quinta-feira, 26 de junho de 2008

262) Região dá apoio universal

Continente avança com cheques-dentista
mas Madeira acha que medida não é justa
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O Governo da República deu ontem início a um novo programa que prevê a atribuição de cheques-dentista a grávidas e a idosos. O programa prevê tectos máximos anuais de 120 euros para as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde e de 80 euros para os idosos beneficiários do complemento solidário.
A Região não vai seguir esta política e o secretário regional dos Assuntos Sociais explica porquê. «O nosso apoio é de uma forma universal, sejam as pessoas de que grupo forem. Não precisam ser grávidas ou idosos. Basta que tenham dificuldades financeiras e que as comprovem nos serviços de Segurança Social», afirmou Francisco Jardim Ramos, o qual exemplificou referindo que «podem existir grávidas cujo rendimento familiar não necessite desse apoio, assim como existem mulheres, que não estando grávidas, têm mais dificuldades financeiras». Por outro lado, o secretário regional dos Assuntos Sociais lembrou aquilo que tem sido feito, na Madeira, ao nível do plano regional de saúde, o qual apostou na parte preventiva (com a cobertura total de todas as crianças da Região) e na parte curativa, que funciona, actualmente, nos centros de Saúde do Bom Jesus, do Porto Santo e do Porto Moniz.
Relativamente à saúde oral preventiva, Francisco Jardim Ramos destacou o facto de, neste último ano, o Funchal ter vindo a ser coberto por este projecto que já abrange 16 mil e 333 crianças. Só neste concelho, são três mil e 840 crianças, aquelas que foram abrangidas pela iniciativa que visita as escolas e que apresenta uma inovação: «o equipamento escolar inclui a escova e a pasta de dentes. As crianças são obrigadas a levarem para a escola estes dois objectos de higiene».
No que toca à parte curativa, Jardim Ramos não tem datas concretas mas garante que o objectivo, em termos futuros, é estendê-la a um maior número de centros de saúde na Região. «O objectivo é fazermos com que os utentes possam ir tratar dos seus dentes num maior número de centros de saúde até que a cobertura passe também a ser total», frizou o secretário regional dos Assuntos Sociais.
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Como é possível dentro do mesmo país existirem duas orientações distintas em matéria de políticas de saúde oral? Está mais que visto que os problemas de saúde oral dos portugueses se devem pura e simplesmente por opções políticas, uma vez que não existem falta de recursos.
Enquanto assim for, serão as crianças deserdadas da fortuna, os velhinhos, os pobres e os desprotegidos da sorte carrascos das políticas de saúde do regime? Existindo milhares de milhões de euros para investir (projectos megalómanos como o TGV – transporte de grande velocidade, ou o novo aeroporto da OTA), continuam os políticos a fazer o faz de conta com a saúde da maioria dos portugueses.
Já não bastava o desemprego, a miséria e a fome que a tantos afecta como fazer de conta que não existem problemas de saúde no país. Infelizmente não é a poderosa classe política beneficiada com o 25 de Abril de 1974 que tem que se confrontar com essa realidade.
Gerofil

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