sexta-feira, 27 de novembro de 2009

409. Saúde oral influencia capacidade de raciocínio

Um estudo realizado na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, refere que uma boa higiene oral pode ajudar os adultos a manterem o raciocínio saudável. Segundo o artigo publicado na última edição do Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry , as pessoas com mais de 60 anos com problemas nas gengivas têm mais dificuldades em lembrar-se de uma sequência de três palavras passado algum tempo. Além disso, têm o dobro de probabilidade de não passarem em testes feitos com cálculos de subtracção de números com três dígitos.
Os investigadores recorreram a mais de 2300 homens e mulheres para analisarem a sua saúde oral para observar o seu raciocínio. No geral, 5,7 por cento dos adultos mostraram problemas em completar alguns testes de memória e 6,5 por cento não conseguiram completar os testes de subtracção.
Os participantes com maiores níveis de bactérias tiveram os piores resultados nestes testes. De entre outros factores de risco para a perda de funções mentais, os investigadores destacaram as inflamações causadas em todo o corpo devido ao mau estado da saúde oral. Outras investigações já associaram este problema com outras doenças, como a diabetes e o Alzheimer.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

408. Orlando Monteiro da Silva X Fernado Guerra

As presentes entrevistas foram retiradas do site Saúde Oral; este blogue tem o mesmo nome que o site mas é completamente independente do mesmo e apenas o nome coincidem por acaso.
Relativamente às eleições para o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, o Blogue Saúde Oral é completamente independente e equidistante às duas candidaturas, pelo que no caso de ser detectada qualquer infracção a esta política de independência, agradece-se a imediata comunicação via correio electrónico para tempogero@gmail.com .
Por fim, fica o agradecimento da publicação das entrevistas ao site Saúde Oral, ao qual se deseja sinceras felicidades e a continuação do vosso serviço pela saúde oral em Portugal.
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Defensor de uma Ordem dos Médicos Dentistas «independente e livre de outros interesses além dos directamente relacionados com o exercício da profissão», o candidato a líder dos mais de sete mil dentistas inscritos na Ordem acredita que o futuro da saúde oral, em Portugal, passa pela criação de parcerias público-privadas que potenciem as estruturas já criadas ao mesmo tempo que se prestam cuidados à população dentro do Serviço Nacional de Saúde.
Saúde Oral - Como surgiu o desafio de se recandidatar a bastonário da OMD?
Orlando Monteiro da Silva – Surgiu depois de reflectir e após ter recebido o apoio de um leque enorme de pessoas que me passaram uma espécie de “cheque em branco” e que, embora saiba que nem sempre é fácil, deram a cara no site da candidatura. O grupo de apoiantes reúne já mais de 750 pessoas que fizeram sentir um apelo único para que protagonizasse o projecto da candidatura. Senti com esse apelo uma enorme liberdade e responsabilidade ao mesmo tempo, até porque houve também um movimento muito forte por parte dos jovens médicos dentistas. Foram estes que me convenceram mesmo a avançar com a decisão, sem querer aqui colocar em causa o apoio nem o prestígio de ninguém.
Saúde Oral - No entanto, há também um problema crescente de excesso de médicos dentistas em Portugal. Que medidas propõe para resolver esta questão?
Orlando Monteiro da Silva - Não sou um bastonário de gabinete ou de opereta e contacto regularmente com os profissionais no terreno. Apercebi-me bem das expectativas que eram em mim depositadas por estes jovens recém chegados à profissão e entendo que há claramente um excesso de médicos dentistas no nosso país, com muitos a irem trabalhar para o estrangeiro. Não tenho meias palavras sobre isso: é uma pena que se esteja a perder este potencial e pessoas qualificadas. Além disso, é uma pena para o país que se perca assim o investimento realizado na formação destes profissionais.
Acho que efectivamente os mais jovens têm tido dificuldades em afirmar-se em Portugal e que é necessário que haja uma grande representatividade e que sejam escutados os seus problemas, como tem acontecido no site, com questionários, seleccionando grupos de discussão e tentando fazer com que as suas propostas possam obter resposta adequada por parte da OMD.
O que quero frisar é que esta candidatura é um novo projecto que promove novas ideias para os próximos três anos e, obviamente, que estaremos atentos aos problemas desta franja da profissão que tanto nos apoiou. Acho também que devemos adaptar a formação de médicos dentistas às necessidades do país e propomos medidas concretas quanto a isso, porque as faculdades vivem do número de alunos, uma vez que disso depende o seu financiamento.
Saúde Oral - Não vê então com bons olhos a abertura de mais uma faculdade de Medicina Dentária anunciada para Lisboa?
Orlando Monteiro da Silva - Sei que há pulsões nesse sentido, que a Ordem tem conseguido deter com o diálogo privilegiado que tem com o Governo – não apenas com este, mas com qualquer Governo -, fruto do prestígio que tem adquirido ao longo dos anos. Considero que, em muitos casos, é mais importante aquilo que se evita que se faça do que o que se faz. Estamos empenhados em que a postura em relação à abertura de novas faculdades permaneça e até que se reduza o número de alunos de Medicina Dentária, pois consideramos que melhoraria a qualidade do ensino.
Além disso, apregoamos uma maior aposta no ensino pós-graduado e que haja um estágio voluntário remunerado, no plano dos cursos de Bolonha, nas faculdades, hospitais, centros de saúde e em clínicas privadas, que dê aos jovens médicos dentistas maior facilidade de entrada no mercado de trabalho e uma experiência acrescida nesse contacto com a profissão.
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Com o lema “Uma Ordem por Todos!”, a lista B assume-se confiante na vitória. Das dez linhas de força pelas quais se vai reger, destaca-se a proposta da criação de um serviço de atendimento permanente de medicina dentária, assegurado por consultórios e clínicas privadas, com urgências 24 horas por dia e a criação de um Boletim de Saúde Oral distribuído logo à nascença. Fernando Guerra acusa ainda a actual direcção da OMD de ter assumido uma atitude de «subserviência aos diversos poderes instituídos» e promete reformular os cheques-dentista cujo modelo actual considera um contra-senso, uma vez que «não traz qualquer benefício a longo prazo».
Saúde Oral – O que motivou a sua candidatura a bastonário da OMD?
Fernando Guerra – Foi o acreditarmos que era altura de a Ordem se renovar e revitalizar. Achamos que a experiência de vida que temos nos preparou para este desafio e conseguimos mobilizar um conjunto de colegas que constituem uma equipa com a necessária experiência e competência a todos os níveis, para poder servir a OMD da forma que entendemos mais conveniente.Essa revitalização é fundamental e é necessário que estas instituições tenham a capacidade de se renovar e de abrir portas a novas ideias e energias.
Saúde Oral - Porquê o lema “Uma Ordem por Todos!”?
Fernando Guerra - Traduz muito daquilo que são as nossas convicções. Achamos que a OMD deve reorientar-se para as questões profissionais, dar a ênfase particular às dificuldades que os médicos dentistas sentem e a nossa acção, enquanto Ordem, será recentrar a atenção da instituição no médico dentista. Daí que estejamos convictos que não haveria melhor lema para espelhar essa vontade.
A equipa é constituída por médicos dentistas que trabalham diariamente nos seus consultórios e, por isso, temos noção da realidade e dos problemas que persistem. Queremos mudar este cenário e dar o nosso contributo para mudar o caminho que vem sendo seguido.
Saúde Oral - Depreendo pelas suas declarações que há alterações que a OMD deve introduzir no seu funcionamento. Que mudanças pretendem introduzir?
Fernando Guerra - Como já referi, as instituições devem revitalizar-se periodicamente. Para isso, propomos um enquadramento diferente na forma de abordar os problemas, através de uma reorientação para as questões profissionais, também uma abertura grande do papel do médico dentista na sociedade e termos a capacidade de constituir a OMD como um verdadeiro catalizador num plano nacional de saúde integrado e que tenha uma participação activa dos médicos dentistas.
Com isto queremos dizer claramente a integração dos médicos dentistas a todos os níveis nessa estratégia de saúde oral. Elaborámos um programa de acção que tem inúmeras propostas. Um conjunto de medidas que apresentamos no âmbito desse tal plano articulado que queremos que passe pela integração dos médicos dentistas nas equipas de Saúde Escolar, criando desde logo uma abordagem diferente da que tem sido defendida, que se estenderá a uma integração nos centros de saúde. Queremos que sejam os médicos dentistas a instituir ao nível das comunidades as estratégias adequadas, assim como as boas práticas e também que possam ser os motores de uma reformulação, que deverá ser imediata e bastante pertinente, do cheque-dentista.
Saúde Oral - Defendem portanto a integração do médico dentista no SNS?
Fernando Guerra - Sim, pretendemos é uma integração a vários níveis. A integração do médico dentista no SNS é necessária para uma melhoria efectiva da saúde oral em Portugal. Assistimos, ano após ano, à implementação de programas de saúde oral que não têm uma consequência efectiva nessa vertente e que têm vindo de uma forma atentatória a considerar os médicos dentistas apenas como mão-de-obra prestadora de cuidados, o mais baratos possível, e que atenta contra a sua dignidade profissional.Somos completamente contra esse estilo de abordagem.
Pelo contrário, pretendemos que os médicos dentistas sejam motores a nível das comunidades na implementação de estratégias de saúde oral e a OMD deve ser catalizadora dessa ideia a nível nacional.

407. Medicina dentária sazonal?

O estado actual da saúde oral em Portugal vive um período de inúmeras dificuldades e as acções encetadas pelos responsáveis do Ministério da Saúde, em iniciativas conjuntas com a Ordem dos Médicos Dentistas, persistem em medidas inconsequentes quanto à prestação de cuidados adequados aos cidadãos.
Nos últimos sete anos, duplicou o número de pessoas que abdicaram de tratar os seus dentes por dificuldades económicas. Não basta desencadear campanhas televisivas nem falar de milhões de euros de verbas orçamentadas (muitas não executadas), terminando tudo por não se traduzir em ganhos efectivos de saúde.
Os doentes e os médicos dentistas não podem ficar condenados à era do cheque-dentista! Urge encetar uma reformulação imediata do Programa Nacional de Saúde Oral. A medida cheque-dentista tem-se revelado cada vez mais ineficaz, pois o período e forma de funcionamento são inconciliáveis com a boa saúde oral de jovens, grávidas e idosos que pretende abranger.
Para os jovens, em muitos locais do país, foram emitidos cheques apenas em Agosto e o seu fim de validade deu-se neste 31 de Outubro. As doenças orais não são sazonais!
Por outro lado, a diferença entre o número de cheques emitidos e os utilizados é o reflexo da falência do modelo. A mesma ineficácia tem sido demonstrada nos atrasos de pagamento aos profissionais, havendo mais de cinco meses de espera, o que acarreta enormes dificuldades na viabilidade do emprego nas clínicas e consultórios que aderiram ao programa. A Direcção-Geral de Saúde, com o acordo da actual direcção da Ordem, estipulou directivas do Programa Nacional de Saúde Oral que atentam contra a dignidade dos médicos dentistas e tendem a inviabilizar as boas práticas no tratamento de muitas situações de doença dentária nos grupos-alvo.
Pretende-se que os tratamentos dentários necessários a uma cavidade oral sejam efectuados dentro de uma verba fixa pré-estabelecida, não olhando às diferentes particularidades e ao número dos actos médico-dentários a executar, pondo em causa a deontologia profissional e o direito à saúde. Tal atitude afronta a ética e ofende quer os doentes quer os profissionais.
As propostas de reformulação que defendemos passam pelos seguintes aspectos: a integração dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, permitindo coordenar o encaminhamento de doentes e monitorizar a evolução dos cuidados de saúde oral; a erradicação de tratamentos a ‘custo zero’; a elaboração de uma tabela de pagamentos digna e diferen- ciada para os diferentes actos médico-dentários; a penalização dos atrasos de pagamento; a simplificação dos procedimentos administrativos; a disponibilização permanente do sistema informático de registo de doentes; a alteração da denominação (cheque-dentista) para comparticipação de acto médico-dentário; a adequada monitorização científica do programa; e a liberdade universal de acesso e cessação ao mesmo.
Fernando Guerra, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra e candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

405. MANGUALDE: Projecto de saúde oral autárquico

A Câmara de Mangualde foi a única edilidade do distrito de Viseu e a primeira do país que aceitou a proposta da Associação Portuguesa de Saúde Oral: desenvolver o projecto de saúde oral ao longo de dois anos. A primeira fase do programa "Dente Limpo", que incidiu nas escolas do primeiro ciclo do concelho, terminou esta semana e já é considerada "das experiências mais bem sucedidas" nesta matéria. Mas os resultados são assustadores: perto de 80 % das crianças tem dentes com cáries. A associação está satisfeita, mas lamenta o desinteresse das restantes autarquias.
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Alguém faz o favor de informar se este programa ainda está em actividade? Qual o balanço feito pela Associação Portuguesa de Saúde Oral e a Câmara Municipal de Mangualde do trabalho realizado? Aguardamos explicações.

domingo, 8 de novembro de 2009

404. Candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

Candidato a bastonário Fernando Guerra defende reformulação do cheque-dentista - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Fernando Guerra defendeu hoje a 'reformulação imediata' do cheque-dentista, considerando que a medida é ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos.'
A medida 'cheque-dentista' inserida no Programa Nacional de Saúde Oral tem-se revelado cada vez mais ineficaz, com um período e forma de funcionamento inconcebíveis para a saúde oral dos jovens, grávidas e idosos que pretende abranger', sustenta Fernando Guerra em comunicado divulgado hoje. Segundo o candidato da Lista B, 'para os jovens em muitos locais do país foram emitidos cheques apenas em Agosto e o encerramento dos tratamentos dá-se neste 31 de Outubro'.'
As doenças orais não são sazonais', sublinha o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Segundo o candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, 'a mesma ineficácia tem sido demonstrada nos atrasos de pagamento aos profissionais, com mais de cinco meses de espera, o que acarreta enormes dificuldades na viabilidade do emprego nas clínicas e consultórios que aderiram ao programa'.
Ao defender a 'reformulação imediata do 'cheque-dentista' e do Programa Nacional de Saúde Oral', Fernando Guerra preconiza também 'uma tomada de posição firme da OMD em defesa dos doentes e dos médicos dentistas e o fim da atitude pactuante com interesses meramente políticos'.'Os doentes e os médicos dentistas não podem ficar condenados à espera do cheque-dentista', sustenta.
De acordo com Fernando Guerra, 'a Direcção-Geral de Saúde, com a anuência do ainda bastonário, pretende que os tratamentos dentários necessários na cavidade oral sejam efectuados num montante pré-estabelecido fixo, não olhando às diferentes particularidades e ao número dos actos médico-dentários a executar, pondo em causa a deontologia profissional e o direito à saúde dos cidadãos'. Por outro lado, 'a promessa eleitoral deste governo no alargamento do 'cheque-dentista' aos jovens dos 4 aos 17 anos e a diabéticos continua a não incentivar os cuidados adequados aos doentes e a não contemplar a justa retribuição de tratamentos que permitam a recuperação de peças dentárias em risco, prejudicando os cidadãos'.
Como propostas de reformulação, a lista B defende, entre outras medidas, a erradicação de tratamentos a 'custo zero', a elaboração de uma tabela de pagamentos 'digna e diferenciada' para os diferentes actos médico-dentários, a penalização dos atrasos de pagamento, a desburocratização dos procedimentos administrativos e a 'adequada monitorização científica' do programa. As eleições para a OMD estão marcadas para 12 de Dezembro, concorrendo também o actual bastonário, Orlando Monteiro da Silva.
No passado dia 12 de Setembro, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas revelou que mais de 90 mil cheques-dentista foram entregues a grávidas e idosos entre Maio de 2008 e 31 de Agosto deste ano.
Correio do Minho
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Candidato a bastonário defende alargamento de cheques-dentista a diabéticos e seropositivos - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Orlando Monteiro Silva defendeu hoje o alargamento dos cheques-dentista a diabéticos e seropositivos e a adequação do número de licenciados à procura da realidade do mercado português.
Ao contrário de Fernando Guerra, o outro candidato a bastonário, que defendeu a “reformulação imediata” do programa dos cheques-dentista por considerar a medida ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos, o candidato da Lista A à OMD considera que a medida inserida no Programa Nacional de Saúde Oral deve ser alargada. “Pretendendo não criar sobressaltos, nem mudar de rumo, nem colocar em causa o que já foi conseguido, o que está a ser negociado com o Governo, e que pode vir a ser alcançado, é o alargamento do cheque-dentista às crianças dos quatro aos 18 anos e a outros grupos especiais da população, como os diabéticos (cerca um milhão em Portugal) e os portadores de HIV positivo”, sustentou à agência Lusa.
Para o bastonário, que se recandidata ao cargo, a proposta de reformulação imediata, proposta pela Lista B, “teria como resultado o fim do programa com um prejuízo enorme para a população e para os milhares de profissionais que a ele aderiram”. A Lista A apresenta “desafios importantes” para a classe, nomeadamente “diminuir a formação do número de graduados em medicina dentária que as actuais faculdades estão a produzir”, avançou.
Nos últimos anos, passámos de cerca de 5300 médicos dentistas para 7100. Isto é desadequado à procura que existe em Portugal, cria situações de subemprego e desemprego na classe”, advogou. Esta situação está a levar os profissionais a procurarem emprego noutros países, havendo mesmo situações de dentistas inscritos em centros de emprego. “Já temos 400 médicos dentistas registados a exercer em Inglaterra e vários outros a exercer noutros países da Europa, nomeadamente no Luxemburgo, Suécia, Dinamarca, etc”, frisou, considerando esta situação “perfeitamente desadequada”.
Orlando Monteiro Silva defendeu ainda o alargamento do acesso da população à medicina dentária, através de um sistema de comparticipação das consultas de medicina dentária nos privados para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como já existe na Madeira e nos Açores. “A maioria da população portuguesa não tem acesso aos cuidados de medicina dentária pelo SNS, exceptuando os cheques-dentista”, sublinhou.
A inserção dos médicos dentistas nos hospitais do SNS, centros de saúde e unidades de saúde familiar numa carreira própria adequada à profissão é outra proposta da Lista A, assim como a inserção da medicina dentária na medicina do trabalho. “Não é admissível que a medicina dentária esteja excluída desta área, porque cerca de sete a dez por cento do absentismo ao trabalho está ligado à saúde oral”, sustentou.
Correio do Minho

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

403. Acordãos do Supremo Tribunal de Justiça

O Portal vLex permite a consulta dos vários acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça português. Assim, caso o leitor manifeste estrita necessidade, pode efectuar a activação de uma conta no vLex sem nenhum compromisso durante 3 dias e consultar diversa documentação, incluindo acórdãos no âmbito da medicina dentária.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

402. Metade dos portugueses não pode pagar dentista

«Estimamos que cerca de 50 por cento da população portuguesa não tenha capacidade para pagar sequer uma consulta na medicina dentária privada. Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral», afirmou em entrevista à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.
A Ordem tem pugnado para que haja dentistas nos centros de saúde e hospitais portugueses ou para que se criem sistemas de convenção com os privados. Orlando Monteiro da Silva citou um estudo realizado pela Universidade de Liverpool, onde Portugal figura com «o cenário mais negro na Europa» nos cuidados de saúde oral. E é em grande parte o facto de não existir oferta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao nível da medicina dentária que também está a criar um excesso destes profissionais no país e a Ordem lamenta a «ausência de planeamento de recursos humanos».
«Se a população portuguesa passasse a ter toda acesso aos cuidados de saúde oral, os médicos dentistas provavelmente não chegariam», estimou Orlando Monteiro da Silva. Mas como isto não se verifica, os dentistas portugueses estão a procurar outros países: «Estamos a exportar recursos humanos para países deficitários, como a Inglaterra e a Holanda, porque nos países nórdicos a profissão deixou de ser atractiva». Portugal e Polónia são os países que mais contribuem para os serviços de saúde oral do SNS inglês, por exemplo.
As estimativas da Ordem indicam que dentro de três anos, em 2010, haverá um dentista por cada 1.180 habitantes em Portugal. Em comparação, Espanha terá um profissional por cada 2.667 habitantes, a Holanda um para cada 2.118 habitantes e o Reino Unido um por cada 2.105 cidadãos. As projecções do número de médicos dentistas para os próximos anos revelam «um descontrolo por excesso de formação de licenciados». «O resultado será inevitavelmente o do aumento do desemprego e sub-emprego na classe», refere a Ordem.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
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Até quando vamos nós portugueses continuar a pagar dezenas de milhares de euros em impostos para pagar a formação de cada médico dentista para depois mais tarde esses mesmos médicos dentistas não poderem efectuar tratamentos dentários à população que realmente precisa?Aguarda-se resposta para esta situação no mínimo absurda e caricata para um país membro da União Europeia; tenha o Ministério da Saúde a bondade de dar a devida resposta para o email deste Blogue.