domingo, 31 de janeiro de 2016

669. Serviço de saúde português cai para 20.º lugar em ranking internacional



Desigualdade no acesso aos serviços de saúde, atrasos nas cirurgias, dificuldade em fazer tratamentos no estrangeiro, elevado número de cesarianas, dificuldade de acesso a médico de família e cuidados de saúde oral de fora do Serviço Nacional de Saúde são algumas das áreas que estão a contribuir para uma avaliação mais negativa do sistema de saúde português. De acordo com o ranking internacional feito pela organização sueca Health Consumer Powerhouse, Portugal surge na edição de 2015 no 20.º lugar do Índice de Assistência Médica Europeu, quando em 2014 estava na 13.ª posição.
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Quanto a Portugal, o país aparece a “vermelho” em temas como o acesso directo a consultas com médicos especialistas, o tempo de espera para cirurgias não urgentes, as infecções por Staphylococcus aureus resistente aos principais antibióticos, a diálise feita fora de meio hospitalar, o acesso público a médicos dentistas e o consumo de álcool. A “amarelo” surgem questões como a publicitação de dados sobre a qualidade dos serviços prestados, o acesso a fármacos inovadores, consultas com o médico de família no próprio dia, tempo de espera para tratamentos oncológicos ou alguns exames complementares de diagnóstico. Os casos de depressão, anos de vida perdidos e sobrevivência ao cancro também são motivo de apreensão. Pelo contrário, o país consegue resultados “verdes” em temas como a prescrição electrónica, acesso a uma linha de saúde 24 horas por dia (Linha Saúde 24, 808 24 24 24), redução de mortes por enfarte e acidente vascular cerebral, cirurgia às cataratas, transplantes renais e vacinação.
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Por outro lado, a Health Consumer Powerhouse destaca que os melhores resultados são encontrados em países com sistemas de saúde baseados em seguros sociais — Portugal tem um serviço público financiado essencialmente pelos impostos.
Romana Borja-Santos