Santos Estêvão, um dos munícipes abrangidos pelo programa. Igualmente tratado pelo “VRSA a Sorrir” foi José António Pereira, de 62 anos. Para este residente em Aldeia Nova (Monte Gordo), que teve conhecimento desta valência social através dos meios de comunicação social, a sua vida «mudou» em seis meses. «Antes, os problemas da boca faziam com que tivesse dificuldades em comer, falar ou mesmo sorrir. Depois, as restrições financeiras também foram adiando os tratamentos», começou por explicar este paciente, que recebeu duas novas próteses. «Agora, posso dizer que tudo mudou», concluiu José Pereira.
O “VRSA a Sorrir” é uma iniciativa da autarquia vilarrealense, lançada em Setembro de 2009, que visa a prestação de serviços de medicina dentária gratuitos aos munícipes mais desfavorecidos. O projecto baseia-se num protocolo com seis clínicas dentárias e médicos dentistas do concelho, disponibilizando, a custo zero, tratamentos às pessoas não abrangidas pela cobertura do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Algarve Notícias

terça-feira, 20 de setembro de 2011

548. Português assume presidência da Federação Dentária Internacional

Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, assume nesta quarta-feira, 14 de Setembro, a presidência da Federação Dentária Internacional (FDI), organização que congrega as ordens e associações de médicos dentistas de todo o mundo.
A tomada de posse realiza-se na Cidade do México, durante o Congresso da FDI, sendo esta a primeira vez que um português assume a liderança daquela que é a mais importante organização mundial de medicina dentária, representando mais de um milhão de médicos dentistas. Aos 48 anos, Orlando Monteiro da Silva enriquece um percurso vasto de participação activa em várias organizações e fóruns internacionais.
O bastonário dos médicos dentistas portugueses ocupou já um lugar na direcção executiva da FDI, mandato marcado pela promoção das adesões de Angola, Guiné-Bissau e Timor-Leste à Federação e pela criação da Associação Dentária Lusófona. Os Países de Língua Oficial Portuguesa voltam a ser uma prioridade estratégica na agenda do novo presidente da FDI que é, desde 2008, vice-presidente da Associação Dentária Lusófona.
Para o novo presidente da FDI, “ocupar este cargo significa a afirmação definitiva da medicina dentária portuguesa e dos seus profissionais ao nível global”. “Neste meu mandato, todos os esforços serão feitos para posicionar a medicina dentária como um actor central e incontestado no centro das discussões médicas, a par de várias outras áreas”, diz.
Orlando Monteiro da Silva é licenciado em Medicina Dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto. Assumiu o cargo de Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas em 2000, tendo sido sucessivamente reeleito até ao presente. Entre 2006 e 2009, foi presidente do Conselho Europeu dos Médicos Dentistas.
Em Fevereiro deste ano foi ainda eleito Presidente do CNOP, o Conselho Nacional das Ordens Profissionais.
* * * * * * * * *
Fonte: ptjornal

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

547. A questão da água fluoretada

Em Setembro de 2003, e lá se vão oito anos, uma petição internacional assinada por mais de 300 cientistas, químicos, técnicos e ambientalistas de 37 países, pediu a revisão, esclarecimento e discussão sobre os benefícios e malefícios da adição à água encanada do flúor, íon utilizado como preventivo de cáries. Atendendo à petição, foram apresentados vários estudos comprovando os riscos para a saúde geral do corpo, especialmente dos ossos, devido à ingestão desse potente agente químico que quando ultrapassa apenas 1 ppm já causa problema até nos dentes.
De lá para cá, muitas pesquisas vêm atestando ligações entre ingestão de flúor e doenças da modernidade. Autistas, por exemplo, não devem beber água fluoretada. Embora não haja confirmação de associação directa entre o flúor e a disfunção, sabe-se que ele potencializa os sintomas do autismo.
O problema da adição de uma droga, venenosa ou não, na água de todas as pessoas, é uma questão delicada. Até que ponto as autoridades têm o direito de institucionalizar um tratamento medicamentoso na água para todos os cidadãos de todas as idades? Sabendo-se da ligação entre tal produto e desencadeamento de patologias, como e por quais razões se mantêm a mesma directriz?
A retirada, diante das evidências, bate na trave económica e política. Subproduto da indústria do alumínio, o íon, que mata um corpo adulto com apenas cinco gramas, não pode ser simplesmente jogado na natureza.
A confiança inicial de que em doses ínfimas espalhadas pelas águas e alimentos no mundo, só faria bem aos dentes, evitando cáries, fez com que as políticas se consolidassem nesse gigantesco contrato comercial mundial, agora difícil de ser desfeito, especialmente em países em desenvolvimento que têm de um lado a população ignorante que aceita as decisões públicas e privadas sem questionamentos e de outro os concentradores de renda, que defendem o status quo a qualquer preço.
Alguns países, já a partir de 2003, outros antes, retiraram o flúor da água e passaram a adicioná-lo ao sal de cozinha, já que se consome menos sal do que água, o que reduziria o risco de ingestão excessiva do íon, cumulativo no corpo humano. Diante das evidências e para reparar a visão equivocada, baseada em pesquisas que só levavam em conta a prevenção de cáries, muitos países simplesmente não utilizam mais o uso sistémico do flúor como preventivo de cáries; apostam na educação alimentar, higiene e no uso tópico, directamente aplicado nos dentes.
No Canadá, Áustria, Finlândia, Bélgica, Noruega, França e Cuba, alguns dos países que pararam de fluoretar suas águas, os índices de cáries continuaram caindo. Estudos sobre a ingestão do flúor, que a partir da década de 1970 também foi adicionado a alimentos, leites em pós e a alguns medicamentos, apontam malefícios graves e cumulativos para a saúde em geral. Os danos começam pela fluorose, que pode ser leve, causando manchas esbranquiçadas nos dentes ou grave, quando a dentição permanente fica com manchas marrons ou chega a ser perdida, esfacelando os dentes. Para que isso ocorra basta que crianças de zero a seis anos sejam expostas à ingestão diária do íon. O resultado visível só aparece nos dentes permanentes, já a ingestão de flúor na gravidez compromete a primeira dentição da criança.
Quando ingerido o flúor é rapidamente absorvido pela mucosa do estômago e do intestino delgado. Sabe-se que 50% dele é eliminado pelos rins e que a outra metade aloja-se junto ao cálcio dos tecidos conjuntivos. Dentes e ossos, ao longo do tempo, passam a ficar deformados, surgem doenças e rachaduras.
A hipermineralização dos tecidos conectivos dos ossos, da pele e da parede das artérias é afectada, os tecidos perdem a flexibilidade, se tornam rígidos e quebradiços. Para que tudo isso ocorra, segundo estudo de 1977 da National Academy of Sciences, dos EUA, o corpo humano precisaria absorver durante 40 anos apenas 2 mg de flúor por dia. Parece difícil ingerir tanto, mas a fluorose já é um fato, uma doença moderna comprovada.
Diversos estudos químicos atestam que o flúor é tão tóxico como o chumbo e, como este, cumulativo. Quanto mais velhos mais aumentamos a concentração de flúor nos nossos ossos, o que traz maiores riscos de rachaduras e doenças como a osteoporose). A versão natural do flúor, encontrada na natureza, inclusive em águas minerais, peixes, chás e vegetais tem absorção de 25% pelo corpo humano, mas a fluoretação artificial é quase que totalmente absorvida.
A maior parte se deposita nas partes sólidas do organismo, os ossos, e parte pequena vai para os dentes. Acredita-se que o fluoreto natural tenha algum papel importante para a saúde humana, mas isso ainda não foi completamente comprovado.

Cláudia Rodrigues
(Leia aqui o restante texto)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

546. Tratamento revolucionário para cáries não dói e regenera o dente

Cientistas descobriram uma forma indolor de combater a cárie dentária, que reverte os danos e ainda regenera os dentes, deixando-os como novos. O aparente milagre foi conseguido pela equipe da Dra. Jennifer Kirkham, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e consiste em uma nova técnica de preenchimento do dente.
A cárie dentária começa quando o ácido produzido pelas bactérias na placa dissolve o mineral nos dentes, causando furos microscópicos ou "poros". O processo progride conforme esses microporos aumentam em número e tamanho. Eventualmente, o dente danificado precisa ser perfurado e preenchido, para evitar dor de dente, ou, em casos mais graves, precisa ser extraído.
Só de pensar no tratamento, muitas pessoas se afastam dos seus dentistas, estejam ou não precisando. Isso retarda o início do tratamento e, quando a dor é mais forte, o estrago já é grande. É um ciclo vicioso, mas que pode ser quebrado, segundo os pesquisadores, que desenvolveram uma maneira nova e revolucionária para tratar os primeiros sinais da cárie dentária.
A solução está em um fluido à base de peptídeos que é literalmente pintado sobre a superfície do dente - não, não é necessário usar o motorzinho. A tecnologia com peptídeos baseou-se no conhecimento de como o dente se forma, o que permite estimular a regeneração do defeito que começa a surgir.
"Isto pode soar bom demais para ser verdade, mas estamos essencialmente ajudando os dentes danificados pelo ácido a regenerar-se. É um processo de reparação totalmente natural e não-cirúrgico, e também totalmente livre de dor," garante a Dra. Kirkham.
O "fluido mágico" contém um peptídeo conhecido como P 11-4 que, sob certas condições, se aglomera na forma de fibras. Na prática, isso significa que, quando aplicado sobre o dente, o fluido penetra os microporos causados pelo ataque ácido e, em seguida, forma um gel espontaneamente. Este gel funciona como um suporte que atrai o cálcio e regenera os minerais do dente a partir de dentro, proporcionando um reparo natural e sem dor.
Diário da Saúde

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

545. AÇORES: PSD defende consultas de estomatologia no Centro de Saúde da Horta

O PSD/Açores defendeu hoje a abertura de consultas da especialidade de estomatologia no centro de saúde da Horta, alegando que o investimento é “autossustentável” e permite resolver uma “lacuna importante” na prestação de cuidados primários de saúde no Faial.
Em requerimento enviado à Assembleia Legislativa dos Açores, os deputados social-democratas Costa Pereira e Luís Garcia salientaram que o centro de saúde da Horta “é das poucas unidades de saúde da Região que não possui consultas da especialidade de estomatologia”. Os parlamentares do PSD/Açores referiram que esta é uma reivindicação “várias vezes expressa” pelos responsáveis do centro de saúde da Horta, sublinhando que “não tem tido da tutela governamental o necessário acolhimento financeiro que viabilize a criação de condições físicas para o seu funcionamento e a contratação de recursos humanos que a viabilizem”.
No requerimento, os deputados social-democratas questionaram o governo regional no sentido de saber se o executivo “está ou não disponível para acolher favoravelmente esta proposta do centro de saúde da Horta”.
Correio do Norte
* * *
A pergunta é devolvida ao PSD Nacional que agora está no governo: está ou não disposto a abrir consultas de estomatologia em todos os centros de saúde do país?
O Saúde Oral não se esquece facilmente das promessas dos políticos. Em 2004, o Ministro Luís Filipe Pereira prometeu duas consultas gratuitas de medicina dentária para todos os cidadãos até aos 18 anos (ver notícia neste link e também neste link). Veremos se se tratou de uma simples promessa; tem agora a palavra o Ministro da Saúde Paulo Macedo.

sábado, 27 de agosto de 2011

544. A imbecil saúde oral infantil e juvenil portuguesa

O maior argumento imbecil que actualmente na sociedade portuguesa (população em geral, entidades governativas ligadas à saúde e ao ensino e todos os profissionais que trabalham no sector da saúde oral em Portugal) é apresentado para justificar a brutal negligência da saúde oral de largas centenas de milhares de crianças e adolescentes do nosso país é querer-se transmitir a ideia de que são demasiado elevados os custos de tratamentos dentários.

Quem efectivamente pagará no futuro tão grande irresponsabilidade, com gravíssimos danos físicos e psicológicos permanentes para o resto da vida destes jovens?

Já todos pensaram que qualquer criança ou adolescente, hoje abandonada à sua sorte pela família e pelo próprio estado, poderá mais tarde, na sua vida activa, pagar milhares de vezes os tratamentos de que hoje precisa? Muitos sabem mas poucos têm interesse em informar e dar oportunidades a esses jovens carentes; quantos milhares de vidas infelizes para sempre por este tipo de mentalidade imbecil? Determinados tratamentos só podem ser efectuados aos 10, 12 ou 15 anos de idade e não quando se atinge a idade adulta.

Infelizes as crianças e adolescentes sem capacidade de raciocínio por falta de maturidade devido à sua idade.

sábado, 6 de agosto de 2011

542. PORTUGAL: O miserável espectáculo da saúde oral infantil em 2011

Recentemente tive a oportunidade de assistir, numa clínica dentária de uma zona rural do interior do país (Alto Alentejo), a momentos hediondos dado pelo espectáculo de adolescentes, aguardando pela sua vez para a consulta de prótese dentária.
Num país que saca centenas de milhares de milhões de euros de fundos à União Europeia desde 1986, persiste a miserável assistência medica dentária infantil que desgraça a vida a centenas de milhares de crianças e adolescentes, conduzindo-os a penosos danos físicos e psicológicos permanentes para o resto das suas vidas. Afinal, para que serviu Portugal assinar a Declaração Universal dos Direitos das Crianças? Que crime cometeram estas crianças e jovens de virem ao mundo? Quem deve ser responsabilizado e condenado por estes factos?
Convida-se o Senhor Presidente da República, os senhores deputados da Comissão de Saúde da Assembleia da República, todos os ministros e ex-ministros da Saúde e da Educação desde 1986, o Senhor Director – Geral da Saúde e o senhor Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, juntamente com todos os seus filhos e netos, a efectuarem uma estadia numa das regiões periféricas do país e contemporizarem ao vivo com esta hedionda situação.
Porque é que estas situações nunca passam nas televisões e não são notícias nos principais jornais do país? Quem está interessado que a situação não se resolva?

domingo, 24 de julho de 2011

541. SPEMD vai premiar trabalho de investigação em Medicina Dentária

A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), com o apoio da Colgate, promove este ano a segunda edição do Prémio de Investigação SPEMD, criado com o objectivo de distinguir o mérito e desenvolver o interesse pela investigação científica em saúde oral, avança a sociedade em comunicado de imprensa.
O autor do melhor trabalho será distinguido com um prémio monetário no valor de três mil euros, a entregar durante o Congresso da SPEMD, e terá publicação na Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial.
Esta iniciativa é aberta a todos os estudantes que frequentem o quinto ano do mestrado integrado em Medicina Dentária em 2010/2011 e aos médicos dentistas com mestrado concluído em 2009/2010, desde que estejam inscritos como sócios da SPEMD.
Os trabalhos podem ser dedicados a qualquer tema de Medicina Dentária, desde que originais e de publicação inédita, nem submetidos para publicação em revistas científicas, até dia 5 de Agosto de 2011.
A avaliação será feita por um júri presidido pelo presidente da SPEMD, o Professor Doutor Jaime Portugal, que integra ainda elementos do Corpo de Árbitros da Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial. Esta equipa julgará os trabalhos a concurso conforme critérios de mérito científico, originalidade, interesse e apresentação.
Rcm pharma

sábado, 16 de julho de 2011

540. GAIA: Projecto pioneiro em saúde oral


* * *


Os tratamentos dentários grátis realizados às crianças residentes nos empreendimentos sociais de Gaia, e que frequentam o projecto de Matemática “Divertir com o Saber”, evoluíram para uma segunda fase que contempla a colocação de aparelhos ortodônticos. Trata-se de uma iniciativa pioneira no País que resulta de um protocolo celebrado entre o Município de Gaia e a Clínica Jardim, do Centro de Estudos em Ciências da Saúde “Consolidar e Validar”. Teve início em Outubro do ano passado e já permitiu rastrear cerca de 500 crianças, com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos, e efectuar tratamentos dentários a mais de 200 patologias urgentes.
“Considerámos que deveríamos abrir o projecto a tratamentos mais dispendiosos e de longa duração, provavelmente inacessíveis para estes pacientes”, afirmou António Faria, director clínico do Centro de Estudos, valorizando a importância atribuída à responsabilidade social da empresa. “É a nossa responsabilidade social a falar mais alto e o nosso trabalho reconhecido por quem tem poder de decisão em Gaia”.
A oportunidade facultada pelo Município a estas crianças oriundas de famílias carenciadas permite uma poupança significativa que ascende a vários milhares de euros, uma vez que todos os tratamentos são efectuados a custo zero. ”O pagamento dos nossos honorários é feito pela satisfação, reconhecimento do nosso trabalho e gratidão”, enalteceu António Faria.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

539. Seguros de saúde obrigatórios: uma saúde responsável

O desenvolvimento económico e social nos últimos cem anos trouxe uma grande melhoria da qualidade de vida e um aumento substancial da esperança média de vida. Simultaneamente, vivendo mais anos aumentaram consideravelmente as despesas de saúde, reflectindo mais e melhor qualidade de assistência médica à população.
Os governos ocidentais têm comportado os orçamentos da saúde pública; no entanto, a tendência do envelhecimento da população tem provocado um aumento desproporcionado das despesas de saúde, de tal forma que começam a estar em risco a viabilidade da existência de serviços nacionais de saúde tendencialmente gratuitos e acessíveis a toda a população.
Uma vez que as tendências actuais continuam a prever um envelhecimento cada vez maior da população e uma grande quebra da natalidade (grande redução da população activa nos países mais desenvolvidos nos próximos trinta a quarenta anos) se não existir uma profunda alteração do modelo de desenvolvimento económico neoliberal, rapidamente teremos uma falência do modelo de saúde pública em Portugal.
Compete ao estado contrariar desde já esta preocupante evolução e criar mecanismos que invertam radicalmente o colapso para o qual está a ser atirado também o nosso Serviço Nacional de Saúde, que ficará muito rapidamente sem meios financeiros de sustentação. Para além de ser extremamente urgente promover uma política para as famílias que aumente rapidamente a taxa de natalidade em Portugal (factor número um e o mais importante para a sustentabilidade e viabilidade do país), cada cidadão português tem o dever moral e ético de contribuir também para o suporte das encargos de saúde que quererá ter ao longo da sua vida.
Cada cidadão tem de encarar também a saúde como encargo financeiro familiar; ter orçamento para despesas de saúde tem de estar exactamente ao mesmo nível que ter dinheiro para comprar casa ou carro, ir de férias para o Algarve ou fazer turismo no estrangeiro, ou pagar os vícios em tabaco, café ou álcool. Assim, quem gastar por exemplo 1000 € em férias deverá também passar a aforrar 1000 € para despesas de saúde; não fazer assim é um crime e significa que outra pessoa terá de desembolsar mais tarde esse dinheiro.
É necessário criar urgentemente planos de saúde obrigatórios para todas as pessoas sem excepção; cada cidadão tem de se responsabilizar pela sua própria saúde e não ficar dependente financeiramente de outras pessoas quando ficar doente ou inválido. O Serviço Nacional de Saúde não pode continuar a ser tendencialmente gratuito e cada português deve contribuir equitativamente para os encargos que exigirá ao Serviço Nacional de Saúde ao longo da sua vida.
E não compete ao Serviço Nacional de Saúde acarretar despesas com vícios sociais negligentes: combater o alcoolismo, qualquer doença derivada do tabaco, a toxicodependência ou praticar o aborto são exemplos que não têm qualquer cabimento ser feito à custa do orçamento do Serviço Nacional de Saúde ou de médicos formado à custa dos impostos de quem trabalha. Nestes casos compete às próprias pessoas fazerem pagamento cabal dos seus próprios vícios e procurarem por si próprias outras alternativas ao Serviço Nacional de Saúde. Não compete aos outros cidadãos responsáveis suportar financeiramente comportamentos e vícios anti-sociais praticados por outras pessoas.
O estado deve concentrar prioritariamente os recursos do Serviço Nacional de Saúde para quem precise e que seja responsável; trata-se simplesmente de uma questão moral e ética. Só assim poderá continuar a ser viável a existência de um Serviço Nacional de Saúde público.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

538. Pastas de dentes de múltipla protecção

As mais eficazes estão entre as mais baratas: revelam grande sucesso contra as bactérias e não implicam risco de abrasão. Ajudar a prevenir cáries, atacar as bacté­rias, dar uma mão no combate às doen­ças das gengivas, afastar dos dentes o espectro do tártaro e eliminar as man­chas mais difíceis: os modernos dentí­fricos tentam incorporar cada vez mais ingredientes activos para se reclamarem detentores de superpo­deres. Mas nenhum tem propriedades curativas. Se sofre de uma doença oral, o mel­hor é fazer uma visita ao médico para encontrar a solução.
Plano de defesa contra as cáries - Cor, sabor e consistência nada revelam sobre o poder de um dentífrico. O flúor é o ingrediente que mais intervém na prevenção das cáries. Segundo a Direcção-Geral da Saúde, um produto para adultos deve conter entre 1000 e 1500 ppm de flúor. Uma quantidade inferior compromete a eficá­cia. Se for superior, há o risco de atacar o esmalte ou provocar desminera­lização e manchas, sobretudo em crianças pequenas. A quantidade de flúor que medimos em laboratório nunca é muito diferente da anunciada pelos fa­bricantes.
Quanto ao tipo de subs­tância, quase todos usam fluoreto de sódio, barato e eficiente.

Os dentífricos devem ser bem sucedidos a re­mover manchas e restos de comida sem atacar o esmalte. Nenhum pro­duto atinge níveis elevados de abrasão.

Mas a prova dos nove na prevenção das doenças dos den­tes e gengivas é a capacidade de remover a placa bacteriana. Depende do efeito combinado de agentes de limpeza e substâncias que formam um filme protector. Muitas pastas incluem ingredientes antibacterianos. O produto com melhor desempenho remove 90% dos microrganismos nocivos.

Truques simples para dentes e gengivas saudáveis - Quando comemos ou bebemos, certas bactérias produzem ácidos para metabolizar os açúcares e formam uma película nos dentes chamada placa bacteriana. Para eliminá-la, escove os dentes, pelo menos, 2 vezes por dia.

Se a placa não for eliminada com regularidade, os ácidos atacam o esmalte e podem surgir cáries. O risco é diferente consoante os indivíduos e tipo de alimentação. Uma pasta de dentes rica em flúor reforça o esmalte e evita o problema.

Em casos mais graves, a placa bacteriana calcifica e deposita-se entre os dentes e as gengivas e surge o tártaro, que pode inflamar as gengivas e dar origem a outras doenças. O tártaro é muito difícil de remover com escova, pasta e fio dental. O trabalho exige a mão de um dentista.

Prevenir doenças dos dentes é simples e barato. Higiene oral, alimentação equilibrada e estilo de vida saudável são o segredo. Evite doces, bebidas açucaradas e tabaco.

terça-feira, 28 de junho de 2011

537. Cheques-dentistas não cobrem mais de 90 % das necessidades de saúde oral de crianças e adolescentes

A Ordem dos Médicos Dentistas apelou às autoridades para que comecem a entregar mais cedo nas escolas os cheques dentista, que estão a ter uma menor taxa de uso nas crianças em idade escolar. Segundo o relatório sobre o acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), dos 997 mil cheques emitidos desde o ano lectivo 2008/2009 aos alunos das escolas públicas apenas 57 por cento foram utilizados.
tvi24
* * *

Vamos fazer contas. Em Portugal existem cerca de 1 800 000 crianças e adolescentes (valor por defeito). A recomendação é que sejam realizadas 2 consultas anuais por criança (1 800 000 X 2 = 3 600 000 consultas por ano); o cheque-dentista foi introduzido no ano lectivo de 2008/2009, há 3 anos (3 600 000 X 3 = 10 800 000 consultas). O número de cheques-dentistas distribuídos foram de 997 000, o que dá uma cobertura de 9,23 %

A conclusão é simples: o cheque-dentista cobre menos de 10 % das necessidades de saúde oral das crianças e jovens em Portugal.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

536. Tópicos para o desenvolvimento de uma política de saúde oral em Portugal (II)

Os recursos financeiros, humanos e matérias existentes no país são suficientes para melhorar significativamente o sector da saúde, englobando também a valência da saúde oral. Os tópicos apresentados na postagem anterior são apenas alguns exemplos do trabalho que é necessário fazer, parado nos últimos seis anos pelo Ministério da Saúde.
É necessário ter uma filosofia activa perante os problemas da saúde e saber lidar com soluções viáveis que geralmente não acarretam aumentos de despesas e que permitem rentabilizar largamente os recursos já disponíveis. A prevenção merece um grande destaque na saúde oral.
Outras medidas podem ser derivadas a partir de sobrepostos de que, em primeiro lugar, a politica deve estar unicamente centrada em benefício do doente. Para reflexão (a ordem aparece arbitrariamente):
1. – Criar urgências básicas de saúde oral nos hospitais centrais, afectando um médico estomatologista 24 horas por dia (em caso de urgência não se pode pedir a outros especialistas de diferentes áreas para tratar doenças específicas de saúde oral);
2. – Eliminar entraves burocráticos e acabar com todo o tipo de taxas e impostos cobrados para a legalização da prestação de cuidados de saúde oral em clínicas, consultórios e centros médicos, desde que se compram todos os requisitos necessários e legais para que fique assegurada a saúde dos pacientes;
3. – Tornar obrigatório seguros profissionais para todos os técnicos de saúde oral, sem excepção, de forma a cobrir todos os actos médicos praticados e a salvaguardar sempre a saúde dos pacientes;
4. – Tornar obrigatório seguros de saúde para toda a população, de forma a garantir que todas as pessoas possam aceder a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde e convencionados, incluindo o acesso a cuidados de saúde oral;
5. – Descriminar positivamente os cuidados de saúde primários, nomeadamente com carácter preventivo, facilitando e promovendo o acesso generalizado e de forma gratuita de crianças e jovens a exames de diagnósticos precoces de saúde oral em qualquer clínica ou consultório reconhecido pelo Ministério da Saúde;
6. – Proibir por completo a publicidade de todos os produtos e substâncias nocivas à higiene oral, designadamente spots televisivos de alimentos altamente prejudiciais à formação e educação para uma alimentação saudável;
7. – Combater eficazmente o comércio de alimentos e substâncias altamente nocivas à higiene oral, obrigando as empresas a identificar, de forma clara e bem visível nos rótulos, quais os seus efeitos prejudiciais para a saúde;
8. – Introduzir taxas moderadoras adicionais que penalize a população que recorra sistematicamente a cuidados de saúde em áreas não prioritárias, designadamente quando associadas a factores comportamentais de risco (interrupção voluntária da gravidez, doenças com origem no consumo do tabaco, doenças sexualmente transmissíveis, toxicodependência, etc.).

terça-feira, 14 de junho de 2011

535. Tópicos para o desenvolvimento de uma política de saúde oral em Portugal (I)

1. - Considerando o enorme fosso entre os cuidados de saúde oral disponibilizados à população em Portugal e aqueles que são prestados nos restantes países da União Europeia;
2. – Constatando as enormes desigualdades de rendimento entre as várias classes sociais, com reflexo directo nas oportunidades de acesso a cuidados de saúde oral;
3. – Sabendo que a saúde oral constitui um bem essencial para o bem-estar físico e psicológico de qualquer ser humano, desde a infância até à velhice (e que a sua ausência acarreta danos incalculáveis e imensuráveis, de forma permanente para o resto da vida, tanto em termos físicos como psicológicos)
4. – Observando-se uma falta de ética moral por parte dos responsáveis das pastas ministeriais da saúde dos últimos governos em estudar e aplicar medidas concretas de erradicação de doenças de saúde oral;
5. – Tendo em conta o quase nulo papel da Direcção – Geral da Saúde em promover uma eficaz e correcta prevenção real de saúde oral em ambiente escolar;
6. – Constatando o sistemático aproveitamento de recursos disponibilizados para a saúde oral, na ordem de muitos milhões de euros, gastos em publicidade, programas informáticos, brochuras e similares, sem que daí tivesse resultado um único tratamento médico real;
7. – Assumindo activamente que muitas entidades com interesses do sector da saúde oral em Portugal pretendem que tudo se mantenha na mesma, sem nenhuma evolução;
8. – Existindo em Portugal todos os recursos humanos e materiais necessários para uma completa assistência médica, em termos de saúde oral, a toda a população portuguesa.
É tempo de o futuro governo aplicar, desde já, várias medidas que humanizem o sector da saúde oral em Portugal, nomeadamente:
a) implementação do Cartão de Saúde Oral para todas as crianças e jovens;
b) afectação completa de todos os fundos destinados a programas de saúde oral unicamente em actos médicos;
c) utilização dos meios de comunicação sociais públicos, designadamente a televisão, para a promoção de uma cultura responsável de saúde oral;
d) divulgação máxima possível dos serviços de saúde oral disponível no país, designadamente os afectos ao Serviço Nacional de Saúde;
e) introdução de exames de saúde oral como requisito obrigatória para matrícula e renovação de matrícula em todos os estabelecimentos de ensino básico e secundário;
f) criação de um número de telefone nacional único, destinado exclusivamente à saúde oral;
g) celebração de contratos de prestação de serviços directamente entre o estado e os jovens médicos dentistas, formados recentemente, de forma a colocar no mercado de trabalho todos os médicos dentistas formados pelas universidades;
h) valorização das iniciativas que visem o reforço da cooperação entre as diversas especialidades médicas de saúde oral, dentária e de estomatologia e as restantes valências do Serviço Nacional de Saúde;
i) aposta em incentivos fiscais que permitam a criação e fixação de pequenas unidades de saúde oral em regiões mais desfavorecidas e mais afastadas das grandes cidades;
j) forte apoio à investigação científica de jovens formados, em áreas de elevado interesse para a saúde oral pública;
l) reformulação do papel de todas as instituições ligadas ao sector da saúde oral, nomeadamente em termos de competência e responsabilidades publicas;
m) introdução de parceria com países terceiros, definindo quotas anuais de emigração/imigração de técnicos de saúde oral;
n) estabelecer um prazo de legalização extraordinário para todos os técnicos de saúde oral ilegalmente estabelecidos no país, estipulando obrigações e deveres;
o) tornar obrigatório e publico um sistema nacional de avaliação anual de todos os profissionais ligados à saúde oral;
p) certificar oficialmente as entidades e organismos prestadores de serviços ou produtos necessários ao desenvolvimento de todas as actividades ligadas à saúde oral;
q) promover a formação prática de todos os técnicos em saúde oral, dotando as instituições de formação dos recursos necessários ao cumprimento das suas funções.

sábado, 11 de junho de 2011

534. TURMA DO BEM em Portugal

TURMA DO BEM
http://www.turmadobem.org.br/br/

* * *

Hoje em Portugal, são 210 Dentistas do Bem e mais de 280 tratamentos odontológicos complexos oferecidos gratuitamente. Temos voluntários em mais de 50 cidades, de norte a sul de Portugal. O valor que a Fundação EDP investe, junto com o apoio da Jaba Recordati, ACEuropa e outros apoios é crucial para realizarmos o nosso trabalho. E temos plena consciência de que temos muito a fazer.

Quanto ao projecto vir ou não de fora, é irrelevante. Os voluntários, o coração da TdB, são em sua grande maioria, cidadãos portugueses. Replicabilidade, resultados comprovados, actuação em mais de 10 países e uma rede de 9000 voluntários são as razões que fizeram a EDP Brasil apoiar esse projecto no Brasil desde 2008 e a Fundação EDP ser co-fundadora da iniciativa que em menos de um ano apresentou resultados extraordinários.
Mantemos uma óptima relação com as outras organizações. O Doutor Miguel Pavão, presidente do Mundo a Sorrir, e o Doutor Cassiano Scapini, coordenador do projecto da LBV no Porto, são nossos voluntários e atendem 2 crianças cada.
Por último, recebemos o prémio de "Projecto de Solidariedade Social" da revista Saúde Oral, o que mostra o reconhecimento de parte expressiva dos profissionais da odontologia portuguesa. Aliás, neste momento de crise, o que mais precisamos são de boas ideias e de solidariedade. Para somarmos, esclarecermos, valorizarmos e melhorarmos a odontologia em Portugal. Principalmente em Lisboa, onde temos mais de 200 jovens em fila de espera.
Cumprimentos,
Murilo Casagrande
Gestor Internacional da TdB
210028125
Murilo@turmadobem.org.pt

quarta-feira, 8 de junho de 2011

533. O fim de um ciclo

O fim do governo do José Sócrates é o culminar de um período negro para a saúde oral dos portugueses. Os últimos seis anos foram marcados por um período ridículo de espera no combate eficaz que falta fazer em Portugal, no âmbito do combate às doenças relacionadas com a saúde oral.
A troco de quase nada e do silenciamento do assunto na comunicação social, o faz de conta que tudo correu sobre rodas na saúde oral escondeu a pura demagogia de quem nunca esteve interessado em fazer alguma coisa positiva, deixando afundar a péssima saúde oral dos portugueses, cada vez mais longe da qualidade de vida dos cidadãos europeus.
Esperemos por um outro tempo e novos governantes para alterar o estado pantanoso em que navega a saúde oral dos portugueses.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

532. Crianças aprendem a cuidar dos dentes na Clinicalm em Almeirim

Destemido, Salvador, quatro anos de idade, é o primeiro a subir para a cadeira do dentista. Muito compenetrada no seu papel de médica a fingir, Jéssica, um ano mais nova, coloca a máscara protectora na boca e ouve atentamente as indicações da médica a sério. Com o espelho descartável na mão a menina observa a boca de Salvador para ver se está tudo bem com os seus dentes. Jéssica e Salvador são duas das cerca de meia centena de crianças do Infantário Conde Sobral, em Almeirim, que visitaram as instalações da Clinicalm.
O objectivo daquele género de visitas que a Clinicalm iniciou há cerca de dois anos é alertar as crianças para a importância de lavar os dentes e de ir regularmente ao dentista. “Ainda há crianças que não são incentivadas a ter hábitos de higiene oral e por isso decidimos ajudar”, explica Maria Pinto Correia, directora clínica e gerente.
Para a maioria das crianças aquele foi o primeiro contacto com um dentista. Maria Pinto Correia diz que é importante elas perceberem como funciona uma consulta para perderem os medos que possam estar associados a esta especialidade médica.
A médica dentista diz que os pais levam os filhos ao dentista bastante tarde. Geralmente depois de já terem nascido os dentes definitivos. “A primeira consulta deveria ocorrer na altura do nascimento dos primeiros dentes de leite. O facto de não virem ao dentista prejudica a dentição no futuro”, esclarece.
Durante a visita das crianças foi possível detectar alguns dentes cariados. A médica aconselha que as crianças lavem os dentes, pelo menos, duas vezes por dia e visitem o médico duas vezes por ano. “Assim que começam a nascer os primeiros dentes de leite devem ser lavados nem que seja com um pano ou compressa. Quando começam a comer doces é muito importante que lavem os dentes com frequência”, sublinha.
A acção de formação começou com o visionamento de um filme animado onde o doutor Dentolas explica a importância de ter dentes saudáveis. No final as crianças receberam uma pasta dentífrica de presente e um panfleto em que explica os cuidados a ter com a dentição.
Apesar de defender que a prevenção continua a ser a melhor estratégia para uma boa saúde oral, a médica dentista lamenta que os pacientes só recorram aos médicos quando os problemas já estão activos. A Clinicalm dispõe de uma equipa de cinco médicos dentistas, dois ginecologistas, uma psicóloga, uma nutricionista, uma terapeuta da fala e dois assistentes.
O Mirante

quarta-feira, 25 de maio de 2011

531. BRASIL: experiências macabras sobre crianças impunes

Por um acordo firmado com o Ministério Público do Distrito Federal, o dentista Wilson Oliveira Santos que tirou todos os dentes de César Oliveira Ferreira desembolsará de R$ 51 mil.
Contudo, o procedimento feito à revelia dos responsáveis pelo rapaz teve destino muito mais brando: ele se livrou da punição no processo que analisava a violação a quatro incisos do Código de Ética Odontológico em seu artigo quinto, justamente o que trata dos deveres fundamentais dos profissionais e entidades de Odontologia.
(Ver história macabra teclando aqui)
UOL Notícias
* * *

A barbaridade da sentença aplicada ao crime hediondo praticado sobre pessoa menor de idade revela até onde a falta de ética profissional pode ir; lamentável que crimes tão absurdos passem incólume às organizações odontológicas e à justiça brasileira.

Acredito que este crime praticado noutro país teria uma pena de muitos anos de prisão e a proibição para o resto da vida do odontologista ter qualquer contacto com crianças.
Infelizmente o crime foi praticado dentro das fronteiras do Brasil. Haja vozes internacionais para denunciar a violação dos direitos humanos onde quer que eles ocorram.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

530. Casal de médicos estrangeiros que 'importava' dentistas

Antes eram três, agora são cinco. Cinco clínicas de medicina, em Tavira, Loulé, Olhão, Estoi e Tunes, a operar em condições aparentemente legais. Três delas foram encerradas a 16 de Novembro após uma operação conjunta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com a presença da Autoridade de Saúde Pública, Ordem dos Médicos e Ordem dos Médicos Dentistas. Mas entretanto, após nova inspeção das autoridades de saúde, o Expresso apurou no local que as clínicas já foram reabertas e os proprietários - ele médico dentista, ela médica cardiologista - até já abriram mais duas, em Estoi e em Tunes.
Contactado pelo Expresso, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro, diz que é tempo de agir: "Não queremos que a situação possa descambar para prejuízo dos doentes. Temos de agir antes disso", diz, garantindo não poder atuar só em face da situação da imigração ilegal, "sem que a sentença transite em julgado". Isto porque, recorde-se, os proprietários das cinco clínicas - dois médicos de nacionalidade brasileira, mas legalizados em Portugal e inscritos na Ordem dos Médicos - estão acusados de vários crimes: de auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal, crime continuado de corrupção de substâncias alimentares ou medicinais, e do crime de extorsão.
Segundo a acusação do Ministério Público de Olhão, o casal terá ainda de responder em julgamento pela autoria moral de outros dois, o crime continuado de usurpação de funções e o de falsificação de documentos, relativos à cobertura dada aos imigrantes brasileiros que trabalhavam nas clínicas como dentistas e passavam receitas em nome do proprietário. Não estavam inscritos na Ordem nem tinham vistos de trabalho legalizados em Portugal.
Por outro lado, a Ordem garante que já remeteu o caso desde Novembro para o Conselho Deontológico e de Disciplina da OMD sobre este caso."Iremos solicitar à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) a identificação dos respectivos corpos clínicos, nomeadamente dos diretores clínicos responsáveis pelo funcionamento das clínicas", acrescenta Orlando Monteiro.
Jornal Expresso (13 de Abril de 2011)

* * *

Estas situações devem ser severamente punidas e a Ordem dos Médicos Dentistas deve estabelecer urgentemente parcerias com as associações profissionais estrangeiras, nomeadamente do Brasil, a fim de regular a entrada em Portugal de profissionais altamente qualificados no âmbito da saúde oral.
Por outro lado, é obrigação das autoridades portuguesas assegurarem todas as condições que assegurem a plena integração dos imigrantes que escolherem o nosso país para viver e trabalhar, sem qualquer tipo de descriminação.

sábado, 7 de maio de 2011

529. Rastreio dentário permite tratamentos gratuitos a crianças carenciadas

Dez crianças do Centro de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha fizeram no passado dia 6 um rastreio dentário. Dessas dez crianças seis foram assinaladas por terem problemas graves de saúde oral e vão ser seguidos por um médico dentista da cidade, que realizará o tratamento de forma gratuita e voluntária.
O rastreio foi efectuado por dois dentistas – Luís Felipe de Podesta e Fernando Augusto, da associação “Turma do Bem”, que se deslocaram à Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo para promover esta actividade. “Normalmente este rastreio é feito em instituições ou em escolas mas aqui em Caldas da Rainha não conseguimos a abertura de nenhuma escola”, disse Fernando Augusto. Segundo este responsável, devido à pouca divulgação, “não entrou nenhum jovem para fazer o rastreio na Junta mas depois durante o dia obtivemos autorização para mudar o rastreio para as instalações do Centro de Acolhimento da Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha e a iniciativa acabou por ser positiva”.
A “Turma do Bem”, associação que existe há vários anos no Brasil, ajuda crianças e jovens a recuperar o sorriso, e chegou a Portugal em 2009, tendo já conquistado a solidariedade de muitos dentistas que aderiram ao projecto. A sua existência neste país é possibilitada através de uma parceria com a Fundação EDP, e o projecto já ajudou já mais de 100 adolescentes dos 11 aos 18 anos, carenciados, angariando para a sua rede de Dentistas do Bem cerca de 140 profissionais voluntários.
Os jovens mais carenciados que fazem o rastreio e apresentam problemas dentários graves com sintomas de infecção, dor ou sensibilidade são depois encaminhados para um dentista voluntário que faz todo o tratamento gratuito e é responsável pelo acompanhamento do beneficiário até ele completar 18 anos. No que concerne aos dentistas das Caldas da Rainha, o projecto foi bem aceite angariando para a sua rede cinco profissionais voluntários que criaram na cidade dez vagas. “Encaminhámos seis jovens, portanto, ainda temos quatro vagas para preencher”, apontou este responsável.
Segundo Fernando Augusto, à semelhança do Brasil, também Portugal tem problemas com as doenças orais como a cárie, a gengivite e problemas de ortodontia. “Aproximadamente 60% dos jovens até os 14 anos nunca foram ao dentista e com apenas 15 anos, um jovem tem 70% dos dentes comprometidos e apresenta problemas dentários graves com sintomas de infecção, dor ou sensibilidade”, divulgou o dentista.
Aliando o tratamento gratuito à educação e informação sobre a higiene oral, pretende-se também, segundo o dentista, “contribuir para aumentar a auto-estima destes jovens, bem como a sua empregabilidade, uma vez que uma má saúde oral é um fator de exclusão”.
Portugal foi o primeiro país da Europa a acolher o projecto idealizado e fundado pelo dentista brasileiro Fábio Bibancos, tendo como co-produtora a Fundação EDP. Actualmente existem mais de 8.000 Dentistas do Bem no Brasil, em Portugal e em 9 países da América Latina (Argentina, Chile, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e México). Só em 2010 estes voluntários atenderam nos próprios consultórios mais de 16 mil jovens em todo o mundo.
Marlene Sousa
Jornal das Caldas


* * *


Infelizmente as boas iniciativas em Portugal têm de vir do estrangeiro; louva-se o projecto da “Turma do Bem”. Mas é extremamente vergonhoso para Portugal que a EDP, tendo receitas de largas dezenas de milhares de milhões de euros todos os anos, contribua para tratar apenas 100 crianças; se é essa a missão social da EDP, então estamos conversados.


MENSAGEM COLOCADA NOS COMENTÁRIOS: Não é verdade que as boas iniciativas tenham de vir de fora! Em Portugal há bons projectos solidários, como o Projecto Dentes Saudáveis do Dr. Risadas da Associação Entreajuda, tem também os muitos projectos da ONG Portuguesa Mundo a Sorrir, o projecto da Legião da Boa Vontade e muitos outros mais pequenos, mas muito bem feitos.

O que é preciso, é saber qual a razão da EDP apoiar viagens e custos para "importar" projectos de fora, quando em Portugal deveriam ser apoiados muitas boas práticas!

sábado, 30 de abril de 2011

528. A (pouca) saúde oral nos Açores

2011: Açores estão na vanguarda da saúde oral pública em todo o país - O Secretário Regional da Saúde (...) que o Governo Regional foi pioneiro na decisão de colocar médicos dentistas nos centros de saúde, onde hoje trabalham 17 profissionais desta especialidade (ver aqui);

2005: Dos actuais 71 médicos dentistas que exercem a actividade nos Açores, 56 optaram pela clínica privada e apenas 15 estão ligados ao Serviço Regional de Saúde (ver aqui).

domingo, 17 de abril de 2011

527. A saúde oral reflecte o estado do país

O pedido de resgate financeiro de Portugal às instituições internacionais reflecte o estado calamitoso das contas publicas do país, onde se gasta excessivamente mais do que se produz, em resultado de politicas económicas desastrosas seguidas pelos dois principais partidos que governaram Portugal nos últimos trinta anos (Partido Socialista e Partido Social Democrata), com a conivência indirecta e descarada do actual Presidente da República, que deixou o país à beira da falência. Estes dois partidos tornaram-se os principais focos que minaram a economia nacional, ao criarem devastadores buracos das contas nacionais, ao apostarem num modelo de crescimento económico insustentável, aplicando os principais recursos nacionais em investimentos não produtivos, aumentando o peso do estado na economia e acentuando uma vasta teia de clientelismo e de corrupção, no exercício dos cargos públicos, ficando Portugal a viver, quase sempre, à custa da entrada de dividendos procedentes da União Europeia.

O aparelho do estado é hoje uma máquina pesadíssima, que cresceu de forma exponencial e que hoje afoga a maior parte dos nossos recursos, condicionando fortemente qualquer processo de desenvolvimento do país; tudo é controlado pela administração pública, burocrática e que não produz qualquer riqueza. Os organismos públicos, tanto os pertencentes à administração central como o pertencente à administração local, são sobretudo entidades que servem, em primeiro lugar, para garantir emprego aos amigos e aos amigos dos amigos do poder político, quase sempre sem qualquer mérito para o exercício das funções para que as pessoas são nomeadas (salvo raras excepções), patente sobre após os eventos eleitorais. Assim, o estado é composto maioritariamente por pessoas que não produzem nenhuma riqueza para o país, representando o principal factor de estagnação e retrocesso económico.

No âmbito da administração publica central, e designadamente do Ministério da Saúde, assistimos hoje aos mais bárbaros ataques aos ideais do espírito da Revolução de 25 de Abril de 1974, desmantelando serviços de saúde e transferindo parte do sector para entidades privadas, arrasando o acesso a cuidados de saúde às populações mais carenciadas e particularmente fora dos grandes centros urbanos. No entanto, o Ministério da Saúde nada faz para reduzir drasticamente as suas despesas desnecessárias, nomeadamente cortando no seu pessoal que quase nada produz e que serve apenas para receberem vencimentos ao final de cada mês. O desenvolvimento das tecnologias de informação e de comunicação parecem levar séculos a chegarem a muitos sectores administrativos do Ministério da Saúde: processos automáticos e que levariam cinco minutos a executarem por um técnico administrativo competente podem ainda hoje levar vários dias ou semanas a serem executados por dezenas de empregados, geralmente incompetentes para o exercício dos respectivos cargos (salvo seja raras excepções). Assim, determinados gabinetes e assessorias do Ministério da Saúde empregam largos recursos humanos que pouco ou nada produzem, representando um enorme encargo financeiro para o próprio Ministério da Saúde e sustentados por quem realmente produz riqueza em Portugal; todas essas pessoas deverão ser recicladas e colocadas em funções realmente produtivas e os recursos financeiros retirados integralmente para as valências necessárias, designadamente para o essencial, ou seja, colocados à disposição da população, em forma de actos médicos.

Na saúde oral, o país tem vindo constantemente a retroceder ao longo dos últimos anos, a tal ponto que este ano não existe uma única vaga para a formação de médicos estomatologistas; assim, dentro de breves anos, teremos de ir ao estrangeiro para conseguirmos ir a uma consulta de estomatologia. Não existe nenhuma linha orientadora para o sector e “comprou-se” o silencio de determinados sectores da saúde oral com os cheque – dentistas, uma fraude de saúde publica que ainda hoje ninguém soube explicar porque tem determinado valor e só é possível obter em determinadas idades, como se a saúde oral tivesse o privilégio de ser específica de ser apenas necessária numa determinada data pré – estabelecida; no entanto, determinados gabinetes do Ministério da saúde afundam-se em estudos e mais estudos que, uma vez concluídos, ficam guardados em gavetas e não servem para nada, a não ser para justificar mais um investimento que não se sabe para que serviu.

Sempre que uma entidade externa solícita apoio, o Ministério da Saúde presta-se em colaborar na promoção da saúde oral dos portugueses, contribuindo com folhetos sobre tudo e mais alguma coisa; no entanto, por exemplo e salvo situações meramente pontuais e residuais, nunca ninguém ouviu falar em Portugal na promoção de rastreios de saúde oral nas escolas e o encaminhamento de todas as situações problemáticas para tratamento com o médico de família, sabendo que actualmente a prevenção pode poupar, segundo os especialistas, quase 30 000 euros por pessoa.
Enfim, a saúde oral reflecte o estado do país, à deriva e moribundo, gerido por políticos e governantes que ficam muito a desejar enquanto cidadãos de bens e administradores das causas públicas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

526. Algarve: 7 dentistas de 3 clínicas em Olhão, Loulé e Tavira arguidos por imigração ilegal

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou hoje que sete dentistas estrangeiros a trabalhar em Portugal foram constituídos arguidos pelo crime de auxílio à imigração ilegal e angariação de mão-de-obra ilegal.
Dois dos arguidos ficaram com termo de identidade e residência, estão proibidos de sair do país e foram-lhes aplicadas cauções de 30 mil e 17.500 euros. As acusações assentaram numa operação do SEF em três clínicas dentárias de Olhão, Loulé e Tavira e nas casas dos arguidos, que foram acusados de sete crimes de auxílio à imigração ilegal, sete de angariação de mão-de-obra ilegal, um de extorsão, um continuado de falsificação de documentos e um crime continuado de corrupção de substâncias alimentares ou medicinais.
* * *
Estão de parabéns as autoridades portuguesas e a Ordem dos Médicos Dentistas; é necessário uma maior fiscalização das actividades relacionadas com a medicina dentária no nosso país, de forma a garantir absoluta segurança e de garantia dos actos médicos a todos os pacientes. Aos criminosos deseja-se que cumpram as respectivas penas na íntegra e aqueles que sejam estrangeiros deverão ser obrigados posteriormente a abandonar o país.
Torna-se muito urgente que a Ordem dos Médicos Dentistas estabeleça parcerias com as suas congéneres estrangeiras para regular a entrada de dentistas estrangeiros no nosso país.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

525. LISBOA: Triagem odontológica gratuita para jovens

O Museu da Eletricidade acolhe, no dia 9 de abril, entre as 14h00 e as 17h30, uma triagem odontológica totalmente gratuita e de livre acesso a jovens estudantes com idades entre os 11 e os 17 anos. Esta é uma iniciativa dinamizada pela Organização Não Governamental Turma do Bem.
Mais de 50 voluntários portugueses e brasileiros (dentistas e estudantes de odontologia), bem como o fundador da ONG e dentista Fábio Bibancos vão estar presentes na ação, onde serão observadas crianças ligadas a associações da grande Lisboa e outros jovens com problemas orais considerados graves.
Durante o primeiro ano de existência em Portugal, o projeto Dentistas do Bem ajudou já mais de 100 crianças carenciadas com o apoio de cerca de 140 profissionais voluntários. Todos os tratamentos prestados são gratuitos e cada voluntário é responsável pelo acompanhamento de cada criança até aos seus 18 anos.
Aliando o tratamento gratuito à educação e informação sobre a higiene oral, pretende-se também contribuir para aumentar a auto-estima destes jovens, bem como a sua empregabilidade, uma vez que uma má saúde oral é um fator de exclusão.
Portugal foi o primeiro país da Europa a acolher o projeto idealizado e fundado pelo dentista brasileiro Fábio Bibancos, tendo como co-fundadora a Fundação EDP.
Boas Notícias

sexta-feira, 1 de abril de 2011

524. Organizações lançam Manifesto pela Saúde Oral

Um grupo de sete organizações lançou um Manifesto pela Saúde Oral que pretende corrigir injustiças e promover igualdade no acesso a serviços dentários.

A associação portuguesa Mundo a Sorrir é uma das subscritoras do Manifesto que está a ser representado pela autoridade espanhola em odontologia Ilustre Colégio Oficial de Odontólogos y Estomatólogos da I Região.

“Este manifesto pretende que os profissionais de saúde, elementos das organizações e responsáveis de entidades públicas e privadas se unam e se responsabilizem por iniciativas de cooperação e parceria, de forma a diminuir as diferenças existentes nas populações em termos de saúde oral”, refere a Mundo a Sorrir.

No Manifesto lê-se que existe a “necessidade de parcerias entre os diferentes interlocutores que operam no setor da saúde em geral, e da dental em particular. Consideramos imprescindível que haja um compromisso tanto das instituições públicas, como das instituições privadas [para promover igualdade no acesso à saúde], assim como o papel que as Universidades devem assumir para fomentar uma consciência solidária da sociedade civil”.

“Entendemos também como nossa a responsabilidade da difusão da referida consciência solidária entre cada um dos profissionais da saúde, como parte principal da força social que deve persuadir os poderes públicos e instituições privadas”. “Declaramos veementemente que nenhum ser humano deve ver-se excluído de acesso a serviços de saúde, nomeadamente de saúde oral, por motivos económicos ou sociais”, refere o comunicado.
Saúde Oral - Revista Profissional de Estomatologia e Medicina Dentária

quarta-feira, 30 de março de 2011

523. Rastreio de cancro oral dirigido à população do Porto

O edifício da Alfândega vai receber amanhã, quinta-feira, o primeiro rastreio gratuito de cancro oral dirigido à população do Porto. Uma iniciativa pioneira, promovida pelo Grupo CESPU - Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, que poderá servir de modelo em futuras acções públicas no combate ao cancro oral. O rastreio, que decorre entre as 10h00 e as 17h00, consiste num exame clínico detalhado completamente indolor, e vai contar com a presença de um dos maiores especialistas internacionais nesta área, também conselheiro da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Na Europa, Portugal e Espanha estão na linha da frente da incidência do cancro oral. Segundo os últimos números disponíveis, em 2008, estima-se que tenham ocorrido 1025 novos casos de cancro da cavidade oral no nosso país. "São números que nos devem preocupar e estimular, no sentido de realizar e promover iniciativas dirigidas à população, de forma a inverter estes resultados", defende Luís Monteiro, médico dentista da rede Nova Saúde e professor de Patologia Oral do Grupo CESPU. Tanto mais, acrescenta, que "grande parte é detectada tardiamente e mais de metade morre de cancro oral ao fim de cinco anos".

Sendo a prevenção uma das áreas prioritárias a intervir, o Grupo CESPU, através da rede Nova Saúde, vai promover esta quinta-feira, dia 31 de Março, no edifício da Alfândega, o primeiro rastreio gratuito dirigido à população do Porto. "A CESPU foi pioneira na prestação destes rastreios à população. Em 2010, começámos a fazer rastreios de cancro oral, juntamente com o Hospital Nossa Senhora da Conceição e Câmara Municipal de Valongo, à população de Valongo. Em 2011, vamos manter este tipo de iniciativas, agora promovendo um mega-rastreio no centro da cidade do Porto", explica Luís Monteiro.

Num inquérito realizado entre Fevereiro e Março deste ano a 501 utentes que frequentam a consulta externa do Hospital Nossa Senhora da Conceição de Valongo, concluiu-se que 98,5 por cento dos inquiridos nunca efectuou nenhum rastreio de cancro oral. "Este é um cenário que urge mudar. Campanhas de educação devem ser estabelecidas para permitir informação sobre o cancro oral e motivar as populações a prevenir-se contra esta patologia", adverte Luís Monteiro. Até porque, segundo o mesmo estudo, o conhecimento de cancro oral na população inquirida revela ser deficiente, com grande parte dos inquiridos a admitir nunca ter ouvido falar em cancro oral. É curioso notar que este foi o tipo de cancro menos referido e menos conhecido que o cancro do pâncreas, com uma incidência bastante menor que o cancro oral.

O rastreio na Alfândega do Porto vai decorrer entre as 10h00 e as 17h00 e vai consistir num exame clínico detalhado completamente indolor e numa sessão de ensino e orientação sobre cancro oral, envolvendo docentes e alunos do curso de Medicina Dentária da CESPU, coordenados pelo britânico Saman Warnakulasuryia, o especialista que mais tem realizado rastreios de cancro oral no mundo, sendo mesmo conselheiro da OMS nesta área.
Informação recebida por correio electrónico

segunda-feira, 28 de março de 2011

522. Dentes: Profissionais acusam o Estado de não dar prioridade à saúde oral

O medo e a falta de dinheiro e de informação afastam os portugueses da cadeira do dentista. Portugal é dos países da Europa que têm pior saúde oral, com quase todas as crianças a apresentarem pelo menos uma cárie e com elevado número de idosos sem dentes. Cáries, doenças gengivais, falta de dentes e dores articulares, resultantes da falta de tratamento e de reabilitação incorrecta, obrigam muitos portugueses a enfrentar a temível broca do dentista. O especialista Ricardo Marques aponta o dedo ao Estado pelo desinteresse na instrução de crianças, adultos e idosos para as boas práticas de saúde dentária, e na adopção de programas de promoção da higiene oral nas escolas e nos lares de terceira idade. Para este especialista em Medicina Dentária, medidas como os cheques-dentista para idosos, crianças ou grávidas são "populistas e pouco abrangentes". Outro problema é a organização do Serviço Nacional de Saúde, que fica aquém das necessidades: "Faltam médicos nos centros de saúde", acusa. Há também um obstáculo cultural. "Temos uma cultura superpenalizadora do dentista e uma falta de apelo à estética dentária", critica o especialista, para quem a má higiene oral é um problema "estrutural". A dor é o sintoma, e o tratamento passa por ir ao dentista, pelo menos uma vez por ano. A prevenção é o remédio: alimentação cuidada, escovagem dos dentes várias vezes ao dia com uma pasta rica em flúor, passar a fita dentária e bochechar com elixir. "O adiar dos problemas da medicina dentária gera outros mais complexos, caros e penosos", adverte Ricardo Marques. A saúde oral condiciona o bem-estar, e a falta de tratamento, ou quando este não é apropriado, leva a outros problemas: enxaquecas, mau hálito ou doenças gástricas. A ausência de um sorriso perfeito reflecte-se na auto-estima. Preocupantes são também as faltas ao trabalho. Cerca de 100 euros anuais bastam para manter os dentes saudáveis. A ausência de idas ao dentista pode custar 30 mil euros. "Poupam-se milhões em consultas e antibióticos, reduzem-se as baixas e os atrasos no trabalho", alerta Ricardo Marques, lamentando que a "saúde oral não seja uma prioridade no País".

* * *

DISCURSO DIRECTO

"FOI DISTRIBUÍDO UM MILHÃO DE CHEQUES-DENTISTA"

Rui Calado, Coord. do Programa de Promoção da Saúde Oral


– Os programas de promoção da saúde oral são suficientes?
– Estão a ser desenvolvidos de forma satisfatória. Garantimos o acesso dos grupos mais vulneráveis ao dentista. Já há muitas crianças sem cáries, e queremos alargar a atribuição de cheques--dentista a pessoas infectadas com o vírus da sida.
– A saúde oral é uma prioridade?
– Em 2010, foi dos únicos programas que não sofreram cortes no orçamento e, nos últimos dois anos e meio, conseguimos entregar um milhão de cheques-dentista. Isto demonstra bem a dedicação do Estado.
– Faltam dentistas nos centros de saúde?
– Não é preciso construir consultórios nos centros de saúde. Aí há higienistas orais que prestam cuidados de prevenção primários. Para os casos mais graves, temos 3800 profissionais que têm um acordo com o Serviço Nacional de Saúde, a operar em consultórios privados.
Correio da Manhã

* * *

O especialista alerta as entidades governamentais: por 100 euros que o estado investisse na saúde oral dos portugueses pode poupar 30 000 euros (ou seja, investindo agora 100 euros anualmente pode vir a poupar até 29 900 euros no futuro) . Será que o Governo e a Direcção – Geral de Saúde vão continuar a negar o acesso da maioria dos portugueses a cuidados básicos de saúde oral? Que é feito das centenas de consultórios dentários do Serviço Nacional de Saúde encerrados? E o Ministério da Educação vai continuar a gastar milhares de milhões de euros em reformular o parque escolar e a esquecer-se por completo que as crianças e jovens precisam de cuidados de saúde oral? E porque é que as organizações médicas ligadas à saúde oral continuam a manter quase um silêncio completo sobre o estado calamitoso da saúde oral em Portugal? A vergonha em política tem limites, senhores governantes.

domingo, 20 de março de 2011

521. Alunos da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa em protesto

(Tecle sobre as imagens para ver o vídeo)

* * *

Os alunos da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa estão em greve contra os cortes orçamentais. Os quarto e quinto anos são essencialmente práticos e atendem cerca de 100 utentes por dia, mas por causa dos cortes falta-lhes material básico para as consultas.

Esta quarta-feira, fizeram um protesto silencioso, com máscaras pretas em vez das máscaras clínicas. Perto de 500 consultas tiveram de ser adiadas esta semana. Os alunos aproveitaram a inauguração de uma nova clínica na faculdade para mostrar o descontentamento e tentar encontrar uma solução.

quinta-feira, 17 de março de 2011

520. Prevençao em saúde oral

http://www.casimirodeandrade.com/
* * *
PREVENÇÃO - Escovagem
====================
· Antes, usar um elixir bucal;
· Depois, passar o fio/fita dental (pelo menos, uma vez por dia);
· Utilizar uma pasta dentífrica fluoretada;
· Deve ser efectuada nos 15 minutos após cada refeição;
· Deve ser feita de manhã (ao levantar) e à noite (ao deitar);
· A escova deve ser média ou macia, nunca dura, e ser substituída de mês e meio em mês e meio ou, no máximo, a cada três meses;
· Passar por todas as superfícies dos dentes;
· Manter os dentes limpos principalmente junto à linha gengival, evitando a placa bacteriana e o tártaro.
PREVENÇÃO - Hábitos e precauções com os
dentes temporários (de leite)
=================================
· Lembre-se que a sua criança gosta de brincar com a escova mas não consegue verdadeiramente limpar os dentes. A escovagem, para ser bem sucedida, necessita de ser efectuada com um controlo dos movimentos finos, o que normalmente surge na criança por volta dos 7 ou 8 anos, quando a mesma aprende a escrever e desenvolve destreza nas mãos;
· Escovar ao levantar, deitar e depois das refeições ;
· Limitar lanches entre as refeições, principalmente com alimentos e/ou bebidas açucaradas;
· Evitar as bebidas gaseificadas, pois provocam erosão dos dentes;
· Cuidado com os alimentos adesivos, uma vez que quanto mais adesivos mais cariogénicos (exemplos: caramelos, rebuçados, ...);
· Ter o cuidado de explicar à criança que não deve ingerir a pasta dentífrica;
· Usar uma pequena porção de pasta dentífrica na escovagem (guie-se pelo tamanho da unha do dedo mindinho);
· Os filamentos da escova devem ir de encontro às várias faces dentárias, executando movimentos de rotação suaves;
· Aplicar flúor na criança de 6 em 6 meses e usar diariamente uma pasta dentífrica fluoretada.

PREVENÇÃO - Outros conselhos
========================
· Visitar regularmente o médico dentista (no mínimo, uma vez por ano);
· Fazer uma dieta equilibrada e substituir os doces por alimentos mais nutritivos como queijo, frutas ou vegetais;
· Evitar que a criança tenha o hábito de chuchar no dedo: pode causar problemas no posicionamento dos dentes e no crescimento dos maxilares;
· Evitar fumar;
· Selar todos os dentes que possuam sulcos ou fissuras, quer sejam temporários, quer sejam permanentes (aplicação de uma camada de resina sobre a face de mastigação do dente, protegendo-o das agressões bacterianas). 80% das cáries surgem nos sulcos e fissuras e só 20% surgem nas superfícies lisas. O flúor só actua perante superfícies lisas, o que significa que só protege 20% das cáries.