quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

318) Educação para a Saúde

O presidente dos populares açorianos anunciou que o seu partido “vai propor e vai bater-se, na próxima Legislatura, para que seja criada no curriculum regional no ensino básico uma cadeira de Educação para a Saúde, de maneira a que as crianças e jovens possam, desde de muito cedo, aprender as noções básicas de saúde e alguns conceitos elementares sobre nutrição, para prevenir a diabetes e a obesidade que são problemas muito graves e sérios nos Açores”.
Segundo Artur Lima, “esta disciplina tem que ser leccionada por um profissional competente e este profissional deve e pode ser, no entender do CDS-PP, o Enfermeiro de Família”, que os populares garantem vão também propor na próxima Legislatura.
“Este é um profissional que, para além de andar nas freguesias dando apoios às famílias e aos idosos, também dará apoio nos jardins de infâncias e nas escolas transmitindo às crianças conhecimentos básicos sobre a alimentação e sobre a prevenção das doenças”, salientou. O candidato a deputado pela Ilha Terceira destacou ainda que “esta disciplina vai ter a vantagem de estimular a prevenção”.
Artur Lima explica que com a disciplina de Educação para a Saúde “as crianças vão aprender a comer, vão aprender o que é a diabetes, o que é a obesidade. Vão tomar conhecimentos, desde muito cedo, daqueles que são os problemas de saúde que podem vir a ter no futuro. Isto é, começam a conhecer as regras para prevenir”. Isto porque, finalizou Artur Lima, a prevenção é fundamental: “Prevenir é infinitamente mais barato do que tratar”.
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A maior lacuna no ensino básico e secundário em Portugal consiste na ausência de qualquer estratégia de educação voltada para a área da saúde; tudo o que se faz ocorre por pura carolice e completamente desenquadrada da realidade das crianças e jovens.
Infelizmente, a falta de vontade política em investir na prevenção e saúde escolar arrasta-se em Portugal desde 1974 e nenhum governo demonstrou qualquer interesse em modificar a situação. No âmbito da saúde oral, então a situação tem sido completamente pantanosa; uma vergonha que os políticos portugueses não devem esconder do resto dos seus parceiros europeus.
Gerofil

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

315) Em Portugal (Século XXI) cobram-se impostos aos pobres para dar assistência médica prioritária primeiro aos ricos

Discriminação no acesso ao privado através do SNS
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A Inspecção-geral das Actividades da Saúde está a investigar várias reclamações de utentes que demoraram mais tempo a obter um exame médico em serviços privados quando vão através do Serviço Nacional de Saúde, conforme denunciou a DECO. Fonte do gabinete da ministra da Saúde, em declarações à Lusa, disse que deram entrada naquela inspecção "algumas, poucas," queixas de utentes a denunciar situações de discriminação, mas não soube precisar quantas. "São poucos, mas não sabemos quantos, e estão a ser investigados. Esperamos as conclusões", adiantou aquela fonte.
Também a Entidade Reguladora da Saúde disse hoje à Lusa ter recebido algumas queixas de utentes que dizem que os exames médicos em entidades privadas são marcados mais rapidamente quando propõem esquecer a credencial do médico de família e pagar tudo do seu bolso. Esta discriminação, proibida por lei, foi hoje alvo de mais uma denúncia da associação de defesa dos consumidores DECO, que afirma que em 11 por cento dos estabelecimentos privados que visitou verificou que foi diminuído o tempo de espera quando se abdicou da credencial do médico de família.
Os colaboradores da DECO realizaram 180 marcações de exames de colonoscopia (um exame ao intestino), ecografia obstétrica e transrectal e em 15 dos sítios visitados conseguiram antecipar a data de marcação do exame quando propuseram esquecer a credencial do médico e suportar o custo.
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O título condiz exactamente com o texto. Todos pagamos impostos para a longa formação de médicos e técnicos de saúde; na hora da assistência médica, quem tem maiores posses económicas é atendido primeiro.
Proponho que o senhor presidente da República, o Senhor Primeiro-ministro, a Senhora Ministra da Saúde, o Senhor Provedor de Justiça, o Senhor Procurador-Geral da Republica e todos os deputados da Assembleia da Republica ponham cobro hoje mesmo a esta situação. Portugal não pode continuar a ter políticas de saúde que violem os direitos humanos.
Gerofil