quarta-feira, 27 de outubro de 2010

493. Cientista da Unesp cria biomaterial que regenera dentes em 15 dias

Sybele Saska, doutoranda do Instituto de Química (IQ) da Unesp, campus de Araraquara, criou uma membrana que pode substituir os atuais tratamentos para regenerar pequenos traumas nos dentes. O produto tem como base a celulose da bactéria Acetobacter xylinum, um micro-organismo facilmente encontrado em frutas e legumes em decomposição.
Testes de labotarório e um ensaio-piloto em coelhos demonstraram que o biomaterial recupera tecidos ósseos em um período de 7 a 15 dias, dependendo do tamanho do dano. Só defeitos ósseos pequenos podem ser tratados com a película, posicionada sobre a região traumatizada.
As lesões podem ser causadas, por exemplo, ao redor de um implantante dentário, em processos de extração de dente ou quando há cistos ósseos. O biomaterial não substitui pinos, placas e parafusos de titânio.
O produto foi desenvolvido em cerca de um ano e meio, e sua patente foi depositada em maio, com auxílio da Fapesp. Testes em ratos estão previstos para o primeiro semestre de 2011.
O estudo de Sybele Saska foi considerado o melhor na categoria materiais dentários na 88ª Sessão Geral da Associação Internacional de Pesquisa Dentária em Barcelona, Espanha.

domingo, 24 de outubro de 2010

492. Faculdade de Odontologia de Piracicaba estuda genes envolvidos em má formação dos dentes

Dentes que não nascem, manchas no esmalte e dentição com características irregulares são alguns problemas que podem ocorrer durante a formação dentária. Estudá-los de maneira ampla foi o objetivo do Projeto Temático “Defeitos na formação do órgão dental”, que teve o apoio da FAPESP e foi coordenado por Sérgio Roberto Peres Line, do Departamento de Morfologia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas (FOP-Unicamp), em Piracicaba (SP).
Um dos objetos de estudo foi o efeito do flúor na ocorrência de manchas no esmalte do dente. Considerada uma má formação branda, esse problema ocorre durante a formação da matriz orgânica e calcificação do dente e afeta principalmente o seu esmalte. Apesar de ser composto basicamente por minerais, o esmalte dentário começa a se formar a partir de uma matriz proteica, e nessa fase o dente já sofre a ação do flúor.
“Desenvolvemos um método que utiliza microscopia de luz polarizada e permite estudar o estado de agregação das proteínas do esmalte dentário”, disse Line à Agência FAPESP. Já se sabia que o flúor atinge o esmalte dentário, no entanto a equipe da FOP mostrou como isso ocorre. “Mostramos que o flúor desorganiza a matriz proteica do esmalte dentário durante a sua formação”, ressaltou. Essa parte da pesquisa compôs o doutorado de Alexandre Ribeiro do Espírito Santo, que estudou os efeitos das alterações genéticas sobre a matriz orgânica do esmalte dentário e contou com Bolsa da FAPESP.
Outra alteração encontrada no esmalte dentário analisada no projeto foi a amelogênese imperfeita, um problema provocado por mutações de diferentes genes relacionados à formação dessa parte do dente. Essa anomalia pode se manifestar de diferentes formas, como, por exemplo, um esmalte dentário duro, de espessura fina e cheio de irregularidades.
Na forma mais comum da doença, o esmalte surge com uma consistência mole e, ao ser desgastado pela mastigação, acaba desaparecendo e expondo a dentina, a parte interna do dente. “Com isso, a doença apresenta consequências estéticas e também funcionais porque após o desgaste pode sobrar apenas um pedacinho do dente”, explicou Line.
Essa parte da pesquisa foi realizada em conjunto com Pragna Patel, do Instituto para Medicina Genética da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos. As equipes brasileira e norte-americana mapearam uma região gênica relacionada à amelogênese imperfeita. O levantamento genético também teve a participação dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês). Nessa etapa, foram estudadas famílias que tinham pessoas com a doença para identificar os genes relacionados à sua ocorrência.
“Nenhum dos casos testados apresentou correlação com a amelogênese imperfeita. Mesmo assim, os resultados são importantes, pois foram analisados todos os genes relacionados à formação do esmalte e agora sabemos que eles, isoladamente, não são responsáveis pela doença, o que indica que outros genes estão envolvidos”, afirmou Line. A análise dos genes envolvidos na amelogênese imperfeita foi o tema da tese de doutorado de Maria Cristina Leme Godoy dos Santos, que desenvolveu seus trabalhos com Bolsa da FAPESP.
A equipe também investigou a ausência do processo de formação do dente, chamada de “agenesia dentária”, cuja maior ocorrência está entre os dentes incisivos laterais superiores e terceiros molares, conhecidos como dentes do siso. Em casos mais graves, poucos dentes são formados, causando sérios problemas de mastigação e de fala, além dos relacionados à estética.
Para estudar essa enfermidade, a equipe da FOP analisou os polimorfismos de um gene chamado PAX9 e conseguiu relacionar alguns deles à agenesia de dentes molares, principalmente o dente do siso. O PAX9 esteve no foco das pesquisas de mestrado de Carolina Vieira de Almeida e de doutorado de Cristiane Pereira Borges Saito e Liza Lima Ramenzoni, com Bolsas da FAPESP. O trabalho exigiu a coleta de DNA de pacientes atendidos pela clínica da FOP que sofrem de agenesia. Com isso, os pesquisadores puderam comparar regiões do DNA com o de pessoas sadias e, dessa forma, identificar possíveis trechos envolvidos com a doença.
Iniciado em 2005, o trabalho terminou em maio de 2010, tendo produzido artigos importantes como o New locus for autosomal dominant amelogeneis imperfecta on chromosome 8q24.3, publicado em 2006 na revista Human Genetics e que identifica o cromossomo 8 como um novo locus da amelogênese imperfeita.
Outro trabalho produzido nesse mesmo projeto foi aceito recentemente pela revista Cell Biochemistry and Function e deverá ser publicado ainda este ano, de acordo com Line. O grupo da FOP pretende aprofundar os estudos nas regiões identificadas do PAX9 que apresentaram maior probabilidade de estar relacionadas aos problemas dentários. Esse é o foco do estudo de Mariana Martins Ribeiro e de Luciana Souto Mofatto – a primeira tem Bolsa de Treinamento Técnico da FAPESP e, a segunda, de Pós-Doutorado.
A formação de recursos humanos foi um dos principais resultados do projeto, de acordo com Line. “Estudantes que atuaram nesse Temático são agora docentes na Universidade Federal do Paraná, na Universidade Federal da Bahia e na Universidade Estadual do Amazonas”, disse. Line também considera a atualização da infraestrutura de pesquisa uma importante consequência do Temático. “A aquisição de um freezer que atinge -70º C e de um luminômetro [para medição de luminescência] e a montagem de uma sala de cultura de células, que será usada por outras áreas da Unicamp, são contribuições importantes que o apoio da FAPESP permitiu viabilizar”, afirmou.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

490. 10 dicas para escolher seu Dentista

1-Na primeira visita ao dentista, observe com atenção desde a sala de recepção até o interior do consultório. Fique atenta(o) aos aspectos relacionados à limpeza do ambiente; à esterilização do material; e ao uso de gorro, luvas, máscara e agulhas descartáveis. Muitas doenças podem ser transmitidas no consultório.
2- Ao passar pela primeira consulta, não se acanhe e peça todas as explicações sobre o tratamento que vai ser realizado em sua boca. É nessa hora que você vai sentir se o profissional é competente ou não. Se não se sentir segura(o), procure outro dentista.
3- Verifique se, no decorrer do tratamento, o profissional ensina como cuidar dos dentes para prevenir futuros problemas. Essa qualidade demonstra que ele se preocupa com a saúde bucal de seus pacientes e não está interessado apenas em ganhar dinheiro.
4- Repare na maneira como o dentista trata seus pacientes, funcionários e, também, na atenção que dispensa às suas dúvidas. Se ele trata a todos com gentileza, é sinal que fará o mesmo com você.
5- O tempo de formado do profissional não é de vital importância, mas também conta pontos. Afinal, um resultado perfeito do tratamento é o que realmente importa.
6- Não procure um dentista priorizando apenas o lado financeiro. Quando o preço for muito alto, peça descontos e, se for muito baixo, desconfie.
7- Para que sua escolha seja definitiva e segura , deve-se consultar diferentes profissionais a fim de se obter diferenciados orçamentos, que podem ser cobrados ou não.
8- Fique atento(a) para não se deixar levar por propagandas enganosas. Afinal, publicidade não significa competência. O que deve ser levado em consideração é o currículo do profissional e os resultados do seu trabalho. Um bom dentista deve estar bem atualizado e frequentar congressos para se especializar cada vez mais.
9- Observe a quantidade de tempo que o profissional reserva para cada paciente, e se, entre as consultas é feita uma correta limpeza do consultório.
10- Faça uma análise logo na primeira consulta se houve a preocupação do profissional quanto ao seu problema , ou simplesmente, se o profissional se restringiu a fazer o orçamento.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

489. Congresso Internacional de Odontologia do Centenário da APCD

http://www.apcd.org.br/centenario/
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De 29 de janeiro a 1o de fevereiro, o Congresso Internacional de Odontologia do Centenário marcará os 100 anos da APCD com muitas novidades: será promovido no Expo Center Norte, com adesão gratuita a todos os cirurgiões-dentists e grade científica encorpada com novas atividades e mais conferências internacionais.
Para abrir as comemorações de seus 100 anos de atividades, a APCD – Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas promoverá, de 29 de janeiro a 1o de fevereiro, o Congresso Internacional de Odontologia do Centenário, que deverá reunir 70 mil profissionais do Brasil e do Exterior. Sob o tema “Agregar para crescer”, a edição comemorativa será realizada no Expo Center Norte, sem cobrança da taxa de adesão dos cirurgiões-dentistas e uma grade científica encorpada com três novas atividades - curso sequencial para clínica diária, soluções clínicas e o curso nacional para acadêmicos -, além de mais conferências internacionais. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo site http://www.apcd.org.br/centenario/ ou pelo telefone 0800 12 85 55.
“É um congresso histórico e único porque será realizado em uma data muito especial”, festeja o presidente do evento, Silvio Jorge Cecchetto. Ele ressalta que a mudança para o Expo Center Norte trará maior conforto aos participantes. “É um espaço moderno e bem localizado, dotado de climatização e salas de aulas reversíveis, que podem ser ampliadas ou reduzidas de acordo com o número de pessoas”, revela.
Uma maratona de cursos, workshops, hands-on, painéis, fóruns científicos e clínicos compõem a programação do Congresso do Centenário. Paralelamente, haverá a realização da Fiosp – Feira Internacional de Odontologia de São Paulo e do Odontologia Comunidade, projeto social da APCD, com apresentações de teatro e atividades educativas para crianças e idosos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

488. Conheça os alimentos que ajudam a proteger os dentes

Escovar e passar o fio dental nos dentes todos os dias é a melhor maneira de afastar as doenças bucais. Mas uma dieta rica em nutrientes como vitamina C, D e cálcio podem ajudar a deixar os dentes mais brancos e as gengivas saudáveis. O dentista americano Anthony M. Lacopino, da Universidade de Manitoba, afirma que o primeiro passo para ter uma boca bonita é diminuir os lanches entre as refeições, para que os dentes não fiquem tão expostos a substâncias que corroem o esmalte.
Para reduzir as chances de cáries, prefira fazer três refeições diárias, afirma Lacopino. Cuidado também com alguns alimentos que podem lascar ou até quebrar os dentes. Mastigar gelo está proibido, assim como caroços de azeitonas, frutas ou pipoca.
Alimentos para evitarBebidas com açúcar: Sucos, refrigerantes, águas aromatizadas, mate... A lista é grande. O açúcar aumenta a acidez bucal e deixa o ambiente mais propício para a proliferação de bactérias. Evite principalmente as bebidas doces com gás, que aumentam ainda mais esta acidez;
Bombons e doces: Além de aumentar a quantidade de bactérias na boca, aderem aos dentes e dificultam a limpeza;
Carboidratos simples: Batata, macarrão, pão e arroz branco também aumentam a acidez bucal e criam um ambiente óptimo para bactérias. Melhor trocar pela versão integral ou escovar os dentes logo depois;
Café, chá e vinho tinto: Todas essas bebidas contêm pigmentos que mancham os dentes. O chá e o café, se forem adoçados com açúcar, também estimulam a proliferação de bactérias.
Alimentos benéficos:
Água: A bebida ajuda a diminuir a acidez bucal e diminui a quantidade de bactérias na boca;
Chicletes sem açúcar: Os chicletes aumentam a quantidade de saliva na boca, que neutraliza a acidez e protege o esmalte do dente. Após as refeições, é uma boa pedida se não tiver como escovar os dentes;
Frutas cítricas: Apesar de serem ácidas, elas ajudam a aumentar a saliva e acabam limpando os dentes. Aposte em laranja, acerola, limão e kiwi;
Queijo e leite: A proteína dos laticínios, o cálcio e o fósforo diminuem a acidez bucal e também protegem o esmalte da erosão. Além disso, os minerais ajudam a fortalecer a camada superficial dos dentes;
Peixe e linhaça: Os dois ajudam a afastar o risco de doenças na gengiva e diminuem a inflamação bucal. O omêga-3, encontrado nos dois alimentos, também deixa o corpo mais resistente a inflamações e infecções;
Chocolate: Substâncias encontradas no cacau diminuem a inflamação e ajudam a proteger os dentes da erosão. O chocolate, apesar de rico em açúcar, é uma opção melhor para os dentes do que biscoitos, bolo e até passas, diz Lacopino.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

487. É verdade que o fumo causa a perda dos dentes?

Sim, o fumo pode provocar a perda de dentes. Pesquisas em todo o mundo já comprovaram que o tabagismo está diretamente relacionado à maioria das doenças da boca, inclusive ao carcinoma epidermóide, que é o principal tipo de câncer bucal.
Estudos evidenciam que quem fuma tem quatro vezes mais chances de contrair periodontite, doença que causa a destruição do osso que sustenta os dentes. Isto porque o fumo aumenta a descamação da mucosa oral, provoca aquecimento da gengiva e inflamação do tecido, com consequente destruição do tecido ósseo, podendo resultar na perda total do dente.
Dependendo da gravidade do caso (tempo de fumo, volume e falta de cuidados com a higiene bucal) a destruição do tecido ósseo pode chegar ao ponto de impedir a colocação do implante. Se o hábito de fumar persistir e a pessoa não tomar os cuidados necessários para manter a boca saudável, pode perder inclusive o implante já feito.
A perda do dente é um processo lento e antes de ele ficar evidente o fumante sofre outros problemas bucais. Um estudo realizado por Elizabeth Krall Kaye, Ph.D., epidemiologista e professora de política de saúde e serviços de pesquisa em saúde na Boston University's School of Dental Medicin, constatou que pessoas que fumam cigarro têm uma probabilidade até 70% maior de precisar fazer tratamento de canal (endodôntico) quando comparados a não fumantes.
O ideal para uma boa saúde bucal e para todo o organismo é parar de fumar. Melhor ainda é nem começar. Mas para aqueles que não conseguem deixar o vício, a melhor opção é prevenir fazendo visitas rotineiras e frequentes ao dentista para higienização e possíveis intervenções que evitem a instalação e agravamento de eventuais problemas.
Danielli Spina, dentista especialista em estética e prótese