segunda-feira, 31 de maio de 2010

455. Transparência nos programas de saúde oral da Direcção - Geral de Saúde

ID Data Ent. Adjudicante Ent. Adjudicada Objecto Montante
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Nº 1 86101 2009-09-10Direcção-Geral da Saúde - Televisão Independente S.A. – TVIEmissão de spot publicitário da Campanha Sempre a Sorrir no âmbito do Programa Vertical da Saúde Oral = 58.581,21 €Nº 2 88042 2009-09-17
Direcção-Geral da Saúde - Sociedade Independente de Comunicação – SIC
Emissão de spot publicitário da Campanha Sempre a Sorrir no âmbito do Programa Vertical da Saúde Oral = 54.539,16 €Nº 3 52866 2009-05-19Direcção-Geral da Saúde - TELEVISÃO INDEPENDENTE S.A. – TVI
Transmissão de spot publicitário da Campanha “Sempre a Sorrir” integrado no Programa Vertical da Saúde Oral = 53.604,28 €Nº 4 85004 2009-09-08Direcção-Geral da Saúde - Rádio e Televisão de Portugal S.A.Emissão de spot publicitário da Campanha Sempre a Sorrir no âmbito do Programa Vertical da Saúde Oral = 49.524,78 €
Nº 5 132383 2010-02-10Direcção-Geral da Saúde (DGS) - Luis Carvalho Neves & Associados, Soc. Advogados de Responsabilidade Ilimitada
Aquisição de serviços de consultoria e assessoria jurídica. Para as áreas relativas ao Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde, Projectos de Saúde Oral nas Grávidas e nos Idosos e Acompanhamento e Análise Jurídica do Projecto de Incentivos à Procriação Médica Assistida = 37.677,10 €
Nº 6 52871 2009-05-19Direcção-Geral da Saúde - SOCIEDADE INDEPENDENTE DE COMUNICAÇÃO – SIC
Transmissão de spot publicitário da Campanha “Sempre a Sorrir” integrado no Programa Vertical da Saúde Oral = 37.326,17 €
Nº 7 47739 2009-05-04Direcção-Geral da Saúde - Utopia Azul - Produção de Filmes Ldª.Aquisição de serviços de concepção, criação, rodagem e produção de spot publicitário alusivo às boas práticas em higiene oral, da Campanha “Sempre a Sorrir”, no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral = 35.892,96 €
Nº 8 52885 2009-05-19Direcção-Geral da Saúde - RÁDIO TELEVISÃO PORTUGUESA – RTP 1Transmissão de spot publicitário da Campanha “Sempre a Sorrir” integrado no Programa Vertical da Saúde Oral = 29.089,98 €
Nº 9 39594 2009-03-31Universidade de Aveiro - Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA)
Aquisição de serviços de desenvolvimento e implementação de componentes de software, concretamente “serviços de integração” e “transversal”, para o sistema de Informação para a Saúde Oral (SISO) – Extensão à Saúde Escolar = 27.633,88 €
Nº 10 83760 2009-09-03Direcção-Geral da Saúde - Look Concepts - Marketing e Comunicação Ldª
Produção gráfica de 450.000 unidades de tripticos para a campanha É Sempre a Sorrir no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral = 26.350,00 €
Nº 11 38761 2009-03-27Direcção-Geral da Saúde - LookConcepts – Communication Group
Aquisição de serviços de concepção criativa e produção de 300.000 “Trípticos” da Campanha “Sempre a Sorrir” no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral = 24.160,00 €
Nº 12 41182 2009-04-06Universidade de Aveiro - !UZ – Technologies, Lda.Aquisição de serviços de desenvolvimento e Implementação de componentes de software, respeitantes às camadas “apresentação” e “lógica aplicacional” da arquitectura aplicacional do Sistema de Informação para a Saúde Oral (SISO), à Saúde Escolar, em desenvolvimento na Universidade de Aveiro = 22.275,00 €
Nº 13 62698 2009-06-22Universidade de Aveiro - Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA)
Aquisição de serviços de desenvolvimento e Implementação de componentes de software, no âmbito do Sistema de Informação para a Saúde Oral (SISO), respeitantes às funcionalidades de “Edição de Diagnóstico e Plano de Tratamento” e de “Alteração de Registos de Diagnóstico, Plano de Tratamento e Tratamentos” relativos às camadas “serviços de integração” e “transversal” da arquitectura aplicacional do SISO, em desenvolvimento na Universidade de Aveiro = 10.480,16 €
Nº 14 62711 2009-06-22Universidade de Aveiro - !UZ – Technologies, Lda.
Aquisição de serviços de desenvolvimento e Implementação de componentes de software, no âmbito do Sistema de Informação para a Saúde Oral (SISO), respeitantes às funcionalidades de “Edição de Diagnóstico e Plano de Tratamento” e de “Alteração de Registos de Diagnóstico, Plano de Tratamento e Tratamentos” relativas às camadas “apresentação” e “lógica aplicacional” da arquitectura aplicacional do SISO, em desenvolvimento na Universidade de Aveiro = 9.280,00 €
Nº 15 52860 2009-05-19Direcção-Geral da Saúde - ZON – SIC NOTÍCIAS
Transmissão de spot publicitário da Campanha “Sempre a Sorrir” integrado no Programa Vertical da Saúde Oral = 9.144,62 €
Nº 16 87945 2009-09-17Direcção-Geral da Saúde - LookConcepts - Marketing e Comunicação Ldª
Distribuição de 450.000 folhetos (tripticos) referentes à Campanha Sempre a Sorrir no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral = 6.750,00 €
Nº 17 21489 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Isabel Maria Lopes GuerraAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados - 2.200,00 €Nº 18 21491 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Laura Maria Martins de Sousa
Avaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 19 21492 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Maria Emilia Leite da AssunçãoAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 20 21493 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Fernando Miguel Brandão de Pinho
Avaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 21 21495 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Roberto Alexandre Domingues da Costa Fernandes
Avaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 22 21496 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Yussef Moahamad Abon HamiaAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 23 21498 2009-01-26Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Joana Moutinho FigueiredoAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 24 23080 2009-01-29Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Ivone Clarisse Neves de Almeida Machado
Avaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 25 25936 2009-02-09Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Paula Manuela Gonçalves da CunhaAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Nº 26 26591 2009-02-10Administração Regional de Saúde do Algarve, I.P. - Ana Filipa Horta Martins SantosAvaliação do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral 2008 para Crianças e Jovens Escolarizados = 2.200,00 €Transparência na AP
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A presente lista, resumida, ilustra um conjunto de adjudicações ao abrigo dos Programas de Saúde Oral implementados pela Direcção – Geral de Saúde. Uma atenta leitura dos dados e nomeadamente das entidades a quem foram adjudicados os serviços levanta uma serie de dúvidas relativamente ao seu procedimento, tendo em conta a razão dessas entidades e o desbarato orçamental envolvido.
Trata-se de verbas astronómicas, recursos finitos recolhidos a partir dos impostos pagos por cada um de nós e que carecem de razoável explicação relativamente ao fim a que foram destinados, uma vez que em nenhuma das adjudicações discriminadas estão envolvidos quaisquer actos médicos de tratamentos orais a crianças ou a outros pacientes. Trata-se de larguíssimas centenas de milhares de euros que poderiam ter sido canalizado para tratar a saúde oral de largos milhares de pessoas que estão à margem de qualquer acesso a cuidados de saúde oral.
Por cada uma das verbas, temos alguma curiosidade em saber a justificação encontrada para a sua realização. As verbas número 1, 2, 3 e 6 dão a entender que foram utilizadas para pagar publicidade a canais privados de televisão; não se entende o gasto de recursos em canais de televisão privados quando os portugueses suportam integralmente, com os seus impostos, dois canais públicos de televisão, para além de vários canais regionais e internacionais, que emitem largas centenas de hora por semana (bastaria ter aberto um pequeno espaço diário de alguns minutos na sua programação e ter-se-iam poupados centenas de milhares de euros do erário publico); não creio que exista qualquer obrigatoriedade do erário público ter que suportar financeiramente interesses privados de comunicação social (pelo menos disso não tenho conhecimento publico).
As verbas número 4 e 8 não têm justificação plausível, porque não se pode conceber que uma entidade pública subsidie outra entidade pública já suportada pelos nossos impostos. Além disso, a RTP não visa a obtenção de quaisquer lucros e o seu financiamento jamais poderá ser feito à custa do desvio de fundos da saúde oral das crianças (acto imoralmente aceite).
A verba número 7 teria sido largamente poupada se se tem convidado, por concurso público, a realização do spot junto de estabelecimentos de ensino; largas centenas de cursos de audiovisual de escolas secundárias, profissionais ou do ensino superior fariam igual ou melhor por muito menos e muitíssimo empenho pelos actores envolvidos.
As verbas número 9, 12, 13 e 14 levam a interrogação acerca da existência de centros de informática na Administração Pública, concerteza dotada dos melhores recursos materiais e humanos existentes em Portugal; além disso, seria assim tão necessário o desenvolvimento de programas informáticos para a implementação do programa? Simples recursos informáticos livres na internet bastaria e teriam o mesmo alcance, sem necessidade alguma de investir recursos financeiros escassíssimos e sem quaisquer complicações.
As verbas 10, 11 e 16 voltam novamente a ser para entidades externas (e curiosamente sempre a mesma!); se se fossem feitos em tipografias existentes nas escolas ou universidades também ficariam ao mesmo preço? E tão elevada quantidade não teria justificado um concurso publico?
A verba número 15 é extraordinária: pagamentos efectuados a um canal de televisão fechado, inacessível à esmagadora maioria da população portuguesa. Obviamente sem qualquer comentário.
As verbas número 17 a 26 dão a entender que existe falta de recursos humanos na Administração Regional de Saúde do Algarve para fazer o trabalho de casa.
Por todas estas razões, encaminho este poste para o Tribunal de Contas.
Em jeito de conclusão, dou a conhecer o investimento do erário público neste Blogue, ao longo de toda a sua existência – ZERO EUROS.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

454. Cáries mais prováveis em crianças que não tomam pequeno-almoço

Um estudo das Clínicas Vital Dent revela que as crianças, entre os dois e cinco anos, que não tomam o pequeno-almoço de maneira correcta apresentam um risco até quatro vezes maior de apresentar cáries em comparação com os que tomam o pequeno-almoço equilibrado. O estudo revela ainda que metade das crianças que tem uma refeição matinal adequada, não lava os dentes depois de comer alimentos ricos em açúcar.
Um vasto número de crianças vai à escola sem tomar o pequeno-almoço, sem que os pais percebam o grave problema que tal pode acarretar, não só no rendimento escolar, mas também na saúde oral. Por um lado, muitas das crianças que saltam a primeira refeição do dia têm tendência a comer entre horas, alimentos açucarados, aumentando o risco de vir a desenvolver cáries.
Por outro lado, é normal que os pais, devido à falta de tempo e impaciência dos filhos, recorram a soluções mais fáceis e atractivas como produtos de fácil consumo, mas ricos em açúcar. Há falta de tempo, ainda se acrescenta o facto das crianças não lavarem os dentes depois de comer estes alimentos.
Segundo o último estudo realizado pelas Clínicas Vital Dent sobre a saúde oral infantil, só uma em cada cinco crianças (57%) afirma lavar os dentes depois de comer alimentos ricos em açúcar, enquanto que 30% afirma fazê-lo só de vez em quando e 13% nunca.
Não podemos esquecer que o açúcar é o maior inimigo dos nossos dentes já que a placa bacteriana transforma-o num ácido que destrói o esmalte dos dentes. Quando esta capa vai desaparecendo progressivamente pela sua descalcificação, deixa de protegê-los e permite que as bactérias presentes na boca os ataquem provocando cáries e, consequentemente, dor.
A educação das crianças como a melhor prevenção - A educação com base em hábitos saudáveis e vigiar o que comem as crianças ajuda a protegê-las contra as cáries. Se desde cedo tomarem o pequeno-almoço correctamente, o organismo irá habituar-se a tal e exigirá um bom pequeno-almoço todos os dias, prevenindo o consumo extremo de açúcar.
“É importante criar hábitos nos mais pequenos para uma dieta saudável. Recomendamos que para os lanches, as crianças que consumam sumos naturais ou frutas e poucos doces”, aconselha João Azevedo, médico dentista das Clínicas Vital Dent. “Para além disso, para prevenir as cáries é necessário que os pais ensinem às crianças a lavar os dentes após as refeições. O uso de uma escova suave, fio dentário e uma pasta dentífrica rica em cálcio e flúor não deve faltar na limpeza diária dos mais pequenos”, acrescenta ainda.
As Clínicas Vital Dent, como especialistas na saúde oral, recomendam que as crianças tomem um pequeno-almoço completo e equilibrado, composto por alimentos lácteos, hidratos de carbono e fibras, proteínas e frutas.

terça-feira, 25 de maio de 2010

453. Crise leva milhares a tratar dentes nas faculdades

A crise está a levar mais pessoas a procurarem tratamentos dentários feitos por alunos a preços reduzidos nas faculdades. No ano passado, realizaram-se mais de 65 mil consultas só em Lisboa e no Porto.
Na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, o preço das consultas oscila entre os 15 e os 25 euros. Mas a mesma crise que leva mais gente a estes serviços faz com que muitos comecem a evitar também aqui os tratamentos mais caros.
No terceiro piso da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL), quase só se ouve o barulho dos equipamentos dos mais de cem alunos dos 4.º e 5.º anos. Os pacientes parecem descansados nas mãos dos estudantes: a intervenção só começa depois de uma avaliação da história clínica e cada novo passo só é dado após aval do professor.
Ali, realizam-se anualmente cerca de 40 mil consultas. "Ninguém pode passar para a fase seguinte sem ser controlado e assinado por nós", explica Rosário Mexia, uma das assistentes de Dentisteria da Faculdade. A professora fez parte da primeira turma de alunos daquela faculdade, na década de 70, e garante que "nunca assistiu a nada de grave".
No Porto, o director da clínica, Paulo Melo, lembra que os alunos "começam pelos actos mais simples e conforme vão ganhando experiência e conhecimento vão avançando". Em 2009, realizaram--se cerca de 25 mil consultas.
Nas faculdades existe a obrigação moral de "prestar um serviço de excelência à comunidade", diz o presidente da associação de estudantes da FMDUL, Diogo Monteiro. Sem a pressão comercial das clínicas, os futuros dentistas podem "discutir a história clínica e recorrer a vários especialistas que já são professores catedráticos, professores assistentes", sublinha.
Maria do Carmo Silva, 48 anos, descobriu este serviço há três anos. "Já passei por várias mãos e não tenho razão de queixa. São simpáticos e muito preocupados. Já fiz aqui alguns tratamentos complicados e são tão cuidadosos que às vez ligam-me para saber como estou a reagir."
A questão do preço também é uma mais-valia. "As consultas são bastante mais económicas e, em tempos de crise, isto também conta", admite.
Diário de Notícias

domingo, 23 de maio de 2010

452. Dentistas associam-se a pediatras na saúde oral

Em 2008, os jovens de 15 anos apresentavam, em média, três dentes cariados, perdidos ou obturados. Uma média alta, que resulta muito da falta de prevenção em criança. Alertar os pediatras para a saúde oral é o objectivo da Sociedade de Odontopediatria.
O primeiro congresso ibérico desta subespecialidade de Medicina Dentária pretendeu dar umas luzes a pediatras, médicos-dentistas e higienistas orais sobre a melhor forma de lidar com os mais pequenos. "A saúde oral das crianças portuguesas tem vindo a melhorar, mas ainda há dados que ficam aquém das metas fixadas pela Organização Mundial da Saúde e dos níveis conseguidos nos países nórdicos, por exemplo", explicou ao JN Luís Pedro Ferreira, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Odontopediatria.
O encontro visou justamente alertar para isso. Criada há um ano, a sociedade associou-se à já antiga congénere espanhola para levar ao Porto vários especialistas internacionais em Odontopediatria. "Ainda persiste a ideia de que não é preciso tratar os dentes de leite. É um erro tremendo. Se a oclusão não estiver equilibrada, por exemplo, vai condicionar o crescimento ósseo do maxilar, vai gerar problemas de mastigação numa altura em que as crianças têm de assimilar o máximo de nutrientes e pode ainda originar problemas de dicção", explicou o médico dentista, que se subespecializou em Barcelona.
É que os dentes de leite surgem entre os seis meses e os três anos de idade e só começam a ser substituídos a partir dos seis, permanecendo com a dentição definitiva durante outros seis anos. "Qualquer infecção pode facilmente afectar o dente definitivo". A situação portuguesa melhorou com a implementação do Programa Nacional de Saúde Oral e, admite Luís Pedro Ferreira, ganhou novo impulso com o alargamento dos cheques-dentista às crianças.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

450. Turma do Bem em Portugal, pela Saúde Oral

Antes de tudo, parabenizo pelo excelente blog “Saúde Oral - A Saúde da Saúde Oral em Portugal”: notícias e comentários que trazem à tona a REALIDADE em que se encontra a saúde oral do portugueses. Pelo mesmo motivo, agradeço pela imensa fonte de dados e informações à cerca desta realidade.
Mas escrevo para dizer que a Turma do Bem, cuja missão é “mudar a percepção da sociedade na questão da saúde bucal e da classe odontológica com relação ao impacto socioambiental de sua atividade” exercida através do nosso principal projeto, o Dentista do Bem. Fundada por um dentista em 2002 no Brasil, país em que o povo também sofre com a falta de atendimento público de qualidade e a outra opção são os dentistas privados: uma classe profissional explorada e desvalorizada.
Através deste inovador projeto de voluntariado em rede, reconhecido internacionalmente, mudamos essa realidade pouco a pouco: já são 7 000 dentistas que atendem gratuitamente 12 000 crianças. E outros projetos, como a “Liga do Dentista Limpo” ou o “Dentista Verde” amparam e informam nossos Dentistas do Bem sobre questões importantes, atropeladas pelo cotidiano.
Abaixo, links de nossos documentários, que traduzem a nossa luta e podem ser vistos no Youtube:
Dente por dente:
Festa do Biscoito:
Estamos em expansão internacional, já estamos presentes em outros oito países da América Latina e com apoio da Fundação EDP, estamos a implementar o projeto em Portugal desde março. Gostaria muito de conhecer o autor ou autora do blog, e poder apresentar nossos desafios, que acredito serem os mesmo do blog Saúde Oral.
Meus sinceros cumprimentos, Murilo Casagrande
Turma do Bem Europa
Avenida Brasília - Central Tejo
1300-598 - Lisboa - Portugal
Tel: + 351 21 002 8125
Tm: + 351 92 620 8751

sexta-feira, 7 de maio de 2010

448. ESCOLA SECUNDÁRIA DR. FRANCISCO FERNANDES LOPES (OLHÃO): Produto Final não aprovado

Tal como já foi dito inúmeras vezes aqui no blogue ao longo do ano, o produto final (pelo menos o oficial) do projecto Saúde Oral era a implantação de máquinas que disponibilizam escovas e pastas dentríficas nas casas de banho da escola. A proposta foi a conselho executivo, contudo, por razões monetárias, esta não foi aprovada.
Como tal, este produto não vai ser realizado já. O grupo vai deixar tudo preparado para que, num próximo ano, as máquinas possam ser postas na escola.
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Extremamente confrangedor e desesperante ver um projecto a ficar na gaveta, quando se trata de algo que foi lançado e trabalhado pelos próprios jovens. É lamentável que as autoridades competentes, nomeadamente a Direcção Regional de Educação do Algarve e a Direcção – Geral de Saúde, façam tábua rasa das iniciativas dos jovens e nada façam para que esta iniciativa seja implantada no terreno e seja um projecto inovador a nível nacional; extremamente vergonhoso a atitude que estas instituições estão a ter para com estes jovens.
Entretanto já há largas dezenas de milhares de milhões de euros em modernização do parque escolar porque é dinheiro fresco que pode ser distribuído para os construtores civis; já a saúde oral das crianças e adolescentes pode ficar para a próxima geração, para os filhos dos nossos filhos.
É isto que os políticos e governantes têm para oferecer aos nossos jovens.

terça-feira, 4 de maio de 2010

447. Cheques-dentista por pagar aos profissionais

A promessa não foi cumprida. Os médicos dentistas da Região Norte continuam à espera do pagamento da maioria das consultas dadas no âmbito do Programa Nacional de Saúde Oral. Apesar de haver dinheiro. O caos nos serviços só regularizará em Junho.
A garantia dada ainda muito recentemente pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde era de que a pagamento dos cheques-dentista aos profissionais que tratam pacientes encaminhados pelos centros de saúde entraria nos eixos no passado dia 31 de Março. O argumento para justificar o atraso nos pagamentos, que se arrasta desde Outubro, era a incapacidade dos serviços das administrações regionais de Saúde (ARS) do Norte e do Centro em lidar com o volume de pedidos.
A verdade é que a ARS Centro resolveu o problema, mas não a do Norte. A falta de pessoal era a desculpa, numa fase em que caíram pedidos de pagamentos relativos aos tratamentos de crianças, integradas no Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) em Maio de 2009. Os cheques foram entregues entre Julho e Agosto, originando um excesso de volume a partir de Setembro. Foi preciso recorrer a serviços externos para ajudar na gestão dos pagamentos.
Segundo Paulo Melo, secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas, a situação só agora começa a ter solução. "De Outubro a Março foram validados 59.148 cheques-dentista, sendo que os prestadores enviaram a facturação correspondente a 12.486 cheques. Os últimos pagamentos dizem respeito, na sua maioria, a facturação de Dezembro", explica Paulo Melo. O próprio atraso levou os médicos a não enviar as facturas. A dívida acumulada está 285 400 euros, com promessa de liquidação "na próxima semana".
Só que, entretanto, vão acumulando os cheques emitidos desde Janeiro. A indicação oficial, adianta o dirigente, é a de que a normalização dos pagamentos (a 30 dias) só será uma realidade em Junho. "Já fizemos sentir aos secretário de Estado que a promessa não foi cumprida", apesar de haver "um sinal" de melhoria. No Centro, com menos volume de vales, a contratação de pessoal resolveu o problema, subsistindo apenas situações pontuais de "atrasos pouco significativos". Nas outras ARS, não se verificou qualquer problema.
O PNPSO permitiu o acesso a cuidados de saúde oral a algumas camadas da população, através da entrega de vales de 40 euros para tratamentos nos consultórios privados que aderiram ao programa. Começou por abranger as cerca de 65 mil grávidas anualmente acompanhadas nos centros de Saúde (não se estendem às que optam pela privada) e os idosos beneficiários do complemento solidário, grupo cuja adesão à medida continua fraco, por dificuldades de "informação" dos próprios e de cruzamento de dados com a Segurança Social. No ano passado, estendeu-se às crianças de sete, dez e 13 anos. Com perto de 30 milhões de euros alocados este ano, o PNPSO alarga-se em breve aos doentes com VIH.
Jornal de Notícias (19 de Abril de 2010)
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Se o Ministério da Saúde e a Direcção – Geral de Saúde provocam o caos tratar uma percentagem tão pequena de crianças e adolescentes, então imagine-se como andará o resto da população portuguesa em termos de saúde oral.
Era bom que a Comissão de Saúde da Assembleia da República apurasse os responsáveis pelo caos que há na saúde oral em Portugal; os portugueses pagam impostos para pagar o trabalho feito pelos senhores deputados e desejam ser esclarecidos porque motivo a saúde oral não funciona em Portugal.

domingo, 2 de maio de 2010

446. Governo dos Açores investe na saúde escolar

As crianças e jovens açorianos, até aos 18 anos, vão passar a ser alvo de exames de saúde periódicos, a partir do próximo ano lectivo, no âmbito de um programa de saúde escolar promovido pelo Governo Regional dos Açores.
O Programa Regional de Saúde Escolar e de Saúde Infanto-Juvenil foi hoje apresentando no auditório da Escola Básica Integrada Francisco Ornelas da Câmara, integrado nas comemorações do Dia Mundial da Saúde. Na ocasião foi, também assinado um protocolo entre as Secretarias Regionais da Saúde e da Educação e Formação, que estabelece os mecanismos de cooperação com vista à implementação deste programa inovador, que contempla a realização de vários exames periódicos para despistagem de doenças em áreas como a saúde oral, obesidade, visão e audição.
Pretende-se incutir nos alunos do Pré-escolar ao Secundário competências de autonomia, de responsabilidade e sentido crítico, indispensáveis à adopção de comportamentos e estilos de vida saudáveis. A Secretaria da Saúde vai assegurar que as unidades de Saúde incluam a promoção da saúde em meio escolar nos respectivos planos de actividade, enquanto a Secretaria Regional da Educação e Formação se compromete a efectuar uma reorganização dos programas do ensino básico e secundário, na perspectiva do desenvolvimento da educação para a saúde, nos projectos de escola e de turma.
Serão formadas 17 equipas de saúde escolar, que incluirão um médico e um enfermeiro na base de 24 horas semanais por cada grupo de 2500 alunos. Podem integrar, ainda, estas equipas outros profissionais da área da Saúde e da Educação. “O Governo Regional, ao intervir na prevenção e no diagnóstico, estará a contribuir para a saúde e bem-estar das nossas crianças e jovens e, simultaneamente, espera-se que venha a reduzir substancialmente os custos sociais e económicos decorrentes de uma despistagem e tratamento tardios”, afirmou a Secretária Regional da Educação e Formação.
Para Lina Mendes este projecto de saúde escolar tem de funcionar como um contributo do Governo para a salvaguarda da saúde das populações mais jovens, sem contudo se sobrepor ao papel das famílias e dos encarregados de educação, os quais são em primeira instância os principais responsáveis pela saúde dos seus filhos/educandos.
Numa fase posterior é intenção da Secretaria Regional da Educação e Formação criar uma base de dados que garanta que cada aluno do Sistema Educativo Açoriano tenha um registo pessoal que integre não só informação relativas ao seu percurso escolar, mas também dados da sua saúde. Segundo Lina Mendes, este registo permitirá melhorar consideravelmente os níveis da gestão escolar, uma vez que, por exemplo, quando um aluno mudar de escola, o novo estabelecimento de ensino terá acesso imediato a todo o historial escolar e de saúde do aluno que recebe.
Para o Secretário Regional da Saúde estamos perante “um Plano de grande alcance em termos de prevenção e, porventura, um dos mais sólidos investimentos na saúde”. Segundo Miguel Correia muitas das nossas crianças e dos nossos jovens têm excesso de peso, uma alimentação desequilibrada e praticam pouca actividade física. Por outro lado a ameaça constante das dependências coloca em sério risco a adopção plena de uma vida saudável.
“Queremos que as nossas crianças sejam vistas regularmente pelo médico, que os seus parâmetros de saúde sejam avaliados periodicamente, que os nossos jovens saibam mais sobre saúde, saibam cozinhar refeições rápidas, divertidas e saudáveis”, disse.
* * *
Não se entende que estes projectos não sejam de âmbito nacional, restringindo-se apenas a uma percentagem muito reduzida de crianças e jovens do país. É nestes aspectos que as entidades promotoras da saúde, e designadamente as organizações de médicos dentistas terão de actuar junto do governo, designadamente dos Ministérios da Saúde e da Educação e da Direcção-Geral de Saúde; tenham coragem e assumam as responsabilidades que lhes competem.
Enquanto não se apostar a sério em cuidados de saúde oral primários em todas as escolas e centros de saúde do país, continuaremos a ser um país europeu lembrado pelas piores condições de saúde oral da população.
Não poderemos continuar a enterrar a cabeça na areia e deixar tudo na mesma como está: a pior coisa que a geração de hoje pode fazer é limitar desde já a saúde oral dos nossos filhos e netos, deixando-os à sorte que tiverem e serem primeiros candidatos a futuros adultos revoltados com o sistema.