Desigualdade no acesso aos
serviços de saúde, atrasos nas cirurgias, dificuldade em fazer tratamentos no
estrangeiro, elevado número de cesarianas, dificuldade de acesso a médico de
família e cuidados de saúde oral de fora do Serviço Nacional de Saúde são
algumas das áreas que estão a contribuir para uma avaliação mais negativa do
sistema de saúde português. De acordo com o ranking internacional feito pela
organização sueca Health Consumer Powerhouse, Portugal surge na edição de 2015
no 20.º lugar do Índice de Assistência Médica Europeu, quando em 2014 estava na
13.ª posição.
(...)
Quanto a Portugal, o país aparece
a “vermelho” em temas como o acesso directo a consultas com médicos
especialistas, o tempo de espera para cirurgias não urgentes, as infecções por
Staphylococcus aureus resistente aos principais antibióticos, a diálise feita
fora de meio hospitalar, o acesso público a médicos dentistas e o consumo de
álcool. A “amarelo” surgem questões como a publicitação de dados sobre a qualidade
dos serviços prestados, o acesso a fármacos inovadores, consultas com o médico
de família no próprio dia, tempo de espera para tratamentos oncológicos ou
alguns exames complementares de diagnóstico. Os casos de depressão, anos de
vida perdidos e sobrevivência ao cancro também são motivo de apreensão. Pelo
contrário, o país consegue resultados “verdes” em temas como a prescrição
electrónica, acesso a uma linha de saúde 24 horas por dia (Linha Saúde 24, 808
24 24 24), redução de mortes por enfarte e acidente vascular cerebral, cirurgia
às cataratas, transplantes renais e vacinação.
(...)
Por outro lado, a Health Consumer
Powerhouse destaca que os melhores resultados são encontrados em países com
sistemas de saúde baseados em seguros sociais — Portugal tem um serviço público
financiado essencialmente pelos impostos.
Romana Borja-Santos
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