domingo, 29 de junho de 2008

263) Ordem pondera impedir acesso à profissão se continuarem a faltar saídas profissionais

A Ordem dos Médicos Dentistas pondera impedir o acesso à profissão, caso continuem a não existir soluções de emprego para estes profissionais, revelou à Lusa o bastonário da classe. Orlando Monteiro da Silva falava à Lusa no final da audiência que manteve com o Presidente da República, com o qual abordou a questão da emprego dos médicos dentistas.
Para a Ordem, a situação destes profissionais está a atingir um limite, uma vez que todos os anos saem 600 licenciados que se juntam aos 6.000 médicos dentistas que existem em Portugal. Sem emprego para exercer a profissão, muitos têm optado por emigrar, o que a Ordem dos Médicos Dentistas lamenta. Nesta situação estão já 247 médicos dentistas que exercem a profissão em Inglaterra.
Perante este cenário, que classifica de "muito grave", a Ordem está a ponderar impedir o acesso à profissão, alegando que estão cobertas as necessidades sanitárias do país, em termos de medicina dentária.
Outro tema que a Ordem dos Médicos Dentistas abordou com Aníbal Cavaco Silva foi o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, que entrou em vigor a 01 de Março e que implica a atribuição de cheques-dentistas. De acordo com o programa, cada grávida seguida no centro de saúde terá direito a três cheques-dentista, num valor máximo total de 120 euros. O programa prevê abranger 65 mil grávidas. Os idosos beneficiários do complemento solidário poderão usufruir de um máximo de dois cheques-dentista, num total anual de 80 euros.
Consoante os casos, são requisitos fundamentais um atestado de gravidez ou um comprovativo da situação de beneficiário do complemento emitido pelo Instituto de Segurança Social. Os utentes podem escolher qualquer médico dentista ou consultório, desde que faça parte da lista de profissionais que aderiram ao sistema na respectiva região de saúde.
O bastonário saúda a iniciativa mas defende o seu alargamento às crianças, aos diabéticos a aos portadores de doenças especiais.
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Comentários retirados do SAPO NOTÍCIAS:
- Não percebi. Há dentistas sem emprego? Então porque é que em vez de o estado gastar milhões de euros em cheques-dentista de valor individual miserável não os põe ao serviço da população em geral nos hospitais e centros de saúde? Ah, porque os senhores da ordem não poderiam continuar a pedir 100 euros por consulta, e deixariam de poder acumular fortunas. A saúde tem de deixar de ser um meio de acesso à riqueza individual. Os profissionais da saúde têm direito a uma vida digna – como temos todos – mas não à custa dos desfavorecidos. O que é que um idoso que ganhe um valor mínimo de sobrevivência vai fazer com 2 cheques de 40 euros? A que serviços vai conseguir ter acesso com esse valor? Espero que encontrem um dentista solidário que aceite ficar com o cheque e lhes dê o seu valor em dinheiro para poderem comprar comida. Mas com a mentalidade da classe provavelmente só o farão se apenas devolverem 70%; afinal, há que pagar a casa de férias, carro de luxo e outras despesas essenciais;
- Ordem dos dentistas quer o mesmo para a saúde dentária dos portugueses que temos para a saúde do resto do corpo. Deixem os portugueses escolherem, informem os jovens dos cursos onde não há saída profissional, mas não os impeçam de estudar;
- Meus amigos Portugueses. Hoje para ir ao dentista é preciso contrair um empréstimo bancário!!! Mesmo assim com tantos médicos, como diz o bastonário, os preços e a política de tratamento usados pelos dentistas são completamente irrealistas para o poder de compra, já que a classe média desapareceu. Só os ricos, os políticos, os deputados, os juízes, os futebolistas, os ministros, têm possibilidades de consultarem um médico privado, com preços de consultas em vigor!!! Cada médico se que forma, tem logo no subconsciente a ideia de ficar rico no mês seguinte;
- A questão é tão simples: mais de metade dos dentistas preferiam ter seguido medicina...mas não há vagas!!! Chegamos ao ridículo de haver excesso de dentistas e falta de médicos em quase todas as especialidades. É uma vergonha este país;
- Desde quando é que as ordens impedem o acesso ao exercício de uma profissão devidamente reconhecida pela Republica. Aqui estão ideias manifestamente inconstitucionais, tais como noutras áreas, e ninguém protesta;
- O Sr. bastonário esquece-se que há uma Constituição e um direito de acesso à profissão. A Ordem, nem esta nem outra, tem poderes para vedar o acesso. Parvoíce.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

262) Região dá apoio universal

Continente avança com cheques-dentista
mas Madeira acha que medida não é justa
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O Governo da República deu ontem início a um novo programa que prevê a atribuição de cheques-dentista a grávidas e a idosos. O programa prevê tectos máximos anuais de 120 euros para as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde e de 80 euros para os idosos beneficiários do complemento solidário.
A Região não vai seguir esta política e o secretário regional dos Assuntos Sociais explica porquê. «O nosso apoio é de uma forma universal, sejam as pessoas de que grupo forem. Não precisam ser grávidas ou idosos. Basta que tenham dificuldades financeiras e que as comprovem nos serviços de Segurança Social», afirmou Francisco Jardim Ramos, o qual exemplificou referindo que «podem existir grávidas cujo rendimento familiar não necessite desse apoio, assim como existem mulheres, que não estando grávidas, têm mais dificuldades financeiras». Por outro lado, o secretário regional dos Assuntos Sociais lembrou aquilo que tem sido feito, na Madeira, ao nível do plano regional de saúde, o qual apostou na parte preventiva (com a cobertura total de todas as crianças da Região) e na parte curativa, que funciona, actualmente, nos centros de Saúde do Bom Jesus, do Porto Santo e do Porto Moniz.
Relativamente à saúde oral preventiva, Francisco Jardim Ramos destacou o facto de, neste último ano, o Funchal ter vindo a ser coberto por este projecto que já abrange 16 mil e 333 crianças. Só neste concelho, são três mil e 840 crianças, aquelas que foram abrangidas pela iniciativa que visita as escolas e que apresenta uma inovação: «o equipamento escolar inclui a escova e a pasta de dentes. As crianças são obrigadas a levarem para a escola estes dois objectos de higiene».
No que toca à parte curativa, Jardim Ramos não tem datas concretas mas garante que o objectivo, em termos futuros, é estendê-la a um maior número de centros de saúde na Região. «O objectivo é fazermos com que os utentes possam ir tratar dos seus dentes num maior número de centros de saúde até que a cobertura passe também a ser total», frizou o secretário regional dos Assuntos Sociais.
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Como é possível dentro do mesmo país existirem duas orientações distintas em matéria de políticas de saúde oral? Está mais que visto que os problemas de saúde oral dos portugueses se devem pura e simplesmente por opções políticas, uma vez que não existem falta de recursos.
Enquanto assim for, serão as crianças deserdadas da fortuna, os velhinhos, os pobres e os desprotegidos da sorte carrascos das políticas de saúde do regime? Existindo milhares de milhões de euros para investir (projectos megalómanos como o TGV – transporte de grande velocidade, ou o novo aeroporto da OTA), continuam os políticos a fazer o faz de conta com a saúde da maioria dos portugueses.
Já não bastava o desemprego, a miséria e a fome que a tantos afecta como fazer de conta que não existem problemas de saúde no país. Infelizmente não é a poderosa classe política beneficiada com o 25 de Abril de 1974 que tem que se confrontar com essa realidade.
Gerofil

terça-feira, 24 de junho de 2008

261) Saúde Oral: Cheques-dentista só no público é «dispendioso»

A ministra da Saúde afirmou hoje que um programa de saúde oral no sector público obrigaria a um «investimento muito dispendioso», por ser necessário instalar equipamento e colocar muitos profissionais nos centros de saúde. Na emissão simbólica do primeiro cheque-dentista a uma grávida, no Centro de Saúde dos Olivais (Lisboa), Ana Jorge assumiu não estarem feitas as contas da poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o recurso aos serviços contratualizados na área privada, onde existem o equipamento e os profissionais na área da saúde oral. Este ano, o alargamento do programa de saúde oral custará ao Estado 21 milhões de euros.
«[Colocar exclusivamente no sector público o programa de saúde oral] exigiria um esforço muito grande para que o programa fosse alargado equitativamente», sublinhou a ministra, garantindo que a iniciativa dos cheques-dentista permite que o programa se estenda de forma «mais rápida e mais equitativa por todo o país». Até ao momento foram emitidos 43 cheques-dentista, mas a ministra garante que todos os centros de saúde têm já essa possibilidade.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, apesar de «com certeza continuar a haver muito por fazer», «um bom começo é sempre um bom princípio». O programa prevê tectos máximos anuais de 120 euros para as grávidas seguidas no SNS e 80 euros para os idosos beneficiários do complemento solidário.
O despacho de Fevereiro que determinou o alargamento do Programa nacional de Promoção de Saúde Oral prevê o aumento da cobertura de cuidados a 80.000 jovens por ano, estimando que o programa abranja 65 mil grávidas anualmente. O acesso às consultas de medicina dentária faz-se mediante um cheque-dentista personalizado emitido e entregue ao utente pelo centro de saúde onde é seguido, sendo necessários, consoante os casos, um atestado de gravidez ou um comprovativo da situação de beneficiário do complemento emitido pelo Instituto de Segurança Social.
Além do cheque inicial, as grávidas podem receber mais dois cheques-dentistas para consultas e tratamentos, num valor total de 120 euros. A realização de tratamentos pode ser concluída até 60 dias após o parto.
Os idosos abrangidos podem receber até dois cheques-dentista por ano, num máximo de 80 euros. Os utentes podem escolher qualquer médico desde que conste da lista dos profissionais aderentes da respectiva região de saúde. Essa lista integra actualmente 2.600 profissionais, o que equivale a 40 por cento dos médicos inscritos na Ordem dos Dentistas (cerca de seis mil), referiu o bastonário, precisando que este é um «processo de adesão contínua».
Maria de Fátima, grávida de mais de 35 semanas, foi o rosto simbólico do início da emissão dos cheques-dentista. A utente do Centro de Saúde dos Olivais recebeu hoje das mãos da ministra da Saúde um cheque que lhe possibilitará «fazer um check-up aos dentes e depois logo se vê», mas por não ter problemas nos dentes, o seu plano passa por uma limpeza oral. «Os dentes ficam mais fracos durante a gravidez e parecendo que não [este cheque] é uma ajuda. Nem todas as pessoas têm meios para ir a um médico privado e por isso concordo com esta medida», referiu.
Diário Digital

domingo, 22 de junho de 2008

260) Pedido de ajuda (modelos de boca e de escova)

Olá.
Estive a ver o seu blog e pensei que talvez me pudesse ajudar na seguinte questão: neste verão irei como voluntária missionária para uma escola em Moçambique e, entre outros projectos, irei fazer promoção da saúde oral, ensinando aos alunos e professores como realizar a sua hegiene oral.
Pensei que seria útil ter um modelo de uma boca em proporções aumentadas e uma escova também maior para mais facilmente explicar a técnica de escovagem. Sei que existe à venda, mas não me saberia informar se existe alguma entidade que me pudesse facultar um modelo, nem que fosse emprestado?
Desde já agradeço pela sua atenção.
Endereço de contacto: tempogero@gmail.com

sexta-feira, 20 de junho de 2008

259) Violência contra idosos e nos hospitais preocupa PGR

O procurador-geral da República mostrou-se hoje preocupado com a violência contra idosos e nos hospitais, crimes que ainda não são denunciados. Pinto Monteiro, que falava na Comissão Parlamentar da Educação e Ciência, disse que há medo de fazer participações.
“Já tenho elementos sobre violências nas escolas, sobre violência doméstica - e aí muito maior - , de violência sobre menores, mas sobre violência nos hospitais até agora ainda não consegui elementos, ou seja, ainda há mais medo de comunicar violência nos hospitais do que outro tipo de violência”, sublinhou.
O procurador-geral da República revela que a sua prioridade é a investigação dos diversos crimes de violência e, neste momento, o que o preocupa mais é a violência sobre os idosos. “Tenho poucos dados da violência sobre os idosos e preocupa-me bastante, é a que me preocupa mais, talvez, porque os idosos não têm voz”, referiu Pinto Monteiro.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

258) Acções de vigilância na saúde infantil e juvenil têm “impacto indiscutível”

A directora regional da Saúde dos Açores garantiu, na Horta, que as acções de vigilância na saúde infantil e juvenil, pertinentes e de qualidade, têm um “impacto indiscutível” na vida das crianças. Teresa Brito falava no V Seminário de Saúde Infantil, que decorreu no Faial, numa iniciativa do Centro de Saúde da Horta, e a cuja abertura presidiu em representação do secretário regional dos Assuntos Sociais.
Segundo sublinhou na ocasião, a saúde não depende, porém, somente da prestação de cuidados, uma vez que a “influencia do ambiente social, biofísico e ecológico é também determinante”. Para Teresa Brito, o apoio às crianças com necessidades especiais, em situação de risco ou especialmente vulneráveis, a redução das desigualdades no acesso aos serviços de saúde e o reconhecimento dos pais como primeiros prestadores de cuidados “são aspectos prioritários”.
Lembrou, ainda, que o aumento do nível de conhecimentos e de motivação das famílias, a par da melhoria das condições de vida, “favorecem o desenvolvimento da função parental e tornam possível que os pais e a família a assumam, como direito e dever, competindo aos profissionais facilitá-la e promovê-la”. Disse também que alimentação e saúde infantil constituem problemática actual e fundamental, na medida em que a “aquisição dos hábitos alimentares resulta da obtenção de competências e saberes na infância, com reflexos na melhoria da qualidade de vida ao longo de todo o ciclo vital”.
“As crianças não possuem capacidades inatas que lhes permitam uma escolha discernidas dos alimentos”, sublinhou a directora regional, adiantando que essa opção resulta da “simples apreensão proveniente da experiência, observação e educação”. Nesse âmbito, “o papel de todos nós, enquanto gestores, profissionais de saúde, pais e educadores, assume uma preponderante importância na produção de práticas condizentes a uma alimentação correcta, equilibrada e completa”, observou Teresa Brito.
Destinado a médicos, enfermeiros, professores, educadores de infância, assistentes sociais e psicólogos, este seminário debateu temas como a adolescência, saúde escolar, patologias pediátricas, imunização e vinculação afectiva.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

257) Açores: Número de crianças sem cáries dentárias aumenta

O número de crianças açorianas com seis anos isentas de cáries dentárias aumentou de 30 para 38 por cento, de acordo com o estudo regional de prevalências orais na população escolarizada, anunciou hoje o Governo Regional.
O secretário regional dos Assuntos Sociais, Domingos Cunha, adiantou que o aumento significativo de médicos dentistas e o acesso dos cidadãos permite a obtenção de “resultados muito positivos, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde”. “Com a contratação de 15 médicos dentistas para as unidades de saúde de todas as ilhas do arquipélago e o trabalho de mais 108 médicos dentistas do sector privado, existe uma maior oferta que tem sido aproveitada pela população”, explicou.
Segundo Domingos Cunha, os centros de Saúde da região estão a realizar, anualmente, 25 mil consultas de saúde oral e a política de reembolsos para quem utiliza os serviços privados dá um contributo decisivo.
O “Estudo Regional de Prevalência das Doenças Orais na População Escolarizada da Região Autónoma dos Açores em 2005” foi orientado pelos médicos dentistas Ricardo Cabral, Madalena Mont’Alverne e Artur Lima. O estudo examinou 517 crianças das nove ilhas, das quais 250 do sexo masculino (48 por cento) e 267 do sexo feminino (52 por cento) com seis anos (165), doze anos (179) e quinze anos (153). Os resultados permitiram concluir que o índice médio de fluorose dentária nos Açores é de 0.7, sendo as ilhas de São Miguel e Pico as que possuem o índice mais elevado (0.9) e as Flores e o Corvo as que têm o índice mais baixo (0.1).
Quanto à cárie dentária, é de 0.2 nas crianças com seis anos, 2.1 aos doze anos e de 3.6 aos quinze anos. Nas crianças ou jovens com seis anos, doze e quinze anos, o maior índice de cárie dentária verifica-se na ilha do Corvo, enquanto o menor é em Santa Maria (seis e quinze anos) e na ilha do Pico (12 anos).
De acordo com o estudo, a prevalência das crianças isentas de cárie dentária na dentição permanente nos Açores é de 44,9 por cento.
As conclusões do trabalho recomendam a realização de um estudo regional do doseamento de flúor nas águas de consumo, que abranja as 154 freguesias dos Açores. O documento, segundo Domingos Cunha, vai ser entregue a todas as escolas e unidades de saúde açorianas.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

256) Cheques dentista já estão disponíveis para grávidas e idosos

O primeiro cheque dentista para grávidas foi emitido dia 2 de Junho. O programa de saúde oral vai dispor de 21 milhões de euros, para o primeiro ano, e além das grávidas vai também abranger idosos carenciados.
Os utentes vão poder escolher qualquer médico que conste da lista dos profissionais aderentes da respectiva região de saúde. Até ao momento já foram emitidos 43 cheques dentista.
“Será por prescrição do médico de família. No caso dos idosos é necessário que tenham direito ao complemento solidário”, afirmou Ana Jorge, ministra da Saúde, na emissão simbólica do primeiro cheque dentista a uma grávida, no Centro de Saúde dos Olivais (Lisboa). Na ocasião, a ministra da Saúde assumiu que não estão feitas as contas da poupança para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo Ana Jorge, um programa de saúde oral no sector público obrigaria a “um investimento muito dispendioso”, por ser necessário instalar equipamentos e colocar muitos profissionais nos centros de saúde. “Colocar exclusivamente no sector público o programa de saúde oral exigiria um esforço muito grande para que o programa fosse alargado equitativamente”, acrescentou.
O Ministério da Saúde assegura que todos os centros de saúde do país poderão disponibilizar os cheques dentista. O programa prevê tectos máximos de 120 euros para as grávidas, repartidos por três cheques e a realização de tratamentos pode ser concluída até 60 dias após o parto. Para os idosos o valor máximo é de e de 80 euros mais uma comparticipação até 250 euros para a colocação de próteses dentárias.
Cristina Sambado

segunda-feira, 2 de junho de 2008

255) Dentistas criticam programa de saúde oral nas escolas

O programa de promoção de saúde oral nas escolas, que a Direcção-Geral de Saúde quer avaliar antes de avançar com cheques-dentistas para crianças, merece críticas de médicos dentistas, que defendem uma reorganização do projecto.
As críticas foram transmitidas à margem do Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que decorreu em Novembro, por um dos representantes da Ordem dos Médicos Dentistas no grupo de análise do programa de saúde oral, Paulo Rompante. A etapa básica e essencial deste programa passa por promover a escovagem diária na escola, o que não está a ser realizado em grande parte das instituições.
«Como o programa foi concebido, só tinham direito a aceder às outras etapas do programa as escolas que promovessem a escovagem diária, nenhum programa funciona se esta escovagem não for promovida», comentou o especialista. O argumento invocado por algumas escolas de que não têm condições para promover a saúde oral não colhe entre os dentistas. «Se uma escola não tem condições para isto, então quase mais vale fechar a escola», considerou Frias Bulhosa, outro dos elementos da Ordem que participou no grupo de análise que fez propostas ao ministro da Saúde.
Até porque, frisa o especialista, para escovar os dentes basta apenas que os alunos tenham uma escova e pasta, sendo o uso de água até prescindível. A par da escovagem, as escolas incluídas no programa de saúde oral promovem a administração de flúor quinzenalmente entre os seus alunos.
Depois desta etapa, devem seleccionar-se as crianças que devem colocar selante nos dentes - um material plástico que é aplicado para prevenir as cáries. Mas também aqui há falhas no programa realizado nas escolas, dizem os dentistas. Isto porque, antes do selante, é necessário detectar se a criança não tem já cáries em desenvolvimento, o que deve ser feito por um médico dentista, que não está presente na escola.
«A selecção das crianças nem sempre é feita por profissionais qualificados. Actualmente isso é a maior parte das vezes feito pelas equipas de saúde escolar, que muitas vezes nem têm sequer um higienista oral», sustentou Paulo Rompante. O médico sublinhou que a cárie é uma doença «infecciosa e contagiosa», cujo diagnóstico deve ser feito pelo dentista.
O bastonário considera que os higienistas orais têm preparação para colocar o selante, mas recorda que estes devem sempre trabalhar sob supervisão de um médico dentista, que é a quem compete fazer o diagnóstico das cáries.
Para o médico Frias Bulhosa, outra das deficiências do programa de saúde oral tem a ver com a falta de acompanhamento das crianças. «Uma criança de quatro, cinco ou seis anos pode entrar num determinado ano no programa, mas depois não voltar a ser acompanhada. A criança não é seguida nos anos seguintes», lamentou.
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Enfim, se é assim que o estado trata as crianças do país ...
Gerofil

domingo, 1 de junho de 2008

254) A condição bucal das crianças não é aquilo que deveria ser

Pindamonhangaba, S. Paulo (BRASIL) - “A condição bucal das crianças não é aquilo que deveria ser”. Essa é a opinião da dentista Janaína Tavares Costa de Castro, que realiza um trabalho social de orientação a crianças de uma escola particular no Distrito de Moreira César, em Pindamonhangaba. Formada em odontologia pela Faculdade de Pindamonhangaba, Janaína tem aperfeiçoamento na área de odontopediatria. Ela acredita que, muitas vezes, a saúde bucal precária bucal de muitas crianças é decorrente da falta de tempo e de informação de muitos pais.
“Hoje em dia, muitas mães trabalham fora e têm essa dificuldade de supervisionar. A criança acaba ficando com a empregada ou até mesmo na escolinha. E não é a mesma coisa. Torna-se difícil perceber a existência de cáries”, explica a dentista. Por isso mesmo, ela diz que a atuação de dentistas nas escolas seria de fundamental importância para a melhoria da saúde bucal das crianças. Na cidade de Guaratinguetá, por exemplo, ela conta que inúmeras escolas municipais já possuem consultórios dentários.
Na opinião de Janaína, é importante que os pais façam o monitoramento de escovação e do uso do fio dental. Segundo ela, esse trabalho deve acontecer por meio da interação entre pais, professores e profissionais da área de odontologia. No trabalho específico realizado na escola em Moreira César, Janaína está fazendo um levantamento da condição bucal das crianças. Mas, segundo ela, na primeira triagem, pela qual 70 crianças passaram, o número de cáries verificado foi além do esperado.
”Vamos fazer esse levantamento, reunir a escola, interagir com os pais e, através de relatórios e palestras, mostrar os casos específicos e estar dando um alerta”, destacou. A profissional alerta que o aparecimento de manchas brancas nos dentes das crianças nem sempre é percebido. “Essas manchas já são a primeira manifestação da cárie e, às vezes passa despercebido”, justifica.
Janaína acredita que um trabalho conjunto entre dentistas, escolas e pais é de suma importância para a prevenção, auxiliando na redução dos problemas bucais.
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Chama-se também a atenção para a necessidade de realização de rastreios da população estudantil em Portugal. Detectar problemas precocemente pode prevenir situações dramáticas no futuro de muitas crianças e dos jovens. Para quando um rastreio a nível nacional ?
Gerofil