O programa de promoção de saúde oral nas escolas, que a Direcção-Geral de Saúde quer avaliar antes de avançar com cheques-dentistas para crianças, merece críticas de médicos dentistas, que defendem uma reorganização do projecto.
As críticas foram transmitidas à margem do Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que decorreu em Novembro, por um dos representantes da Ordem dos Médicos Dentistas no grupo de análise do programa de saúde oral, Paulo Rompante. A etapa básica e essencial deste programa passa por promover a escovagem diária na escola, o que não está a ser realizado em grande parte das instituições.
«Como o programa foi concebido, só tinham direito a aceder às outras etapas do programa as escolas que promovessem a escovagem diária, nenhum programa funciona se esta escovagem não for promovida», comentou o especialista. O argumento invocado por algumas escolas de que não têm condições para promover a saúde oral não colhe entre os dentistas. «Se uma escola não tem condições para isto, então quase mais vale fechar a escola», considerou Frias Bulhosa, outro dos elementos da Ordem que participou no grupo de análise que fez propostas ao ministro da Saúde.
As críticas foram transmitidas à margem do Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas, que decorreu em Novembro, por um dos representantes da Ordem dos Médicos Dentistas no grupo de análise do programa de saúde oral, Paulo Rompante. A etapa básica e essencial deste programa passa por promover a escovagem diária na escola, o que não está a ser realizado em grande parte das instituições.
«Como o programa foi concebido, só tinham direito a aceder às outras etapas do programa as escolas que promovessem a escovagem diária, nenhum programa funciona se esta escovagem não for promovida», comentou o especialista. O argumento invocado por algumas escolas de que não têm condições para promover a saúde oral não colhe entre os dentistas. «Se uma escola não tem condições para isto, então quase mais vale fechar a escola», considerou Frias Bulhosa, outro dos elementos da Ordem que participou no grupo de análise que fez propostas ao ministro da Saúde.
Até porque, frisa o especialista, para escovar os dentes basta apenas que os alunos tenham uma escova e pasta, sendo o uso de água até prescindível. A par da escovagem, as escolas incluídas no programa de saúde oral promovem a administração de flúor quinzenalmente entre os seus alunos.
Depois desta etapa, devem seleccionar-se as crianças que devem colocar selante nos dentes - um material plástico que é aplicado para prevenir as cáries. Mas também aqui há falhas no programa realizado nas escolas, dizem os dentistas. Isto porque, antes do selante, é necessário detectar se a criança não tem já cáries em desenvolvimento, o que deve ser feito por um médico dentista, que não está presente na escola.
Depois desta etapa, devem seleccionar-se as crianças que devem colocar selante nos dentes - um material plástico que é aplicado para prevenir as cáries. Mas também aqui há falhas no programa realizado nas escolas, dizem os dentistas. Isto porque, antes do selante, é necessário detectar se a criança não tem já cáries em desenvolvimento, o que deve ser feito por um médico dentista, que não está presente na escola.
«A selecção das crianças nem sempre é feita por profissionais qualificados. Actualmente isso é a maior parte das vezes feito pelas equipas de saúde escolar, que muitas vezes nem têm sequer um higienista oral», sustentou Paulo Rompante. O médico sublinhou que a cárie é uma doença «infecciosa e contagiosa», cujo diagnóstico deve ser feito pelo dentista.
O bastonário considera que os higienistas orais têm preparação para colocar o selante, mas recorda que estes devem sempre trabalhar sob supervisão de um médico dentista, que é a quem compete fazer o diagnóstico das cáries.
Para o médico Frias Bulhosa, outra das deficiências do programa de saúde oral tem a ver com a falta de acompanhamento das crianças. «Uma criança de quatro, cinco ou seis anos pode entrar num determinado ano no programa, mas depois não voltar a ser acompanhada. A criança não é seguida nos anos seguintes», lamentou.
O bastonário considera que os higienistas orais têm preparação para colocar o selante, mas recorda que estes devem sempre trabalhar sob supervisão de um médico dentista, que é a quem compete fazer o diagnóstico das cáries.
Para o médico Frias Bulhosa, outra das deficiências do programa de saúde oral tem a ver com a falta de acompanhamento das crianças. «Uma criança de quatro, cinco ou seis anos pode entrar num determinado ano no programa, mas depois não voltar a ser acompanhada. A criança não é seguida nos anos seguintes», lamentou.
* * *
Enfim, se é assim que o estado trata as crianças do país ...
Gerofil
1 comentário:
É lamentável que alguém que, se já não é, já foi consultor da OMS tenha tanto medo dos "bichos-papão", mais explicitamente dos HO's, desconheça o conteúdo funcional dessa classe profissional e que só se tenha lembrado da existência de carências em Saúde Oral dos mais necessitados quando a "Galinha dos Ovos de Ouro" (leia-se prática privada em Medicina Dentária) começou a dar muito poucos ovos. Já ando nisto há muito tempo (+/- 20 anos) e só recentemente, com muita pena, vejo a classe dos Médicos Dentistas a querer aceder aos Centros de Saúde, onde estiveram este tempo todo???
adp.
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