domingo, 27 de julho de 2008

274) ENTRONCAMENTO: A Câmara paga as escovas

As crianças que pela primeira vez frequentam o ensino pré-escolar vão ser envolvidas em sessões sobre saúde oral, organizadas pelo Centro de Saúde e pelo Agrupamento Alpha dos Jardins de Infância. A ideia é alertar as crianças e os pais "para a importância da saúde oral no bem estar geral, em especial a prática da escovagem diária dos dentes".
A Câmara decidiu por unanimidade atribuir um subsídio de €43,56, para a aquisição de 200 escovas de dentes, a indispensável "ferramenta pedagógica".

segunda-feira, 21 de julho de 2008

273) DENTES SÃOS - 1º PASSO PARA UMA VIDA SAUDÁVEL

Esteve hoje presente na nossa escola uma Técnica Superiora de Higiene Oral do Centro de Saúde do Cacém, no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral da Direcção Geral de Saúde. Segundo a simpática senhora, este programa desenvolve-se através de várias observações feitas aos alunos de idades compreendidas entre os 7 e os 12/13anos. Por vezes são também observados alunos dos jardins de infância. A 1ª observação dá-se no 2º ano, fazendo-se outra no 4º e uma terceira no 6º ano com alunos já anteriormente referenciados como portadores de alguma cárie.
Ainda de acordo com números fornecidos pela higienista oral contactada, no anterior ano lectivo (2006/07) a percentagem de crianças livres de cárie nos jardins de infância públicos da zona do Cacém foi de 71% e o grupo dos meninos de 7 anos foi de 42% livres de cárie. A nível nacional não há nenhuma estatística actualizada.
Ora, aos 7 anos de idade, 42% de alunos de uma zona citadina estavam livres de cáries, o que significa que 58% apresentam já cáries dentárias. Estes casos são referenciados e depois transmitidos aos pais dos alunos. Infelizmente, muitos não se apresentam nos centros de saúde para posterior tratamento dos filhos. Lamentável atodos os níveis!
Daqui se faz um apelo aos pais para que tratem da higiene oral e da boa saúde dos garotos.
O LENCASTRE, BLOGUE-JORNAL
* * *
Um número a não esquecer: 58 % das crianças com 7 anos de idade já apresentam cárie dentária. Será que este número não diz absolutamente nada aos Ministérios da Saúde e da Educação ? Depois há quem diga que existem médicos dentistas a mais em Portugal.
Gerofil

quinta-feira, 17 de julho de 2008

271) Guiné-Bissau: ONG portuguesa Mundo a Sorrir vai abrir clínica dentária e dar consultas gratuitas

A organização não-governamental (ONG) Mundo a Sorrir vai abrir uma clínica dentária na Guiné-Bissau e prestar tratamentos dentários gratuitos a toda a população guineense, disse hoje o seu presidente Miguel Pavão. Criada há três anos, a Mundo a Sorrir é uma associação de médicos dentistas portugueses que se propõe trabalhar na área da saúde oral, especialmente junto das comunidades mais desfavorecidas, excluídas e marginalizadas.
Além de ter projectos em Portugal, a ONG também desenvolve trabalhos na Guiné-Bissau e em Cabo-Verde, países onde voluntários da Mundo a Sorrir prestam cuidados médicos e sensibilizam as populações para a higiene oral. A ideia de abrir uma clínica na Guiné-Bissau surgiu porque a ONG apenas dispunha de uma cadeira de dentista portátil que limitava o trabalho dos voluntários. "Tínhamos dificuldades em trabalhar. O único meio técnico era uma cadeira dentária portátil, que ajuda mas tem limitações", disse hoje à Agência Lusa Miguel Pavão.
A Mundo a Sorrir contactou com o Orfanato Casa Emanuel, em Bissau, "um parceiro no terreno", que se aliou à iniciativa e ofereceu um espaço nas suas instalações para se montar a clínica, indicou o responsável. "Já foi enviada uma cadeira dentária cedida pela Associação Abraço e 15 caixas de material de estomatologia e medicina dentária que o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento nos fretou num contentor", disse o presidente da ONG.
De acordo com Miguel Pavão, no próximo mês seguem para a Guiné-Bissau um grupo de voluntários, entre os quais dois finalistas universitários, que vão instalar a cadeira, devendo a clínica abrir a meio de Agosto. A clínica vai prestar serviço gratuito a toda a população guineense.
Esperando "muita clientela", Miguel Pavão disse que vão ter de ser definidas algumas regras no atendimento, devendo ser dada prioridade às entidades parceiras e aos casos prioritários. Para já, o atendimento prestado será "quase paliativo", centrando-se nos tratamentos de cáries, tratamento da dor, prescrições médicas e nos cuidados com os mais jovens.
"Como têm um consumo de açúcar muito baixo, vale a pena apostar quando não lhes surge a primeira cárie. Até aos 12 anos podemos aplicar-lhes um tratamento que evita aparecimentos de cáries", explicou o responsável.
Além da vertente clínica, outra das apostas da organização é a formação dos técnicos locais e a sensibilização da população para os cuidados com a higiene oral.

terça-feira, 15 de julho de 2008

270) Portugal Continental: 5 distritos sem médicos dentistas no S.N.S.

O distrito de Santarém é um dos cinco a nível nacional onde as populações são obrigadas a recorrer a dentistas privados porque esta especialidade não existe nos serviços de saúde públicos, revela um levantamento da Ordem dos Médicos Dentistas. Os restantes são Viana do Castelo, Guarda, Viseu e Portalegre.
De acordo com o “Levantamento informativo efectuado nos centros de saúde e hospitais do continente” pela Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), e que foi apresentado no XIV Congresso destes profissionais, nove em cada dez centos de saúde não tem médicos dentistas e sete em cada dez hospitais sofrem da mesma carência. A situação é pior nos cinco distritos citados, dado que nenhum dos hospitais ou centros de saúde que servem estas populações tem esta especialidade.
O coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém, Fernando Afoito, confirma que não há sequer quadros de pessoal para médicos dentistas nos centros de saúde e a especialidade não entra também nas contas dos hospitais públicos do distrito. Mas ressalva que “Santarém não está a zero nesse campo”.
Está em curso há cinco anos um programa de higiene oral, garantido por técnicos habilitados, inicialmente destinado às crianças em idade escolar. Já este ano foi alargado a grávidas e utentes de centros de recuperação infantil.
“Temos dez higienistas orais que fazem a cobertura em onze centros de saúde – Benavente, Salvaterra, Coruche, Cartaxo, Rio Maior, Almeirim, Torres Novas, Tomar, Entroncamento, Fátima e Ourém”, explica Fernando Afoito. Para garantir o serviço nos restantes centros de saúde, a Sub-Região de Saúde contratou médicos dentistas. “Só em Santarém temos contrato com cinco”, diz o mesmo responsável.
O trabalho feito é sobretudo de prevenção de cáries e manutenção da higiene oral. A partir daí, dentista só mesmo no mercado privado. Onde por vezes se paga o serviço a peso de ouro.
O levantamento agora efectuado pela OMD actualiza um anterior, realizado em 2001, e revela que, em relação à oferta de tratamento em saúde oral, “a situação não evoluiu, antes pelo contrário, agravou-se”. A OMD salienta que os médicos dentistas “apenas podem exercer as suas funções como profissionais liberais, uma vez que não existe legislação que os enquadre no Serviço Nacional de Saúde”.
O levantamento da OMD abrangeu 410 estabelecimentos de saúde, repartidos por 79 hospitais e 340 centros de saúde, dos 18 distritos de Portugal continental. Tendo em conta todos os estabelecimentos de saúde inquiridos, “apenas em 11 por cento dos casos existe a especialidade” de medicina dentária ou estomatologia, o que representa uma redução em relação a 2001", conclui a OMD.
* * *
É lamentável que neste país se veja nas televisões digníssimos governantes nacionais na inauguração de unidades de saúde de âmbito privado e esses mesmos governantes nada fazem pelo estado cada vez mais calamitoso da saúde oral nos hospitais centrais e centros de saúde.
Como é possível que o dinheiro dos impostos pagos por todos os que trabalham neste país continue a ser canalizado para negócios chorudos de hospitais privados, onde só os ricos podem entrar ? Quais os políticos responsáveis por esta situação ?
Gerofil

sexta-feira, 11 de julho de 2008

269) Mais de 5.000 cheques-dentista entregues a grávidas e idosos, mas apenas 10% utilizados

Mais de 5.000 cheques-dentista foram entregues a grávidas e idosos em pouco mais de um mês de funcionamento deste projecto de saúde oral, a grande maioria a futuras mães, segundo dados oficiais fornecidos hoje à Lusa. Os cheques-dentista foram criados pelo Governo como forma de colmatar a falta de oferta de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde.
De acordo com os números da Ordem dos Médicos Dentistas, de 27 de Maio a 07 de Julho foram emitidos mais de 4.483 cheques-dentista destinados a grávidas e apenas cerca de 600 cheques para idosos. Cada grávida seguida nos centros de saúde tem direito a três cheques-dentista, num valor máximo total de 120 euros, num programa que prevê abranger 65 mil grávidas. Os idosos beneficiários do complemento solidário poderão usufruir de um máximo de dois cheques-dentista, num total anual de 80 euros.
Apesar de terem sido emitidos mais de cinco mil cheques, os números recolhidos até segunda-feira mostram que ainda só foram usados 559 cheques (cerca de 10 por cento dos já emitidos). Para o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, a diferença entre os cheques emitidos e os já utilizados terá a ver com o facto de as pessoas agendarem as consultas para mais tarde, sublinhando que o uso dos cheques está a ter "nos últimos dias um crescimento exponencial". Esta situação é demonstrada pelo número de chamadas com pedidos de informação para a Ordem dos Dentistas, que têm rondado uma média de 60 telefonemas diários, tendo o bastonário decidido afectar dois funcionários exclusivamente para responder a dúvidas dos utentes.
Na distribuição geográfica da emissão dos cheques-dentista, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte surge como a que mais cheques tem entregue, seguida da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, da ARS do Centro, do Algarve e do Alentejo. No Norte há 92 centros de saúde a passar estes vales aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 87 no Centro, 79 em Lisboa e Vale do Tejo, 23 no Alentejo e 15 no Algarve, num total de 296 estruturas em todo o país.
Até ao momento há mais de 2.300 médicos privados que aderiram ao programa dos cheques passados pelo SNS, com mais de 3.000 locais diferentes a que os utentes se podem dirigir para realizar as consultas ou tratamentos. A Ordem dos Dentistas estima que haverá 195 mil consultas para grávidas – num total de 7,8 milhões de euros – e 190 mil consultas para idosos, num total de 7,6 milhões de euros. Se houvesse uma distribuição equitativa dos cheques pelos médicos aderentes, cada clínico teria proveitos superiores a 6.800 euros anuais.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

268) Grupo Parlamentar do Grupo Socialista (Açores)

SR. Presidente, SR.ª e SRS. Secretários, SR.AS e SRS. Deputados:
A situação de crianças e jovens em risco, manifesta-se de formas diversas, sendo as mais comuns situações de maus-tratos físicos e psicológicos, problemas de saúde, negligência, abusos sexuais, regulação do poder paternal e abandono escolar. As crianças até aos cinco anos são as que mais sofrem atentados contra o seu bem-estar, seguindo-se a faixa dos seis aos 11anos. Na maioria dos casos, as crianças são vítimas da própria família.
(…) Nos Açores, esta realidade tem de ser considerada. Aprofundando a problemática, somos conduzidos a um paradoxo: 13 anos após a proclamação da Convenção dos Direitos da Criança, a qual coloca definitivamente a criança como titular de direitos, nunca como agora foram tão amplas as políticas de protecção das crianças. Assim sendo, a situação actual da infância, já referida, parece dever-se, fundamentalmente, à profunda desigualdade da sociedade contemporânea, com relevo para as situações de pobreza material e destituição escolar que afectam largas parcelas da população, propiciando, no seio das famílias, terrenos estruturais de risco de mau trato na infância, muito especialmente no domínio das grandes negligências de cuidados básicos.
Assim, a resolução do paradoxo só pode situar-se na adopção de políticas económicas e sociais de efectiva transformação e mudança das realidades sociais que promovem a exclusão. Em Portugal, desde 1990 que se vêm desenvolvendo esforços para a implementação de políticas a vários níveis que valorizam o estatuto da criança e do adolescente. Desde a gratuitidade dos cuidados de saúde na infância e na adolescência, alargando-se a idade pediátrica nos centros de saúde e nos hospitais, até ao efectivo desenvolvimento de uma rede pública de estabelecimentos para a educação pré-escolar, ao mesmo tempo que se instituem mecanismos de combate ao insucesso e ao abandono escolar.
(…) Nos Açores, a abordagem da problemática das crianças e jovens em risco baliza-se, por um lado, pela legislação nacional e, por outro, pela execução no terreno dessas determinações com as regulamentações e adaptações que se vão verificando necessárias para que haja uma protecção eficaz, e, não menos importante, para que se previna atempadamente o aparecimento de contextos vulneráveis àquelas situações.
(…) Previne-se o aparecimento de terrenos estruturais de risco, quando:
• Se decide a integração nas escolas das crianças e jovens com necessidades educativas especiais e se colocam docentes com especialização na área;
• Se dota o quadro das escolas de psicólogos (em breve serão 46);
• Se vacinam as crianças;
• Se cria, iniciativa única no País, o boletim de Saúde Oral para as crianças, e o Plano Regional de Saúde Oral;
• Se promove e apoia o debate sobre o tema e a formação de educadores, professores, profissionais de saúde, técnicos sociais, psicólogos, sociólogos, agentes da autoridade, magistrados, etc.
(…) Falando um pouco mais sobre a fase da Sinalização, deve contar-se com o espaço escola como o privilegiado para o efeito, dado que toda a criança vai à escola e está lá muitas horas. Assim, os educadores devem estar sensibilizados para a observação dos comportamentos das crianças e dos jovens, e deve ser-lhes dada formação para os habilitar à observação dos comportamentos, detectando eventuais sinais de maus-tratos.
Por outro lado, é fundamental que a instituição escola se organize de modo a oferecer oportunidades e contextos que permitam aos seus alunos descarregar as suas tensões, fazer confidências, serem autênticos sem receios de críticas. É preciso que se estabeleça uma relação de confiança entres eles e a comunidade educativa, de modo a que os mesmos sintam que podem contar com a instituição escola para tudo o que necessitarem, incluindo a denuncia de eventuais maus tratos a que são sujeitos, com especial referência para o abuso sexual, assunto de abordagem difícil, como é do conhecimento de todos nós.
(…) Muitas vezes, o encaminhamento da criança ou jovem em perigo passa pela institucionalização em casas de acolhimento temporário ou lares. Actualmente, há, em toda a Região Açores, cerca de 580 crianças e jovens institucionalizados. Para dar resposta a esta realidade, a política do Governo Regional tem-se pautado por:
• Construir e/ou criar novos equipamentos, dotando todas as ilhas (excepto o Corvo), de um centro de acolhimento ou de um lar, evitando que as crianças saiam da sua própria ilha;
• Remodelar os lares de grandes dimensões para jovens – conhecidos por Internatos, substituindo-os por equipamentos com características de acolhimento familiar para 10/12 utentes, em que se proporciona um tratamento mais humano, uma educação mais personalizada e por conseguinte melhor desenvolvimento pessoal e bem estar para o jovem;
• Todas as crianças e jovens, com deficiência, têm centros específicos, não necessitam mais de ficar trancados em casa em condições sub-humanas;
As rotinas de vida da criança e dos jovens promovem o seu desenvolvimento sob o ponto de vista emocional, social, motor, intelectual e afectivo. Assim, o que é necessário é definir políticas de intervenção que, de forma continuada, melhorem essas rotinas no dia-a-dia da criança, como tem vindo a ser feito pelos governos da responsabilidade do PS/A.
A pluridimensionalidade da área exige conjugação de vários esforços numa intervenção que tem de ser cada vez mais territorializada. Por isto, a articulação estreita entre a tutela e todos os parceiros sociais que desenvolvem trabalho na área, com especial referência para as Autarquias, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Organizações não Governamentais, não esquecendo a própria família, é imprescindível para que se conceba e desenvolva um eficaz plano de intervenção que previna e combata situações de crianças e jovens em perigo.
DISSE!
Horta, Sala das Sessões, 19 de Setembro de 2003
A Deputada Regional do P.S.: Maria Natividade Luz

segunda-feira, 7 de julho de 2008

267) VILA REAL: Informar as camadas mais jovens da população sobre a prevenção na saúde oral

Criada em 2002, a Clínica de Medicina Dentária Dr. Daniel Azevedo (Qt. St Iria Lt. 6-Lj 1 Vila Real 5000-722 VILA REAL Vila Real telef.: 259327004) tem vindo a crescer, apostando em novas especialidades e contribuindo para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados no concelho de Vila Real. Informar as camadas mais jovens da população sobre a prevenção na saúde oral é cada vez mais importante.
Ciente dessa realidade, Daniel Azevedo está a desenvolver um projecto, em conjunto com as autarquias, que se prende com triagens nas escolas e, ao mesmo tempo, motivar as crianças para a importância da prevenção. “Inicialmente este projecto vai ser feito apenas com as escolas da cidade de Vila Real, e mais tarde será alargado a todo o concelho”.
De acordo com o nosso entrevistado, nos últimos dez a 15 anos a medicina dentária sofreu várias modificações, sobretudo ao nível dos materiais. “Os materiais estão cada vez mais evoluídos, o que dá uma maior segurança aos médicos, pois consegue-se resolver com maior rapidez e qualidade os problemas dos utentes”. Este aspecto é bastante importante para as pessoas deixarem de ter medo de ir ao dentista, “travamos uma luta diária no sentido de combater a fobia de consultar o dentista e lentamente temos conseguido grandes resultados a esse nível, o que é bastante importante, sobretudo se tivermos em conta que dez por cento da população mundial é totalmente desdentada. A nossa ida às escolas também irá contribuir bastante para que as crianças deixem de ter medo de ir ao dentista e depois elas próprias irão incentivar os pais a terem mais cuidado com a sua higiene dentária, pois por incrível que pareça, muitos portugueses ainda não sabem o que é uma escova de dentes”.
Na saúde oral, os problemas mais frequentes surgem ao nível da fixação das próteses. Apesar de à primeira vista esta questão parecer muito simples, acaba por ser complexa, porque os utentes que têm este problema acabam por não conseguir um relacionamento agradável com outras pessoas, ficam mais deprimidas e isolam-se da sociedade. “Somos bastante procurados para resolver esse tipo de problemas. Hoje já começa a haver uma mudança de mentalidades e os implantes têm cada vez mais procura”.
Contrariamente ao que se pensa, por vezes, é mais fácil reabilitar um doente que fez um implante do que um que fez uma extracção, “conseguimos que entre três a quatro horas o utente saia daqui com os dentes fixos e pronto para mastigar”, adianta. Por outro lado, Daniel Azevedo aconselha aos pais das crianças que estas devem começar a escovar os dentes desde muito novas, assim como a consultarem o dentista, por forma a se familiarizarem com os consultórios e os com os próprios médicos dentistas. “Ao manterem uma higiene dentária diária desde muito cedo, conseguem evitar problemas mais graves no futuro”.
A Clínica estabeleceu protocolos com a Medis, com a Caixa Geral de Depósitos, com o SAMS Quadros e com a Visavital. Este último protocolo foi estabelecido há cerca de um ano e, de acordo com o nosso entrevistado, está a ter resultados bastante positivos, “porque se trata de um seguro que reduz bastante o custo da medicina dentária em qualquer tratamento”.
O custo dos tratamentos dentários continua a ser um dos factores que mais afasta as pessoas dos consultórios médicos. “É difícil para nós contornarmos esse problema, porque as despesas com os materiais são muito elevadas, devido à sua qualidade, porque alguém que prima pela qualidade tem de usar materiais melhores e logicamente que isso aumenta o custo para o cliente. Por isso mesmo é que tentamos apresentar várias soluções, tais como os financiamentos e os seguros com que trabalhamos”.
Daniel Azevedo confessa que tentou estabelecer protocolos com outras instituições, o que não foi possível por já terem prestadores suficientes nesta região. “Deparamo-nos com uma procura cada vez maior de alguns subsistemas de saúde. Penso que as necessidades dessas pessoas não estão a ser tidas em conta. Por outro lado, é uma injustiça para os novos profissionais que surgem no mercado com conceitos mais actualizados e que não conseguem dar uma resposta por nos serem negadas as convenções, o que acaba por condicionar alguns tratamentos”.
O investimento no espaço, nos materiais e nos equipamentos exigiu um grande esforço financeiro. A Clínica adquiriu todos os equipamentos necessários para desenvolver o melhor trabalho possível. “Hoje, apostamos sobretudo ao nível dos materiais que colocamos na boca dos utentes, porque é isso que nos dá resultados mais imediatos. Ao nível dos equipamentos, as diferenças não são muitas de marca para marca. Penso que acompanhamos sempre as evoluções tecnológicas e de momento não existe nada no mercado que justifique a aquisição de um novo equipamento. O meu sonho, desde que criei a clínica, era acabar com a broca, mas isso ainda não é possível. Existe um tratamento a laser que substitui a broca, mas apenas em casos muito específicos e não se justifica gastar uma verba bastante avultada num equipamento para tratar cerca de um por cento das situações”.
O futuro passa por estar sempre na linha da frente ao nível das evoluções tecnológicas. Daniel Azevedo adianta ainda que nos meses de Outubro ou Novembro, juntamente com outros profissionais do país, irá orientar um curso de medicina dentária na área da implantologia. Este curso terá lugar nas instalações da clínica e destina-se a todos os médicos generalistas que se queiram iniciar em implantologia.

domingo, 6 de julho de 2008

266) Divulgação de outros blogues e sites

O amigo leitor conhece outros blogues e sites referentes à área da saúde e, especialmente, sobre a saúde oral? Nacionais ou estrangeiros, em qualquer língua?
Utilize o correio electrónico tempogero@gmail para fazer as suas sugestões.
Gerofil

sexta-feira, 4 de julho de 2008

265) Estudo regional sobre saúde oral na população escolarizada demonstra melhoria nos cuidados de saúde

O secretário regional dos Assuntos Sociais presidiu, em Angra do Heroísmo, à sessão de apresentação do Estudo Regional de Prevalência das Doenças Orais na População Escolarizada da Região Autónoma dos Açores, iniciado em 2006 pelo Executivo e que revela uma redução da incidência da cárie dentária na juventude açoriana. Segundo Domingos Cunha, o documento, que vai ser entregue a todas as escolas e unidades de saúde açorianas, “demonstra claramente que as medidas implementadas pelo Governo dos Açores e dinamizadas pelo Grupo de Trabalho de Saúde Oral, resultaram favoravelmente no âmbito da saúde oral”.
Integrado no Programa Regional de Saúde Oral, o estudo, elaborado pelos médicos dentistas Ricardo Cabral, Madalena Mont´Alverne e Artur Lima, abrangeu 517 crianças dos seis, 12 e 15 anos, examinadas nas escolas e centros de saúde de todas as ilhas, tendo sido comprovada a redução dos índices de cárie dentária nas populações jovens açorianas. Elogiando o “trabalho criterioso, metódico, com sustentação científica e clínica” realizado pela equipa de rastreio, o secretário regional realçou as particularidades do estudo regional: “primeiro, foi feito por profissionais que exercem a sua actividade na Região; segundo, é o primeiro estudo direccionado na área das doenças orais; terceiro é um estudo que vai de Santa Maria ao Corvo”.
O governante relembrou ainda o “pioneirismo” da Região neste sector, ao ter criado o Boletim Individual de Saúde Oral para os utentes do Serviço Regional de Saúde, através da Portaria nº93/2005, de 29 de Dezembro.
Na apresentação da investigação, o médico Ricardo Cabral realçou o facto de os Açores serem a única das regiões do País que realiza 25 mil consultas por ano, possuindo igualmente uma “política única de reembolsos”. O investigador adiantou que, no âmbito deste projecto, está já preparado o Estudo Regional do Doseamento de Flúor nas Águas de Consumo que pretende abranger as 154 freguesias existentes nos Açores.
Actualmente, existem 108 médicos dentistas existentes na Região, 15 dos quais integrados nos centros de saúde regionais e 14 bolseiros, sete deles com licenciatura concluída.
* * *
Para quando a colocação de uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde oral em cada um dos agrupamentos de centros de saúde em Portugal Continental? Para quando a criação de uma hierarquia que enquadre a prestação de cuidados de saúde oral no país, estabelecendo definitivamente a ligação entre os médicos de família, a escola, os lares e as famílias e as estruturas de saúde oral estatais, convencionadas e privadas existentes no país? Não haverá técnicos suficientes ao nível dos ministérios com a capacidade de estabelecer estas recomendações?
Basta de políticas a avulso e sem qualquer nexo com a realidade no terreno que os governos nos têm vindo a brindar há anos; siga-se, isso sim, uma política de interesse voltado para as populações porque são elas que pagam impostos e têm necessidade que lhes sejam prestados cuidados de saúde.
Gerofil

quarta-feira, 2 de julho de 2008

264) Ministra disponível para discutir eventual alargamento do Programa de Saúde Oral

A ministra da Saúde, Ana Jorge, criticou a «pressão» da Ordem dos Médicos Dentistas para o alargamento do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, mas manifestou abertura para discutir com os parceiros essa possibilidade. «A Ordem dos Dentistas fez uma proposta, nós poderemos analisar, mas a Ordem dos Dentistas não pode, obviamente, fazer o que eu quase que diria que é uma pressão junto do Ministério da Saúde [para alargamento daquele programa]», referiu Ana Jorge.
O bastonário da Ordem dos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, reuniu com o Presidente da República, tendo abordado o tema do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral, que entrou em vigor a 1 de Março e que implica a atribuição de cheques-dentistas a grávidas e a idosos beneficiários do complemento solidário. O bastonário saúda a iniciativa, mas defende o seu alargamento às crianças, aos diabéticos a aos portadores de doenças especiais.
Na resposta, a ministra da Saúde referiu que o programa actual já «foi um grande passo» para ajudar dois grupos muito necessitados e defendeu que agora há que ganhar experiência e ver como este programa acontece, mas manifestou abertura para discutir o eventual alargamento. «Estamos disponíveis para, em conjunto com os parceiros, discutir aquilo que é possível fazer», referiu, ressalvando, no entanto, que há que definir prioridades.
«Vamos ver se essa será uma prioridade ou não», afirmou Ana Jorge em Viana do Castelo, à margem do I Congresso sobre Estilos de Vida Promotores de Saúde.