quarta-feira, 29 de abril de 2009

346. CONSTÂNCIA: Protocolo na área da Saúde Oral

No dia 7 de Abril, Constância viu assinado o Protocolo Para o Desenvolvimento Integrado da Actividade de Protecção e Tratamento Dentário no âmbito da Saúde Oral / Saúde Escolar, uma iniciativa que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. O Protocolo foi assinado entre o Centro de Saúde, a Câmara e o Agrupamento de Escolas de Constância. O protocolo tem como principais objectivos: reduzir os níveis de cárie dentária na dentição permanente dos jovens que frequentam o 1º e o 2º Ciclo do Ensino Básico do Concelho de Constância, complementar o programa básico de saúde oral em Constância, assegurando que todas as crianças escolarizadas do 1º e do 2º ciclo tenham acesso a este programa.
O Mirante * * *
Mais uma iniciativa de louvar protagonizada a nível local; é bom que estas iniciativas sirvam de exemplo ao resto do país. Espera-se que haja resultados e que os mesmos sejam sempre divulgados e tornados públicos; é preciso que os protocolos estabelecidos produzam resultados reais e que não passem de simples manobras teóricas que depois mais tarde não produzem qualquer efeito real e acarretam gastos completamente desnecessários ao orçamento público.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

345. A saúde oral proposta pelos partidos representados na Assembleia da República

Nota: Aguardo respostas do PS, PSD, PCP, BE e PEV
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A estratégia europeia e as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a saúde oral apontam para que, em 2020, pelo menos 80% das crianças com 6 anos de idade estejam livres de cárie e, aos 12 anos, o CPOD não ultrapasse o valor de 1.5. Portugal tem um Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, elaborado em 2005; ao ler o Programa, os cidadãos ficam ainda a saber que “ao sector público compete assegurar a promoção da saúde, a prevenção das doenças orais e a prestação de cuidados de saúde dentários, passíveis de serem realizados no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ora a verdade é que os cuidados de saúde médico-dentários não são, nem pouco mais ou menos, satisfeitos pelo SNS. Existem actualmente 6 mil dentistas em Portugal, inscritos na Ordem dos Médicos Dentistas, número mais do que suficiente para cobrir as necessidades nacionais. A este propósito, o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas afirmou, há poucos meses, que a Ordem poderá ser obrigada a limitar o acesso à profissão. Uma das razões apontadas para o excesso de médicos dentistas deve-se ao número de faculdades e de alunos inscritos, que é bastante avultado dificultando, assim, o escoamento total destes profissionais no mercado de trabalho português. Importa realçar que, todos os anos, saem para o mercado de trabalho 600 novos licenciados e que cerca de 247 dentistas portugueses estão a trabalhar no estrangeiro. No entanto, e apesar do aparentemente elevado número de dentistas no nosso país, os cuidados de saúde oral no SNS são praticamente inexistentes! Do que se sabe, existem apenas 43 unidades de estomatologia em todo o país, unidades essas que só tratam internados e situações graves.
Iniciativas do CDS: 1. Para tentar confirmar o número de unidades de estomatologia, em Junho de 2008, o CDS-PP enviou por escrito uma pergunta à Senhora Ministra da Saúde, questionando quantos serviços de estomatologia/medicina dentária existem nos Hospitais do SNS; quantos e quais os Centros de Saúde e USF que têm cuidados de saúde oral; e quantos médicos dentistas e estomatologistas exercem funções no SNS, discriminados por Hospitais, Centros de Saúde e USF. O CDS-PP já reenviou esta pergunta mais duas vezes – a última no passado dia 9 de Abril – e, até hoje, a Senhora Ministra nunca respondeu, como é sua obrigação regimental. Podemos, assim, deduzir que apesar das recomendações internacionais e apesar da existência de um Programa Nacional, as medidas deste Governo para assegurar os cuidados de saúde oral aos cidadãos ficaram-se apenas pela distribuição dos cheques-dentista, apresentados no Orçamento de Estado 2008 e destinados a crianças, grávidas e idosos. 2. O CDS-PP já apresentou, por diversas vezes, uma iniciativa legislativa pedindo a inclusão dos médicos dentistas na carreira dos Técnicos Superiores de Saúde, que foi rejeitada pela maioria socialista. 3. Também defendemos que todos profissionais liberais – médicos e tecnologias da saúde oral incluídos, naturalmente – que pratiquem acções de voluntariado, dando o seu tempo para tratar gratuitamente a saúde dos mais desfavorecidos, possam descontar no IRS as horas que dedicam ao voluntariado. O CDS-PP entende que muitas medidas têm de ser tomadas em matéria de saúde oral. Medidas que se traduzem nas seguintes questões: onde está a intervenção de prevenção da cárie dentária, que deveria ser realizada nas escolas? Foi ou está a ser feita? Em que escolas? Quantas crianças e adolescentes abrange? Quantos cidadãos podem recorrer ao SNS para obter cuidados de saúde oral, com garantias de atendimento? Em que localidades do país? Quantas acções de formação foram feitas junto das famílias portuguesas? Quantas campanhas de informação e sensibilização foram realizadas a nível nacional? O Ministério da Saúde faz a avaliação dos serviços prestados pelos médicos dentistas contratualizados? Como é feita essa avaliação? Estará Portugal em condições de atingir em 2020 as metas estabelecidas pela OMS? Infelizmente, estas perguntas continuam sem resposta. Pior, estas e muitas mais matérias relativas à saúde oral continuam sem acção por parte deste Governo. Permanecem esquecidas. Portugal, um país da União Europeia, em pleno século XXI orgulha-se de distribuir computadores “Magalhães” nas escolas, orgulha-se de, em tempo de crise, poder investir em projectos megalómanos como um novo aeroporto ou o TGV, mas não pode orgulhar-se de assegurar aos seus cidadãos alguns dos cuidados de saúde mais básicos e elementares como são os cuidados de saúde oral. É em casos como este que entendemos que Portugal deve olhar, com humildade, para um país lusófono, o Brasil, cuja saúde oral é das mais avançadas do Mundo. Este país tomou a decisão política, há décadas, de apostar fortemente na saúde dentária, como factor de saúde pública de pleno direito. Iniciaram-se campanhas de sensibilização em todo o território do país (de dimensão incomparavelmente maior que Portugal) para incutir na população uma ideia: um sorriso com dentes saudável é FUNDAMENTAL. Nas escolas, as crianças e jovens são acompanhados desde cedo para uma preocupação constante com a higiene e saúde oral; em meio hospitalar, todos são acompanhados para não deixarem de cuidar dos seus dentes. Assim, Portugal deverá assumir a saúde oral como uma prioridade, designadamente: - Criando campanhas eficazes junto da população (sobretudo a jovem); - Dignificação dos profissionais; - criação da carreira ou maior contratualização do Estado com médicos dentistas.

domingo, 19 de abril de 2009

344. EDUCAÇÃO ALIMENTAR: Conselhos aos pais

Educação alimentar
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Prevenir a cárie dentária pela redução dos alimentos cariogénicos implica não só reduzir a quantidade de ingestão de açúcares, mas também, e principalmente, a sua frequência. Também sob este ponto de vista, as instituições têm um papel muito importante, pois podem promover dietas equilibradas, com baixo consumo de alimentos açucarados (ex: uma sobremesa por semana, um pão com manteiga em vez de doce).
Existem materiais muito úteis, nesta área, nomeadamente o ‘Manual para uma Alimentação Saudável em Jardins de Infância’ e o ‘Manual de Educação para a Saúde em Alimentação’, que se recomendam. A dieta deverá incluir alimentos que estimulem a mastigação. No entanto, há pessoas com problemas neste domínio que, geralmente, comem papas. Deve-se, assim, ter o cuidado de não adicionar açúcar a estas preparações.As recompensas alimentares dadas por alguma tarefa bem sucedida não devem ser açucaradas.
Os técnicos devem sensibilizar as instituições e os pais para a importância do baixo consumo de alimentos açucarados e refrigerantes, informando que: • os alimentos açucarados, sólidos e aderentes aosdentes são os mais cariogénicos;
• o efeito cariogénico dos alimentos é maior se estes forem ingeridos no intervalo das refeições;
• uma boa dieta passa pela selecção de alimentos naturais, fruta, legumes, cereais e alimentos fibrosos. Fonte:Portugal. Direcção-Geral da Saúde – Divisão de Saúde Escolar, Manual de Boas Práticas em Saúde Oral para quem trabalha com crianças e jovens com necessidades de saúde especiais. –Lisboa, Direcção-Geral da Saúde, Divisão de Saúde Escolar, 2002.
(Retirado de Professor Escovinha)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

342. Análise ao Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2008 (7ª Parte)

As doenças orais na infância e na adolescência
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O Estudo Nacional de Prevalência da Doenças Orais 2008 identifica a cárie dentária e as doenças periodentais nas crianças e jovens portugueses, a que se vem juntar a fluorose em determinadas áreas geográficas.
O cálculo dos índices de cárie dentária permitiu verificar que o seu valor cresce à medida que aumenta a idade das crianças e jovens, o que pode supor uma condição associada a um desleixo da saúde oral à medida que as crianças e os jovens crescem e/ou a uma maior atenção da saúde oral das crianças quando estas são mais pequenas. Não nos podemos esquecer as mudanças do meio que as crianças e os jovens vão tendo à medida que vão crescendo, o que poderá também contribuir para a evolução atrás referida. Estarão os jardins-de-infância e os estabelecimentos escolares do primeiro ciclo mais aptos em apoiar e ajudar de uma melhor forma e mais consistentes do que os outros níveis superiores de ensino? Se sim, porque será?
Cárie dentária aos 6 anos de idade - Muito preocupante é a discrepância registada entre as várias regiões do país: “Na dentição temporária, a Madeira, com um índice cpod de 3,61, apresentava a maior prevalência de doença, sendo a diferença, estatisticamente significativa face à média nacional. Na dentição permanente, os Açores, tinham um índice CPOD de 0,24, que era triplo da média nacional. As regiões do Centro (0,02), de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve (0,03) apresentavam os valores mais baixos; estas variações são estatisticamente significativas. (…) Por regiões de saúde a percentagem de dentes temporários cariados (aos seis anos de idade) era muito elevada, variando entre 83% no Alentejo e Açores e 94% em Lisboa e Vale do Tejo.”
Estes contrastes evidenciam claramente a falta de oportunidade de acesso à saúde oral em grande parte do território nacional, constituindo uma gravíssima injustiça praticada sobre as crianças que vivem em zonas desfavorecidas; por outras palavras, na saúde oral prova-se a discriminação feita em benefício das regiões mais ricas, prejudicando sempre as regiões mais pobres (lógica absurda se pretendermos falar em coesão nacional, pois são as crianças que vivem nas regiões mais desfavorecidas que têm menos garantias de saúde oral).

segunda-feira, 6 de abril de 2009

341. Qual a Saúde Oral que os partidos políticos querem para Portugal?

Aos Senhores Presidentes dos Grupos Parlamentares do PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e PEV: Serve o presente para solicitar aos diversos partidos políticos e grupos parlamentares representados na Assembleia da República que tenham a delicadeza de apresentarem ao Blogue SAÚDE ORAL (http://saudeoral.blogspot.com/) qual a sua linha de actuação e propostas de intervenção ao nível da prestação de cuidados de saúde oral que preconização para a população em geral e para os grupos mais vulneráveis em Portugal, tendo em vista as próximas eleições legislativas para nova legislatura de 2009 a 2013.
Agora que estão decorridos trinta e cinco anos após o 25 de Abril de 1974 e mais de vinte após de integração de Portugal na União Europeia, a saúde oral em Portugal continua a ser tratada de uma forma anacrónica e lastimável pelos governos, com intervenções pontuais e de fachada, sem colmatar quaisquer causas pela raiz, pelo que urge informar todos os portugueses pelas soluções que os várias organizações políticas se propõem trabalhar na próxima legislatura para mudar radicalmente o panorama actual da prestação de cuidados de saúde oral no nosso país.
Agradece-se o envio das propostas (máximo duas páginas de tamanho A4), que serão publicadas no Blogue SAÚDE ORAL, a fim de os portugueses poderem ser informados e poderem escolher livremente aquelas que considerarem melhor servir a população e o país.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

340. Dentes de leite - como mantê-los saudáveis?

Os dentes de leite fazem a sua aparição por volta dos seis meses e dão lugar aos dentes definitivos cerca dos seis anos. Apesar de serem um curto episódio na "história" da nossa vida, devem ser cuidados, uma vez que o seu estado de conservação vai influenciar a saúde dos dentes definitivos.
Se os dentes de leite de uma criança estiverem cariados existe um risco real de virem a contaminar, desde o início, os dentes definitivos, enfraquecendo o seu esmalte, ainda frágil durante os primeiros tempos de actividade.
Veja quais os cuidados a ter para que a criança possua sempre dentes saudáveis:
1. Escovar os dentes - A existência de bactérias na cavidade bucal é uma situação perfeitamente normal. Porém, quando o número de bactérias de torna excessivo, quebra-se o equilíbrio existente e podem surgir cáries. A principal causa deste desequilíbrio é a falta de higiene oral.
Para prevenir o aparecimento de cáries, entre os seis e os doze meses, a mãe deve limpar os dentes da criança com uma compressa. A partir desta idade, regra geral, a criança já consegue manusear a sua própria escova de dentes (sem usar dentífrico). A partir dos 24 meses a criança já consegue usar pequenas quantidades de dentífrico sem o engolir e, pouco a pouco, deve ser-lhe incutido o hábito de escovar os dentes depois das refeições.
Atenção: Boa parte dos medicamentos destinados às crianças são açucarados, pelo que devem ser administrados antes da lavagem dos dentes.
2. Fornecer um suplemento de flúor - Os suplementos em flúor estão disponíveis em comprimidos ou em gotas. Podem ser dados à criança desde o nascimento do primeiro dente até cerca da altura em que a criança começa a ter uma alimentação semelhante à dos adultos (catorze meses). Se as águas do concelho não forem (como acontece frequentemente) enriquecidas com flúor, é aconselhável manter o suplemento de flúor até à adolescência.
3. Uma alimentação anti-cárie - Os açúcares contidos nos alimentos são os principais responsáveis pelas primeiras cáries. As bactérias que normalmente habitam a cavidade bucal transformam estes açúcares em ácidos. Estes ácidos criam cavidades nas quais elas se instalam e continuam o seu trabalho de destruição.
Para eliminar este risco há que fazer uma alimentação diversificada, pobre em alimentos ricos em açúcares. É também muito importante definir horários concretos para as refeições, proibindo o consumo de alimentos (ou seja, chocolates, rebuçados, gomas e outros alimentos desta natureza) fora das refeições. Porquê? Porque nestas ocasiões a saliva, que contém enzimas que "partem" as moléculas de açúcar, está menos activa. Logo, estas moléculas estão muito mais disponíveis para serem transformadas em ácidos pelas bactérias. É também importante não exagerar na quantidade de alimentos picados que a criança (já com uma dentição eficiente) consome.
Conhece a "cárie do biberão"? Este problema pode atingir todos os dentes dos bebés, excepto os caninos e os incisivos inferiores. Deve-se a uma exposição excessiva aos açúcares e tem origem nos biberões com água açucarada, sumos de frutas, leites aromatizados, bem como nas tetinas embebidas em mel. Para não ter enfrentar este problema, não dê bebidas açucaradas à criança e não a deixe usar o biberão como chupeta.
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Adenda (Recebida por correio electrónico)
Actualmente já não se recomendam suplementos de flúor a não ser em casos identificados de crianças com mais de 3 anos com alto risco à cárie dentária. Foi estudado o efeito do flúor no organismo e chegou-se à conclusão de que o efeito preventivo do flúor em relação à cárie dentária é apenas tópico e não sistémico como se pensava.
Como tal apenas se recomendam, nos casos específicos que já referi, a utilização dos comprimidos de flúor (e não das gotas) pois são chupados e permanecem em altas concentrações na cavidade oral durante esta administração.
O melhor fornecimento de flúor é feito através do dentífrico e de bochechos de flúor pela sua acção tópica.