quinta-feira, 26 de julho de 2007

181) Contratualização no SNS

Quando determinados sectores do poder político apontam as contratualizações por parte do SNS para minorar carências de saúde oral em Portugal, vejamos o ponto da situação traçado este mês na Assembleia da República acerca da sua (não) efectiva aplicação no país: link (tecle no link)

terça-feira, 17 de julho de 2007

180) Queixa: Entidade visada - Centro de Saúde de Odivelas

Há uns meses atrás, telefonei para o Centro de Sáude de Odivelas para marcar consulta para o dentista. Informaram-me que só passado um mês é que começavam a marcar consultas para o mês seguinte. Isto é, no dia 1 de Abril marcavam consultas para o mês de Maio.
Aceitei o dia que me propuseram para consulta no mês de Maio. Quando lá cheguei, fui informada que alguém se enganou a marcar consultas. Com muito esforço da minha parte, pedi-lhes para voltar no dia seguinte...depois de muito batalhar lá consegui. Depois de esperar que todos os pacientes impacientes se fossem embora, lá consegui que o dentista me deixasse entrar.
Assim que me viu disse que só me tratava se tivesse com dores, porque tinha mais que fazer. Entretanto, examinou-me os dentes à pressa e disse-me que eu precisava de aparelho. Aliás, ele indicava-me uma clinica privada para o colocar. Está-se mesmo a ver...
Já fui a diversos dentistas e nenhum me disse que precisasse de aparelho. Conclusão, passados meses à espera da consulta, deparo com a falta de vontade em me atenderem devidamente. Vim de lá conforme tinha ido, sem problema nenhum resolvido e irritada.
Optei por uma clínica privada. Aquelas condições são deploráveis, as recepcionistas que marcam consultas demasiado ineficientes, as instalações físicas também se vê que não apresentam as condições mínimas, ouvem-se berros de crianças impacientes que atordoam quem está doente. É uma vergonha o serviço prestado neste Centro de Saúde, está ao nível de um país de 3º mundo...
25 de Agosto de 2006
Pesquisa do Google (Termos "queixa" e "dentista")
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Espero que a ARS e o Ministério da Saúde já tenham resolvido todos os problemas referentes ao funcionamento das consultas no Centro de Saúde de Odivelas.
Gerofil

segunda-feira, 16 de julho de 2007

179) Saúde dentária passa pelos bons alimentos

Para uma boa saúde dentária, segundo o estomatologista Avelino Cachilandala, é importante uma boa alimentação com frutas como banana, mamão, maça, bem como outros alimentos como cereais, carne, peixe, vegetais, verduras, pão, queijo, leite e iogurtes, que são ricos em cálcio, vitamina A e ajudam a cuidar e fortalecer os dentes.
A cárie, de acordo com Avelino Cachilandala, é uma doença transmissível e infecciosa. Ela acontece quando há a associação entre a placa bacteriana cariogênica (uma espécie de película composta por bactérias vivas e de resíduos alimentares que se depositam sobre e entre os dentes), dieta inadequada e higiene deficiente.
O especialista disse que a perda dos dentes, problemas de audição e de fala, dentes permanentes tortos, baixa de auto estima, são os principais efeitos da cárie na infância.
Jornal de Angola Online
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Este recado fica bem aos responsáveis pelas políticas de saúde primária em Portugal. Pena que os órgãos de comunicação social sejam sistematicamente utilizados para fins sem quaisquer interesses para a população, quando deveriam ser a melhor forma de divulgação da cultura e de hábitos e estilos de vida saudáveis - seria bonito mas não dão votos nas urnas no imediato.
É o amadorismo político que temos no país.
Gerofil

terça-feira, 10 de julho de 2007

178) «Mundo a Sorrir» debatido na Maia: Intervenção em Cabo Verde e Guiné-Bissau

O projecto «Mundo a Sorrir» vai ser discutido no próximo dia 30 de Maio, durante a reunião do Rotary Club da Maia. «Mundo a Sorrir» é um projecto da Associação de Médicos Dentistas Solidários Portugueses, que tem por objectivo «melhorar as condições da Saúde Oral em Portugal e no Mundo».
De acordo com um comunicado da associação, o projecto tem actualmente em curso duas medidas de apoio à saúde oral em países carenciados de Língua Portuguesa, como Cabo Verde e a República da Guiné-Bissau, levadas a cabo por médicos dentistas voluntários que para além de realizarem vários tratamentos dentários, promovem também campanhas de sensibilização da Higiene Oral.
A próxima missão do «Mundo a Sorrir», desenvolvida pelo Rotary e pelo Rotaract Club da Maia, visa recolher material médico «consumível e medicamentos», a ser utilizado pela associação durante os meses de Agosto e Setembro, na Guiné-Bissau.
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Todas as iniciativas tomadas em prol dos desfavorecidos são sempre de louvar. Mas atenção, jamais esqueçamos as crianças que em Portugal sofrem tanto ou mais que as crianças em Cabo Verde ou na Guiné-Bissau.
Infelizmente, nenhum poder político quer resolver o problema da saúde oral em Portugal, preferindo todos enterrar a cabeça na areia. É assim os políticos que temos em Portugal: incapacidade de sentir emoções ou de qualquer tipo de sentimentos por crianças e jovens indefesos perante o completo desleixo do Serviço Nacional de Saúde pela sua saúde oral. Uma vergonha de um país membro da União Europeia.
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COMENTÁRIO RECEBIDO VIA E-MAIL (17.07.2007):
Apenas uma pequena informação adicional. A noticia corresponde ao projectos desenvolvidos no Ano Passado. Actualmente a ONG Mundo a Sorrir, desenvolve projectos de Saúde Oral na Guiné-Bissau e Cabo-Verde, tendo no próximo Outubro um projecto em parceria com a AMI.
Todavia, por sermos uma ONG Portuguesa, e por estarmos conscientes da realidade de Saúde Oral existente nas comunidades mais desfavorecidas em Portugal a Mundo a Sorrir, desenvolve campanhas de Saúde Oral na zona Norte e Sul do País. É parceira também do projecto "Dentes Saudáveis" da EntrAjuda.
As instituições que a Mundo a Sorrir dá apoio são: Casa Pia, Casa do Gaiato, Bairros do Lagarteiro, Escolas, Orfanatos, Lares e instituições particulares de Solidariedade Social. Sabemos que em Portugal não devemos ultrapassar os órgãos competentes para actuarem e mudarem a triste realidade da Saúde Oral, mas podemos alertar, denunciar e confrontar as autoridades para que estas se envergonhem da sua inoperância.
DESDE JÁ O MUITO OBRIGADO PELAS INFORMAÇÕES. ASSIM TENHAM O APOIO TOTAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E DA EDUCAÇÃO PARA ALARGAREM A VOSSA ACTIVIDADE.
Gerofil

quarta-feira, 4 de julho de 2007

177) SNS: mais pobres pagam mais pela saúde, diz estudo

Quem é mais pobre paga cada vez mais pela generalidade dos serviços de saúde do Estado. Essa tendência está demonstrada num relatório realizado há quatro meses por um grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar soluções para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), revela o Jornal de Notícias esta quarta-feira. «São os agregados mais pobres que suportam o maior encargo com o financiamento dos medicamentos (maior fatia das despesas das famílias)". As despesas com aparelhos e material terapêutico, bem como despesas com serviços médicos, de enfermagem, paramédicos e outros aumentaram o significativamente o seu nível de regressividade entre 1980 e 2000», refere o documento citado pelo jornal.
As taxas moderadoras pouco ou nada adiantam, representando 0,77% da despesa total de saúde. Por outro lado, especialidades como Estomatologia, Ginecologia, Oftalmologia ou Cardiologia têm vindo a desaparecer do SNS em benefício dos privados.
Os autores do documento alertam também para o facto de a regressividade (pagam mais os mais pobres) estar presente também nas deduções à colecta do IRS, chamando também a atenção para o facto de o sistema ser generoso a esse nível.

176) Crescimento de consultas e cirurgias nos Hospitais do SNS

NOTA DE IMPRENSA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
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Crescimento da Consulta Externa e Cirurgia em cinco
especialidades nos Hospitais do SNS - 2004-2006
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CONSULTA EXTERNA
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Entre 2004 e 2006, as consultas hospitalares, para o total do SNS, cresceram 9,8%, com as 1ªs consultas a crescerem 8,8% nesse período. Analisou-se, em particular, a evolução das consultas de Oftalmologia, Ginecologia/obstetrícia, Estomatologia, Cardiologia e Ortopedia (as especialidades referidas na comunicação social como sendo alvo de «crescente privatização»).
Em todas as especialidades se verifica um aumento da produção do SNS. No entanto, à excepção da Cardiologia, em todas elas o crescimento é inferior ao crescimento médio do total de consultas no SNS, no período 2004-2006.
1) Em Oftalmologia, constata-se um aumento das consultas, no período, de 7,5%, inferior ao do total do SNS (para todas as especialidades). No caso das 1ªs consultas, o aumento foi apenas de 2,8% em 2 anos, contrastando com o aumento de 8,8% do total das 1ªs consultas no SNS. Em termos relativos, portanto, o acesso piorou nesta especialidade.
2) Em Ginecologia/obstetrícia, o aumento total, nos 2 anos em causa foi de 4,22% e houve uma melhoria relativa do acesso, pois o aumento das 1ªs consultas deu-se ao ritmo de 7,7% (inferior, no entanto ao da média das 1ªs consultas do total do SNS, que foi de 8,8%).
3) Em Estomatologia, o aumento médio foi de 7,53% e verificou-se uma melhoria relativa do acesso a 1as. consultas, que cresceram a 11,02% nos 2 anos (mais intenso, portanto, do que para o total do SNS). No entanto, o nº total de 1ªs consultas em 2006 (35.949) é ainda muito reduzido face às necessidades da população.
4) Cardiologia apresenta-se como o único caso de evolução favorável dos 5 estudados: aumento do total de consultas superior ao dos SNS nesses 2 anos e crescimento das 1ªs consultas (13,88%) superior ao das consultas totais (11,85%).
5) Em Ortopedia, tal como em Oftalmologia, constata-se que em termos relativos o acesso piorou nesta especialidade. Houve um aumento das consultas, no período, de 7,2%, inferior ao do total do SNS (9,8%). No caso das 1ªs consultas, o aumento foi de 4,8% em 2 anos, contrastando com o aumento de 8,8% do total das 1ªs consultas no SNS.
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Intervenções cirúrgicas
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Entre 2004 e 2006, as intervenções cirúrgicas (IC), para o total do SNS, cresceram 5,4%.
Analisou-se, em particular, a evolução das IC de Oftalmologia, Ginecologia/obstetrícia, Estomatologia, e Ortopedia (as especialidades referidas na comunicação social como sendo alvo de «crescente privatização»).
Em todas as especialidades se verifica um aumento da produção do SNS no período, e superior ao da média do SNS (excepto para o caso particular da obstetrícia): Oftalmologia com 13,7% nos 2 anos em análise, Ginecologia/obstetrícia com 6,7%, Estomatologia com 24,3% (mas um númeno total de IC muito reduzido) e Ortopedia com um crescimento de 11,9%.

175) Faria Gomes homenageado

No passado dia 26 de Maio de 2007, na Reitoria da Universidade do Porto em sessão solene presidida pelo Magnifico Reitor, realizou-se a apresentação oficial da Academia de Medicina Dentária e fez-se a imposição das insígnias aos académicos fundadores. Entre os distinguidos estavam o ilustre barroense, médico estomatologista e ex-professor associado convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, António Augusto Faria Gomes, e o aguedense Olávio Sereno.
Faria Gomes nasceu em 12 de Maio de 1931, filho de Marcolino Gomes, mecânico dentista, de Barrô, e Olinda Faria, de Mogofores. Embora não tendo nascido em Barrô, desde sempre adoptou esta como sua terra, onde, aliás, os pais viveram largos anos, até para além da morte do pai. Licenciado em medicina pela Universidade de Coimbra, em 1957, efectuou o exame de especialidade de estomatologia à Ordem dos Médicos em 1961, com aprovação por unanimidade.
Responsável pela cirurgia oro-maxilo-facial no Hospital Conde de Sucena, em Águeda, de 1962 a 1965, foi mobilizado como tenente meliciano médico para o Hospital de Luanda, entre 1965 e 1967, tendo sido nomeado médico chefe do serviço de estomatologia. Foi nomeado director do serviço de estomatologia do Hospital Distrital de Aveiro em 1978. Foi presidente do Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos, de 1987 a 1989, presidente da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária, de 1980 a 1983, professor convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, sendo regente da disciplina de prótese fixa do Departamento de Medicina Dentária, Estomatologia e Cirurgia Maxilo-Facial, de 1988 a 2001, data em que atingiu a reforma por limite de idade.
A sua área de maior interesse clínico-científico tem sido a implantologia, onde é um dos pioneiros e dos mais conceituados profissionais do país. Proferiu inúmeras conferências em reuniões científicas nacionais e internacionais, tendo publicado vários artigos em revistas da especialidade, sendo mesmo correspondente de uma revista espanhola. Foi organizador de vários eventos científicos, tendo sido galardoado pela Sociedade Espanhola de Estomatologia, com o Diploma de Honor, em 1983. É um dos principais impulsionadores das relações profissionais entre Portugal e Espanha, tendo sido presidente e secretário-geral do primeiro e terceiro congresso luso-espanhol organizados em Braga e Coimbra respectivamente. É membro efectivo do “Comité de Liaision Dentaire” da Comunidade Europeia. V.C.