Os dentes de leite fazem a sua aparição por volta dos seis meses e dão lugar aos dentes definitivos cerca dos seis anos. Apesar de serem um curto episódio na "história" da nossa vida, devem ser cuidados, uma vez que o seu estado de conservação vai influenciar a saúde dos dentes definitivos.
Se os dentes de leite de uma criança estiverem cariados existe um risco real de virem a contaminar, desde o início, os dentes definitivos, enfraquecendo o seu esmalte, ainda frágil durante os primeiros tempos de actividade.
Veja quais os cuidados a ter para que a criança possua sempre dentes saudáveis:
1. Escovar os dentes - A existência de bactérias na cavidade bucal é uma situação perfeitamente normal. Porém, quando o número de bactérias de torna excessivo, quebra-se o equilíbrio existente e podem surgir cáries. A principal causa deste desequilíbrio é a falta de higiene oral.
Para prevenir o aparecimento de cáries, entre os seis e os doze meses, a mãe deve limpar os dentes da criança com uma compressa. A partir desta idade, regra geral, a criança já consegue manusear a sua própria escova de dentes (sem usar dentífrico). A partir dos 24 meses a criança já consegue usar pequenas quantidades de dentífrico sem o engolir e, pouco a pouco, deve ser-lhe incutido o hábito de escovar os dentes depois das refeições.
Atenção: Boa parte dos medicamentos destinados às crianças são açucarados, pelo que devem ser administrados antes da lavagem dos dentes.
2. Fornecer um suplemento de flúor - Os suplementos em flúor estão disponíveis em comprimidos ou em gotas. Podem ser dados à criança desde o nascimento do primeiro dente até cerca da altura em que a criança começa a ter uma alimentação semelhante à dos adultos (catorze meses). Se as águas do concelho não forem (como acontece frequentemente) enriquecidas com flúor, é aconselhável manter o suplemento de flúor até à adolescência.
3. Uma alimentação anti-cárie - Os açúcares contidos nos alimentos são os principais responsáveis pelas primeiras cáries. As bactérias que normalmente habitam a cavidade bucal transformam estes açúcares em ácidos. Estes ácidos criam cavidades nas quais elas se instalam e continuam o seu trabalho de destruição.
Para eliminar este risco há que fazer uma alimentação diversificada, pobre em alimentos ricos em açúcares. É também muito importante definir horários concretos para as refeições, proibindo o consumo de alimentos (ou seja, chocolates, rebuçados, gomas e outros alimentos desta natureza) fora das refeições. Porquê? Porque nestas ocasiões a saliva, que contém enzimas que "partem" as moléculas de açúcar, está menos activa. Logo, estas moléculas estão muito mais disponíveis para serem transformadas em ácidos pelas bactérias. É também importante não exagerar na quantidade de alimentos picados que a criança (já com uma dentição eficiente) consome.
Conhece a "cárie do biberão"? Este problema pode atingir todos os dentes dos bebés, excepto os caninos e os incisivos inferiores. Deve-se a uma exposição excessiva aos açúcares e tem origem nos biberões com água açucarada, sumos de frutas, leites aromatizados, bem como nas tetinas embebidas em mel. Para não ter enfrentar este problema, não dê bebidas açucaradas à criança e não a deixe usar o biberão como chupeta.
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Adenda (Recebida por correio electrónico)
Actualmente já não se recomendam suplementos de flúor a não ser em casos identificados de crianças com mais de 3 anos com alto risco à cárie dentária. Foi estudado o efeito do flúor no organismo e chegou-se à conclusão de que o efeito preventivo do flúor em relação à cárie dentária é apenas tópico e não sistémico como se pensava.
Como tal apenas se recomendam, nos casos específicos que já referi, a utilização dos comprimidos de flúor (e não das gotas) pois são chupados e permanecem em altas concentrações na cavidade oral durante esta administração.
O melhor fornecimento de flúor é feito através do dentífrico e de bochechos de flúor pela sua acção tópica.
1 comentário:
Olá! Sigo com curiosidade este blog sobre a saúde oral em Portugal. Aprecio a crítica feita ao sistema de saúde em Portugal pois é muito retrógado e não é assente na prevenção. Sou Higienista Oral e, como tal, acredito e defendo a Educação e Promoção para a Saúde. No entanto, tendo acabado de ler este último post, não posso deixar de comentar a parte sobre suplementos de flúor. Actualmente já não se recomendam suplementos de flúor a não ser em casos identificados de dcrianças com mais de 3 anos com alto risco à cárie dentária. Foi estudado o efeito do flúor no organismo e chegou-se à conclusão de que o efeito preventivo do flúor em relação à cárie dentária, é apenas tópico e não sistémico como se pensava. Como tal apenas se recomendam, nos casos específicos que já referi, a utilização dos comprimidos de flúor (e não das gotas) pois são chupados e permanecem em altas concentrações na cavidade oral durante esta administração.
O melhor fornecimento de flúor é feito através do dentífrico e de bochechos de flúor pela sua acção tópica.
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