sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

414. ESPANHA: Exemplos de investimento na área da saúde oral

El Dentibús llega a Albacete y ofrece revisiones dentales gratuitas para toda la población -
«Acercarnos a la población, educar y concienciar a la gente en cuanto al cuidado de la boca y la prevención de enfermedades de bucodentales». Este es el objetivo que persigue un año más el autocar de salud bucodental situado en la Plaza del Altozano de Albacete, un proyecto organizado por el Consejo Oficial de Odontólogos y Estomatólogos en colaboración con Colegio de Dentistas de Albacete.
Este autobús desempeñará la función de consulta odontológica itinerante. Desde el pasado lunes, el equipo de odontólogos que forma Dentibús realiza revisiones gratuitas a todas las personas que se acerquen hasta la plaza del Altozano. El autobús dental permanecerá estacionado hasta el próximo miércoles, y se desplazará por los municipios de la provincia para llegar al mayor número de personas posibles, el jueves llegará a Hellín y el viernes a La Roda. El autobús está dotado de los materiales precisos para la exploración y el diagnóstico de los diferentes problemas bucodentales a los que se enfrenta la población.
Expertos en Odontología ofrecerán información a la población en general sobre cómo prevenir las enfermedades bucodentales más comunes. Este proyecto se enmarca dentro de una campaña nacional sobre salud oral para la prevención de enfermedades bucodentales, en esta ocasión el autobús se ha desplazado por todo el Levante y finaliza esta etapa con la visita a Albacete.
La coordinadora de Dentibús en nuestra provincia, María Rosa López, afirma que en tan solo un día pueden llegar a atender alrededor de 75 personas, llegando a superar el centenar en periodos de fin de semana. Las revisiones que se realizan están destinadas a toda la población en general, mientras que según el equipo de odontólogos que trabaja en este proyecto se presta especial atención a «corregir los hábitos adquiridos por los niños, así como a educar en la necesidad de una buena higiene diaria». Gonzalo Hidalgo, odontólogo de Dentibús Albacete explica que principalmente atienden problemas protésicos, periodontales y afecciones comunes como las caries.
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Odontólogos y estomatólogos españoles otorgan al Alcalde de Murcia un premio - El Alcalde, Miguel Ángel Cámara, recibirá esta noche el Premio Fomento de la Salud Oral que le ha sido concedido por el Consejo General de Colegios de Odontólogos y Estomatólogos de España. El acto, que se celebra en Madrid, contará con la asistencia de unas 200 personas y estará presidido por el presidente del Consejo, Manuel Alfonso Villa Vigil, y contará también con la presencia del Presidente del Colegio Oficial de Odontólogos y Estomatólogos de Murcia, Óscar Castro.
El programa de salud bucodental para niños y el acuerdo para la atención preferente a las personas mayores con escasos recursos puestos en marcha por el Ayuntamiento de Murcia son dos programas que han recibido el reconocimiento de los odontólogos españoles.Desde hace más de 15 años y a través del Programa de Salud Escolar, los niños de 6 a 12 años del municipio acuden a las dependencias municipales de Plaza Preciosa a efectuar sus revisiones y aplicación de flúor, y son remitidos a los servicios correspondientes cuando requieren de otra atención. Más recientemente, en 2005, se puso en marcha otro programa para ofrecer una atención bucodental preferente a los mayores, a través de los servicios sociales municipales. Gracias a esta iniciativa, los pensionistas que tienen necesidad de prótesis, pueden recurrir a este servicio siempre que su coste exceda las prestaciones que facilita gratuitamente el sistema sanitario.
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Os problemas são sempre resolvidos quando existe vontade. Em Espanha aplicam-se bons exemplos na área da prevenção de saúde oral e os dirigentes políticos locais estão sensibilizados.
Em Portugal ainda muito tem que se fazer na área da prevenção, tanto por parte dos profissionais de saúde oral como também por parte dos autarcas e governo central.
É urgente que todos saibamos dar o nosso melhor para que possamos encarar e mudar radicalmente o dramático e trágico panorama actual da saúde oral da população portuguesa.

domingo, 13 de dezembro de 2009

413. Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas quer negociar com SNS tabela de comparticipações para utentes nos privados

O hoje reeleito bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, prometeu negociar com o Governo uma tabela de comparticipações para que os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) possam recorrer a clínicas dentárias privadas.
Em declarações à agência Lusa, Orlando Monteiro da Silva considerou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tem sabido dar resposta às necessidades de saúde oral dos portugueses e defendeu a necessidade de criação de um sistema de comparticipação destes actos médicos pelo Estado junto de privados.
"Estamos interessados em negociar uma tabela de reembolsos de alguns actos de medicina dentária com o SNS nas clínicas e consultórios privados", afirmou.
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Saúde Oral dá aos parabéns à reeleição de Orlando Monteiro e deseja-lhe um habilíssimo trabalho ao longo do seu mandato à frente dos destinos da Ordem dos Médicos Dentistas.
Os próximos anos serão de imenso trabalho na área da saúde oral no nosso país; a saúde oral não pode continuar a ser marginalizada pelo S.N.S. e estar apenas à disposição das classes dominantes e privilegiadas, cúmplices do aparelho estatal e partidário instalado no poder em Portugal.
É necessário e urgente estender o acesso a cuidados de saúde oral a todos os portugueses, sem quaisquer discriminações em função das classes sociais ou de rendimento; porque, afinal, somos todos nós, portugueses, que pagamos os impostos para a formação dos médicos dentistas.

sábado, 12 de dezembro de 2009

412. Dentistas escolhem sábado novo bastonário

Cerca de 6500 médicos dentistas escolhem sábado o novo bastonário, depois de uma campanha marcada pela diferença de posições em relação ao cheque-dentista, mas com pontos comuns como a integração destes profissionais nos serviços públicos.
Orlando Monteiro da Silva, actual bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e candidato a um quarto mandato, propõe-se a dar «continuidade a dossiers importantes que se encontram em negociação» com o Governo. Em declarações à agência Lusa, o candidato da Lista A precisou que está em negociação o alargamento do programa cheque-dentista, a negociação do mecanismo de comparticipação de consultas e a inserção da medicina dentária na medicina do trabalho e dos médicos dentistas nos hospitais e centros de saúde.
O candidato rival, Fernando Guerra, disse à Lusa que a Lista B defende medidas que «marcam a diferença»: «Para nós são pontos fundamentais a reformulação do cheque-dentista e a integração dos médicos dentistas, a montante de qualquer programa nacional de saúde oral». «Também apresentamos um conjunto de propostas que tendem a equilibrar a medicina dentária e isso passa pela integração dos médicos dentistas nas equipas de saúde escolar, pela criação de um plano nacional de urgências em saúde oral e a entrega de um boletim de saúde aos recém-nascidos e a todas as crianças dos jardins-de-infância e ensino básico», defendeu Fernando Guerra.
Já Orlando Monteiro da Silva disse que tem «duas grandes preocupações» para este mandato: a inserção profissional dos jovens dentistas e inscrever na ordem as sociedade de medicina dentária. O candidato lembrou que nos últimos três anos se passou de 5300 para cerca de 7200 médicos dentistas, considerando que é preciso «sensibilizar a opinião pública e as faculdades para adequar o número de diplomados que todos os anos saem das faculdades» às necessidades reais.
«Muitos jovens médicos são obrigados a emigrar porque não têm colocação em Portugal», sublinhou.
Esta também é uma preocupação de Fernando Guerra, considerando que «existe um número elevado de entradas nos cursos de medicina dentária». «Há um excedente de profissionais e é fundamental que a OMD tenha respostas para isso, criando medidas como a criação de novas especialidades», defendeu à Lusa. Para Fernando Guerra deve ser realizado um trabalho conjunto com as instituições de ensino superior para que seja possível «diminuir o número de entradas e aumentar os lugares de pós-graduação que permitam dar acesso às especialidades que a Ordem pode e deve criar».
Outra proposta da Lista A passa pela inscrição na Ordem, «embora sem qualquer encargo, das sociedades de medicina dentária». «Achamos que esta é uma fórmula adicional de ter um acrescido controlo sobre o que se passa nestas sociedades, muitas delas que obrigam, principalmente, os jovens médicos dentistas a condições menos dignificantes em termos de exercício profissional», justificou.
Para o candidato da Lista B é necessário um «conjunto de medidas para manutenção e viabilidade de clínicas e consultórios». «Apresentamos propostas concretas para minorar os problemas dos médicos dentistas e isso tem sido o mote da nossa campanha, marcando sempre diferença em relação às posições que a Ordem dos Médicos Dentistas tem vindo a tomar e com as quais não nos identificamos», sublinhou Fernando Guerra.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

411. ONG – MUNDO A SORRIR


Mundo a Sorrir
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A ONG – Mundo a Sorrir surge em Julho de 2005 para trabalhar no campo da saúde, nomeadamente na área da Saúde Oral, com o principal objectivo de causar o bem-estar das comunidades mais desfavorecidas, excluídas e marginalizadas. Levando a informação e os cuidados básicos para que a Saúde Oral passe a ser um Direito Universal e acessível a todos os indivíduos, independentemente da sua posição económica, cultural e social.
A Mundo a Sorrir, pretende ser uma organização que presta apoio efectivo e de acção prática e que a sua ajuda seja realmente sentida junto das comunidades que mais sentem as carências e necessidades. Através de projectos concretos e sustentados a ONG – Mundo a Sorrir, pretende dar o exemplo que é possível ajudar a melhorar o panorama da Saúde Oral em Portugal e no Mundo.
Divulgar, confrontar e exemplificar que é possível fazer diferente para fazer melhor.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

410. Cheque-dentista anima campanha para a Ordem

Os cheques-dentista ameaçam dominar a luta pela chefia da Ordem dos Médicos Dentistas. O actual bastonário defende a medida com unhas e dentes, mas o opositor acusa-a de atentar contra a dignidade profissional.
As eleições estão marcadas para o próximo dia 12 de Dezembro, mas o debate já começou a aquecer há algumas semanas. Para lá das propostas de cada uma das listas - que até coincidem nalguns pontos -, instalou-se a polémica em torno do Programa Nacional de Saúde Oral e, sobretudo, dos cheques-dentista.
Instituídos pelo Ministério da Saúde há cerca de oito meses, os cheques-dentista oferecem tratamentos dentários básicos a crianças, idosos e grávidas, em consultórios privados que aderem à iniciativa e recebem, por cada consulta, o valor fixo de 40 euros. Impulsionado pelo actual bastonário e candidato à reeleição Orlando Monteiro da Silva, o programa atenta contra a dignidade da profissão, garante o adversário Fernando Guerra.
O candidato da Lista B denuncia uma "forma, um modelo e um período de funcionamento inconcebível", que não contribui para a defesa da saúde oral da população abrangida. "Com os montantes envolvidos, há tratamentos necessários que ficam de fora", garante Fernando Guerra, que defende que o cheque-dentista não deveria ter um valor pré-definido. "Deveria haver uma tabela diferenciada para cada tratamento", diz, pugnando pela mudança do próprio nome da medida para "comparticipação do acto médico-dentário".
Fernando Guerra acusa ainda a actual direcção da OMD de pactuar com o poder político, ao ter sido um dos "principais motores de divulgação dos cheques-dentista". Uma medida que, garante, "atenta contra a dignidade dos profissionais", "joga com os excedentes de mão-de-obra" no mercado e revela atrasos de pagamentos "na casa dos cinco meses". Para o candidato, a OMD tem que estar a montante destes programas, desenhá-los e não limitar-se a pactuar com eles.
Orlando Monteiro da Silva, à frente da lista A às eleições, rejeita liminarmente as acusações do opositor. "As propostas de reformulação do programa apresentadas pela lista B equivaleriam ao fim dos cheques-dentista", garante o actual bastonário. Porque "vão ao avesso da lógica de um programa de saúde pública: é preciso distinguir entre a prática liberal da profissão e a adesão voluntária a um programa com regras acordadas e que é preciso cumprir".
A lista A nega atrasos de cinco meses no pagamento aos médicos dentistas que aderiram à iniciativa. Há adiamentos, até aos três meses nalguns casos, mais muitos deles decorrem de erros de facturação dos próprios profissionais. Quanto aos tratamentos, Orlando Monteiro da Silva lembra tratar-se de um programa social, que envolve a oferta de "tratamentos básicos", eleitos como prioridades por uma "comissão científica". Não se trata de pactuar com o poder, garante, uma vez que "também se critica o que está mal". E "os factos desmentem as acusações": há mais de 3200 médicos associados, perto de 350 mil pessoas abrangidas e 43 milhões de euros afectos ao programa.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

409. Saúde oral influencia capacidade de raciocínio

Um estudo realizado na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, refere que uma boa higiene oral pode ajudar os adultos a manterem o raciocínio saudável. Segundo o artigo publicado na última edição do Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry , as pessoas com mais de 60 anos com problemas nas gengivas têm mais dificuldades em lembrar-se de uma sequência de três palavras passado algum tempo. Além disso, têm o dobro de probabilidade de não passarem em testes feitos com cálculos de subtracção de números com três dígitos.
Os investigadores recorreram a mais de 2300 homens e mulheres para analisarem a sua saúde oral para observar o seu raciocínio. No geral, 5,7 por cento dos adultos mostraram problemas em completar alguns testes de memória e 6,5 por cento não conseguiram completar os testes de subtracção.
Os participantes com maiores níveis de bactérias tiveram os piores resultados nestes testes. De entre outros factores de risco para a perda de funções mentais, os investigadores destacaram as inflamações causadas em todo o corpo devido ao mau estado da saúde oral. Outras investigações já associaram este problema com outras doenças, como a diabetes e o Alzheimer.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

408. Orlando Monteiro da Silva X Fernado Guerra

As presentes entrevistas foram retiradas do site Saúde Oral; este blogue tem o mesmo nome que o site mas é completamente independente do mesmo e apenas o nome coincidem por acaso.
Relativamente às eleições para o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, o Blogue Saúde Oral é completamente independente e equidistante às duas candidaturas, pelo que no caso de ser detectada qualquer infracção a esta política de independência, agradece-se a imediata comunicação via correio electrónico para tempogero@gmail.com .
Por fim, fica o agradecimento da publicação das entrevistas ao site Saúde Oral, ao qual se deseja sinceras felicidades e a continuação do vosso serviço pela saúde oral em Portugal.
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Defensor de uma Ordem dos Médicos Dentistas «independente e livre de outros interesses além dos directamente relacionados com o exercício da profissão», o candidato a líder dos mais de sete mil dentistas inscritos na Ordem acredita que o futuro da saúde oral, em Portugal, passa pela criação de parcerias público-privadas que potenciem as estruturas já criadas ao mesmo tempo que se prestam cuidados à população dentro do Serviço Nacional de Saúde.
Saúde Oral - Como surgiu o desafio de se recandidatar a bastonário da OMD?
Orlando Monteiro da Silva – Surgiu depois de reflectir e após ter recebido o apoio de um leque enorme de pessoas que me passaram uma espécie de “cheque em branco” e que, embora saiba que nem sempre é fácil, deram a cara no site da candidatura. O grupo de apoiantes reúne já mais de 750 pessoas que fizeram sentir um apelo único para que protagonizasse o projecto da candidatura. Senti com esse apelo uma enorme liberdade e responsabilidade ao mesmo tempo, até porque houve também um movimento muito forte por parte dos jovens médicos dentistas. Foram estes que me convenceram mesmo a avançar com a decisão, sem querer aqui colocar em causa o apoio nem o prestígio de ninguém.
Saúde Oral - No entanto, há também um problema crescente de excesso de médicos dentistas em Portugal. Que medidas propõe para resolver esta questão?
Orlando Monteiro da Silva - Não sou um bastonário de gabinete ou de opereta e contacto regularmente com os profissionais no terreno. Apercebi-me bem das expectativas que eram em mim depositadas por estes jovens recém chegados à profissão e entendo que há claramente um excesso de médicos dentistas no nosso país, com muitos a irem trabalhar para o estrangeiro. Não tenho meias palavras sobre isso: é uma pena que se esteja a perder este potencial e pessoas qualificadas. Além disso, é uma pena para o país que se perca assim o investimento realizado na formação destes profissionais.
Acho que efectivamente os mais jovens têm tido dificuldades em afirmar-se em Portugal e que é necessário que haja uma grande representatividade e que sejam escutados os seus problemas, como tem acontecido no site, com questionários, seleccionando grupos de discussão e tentando fazer com que as suas propostas possam obter resposta adequada por parte da OMD.
O que quero frisar é que esta candidatura é um novo projecto que promove novas ideias para os próximos três anos e, obviamente, que estaremos atentos aos problemas desta franja da profissão que tanto nos apoiou. Acho também que devemos adaptar a formação de médicos dentistas às necessidades do país e propomos medidas concretas quanto a isso, porque as faculdades vivem do número de alunos, uma vez que disso depende o seu financiamento.
Saúde Oral - Não vê então com bons olhos a abertura de mais uma faculdade de Medicina Dentária anunciada para Lisboa?
Orlando Monteiro da Silva - Sei que há pulsões nesse sentido, que a Ordem tem conseguido deter com o diálogo privilegiado que tem com o Governo – não apenas com este, mas com qualquer Governo -, fruto do prestígio que tem adquirido ao longo dos anos. Considero que, em muitos casos, é mais importante aquilo que se evita que se faça do que o que se faz. Estamos empenhados em que a postura em relação à abertura de novas faculdades permaneça e até que se reduza o número de alunos de Medicina Dentária, pois consideramos que melhoraria a qualidade do ensino.
Além disso, apregoamos uma maior aposta no ensino pós-graduado e que haja um estágio voluntário remunerado, no plano dos cursos de Bolonha, nas faculdades, hospitais, centros de saúde e em clínicas privadas, que dê aos jovens médicos dentistas maior facilidade de entrada no mercado de trabalho e uma experiência acrescida nesse contacto com a profissão.
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Com o lema “Uma Ordem por Todos!”, a lista B assume-se confiante na vitória. Das dez linhas de força pelas quais se vai reger, destaca-se a proposta da criação de um serviço de atendimento permanente de medicina dentária, assegurado por consultórios e clínicas privadas, com urgências 24 horas por dia e a criação de um Boletim de Saúde Oral distribuído logo à nascença. Fernando Guerra acusa ainda a actual direcção da OMD de ter assumido uma atitude de «subserviência aos diversos poderes instituídos» e promete reformular os cheques-dentista cujo modelo actual considera um contra-senso, uma vez que «não traz qualquer benefício a longo prazo».
Saúde Oral – O que motivou a sua candidatura a bastonário da OMD?
Fernando Guerra – Foi o acreditarmos que era altura de a Ordem se renovar e revitalizar. Achamos que a experiência de vida que temos nos preparou para este desafio e conseguimos mobilizar um conjunto de colegas que constituem uma equipa com a necessária experiência e competência a todos os níveis, para poder servir a OMD da forma que entendemos mais conveniente.Essa revitalização é fundamental e é necessário que estas instituições tenham a capacidade de se renovar e de abrir portas a novas ideias e energias.
Saúde Oral - Porquê o lema “Uma Ordem por Todos!”?
Fernando Guerra - Traduz muito daquilo que são as nossas convicções. Achamos que a OMD deve reorientar-se para as questões profissionais, dar a ênfase particular às dificuldades que os médicos dentistas sentem e a nossa acção, enquanto Ordem, será recentrar a atenção da instituição no médico dentista. Daí que estejamos convictos que não haveria melhor lema para espelhar essa vontade.
A equipa é constituída por médicos dentistas que trabalham diariamente nos seus consultórios e, por isso, temos noção da realidade e dos problemas que persistem. Queremos mudar este cenário e dar o nosso contributo para mudar o caminho que vem sendo seguido.
Saúde Oral - Depreendo pelas suas declarações que há alterações que a OMD deve introduzir no seu funcionamento. Que mudanças pretendem introduzir?
Fernando Guerra - Como já referi, as instituições devem revitalizar-se periodicamente. Para isso, propomos um enquadramento diferente na forma de abordar os problemas, através de uma reorientação para as questões profissionais, também uma abertura grande do papel do médico dentista na sociedade e termos a capacidade de constituir a OMD como um verdadeiro catalizador num plano nacional de saúde integrado e que tenha uma participação activa dos médicos dentistas.
Com isto queremos dizer claramente a integração dos médicos dentistas a todos os níveis nessa estratégia de saúde oral. Elaborámos um programa de acção que tem inúmeras propostas. Um conjunto de medidas que apresentamos no âmbito desse tal plano articulado que queremos que passe pela integração dos médicos dentistas nas equipas de Saúde Escolar, criando desde logo uma abordagem diferente da que tem sido defendida, que se estenderá a uma integração nos centros de saúde. Queremos que sejam os médicos dentistas a instituir ao nível das comunidades as estratégias adequadas, assim como as boas práticas e também que possam ser os motores de uma reformulação, que deverá ser imediata e bastante pertinente, do cheque-dentista.
Saúde Oral - Defendem portanto a integração do médico dentista no SNS?
Fernando Guerra - Sim, pretendemos é uma integração a vários níveis. A integração do médico dentista no SNS é necessária para uma melhoria efectiva da saúde oral em Portugal. Assistimos, ano após ano, à implementação de programas de saúde oral que não têm uma consequência efectiva nessa vertente e que têm vindo de uma forma atentatória a considerar os médicos dentistas apenas como mão-de-obra prestadora de cuidados, o mais baratos possível, e que atenta contra a sua dignidade profissional.Somos completamente contra esse estilo de abordagem.
Pelo contrário, pretendemos que os médicos dentistas sejam motores a nível das comunidades na implementação de estratégias de saúde oral e a OMD deve ser catalizadora dessa ideia a nível nacional.

407. Medicina dentária sazonal?

O estado actual da saúde oral em Portugal vive um período de inúmeras dificuldades e as acções encetadas pelos responsáveis do Ministério da Saúde, em iniciativas conjuntas com a Ordem dos Médicos Dentistas, persistem em medidas inconsequentes quanto à prestação de cuidados adequados aos cidadãos.
Nos últimos sete anos, duplicou o número de pessoas que abdicaram de tratar os seus dentes por dificuldades económicas. Não basta desencadear campanhas televisivas nem falar de milhões de euros de verbas orçamentadas (muitas não executadas), terminando tudo por não se traduzir em ganhos efectivos de saúde.
Os doentes e os médicos dentistas não podem ficar condenados à era do cheque-dentista! Urge encetar uma reformulação imediata do Programa Nacional de Saúde Oral. A medida cheque-dentista tem-se revelado cada vez mais ineficaz, pois o período e forma de funcionamento são inconciliáveis com a boa saúde oral de jovens, grávidas e idosos que pretende abranger.
Para os jovens, em muitos locais do país, foram emitidos cheques apenas em Agosto e o seu fim de validade deu-se neste 31 de Outubro. As doenças orais não são sazonais!
Por outro lado, a diferença entre o número de cheques emitidos e os utilizados é o reflexo da falência do modelo. A mesma ineficácia tem sido demonstrada nos atrasos de pagamento aos profissionais, havendo mais de cinco meses de espera, o que acarreta enormes dificuldades na viabilidade do emprego nas clínicas e consultórios que aderiram ao programa. A Direcção-Geral de Saúde, com o acordo da actual direcção da Ordem, estipulou directivas do Programa Nacional de Saúde Oral que atentam contra a dignidade dos médicos dentistas e tendem a inviabilizar as boas práticas no tratamento de muitas situações de doença dentária nos grupos-alvo.
Pretende-se que os tratamentos dentários necessários a uma cavidade oral sejam efectuados dentro de uma verba fixa pré-estabelecida, não olhando às diferentes particularidades e ao número dos actos médico-dentários a executar, pondo em causa a deontologia profissional e o direito à saúde. Tal atitude afronta a ética e ofende quer os doentes quer os profissionais.
As propostas de reformulação que defendemos passam pelos seguintes aspectos: a integração dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, permitindo coordenar o encaminhamento de doentes e monitorizar a evolução dos cuidados de saúde oral; a erradicação de tratamentos a ‘custo zero’; a elaboração de uma tabela de pagamentos digna e diferen- ciada para os diferentes actos médico-dentários; a penalização dos atrasos de pagamento; a simplificação dos procedimentos administrativos; a disponibilização permanente do sistema informático de registo de doentes; a alteração da denominação (cheque-dentista) para comparticipação de acto médico-dentário; a adequada monitorização científica do programa; e a liberdade universal de acesso e cessação ao mesmo.
Fernando Guerra, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra e candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

405. MANGUALDE: Projecto de saúde oral autárquico

A Câmara de Mangualde foi a única edilidade do distrito de Viseu e a primeira do país que aceitou a proposta da Associação Portuguesa de Saúde Oral: desenvolver o projecto de saúde oral ao longo de dois anos. A primeira fase do programa "Dente Limpo", que incidiu nas escolas do primeiro ciclo do concelho, terminou esta semana e já é considerada "das experiências mais bem sucedidas" nesta matéria. Mas os resultados são assustadores: perto de 80 % das crianças tem dentes com cáries. A associação está satisfeita, mas lamenta o desinteresse das restantes autarquias.
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Alguém faz o favor de informar se este programa ainda está em actividade? Qual o balanço feito pela Associação Portuguesa de Saúde Oral e a Câmara Municipal de Mangualde do trabalho realizado? Aguardamos explicações.

domingo, 8 de novembro de 2009

404. Candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas

Candidato a bastonário Fernando Guerra defende reformulação do cheque-dentista - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Fernando Guerra defendeu hoje a 'reformulação imediata' do cheque-dentista, considerando que a medida é ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos.'
A medida 'cheque-dentista' inserida no Programa Nacional de Saúde Oral tem-se revelado cada vez mais ineficaz, com um período e forma de funcionamento inconcebíveis para a saúde oral dos jovens, grávidas e idosos que pretende abranger', sustenta Fernando Guerra em comunicado divulgado hoje. Segundo o candidato da Lista B, 'para os jovens em muitos locais do país foram emitidos cheques apenas em Agosto e o encerramento dos tratamentos dá-se neste 31 de Outubro'.'
As doenças orais não são sazonais', sublinha o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Segundo o candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, 'a mesma ineficácia tem sido demonstrada nos atrasos de pagamento aos profissionais, com mais de cinco meses de espera, o que acarreta enormes dificuldades na viabilidade do emprego nas clínicas e consultórios que aderiram ao programa'.
Ao defender a 'reformulação imediata do 'cheque-dentista' e do Programa Nacional de Saúde Oral', Fernando Guerra preconiza também 'uma tomada de posição firme da OMD em defesa dos doentes e dos médicos dentistas e o fim da atitude pactuante com interesses meramente políticos'.'Os doentes e os médicos dentistas não podem ficar condenados à espera do cheque-dentista', sustenta.
De acordo com Fernando Guerra, 'a Direcção-Geral de Saúde, com a anuência do ainda bastonário, pretende que os tratamentos dentários necessários na cavidade oral sejam efectuados num montante pré-estabelecido fixo, não olhando às diferentes particularidades e ao número dos actos médico-dentários a executar, pondo em causa a deontologia profissional e o direito à saúde dos cidadãos'. Por outro lado, 'a promessa eleitoral deste governo no alargamento do 'cheque-dentista' aos jovens dos 4 aos 17 anos e a diabéticos continua a não incentivar os cuidados adequados aos doentes e a não contemplar a justa retribuição de tratamentos que permitam a recuperação de peças dentárias em risco, prejudicando os cidadãos'.
Como propostas de reformulação, a lista B defende, entre outras medidas, a erradicação de tratamentos a 'custo zero', a elaboração de uma tabela de pagamentos 'digna e diferenciada' para os diferentes actos médico-dentários, a penalização dos atrasos de pagamento, a desburocratização dos procedimentos administrativos e a 'adequada monitorização científica' do programa. As eleições para a OMD estão marcadas para 12 de Dezembro, concorrendo também o actual bastonário, Orlando Monteiro da Silva.
No passado dia 12 de Setembro, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas revelou que mais de 90 mil cheques-dentista foram entregues a grávidas e idosos entre Maio de 2008 e 31 de Agosto deste ano.
Correio do Minho
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Candidato a bastonário defende alargamento de cheques-dentista a diabéticos e seropositivos - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Orlando Monteiro Silva defendeu hoje o alargamento dos cheques-dentista a diabéticos e seropositivos e a adequação do número de licenciados à procura da realidade do mercado português.
Ao contrário de Fernando Guerra, o outro candidato a bastonário, que defendeu a “reformulação imediata” do programa dos cheques-dentista por considerar a medida ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos, o candidato da Lista A à OMD considera que a medida inserida no Programa Nacional de Saúde Oral deve ser alargada. “Pretendendo não criar sobressaltos, nem mudar de rumo, nem colocar em causa o que já foi conseguido, o que está a ser negociado com o Governo, e que pode vir a ser alcançado, é o alargamento do cheque-dentista às crianças dos quatro aos 18 anos e a outros grupos especiais da população, como os diabéticos (cerca um milhão em Portugal) e os portadores de HIV positivo”, sustentou à agência Lusa.
Para o bastonário, que se recandidata ao cargo, a proposta de reformulação imediata, proposta pela Lista B, “teria como resultado o fim do programa com um prejuízo enorme para a população e para os milhares de profissionais que a ele aderiram”. A Lista A apresenta “desafios importantes” para a classe, nomeadamente “diminuir a formação do número de graduados em medicina dentária que as actuais faculdades estão a produzir”, avançou.
Nos últimos anos, passámos de cerca de 5300 médicos dentistas para 7100. Isto é desadequado à procura que existe em Portugal, cria situações de subemprego e desemprego na classe”, advogou. Esta situação está a levar os profissionais a procurarem emprego noutros países, havendo mesmo situações de dentistas inscritos em centros de emprego. “Já temos 400 médicos dentistas registados a exercer em Inglaterra e vários outros a exercer noutros países da Europa, nomeadamente no Luxemburgo, Suécia, Dinamarca, etc”, frisou, considerando esta situação “perfeitamente desadequada”.
Orlando Monteiro Silva defendeu ainda o alargamento do acesso da população à medicina dentária, através de um sistema de comparticipação das consultas de medicina dentária nos privados para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como já existe na Madeira e nos Açores. “A maioria da população portuguesa não tem acesso aos cuidados de medicina dentária pelo SNS, exceptuando os cheques-dentista”, sublinhou.
A inserção dos médicos dentistas nos hospitais do SNS, centros de saúde e unidades de saúde familiar numa carreira própria adequada à profissão é outra proposta da Lista A, assim como a inserção da medicina dentária na medicina do trabalho. “Não é admissível que a medicina dentária esteja excluída desta área, porque cerca de sete a dez por cento do absentismo ao trabalho está ligado à saúde oral”, sustentou.
Correio do Minho

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

403. Acordãos do Supremo Tribunal de Justiça

O Portal vLex permite a consulta dos vários acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça português. Assim, caso o leitor manifeste estrita necessidade, pode efectuar a activação de uma conta no vLex sem nenhum compromisso durante 3 dias e consultar diversa documentação, incluindo acórdãos no âmbito da medicina dentária.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

402. Metade dos portugueses não pode pagar dentista

«Estimamos que cerca de 50 por cento da população portuguesa não tenha capacidade para pagar sequer uma consulta na medicina dentária privada. Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral», afirmou em entrevista à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.
A Ordem tem pugnado para que haja dentistas nos centros de saúde e hospitais portugueses ou para que se criem sistemas de convenção com os privados. Orlando Monteiro da Silva citou um estudo realizado pela Universidade de Liverpool, onde Portugal figura com «o cenário mais negro na Europa» nos cuidados de saúde oral. E é em grande parte o facto de não existir oferta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao nível da medicina dentária que também está a criar um excesso destes profissionais no país e a Ordem lamenta a «ausência de planeamento de recursos humanos».
«Se a população portuguesa passasse a ter toda acesso aos cuidados de saúde oral, os médicos dentistas provavelmente não chegariam», estimou Orlando Monteiro da Silva. Mas como isto não se verifica, os dentistas portugueses estão a procurar outros países: «Estamos a exportar recursos humanos para países deficitários, como a Inglaterra e a Holanda, porque nos países nórdicos a profissão deixou de ser atractiva». Portugal e Polónia são os países que mais contribuem para os serviços de saúde oral do SNS inglês, por exemplo.
As estimativas da Ordem indicam que dentro de três anos, em 2010, haverá um dentista por cada 1.180 habitantes em Portugal. Em comparação, Espanha terá um profissional por cada 2.667 habitantes, a Holanda um para cada 2.118 habitantes e o Reino Unido um por cada 2.105 cidadãos. As projecções do número de médicos dentistas para os próximos anos revelam «um descontrolo por excesso de formação de licenciados». «O resultado será inevitavelmente o do aumento do desemprego e sub-emprego na classe», refere a Ordem.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
* * *
Até quando vamos nós portugueses continuar a pagar dezenas de milhares de euros em impostos para pagar a formação de cada médico dentista para depois mais tarde esses mesmos médicos dentistas não poderem efectuar tratamentos dentários à população que realmente precisa?Aguarda-se resposta para esta situação no mínimo absurda e caricata para um país membro da União Europeia; tenha o Ministério da Saúde a bondade de dar a devida resposta para o email deste Blogue.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

401. Apresentado logótipo da candidatura ibérica ao Mundial

O logótipo da Candidatura Ibérica à organização do Mundial 2018/2022 foi apresentado esta quinta-feira em conferência de imprensa, na sede da Federação Portuguesa de Futebol. Na cerimónia estiveram presentes Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Angel María Villar, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), e Eugénio Chorão, Director-Geral da Euro RSCG Design & Arquitectura, empresa que idealizou a imagem.
“Procurámos criar uma imagem moderna, contemporânea e apelativa que fizesse a fusão entre os dois países – por intermédio das suas bandeiras – através da paixão que os une pelo Futebol”, explicou Eugénio Chorão.
Já o Madaíl salientou que este logótipo “transmite vontade de dois países vencerem, dois países que estão entrelaçados, não só pelo futebol, mas também pela sua história”, reforçando que este símbolo “era o que mais força podia dar a esta candidatura”.
* * *
Um exemplo caricato e perverso do modelo de desenvolvimento sustentável que devemos querer para o país. Tendo a esmagadora maioria da população necessidades vitais de acesso a cuidados de saúde, a classe dominante não olha a meios para esbanjar os nossos recursos em festas e acontecimentos fora do alcance do pacato cidadão pagador de impostos e que nunca irá entrar num estádio de futebol.
Ao vermos estes projectos megalómanos estamos perante um ultraje e uma infâmia ao sofrimento de quem precisa e não pode ter acesso a cuidados de saúde.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

400. Tomada de posse do novo Governo

Toma hoje posse o segundo governo constitucional de José Sócrates. A Ministra Ana Jorge volta novamente a ser empossada no cargo de Ministra da Saúde.
O Saúde Oral congratula-se com a nomeação de Ana Jorge para o cargo de Ministra da Saúde e espera que a nova equipa ministerial reconheça a saúde oral da população portuguesa como um drama de saúde pública que urge tratar com urgência.
Juntamente com as diversas associações do sector e tendo em conta as prementes necessidades da população em termos de saúde oral, espera-se uma maior abertura para o dialogo na procura de consensos entre todas as partes interessadas, baseando-se numa nova filosofia em que esteja em primeiro lugar a garantia do acesso de toda a população portuguesa aos cuidados de saúde oral, banindo definitivamente as discriminações actualmente existentes, dando garantias de uma perfeita igualdade no acesso a cuidados de saúde oral.
Muito há ainda por fazer, começando necessariamente por avaliar e reformular os actuais programas de saúde oral, que pecam por excessivamente direccionados em termos de publico alvo, tendencialmente muito limitado em termos de tratamentos a efectuar e estarem essencialmente direccionados para o sector privado. A recuperação de equipas de saúde escolar é um aspecto de grande pertinência, porque é dentro das escolas que se deve começar uma verdadeira batalha pelos cuidados de saúde primários em termos de saúde oral.
Num país desenvolvido, é fundamental garantir a equidade entre os sectores público e privado; o estado tem de investir na área de saúde oral de tal forma que garanta uma igual concorrência com o sector privado de medicina oral, competindo apenas aos cidadãos a opção de escolha entre a oferta do Serviço Nacional de Saúde e os privados. Torna-se premente dotar todos os Centros de Saúde do país com a valência de saúde oral, medida que inicialmente poderá acarretar elevados encargos financeiro mas que terá de imediato impacto positivo na saúde da população portuguesa, e subsequente elevadíssimo retorno financeiro para o estado a médio prazo.
Medida prioritária consiste na criação de Boletim de Saúde Oral para toda a população, nomeadamente tornando-o elemento obrigatório imediato para as crianças e jovens que frequentem o ensino básico e secundário; por mais incrível que pareça não se compreende que países mais atrasados que o nosso estejam já muitíssimo mais avançados na área da saúde oral infantil e juvenil.

sábado, 24 de outubro de 2009

399. Mensagem dedica os mais novos sobre a importância da saúde oral

A boa saúde oral e dos nossos dentes constitui uma das principais condições essenciais para termos uma boa saúde ao longo de toda a nossa vida. Infelizmente muitas patologias oportunistas vão surgindo sem nós darmos conta e que depois mais tarde vão trazer gravíssimos problemas de saúde.
Ter todos os dentes sãos e uma boca sempre limpa é fundamental para que não surjam depois outras doenças. Portanto, é muito importante que observes frequentemente o estado de todos os teus dentes; caso detectes alguma mancha ou qualquer outro problema com algum dente, informa de imediato os teus pais e o teu médico de família.
Qualquer problema que tenhas com algum dente deve ser imediatamente tratado, pois os dentes são parte do nosso corpo e também precisam de ser cuidados porque vão viver connosco durante toda a nossa vida.
Já alguma vez sentiste alguma dor? Pois bem, se um dia perderes algum dente, podes começar a ter uma dor que será permanente e que irá durar para o resto da tua vida. Não será uma dor física como as normais, mas sim uma dor psicológica, de muito difícil cura ou mesmo sem nenhum tratamento; perder um dente para o resto da vida pode trazer consequências desastrosas para nós e que nunca mais serão reparáveis.
Quem já perdeu um dente está constantemente a perguntar a si próprio qual o motivo porque teve de perder o dente; além disso, a falta de um dente na nossa boca pode trazer logo outros gravíssimos problemas de saúde, muitos deles não visíveis como por exemplo passar a sofrer de zumbidos permanentes dia e noite nos ouvidos, como se o silêncio deixasse de existir para sempre.
Em Portugal ainda não se dá a importância necessária aos cuidados de saúde oral. O Ministério da Saúde quase não tem nenhum interesse no assunto porque inventa a falsa desculpa que é muito caro colocar dentistas nos centros de saúde para tratar as pessoas. O Ministério da Educação é desleixado e não faz rastreios nas escolas a todas as crianças e jovens para detectar quem precise de tratamentos dos dentes. Os dentistas necessitam que alguém pague as despesas que têm de efectuar com os tratamentos que precisam fazer a todas as pessoas. E não é justo veres os teus amigos com direito a todos os tratamentos que precisem e tu seres impedido de teres os mesmos tratamentos.
Assim, como em muitas outras coisas do nosso dia a dia, temos de nós próprios a lutar por aquilo que precisamos. Tens de ser tu próprio a ter coragem e exigir junto de todos (pais, escola, médico de família) que tratem qualquer problema que encontres nos teus dentes; só tu é que tens o problema e apenas tu é que sofres com o problema. Por isso não sejas nunca cúmplice de qualquer problema com os teus dentes e procura ajuda para que te possam tratar – não vai ser fácil, mas nunca desistas e não deixes de lutar por aquilo que é um direito teu: acesso aos tratamentos de saúde oral. Quando fores adulto serás recompensado por uma melhor saúde e poderás ser muito mais feliz.
E nunca deixes de lavar diariamente os teus dentes e usar também diariamente o fio dental; serás recompensado por uma melhor saúde e viverás muitos mais anos.
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EXTRACTO DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
DIREITOS DA CRIANÇA
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Art.º 3º - 2. Os Estados Partes comprometem-se a garantir à criança a protecção e os cuidados necessários ao seu bem-estar.
Art.º 24º - 1. Os Estados Partes reconhecem à criança o direito a gozar do melhor estado de saúde possível e a beneficiar de serviços médicos e de reeducação; 2. b) Assegurar a assistência médica e os cuidados de saúde necessários a todas as crianças, enfatizando o desenvolvimento dos cuidados de saúde primários; Os Estados Partes velam pela garantia de que nenhuma criança seja privada do direito de acesso a tais serviços de saúde.
(Assinada por Portugal a 26 de Janeiro de 1990 e aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República n.º 20/90, de 12 de Setembro.)
* * *
Repassem esta mensagem aos mais novos; já que é tão lamentável o desprezo manifestado pelas instituições oficiais, nomeadamente os Ministérios da Educação e da Saúde, em assumir globalmente as suas responsabilidades pela saúde oral das crianças e jovens do país, vamos informá-los dessa situação, para que eles próprios ganhem consciência das enormes atrocidades cometidas actualmente em Portugal na igualdade de acesso a cuidados de saúde, incluindo o acesso aos cuidados e tratamentos de saúde oral na infância e adolescência.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

398. Saúde oral em Portugal e no mundo

Em Portugal existem recursos económicos, humanos e materiais para dar uma resposta global às necessidades de cuidados de saúde oral de toda a população; falta apenas a vontade política para que o Ministério da Saúde assuma as suas responsabilidades e integre a saúde oral em todos os centros de saúde e hospitais públicos existentes no país, em perfeita igualdade com o sector privado, dando as mesmas oportunidades de acesso a cuidados de saúde oral a todas as pessoas, sem qualquer discriminação de idade, grupo social ou possibilidades económicas.
Ao longo dos últimos anos, o Saúde Oral tem feito uma análise às políticas de saúde oral seguidas em Portugal. A maior parte dos leitores do Saúde Oral são de Portugal e do Brasil, mas também temos muitos leitores de países de língua espanhola e francesa.
Para trocar experiências, solicitamos aos leitores do Saúde Oral residentes fora de Portugal que escrevam e contem como se processa os cuidados de saúde oral nos vossos países. O Saúde Oral tem todo o interesse em divulgar a realidade das políticas de saúde oral existentes nos vários países do mundo e comparar com o que é feito em Portugal.
Participe e escreva, utilizando o email tempogero@gmail.com; pode acompanhar a actividade do Saúde Oral nas redes sociais, lendo e subscrevendo o Friendfeed, o Twitter e o Facebook ou active o RSS do feedburner no seu computador para acompanhar as actualizações do Saúde Oral.
A participação de todos é essencial para que se possa alertar e consciencializar a opinião pública e os dirigentes políticos portugueses para a necessidade de encararem os cuidados de saúde oral como fundamentais para a saúde geral de toda a população.

sábado, 17 de outubro de 2009

397. Metade dos portugueses não pode pagar dentista

Cerca de metade da população portuguesa não tem capacidade para pagar uma consulta de medicina dentária, o que prejudica a saúde oral e está a levar os dentistas a procurarem outros países para exercer a profissão. «Estimamos que cerca de 50 por cento da população portuguesa não tenha capacidade para pagar sequer uma consulta na medicina dentária privada. Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral», afirmou em entrevista à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva. A Ordem tem pugnado para que haja dentistas nos centros de saúde e hospitais portugueses ou para que se criem sistemas de convenção com os privados.
Orlando Monteiro da Silva citou um estudo realizado pela Universidade de Liverpool, onde Portugal figura com «o cenário mais negro na Europa» nos cuidados de saúde oral. E é em grande parte o facto de não existir oferta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao nível da medicina dentária que também está a criar um excesso destes profissionais no país e a Ordem lamenta a «ausência de planeamento de recursos humanos».
«Se a população portuguesa passasse a ter toda acesso aos cuidados de saúde oral, os médicos dentistas provavelmente não chegariam», estimou Orlando Monteiro da Silva. Mas como isto não se verifica, os dentistas portugueses estão a procurar outros países: «Estamos a exportar recursos humanos para países deficitários, como a Inglaterra e a Holanda, porque nos países nórdicos a profissão deixou de ser atractiva». Portugal e Polónia são os países que mais contribuem para os serviços de saúde oral do SNS inglês, por exemplo.
As estimativas da Ordem indicam que dentro de três anos, em 2010, haverá um dentista por cada 1.180 habitantes em Portugal. Em comparação, Espanha terá um profissional por cada 2.667 habitantes, a Holanda um para cada 2.118 habitantes e o Reino Unido um por cada 2.105 cidadãos.
As projecções do número de médicos dentistas para os próximos anos revelam «um descontrolo por excesso de formação de licenciados». «O resultado será inevitavelmente o do aumento do desemprego e sub-emprego na classe», refere a Ordem.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
* * *
É bom que o futuro Ministro da Saúde comece por arrumar a casa. Nos últimos quatro anos assistimos ao nascimento e à morte de programas de saúde oral, persistindo sempre o mesmo problema: todos pagamos impostos para formar dentistas que depois não são colocados ao serviço de quem precisa.
Esta situação aberrante não pode continuar a persistir num país civilizado e deve ser denunciado a todos os níveis; a saúde oral não pode continuar a ser tratada pelos governos e organizações do sector como um negócio.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

396. Dentistas usam esquemas para sobrefacturar à ADSE

A maioria dos médicos dentistas com convenções com a ADSE (o sistema de segurança social dos funcionários públicos) recorrem a estratagemas ilegais para compensar os valores "obscenos" que lhes são pagos pelos seus serviços. A denúncia é de Jorge Crespo, médico dentista em Vila Real, que tem o seu caso em tribunal e garante que 90% dos colegas recorrem àquilo que na classe se chama de "compensações" (ver caixa).
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva, confirmou, ao JN, ter conhecimento de alguns casos, só podendo, no entanto, remeter para as instâncias competentes aqueles que lhes chegam por via oficial. E garante que a direcção da ADSE "sabe do que se passa, mas só actua em situações visíveis", como já o reconheceu em reuniões com a OMD.
Lamentando a existência de ilegalidades, Orlando Monteiro responsabiliza a própria ADSE. "Apresentam-nos tabelas de pagamento morais, que não são actualizadas desde 1991", diz, apontando o exemplo do valor que os médicos dentistas convencionados recebem por uma consulta: 4,99 euros pagos pela ADSE e 2,49 euros pagos pelo utente, ou seja, 7,48 euros, isto quando, segundo um estudo elaborado pela Universidade Católica, o valor médio do custo de uma consulta sem tratamento é de 34,50 euros (ver caixa). "É ridículo, não chega sequer para pagar os materiais", classifica o bastonário, alertando para o facto de estar em causa a "qualidade", quer em termos de materiais usados, quer de tempo dedicado. "Isto potencia as ilegalidades".
A OMD já tentou renegociar os valores das tabelas e propôs até a sua eliminação, em troca de um regime livre de comparticipação em que o utente pagaria a totalidade ao médico dentista e seria depois reembolsado pela ADSE. Além de possibilitar a escolha do médico, permitiria um controlo do tratamento que é feito: o doente pagaria apenas o que lhe é feito de facto. "Não recebemos resposta, sequer", diz o bastonário.
O JN também não conseguiu, apesar de 15 dias de tentativas, qualquer comentário da parte do director-geral da ADSE. "Seria impopular acabar com as convenções perante o funcionalismo público, porque obrigaria as pessoas a adiantar o dinheiro", arrisca-se a analisar o bastonário da OMD, garantindo que a situação se alarga a outros ramos da medicina.
Questionado sobre o porquê de os médicos dentistas manterem convenções que lhes são prejudiciais, Orlando Monteiro aponta o dedo à saturação do mercado de trabalho. "Temos quase cinco mil médicos dentistas em Portugal e sete faculdades. É um número excessivo para o país". Equivale a um médico dentista para menos de 2500 habitantes, num país em que a medicina dentária é toda ela privada e à qual, por tal, 40% da população não tem acesso. A grande maioria dos profissionais tem menos de 35 anos, foram formados desde 1995 e trabalham em consultórios partilhados, sendo 41% deles trabalhadores dependentes.
"Já há muitas situações de subemprego e mesmo desemprego", adianta o bastonário da OMD, sendo preferível trabalhar a perder dinheiro. "Sem carreira no Serviço Nacional de Saúde (SNS), aceitam trabalhar para quem tem convenções, ao preço que calha", completa Jorge Crespo.
E se a ADSE não abre vagas para convenções há mais de dez anos (o que faz com que muitos médicos dentistas trabalhem para a ADSE com fichas de outros profissionais, ilegalmente), outra fonte de emprego é encontrada nos contratos com seguros de saúde oral. Aí, adianta a OMD, há parte dos actos que são feitos "gratuitamente". Aceita-se "porque sempre são clientes que se vão tendo e podem trazer outros..."
A OMD aponta ainda violação da concorrência fruto da aplicação das tabelas da ADSE, questão que conta, aliás, colocar nas instâncias europeias.
Orlando Monteiro resume o quadro como pantanoso. E acredita que se resolveria com a racionalização da formação e com a abertura do Serviço Nacional de Saúde à medicina dentária. Quer "nos 143 consultórios fixos ou móveis que existem" no SNS, quer através de convenções.
Preocupações de que espera dar mais uma vez conta dele ao Ministério da Saúde no decurso do seu congresso anual que hoje arranca no Europarque da Feira. Onde aproveitará a presença do presidente da Entidade Reguladora da Saúde.
Jorge Crespo é médico dentista em Vila Real e tinha um contrato com a ADSE até ser alvo de um processo, no qual diz estar inocente. Acusa ex-colegas de usar as fichas da convenção em seu nome. Desgostado, resolveu contar como se "compensa" o baixo valor do pagamento das convenções (que representam uma média de 50% dos doentes de cada dentista). "Facturam-se extracções de dentes a crianças que já os perderam, tratamentos que nunca existiram, ou que já foram cobrados por outro colega", por exemplo. Um sistema facilitado pela burocracia: obrigando a preencher uma ficha em triplicado, manda-se o doente embora sem lhe entregar a sua parte, evitando o controlo de quem foi tratado. Depois, continua, ao utente, cobra-se uma quantia pelo aluguer do espaço, passado em recibo à parte, em nome da clínica e não do médico convencionado. Jorge Crespo garante que 90% dos médicos dentistas recorrem a estas compensações. E que a ADSE "não fiscaliza".
18 de Novembro de 2004

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

395. As benesses de 11 000 milhões de euros do estado à PORTUGAL TELECOM e ao CITIGROUP

Em causa está a cedência a título definitivo da rede fixa de telefone à Portugal Telecom, em 2002. A PT pagou 365 milhões, por um activo que avaliou, à data, em 2,3 mil milhões de euros. "Vendeu-se a rede fixa por um sexto do seu valor", acusou na altura a Sonaecom, que se manifestou "perplexa" com todo o negócio.
A necessidade de encontrar receitas extraordinárias foi o que motivou a concretização deste negócio, como Ferreira Leite assume nas declarações ao i. Os 365 milhões encaixados, em conjunto com a concessão da CREL à Brisa, permitiram ao Estado respeitar os 3% de défice impostos por Bruxelas em 2002. "Estão reunidas as condições para que o défice orçamental previsto para 2002 se cumpra", garantiu então Manuela Ferreira Leite.
No ano seguinte, este limite foi igualmente respeitado graças a um outro negócio muito controverso com a assinatura de Ferreira Leite: a cedência de 11 mil milhões de dívidas fiscais que o Estado tinha a seu favor ao Citigroup. O governo de Durão Barroso vendeu estes 11 mil milhões por 1,75 mil milhões.
* * *
Já pensou a quantidade de dinheiro em jogo? Pois bem, esse dinheiro público de todos nós foi “oferecido” a duas entidades privadas sem qualquer retorno. Agora faça contas e imagine, por exemplo, que esse dinheiro daria para garantir todas as despesas de saúde oral da população portuguesa durante mais de 200 anos (5 gerações); já agora, faça também o favor de acreditar nos políticos que dizem não haver dinheiro para colocar um dentista em cada centro de saúde do país.
Puro roubo às descaradas do bem publico por parte dos governantes portugueses, mais interessados no encaixe de milhares de milhões de euros nos amigos colocados nos grupos privados do que zelar pelo bem publico. E depois não se queixem de haver no país crianças com 10 anos de idade já sem dentes definitivos para o resto da sua vida.
O senhor Presidente da República e a Procuradoria-Geral da República nada têm a investigar neste tipo de comportamento completamente lesivo por parte dos detentores de cargos ao mais alto nível do estado?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

394. 10ª edição do Mês da Saúde Oral da Colgate e SPEMD

Com o objectivo de prevenir as doenças orais e intensificar a educação para uma correcta higiene oral junto da população portuguesa, a Colgate e a SPEMD (Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária) realizam, em Outubro, a 10ª edição do Mês da Saúde Oral.
Durante o mês de Outubro, centenas de médicos estomatologistas e médicos dentistas de todo o País (incluindo Açores e Madeira) vão abrir as portas dos seus consultórios para realizarem, voluntariamente, check-ups dentários gratuitos à população portuguesa (sem tratamento ou exame radiográfico).
Uma década depois, o “Mês da Saúde Oral da Colgate e SPEMD” já permitiu a realização de mais de 95 mil rastreios dentários gratuitos e institucionalizou-se entre a população portuguesa, que todos os anos adere a esta campanha, e os profissionais de saúde oral, que continuam a colaborar voluntariamente neste esforço comum em prol da boa higiene oral da população portuguesa.
Para qualquer esclarecimento, contacte por favor:
Emirec Comunicação - Cristina Brito Telf: 21 301 13 90, Telm. 918 840 101 - Email: cristina.brito@emirec.pt
Como participar? Para participarem no Mês da Saúde Oral da Colgate e SPEMD, os interessados podem obter informações sobre o consultório aderente mais próximo da sua residência, através da “linha azul” – 808 205 206, diariamente, a partir de 17 de Setembro entre as 12h00 e as 23h00. Marque o seu check-up dentário gratuito, directamente para o consultório por si escolhido.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

393. 900 vilarrealenses já estão na lista de espera do dentista

Depois das cataratas e dos tratamentos oftalmológicos, que estiveram na base das mediatizadas viagens à ilha caribenha de Cuba, a Câmara de Vila Real de Santo António vai agora tratar da saúde oral dos munícipes. Para arrancar com o programa, seis clínicas privadas já assinaram um protocolo com a autarquia, que vai desembolsar uma verba inicial de 300 mil euros.
De forma a dar prioridade aos casos mais urgentes, o município contratou também um médico dentista que, ao longo dos últimos dois meses, tem feito rastreios semanais nas três freguesias do concelho. «No caso da oftalmologia, não houve parcerias com a rede de privados portugueses porque os preços e a qualidade não eram competitivos com Cuba. Agora, houve compreensão dos profissionais de medicina dentária do concelho, que se dispuseram a praticar um valor abaixo dos preços de mercado para que os tratamentos fossem feitos aqui no município», explicou o autarca Luís Gomes ao «barlavento».
Questionado sobre se a medida irá abrir uma nova «brecha» no relacionamento com o Ministério da Saúde, o social-democrata respondeu que o único problema que existe é entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a população. «Não há médicos dentistas no centro de saúde de VRSA e no Hospital de Faro existe apenas um ou dois, para tratar toda a região», argumentou.
Por agora, o protocolo garante financiamento até ao final do ano, embora a sua renovação dependa da cor política que vier a ocupar a cadeira do executivo depois de 11 de Outubro. «O protocolo não tem prazo e é mantido enquanto houver vontade política e necessidades da população. É como o protocolo que temos com a república de Cuba, que é infindável a não ser que alguma das partes o denuncie», assinalou Gomes.
Segundo o edil vilarrealense, os 300 mil euros agora disponibilizados não serão suficientes para garantir os tratamentos das 900 pessoas já em lista de espera, o que obrigou a dar prioridade às crianças e idosos.
De acordo com o coordenador do programa «VRSA a Sorrir» Paulo Sousa, a atenção será redobrada nas faixas nas etárias mais jovens, onde há crianças com menos de 10 anos em que a extracção dos dentes definitivos é já a única solução possível. Sobre as causas desta situação, o médico dentista associa às questões culturais à fraca capacidade económica das famílias. «Nota-se que há, em Vila Real, grupos com uma grande incidência de problemas dentários devido à falta de recursos para pagar tratamentos de rotina nos privados», concluiu.
* * *
É claramente vergonhoso ser portugues e ter conhecimento que o Ministério da Saúde, a Direcção-Geral de Saúde e a Administração Regional de Saúde do Algarve permitem a existência de crianças com menos de 10 anos de idade já sem dentes definitivos, em pleno Século XXI e na região turística por excelência de Portugal. A pergunta é simples: algum filho ou neto com menos de 10 anos de idade da Senhora Ministra da Saúde, da Ministra da Educação, do Senhor Director-Geral da Saúde, do presidente do Conselho de Administração da ARS do Algarve e do Presidente da Ordem dos Médicos Dentistas já perdeu os seus dentes definitivos?
Afinal, para onde vão os milhares de milhões de euros de fundos comunitários? Será melhor investir em aeroportos e TGV ou na saúde dos portugueses? Será mais "interessante" dar educação sexual nas escolas do que tratar da saúde oral de todas as crianças, sem excepção?
Este exemplo prova que é possível dar uma volta completa ao desolador panorama da saúde oral em Portugal quando os representantes do poder e dos médicos dentistas se sentam a uma mesa e dialoguem para chegarem a acordo. Os problemas da saúde oral já não existiriam em Portugal se fosse sempre esse o espírito a seguir por governantes e representantes dos médicos dentistas e estomatologistas.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

392. Cerca de 45 mil alunos do ensino particular foram excluídos pelo Ministério da Saúde

Nas escolas públicas basta ter a idade certa para receber um cheque-dentista. Nas particulares, para além da idade, também é preciso ter baixos rendimentos para se ter direito a um.
Os alunos do ensino básico que estão a estudar em escolas particulares só podem beneficiar dos cheques-dentista emitidos pelo Ministério da Saúde (MS) se foram oriundos de agregados com baixos rendimentos e já auferirem, por isso, ajudas do Estado para frequentarem aqueles estabelecimentos, confirmou ao PÚBLICO a assessora de imprensa do ministério, Helena Marteleira. Esta condição - que exclui cerca de 45 mil alunos do privado, um terço dos que frequentam ali o básico - não se encontra prevista na portaria que, em Março passado, alargou a emissão dos cheques-dentista às crianças e jovens com menos de 16 anos, uma das principais novidades do novo Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO).
E também não é aplicada aos alunos que estudam em escolas públicas ou em instituições particulares de solidariedade social (IPSS), os quais podem beneficiar do cheque, no valor de 40 euros, independentemente dos rendimentos do seu agregado.
"Não faz sentido nenhum. Os ricos que têm filhos nas escolas públicas recebem os cheques, mas os da classe média que estão no privado não podem beneficiar", comenta Rodrigo de Melo, director executivo da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo.
"Era preciso começar por algum lado e é obrigação do Estado começar pela escola pública", justifica Helena Marteleiro. A assessora do MS garantiu, contudo, que até 2013 a "globalidade" dos jovens com menos de 16 anos ficará abrangida pelo PNPSO, independentemente do tipo de escola que frequente. Mas esta é uma fronteira assumida em pleno pela Direcção-Geral de Saúde (DGS), que nas suas circulares descreve assim o objectivo geral do plano: "Aos 15 anos, os jovens que frequentam as escolas públicas e IPSS do continente devem ter todos os dentes permanentes devidamente tratados e/ou protegidos (...)".
Segundo a DGS, entre Abril e 31 de Agosto foram emitidos 199.102 cheques para tratamentos dentários de menores nascidos em 2002, 1999 e 1996. Até ao final do mês passado, tinham sido utilizados apenas 86.672. O prazo de validade terminava a 30 de Agosto, mas foi prolongado até ao final de Outubro, uma vez que muitos cheques só foram distribuídos no final do ano lectivo ou mesmo já em férias, explica Rui Calado, um dos responsáveis na DGS pelo plano.
Até Dezembro, serão emitidos cheques para os que nasceram em 2002, 1999 e 1996. Excluindo os que frequentam o ensino particular, são cerca de 250 mil menores, quase cinco vezes mais dos que foram abrangidos, em 2008, pelo anterior plano de saúde oral, frisa Calado, que não tem dúvidas sobre o impacto positivo desta dilatação.
Um estudo da DGS dá conta de que, com muito menos utentes abrangidos, a percentagem de crianças com cárie aos seis anos passou de 67 por cento em 2000 para 49 por cento em 2005.
* * *
Este texto permite varias reflexões. Algumas perspectivas de analise:
a) Existem pais que se podem dar ao luxo de colocar os filhos no ensino privado; terão também esses pais consciência plena que podem suportar todos os gastos de prevenção de saúde dos seus educandos em hospitais ou clínicas privadas?
b) Poderá o estado (Ministério da Saúde e Ministério da Educação) ter o direito de seleccionar e discriminar os cidadãos que devem ter acesso a cuidados médicos preventivos, favorecendo uns e penalizando outros?
c) Que tipo de sociedade iremos ter no futuro em Portugal, a partir do momento em que crianças e jovens inocentes são directamente discriminados no acesso aos cuidados de saúde básicos de qualquer ser humano?
NOTA FINAL: Só por má fé aparece o último paragrafo da notícia; o mesmo estudo demonstra que nas crianças mais velhas ocorreu exactamente o oposto, em que se agravou consideravelmente o estado da sua saúde oral.
Manifeste a sua opinião.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

391. Cultura oral em escolas do Norte

Programa de Incentivo para a Educação em Saúde Oral (PIESO) arranca no próximo ano lectivo em 21 estabelecimentos de ensino. Um projecto que integra cadernos educativos com actividades para o 1.º e 2.º ciclos e sugestões para o 12.º ano.
A saúde oral é essencialmente um problema comportamental e, por isso, há dicas importantes que devem ser assimiladas o mais cedo possível. A higiene oral até pode ser um tema que passa ao lado de determinados planos curriculares, mas é ponto de honra para quem trabalha na área.
A pensar na promoção de cuidados de saúde oral na comunidade escolar - sem nunca esquecer o trio fundamental da prevenção, formação e educação -, a União Portuguesa de Prevenção Oral (UPPO) prepara-se para colocar o assunto na ordem do dia. Ou seja, a saúde oral vai entrar no circuito de 21 escolas do Norte do país já no próximo ano lectivo. O processo está ainda numa fase de elaboração, mas a missão já tem um nome.
Programa de Incentivo para a Educação em Saúde Oral (PIESO) é o nome do projecto que vai colocar a saúde oral em destaque no 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico e no Secundário. Acções de educação e motivação para a saúde oral estão assim na lista da UPPO, num trabalho de parceria que envolve a Administração Regional de Saúde do Norte e a Direcção Regional de Educação do Norte. O PIESO engloba ainda acções de formação em centros de saúde a profissionais da área e a equipas de saúde escolar, de forma a promover a interacção entre os diversos intervenientes.
O presidente da UPPO, Mário Rodrigues, explica como o programa será aplicado no terreno a turmas do 2.º ano de escolaridade do 1.º ciclo, do 5.º ano do 2.º ciclo e a alunos do 12.º ano. As crianças mais novas do 1.º ciclo, de seis escolas do Porto, terão três sessões orientadas por técnicos da UPPO e no final poderá ser apresentada uma peça de teatro, para que os cuidados a ter com os dentes estejam presentes no dia a dia. As acções têm um importante suporte. "Os cadernos educativos correspondem a actividades em saúde oral", adianta o responsável. A avaliação será feita através de questionários e alguns testes epidemiológicos.
O 5.º ano do 2.º ciclo é contemplado com dez sessões, duas das quais a cargo de técnicos da UPPO. "As restantes oito serão dadas pelos professores". Os docentes são também um público-alvo do PIESO ou não fossem uma peça fundamental da comunidade escolar. Para este nível de ensino, há também cadernos de apoio educativo para orientar as actividades e estão previstas duas sessões, de duas horas, para educadores e pais.
No 12.º ano, o objectivo é lançar desafios na Área de Projecto. O PIESO entra em cena para que os alunos do Secundário possam agarrar algumas ideias em nome de uma saudável cultura de saúde oral. Aqui a intervenção da UPPO é mais de consultadoria. E ideias não faltam. Criar um dicionário de saúde oral ou um guia prático sobre o tema. Idealizar jogos educativos ou planear acções de sensibilização para os mais pequeninos. Ocupar uma coluna do jornal da escola com o assunto ou criar uma história infantil sobre a higiene oral. Estes são alguns dos trabalhos possíveis.
As actividades do 2.º ciclo e do Secundário envolverão 15 escolas dos distritos da área de influência da Administração Regional de Saúde do Norte. O PIESO da UPPO, que trabalha em prol da implementação de uma cultural de saúde oral de uma forma integrada, conta com várias parcerias institucionais, nomeadamente a Associação Nacional de Professores e a Confederação Nacional das Associações de Pais.
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Mais uma iniciativa em prol da educação para a saúde oral. Mas reparem que, em todo o projecto, não se refere que todos os alunos serão previamente observados e tratados por técnicos de saúde oral. Pergunto: qual o interesse em integrar estes programas de saúde oral nos currículos dos alunos se não é feito um diagnóstico previamente e permitido o tratamento dentário a todas as crianças e adolescentes antes da aplicação da iniciativa?
Obviamente primeiro há que tratar da saúde e depois sim fazer prevenção; o contrário é andar com a carroça à frente dos bois.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

389. Rotulagem das pastas dentífricas

Circular Informativa N.º 169/CD Data: 10/10/2008
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As pastas dentífricas com flúor destinadas a crianças foram objecto, a nível Europeu, de recente reavaliação relativamente ao risco, tendo culminado com a transposição da respectiva Directiva (Directiva 2007/53/CE de 29 de Agosto de 2007) para o Decreto-Lei nº 189/2008, de 24 de Setembro. Efectivamente, o desenvolvimento do esmalte do dente em fase pré-eruptiva pode ser alterado por diversos factores, entre eles o excesso de flúor. O flúor absorvido em excesso pode causar fluorose, manifestando-se no aparecimento de manchas brancas e acastanhadas do esmalte que são irreversíveis.
Dado que, em crianças com menos de 6 anos e sem adequada supervisão parental, a deglutição de pasta dentífrica contribui para a quantidade de flúor ingerido, foi decidido acrescentar a seguinte advertência na rotulagem dos dentífricos, desde que não seja contra-indicada para crianças:
“Crianças com idade igual ou inferior a 6 anos: utilizar uma quantidade do tamanho de uma ervilha, com supervisão durante a escovagem para minimizar a deglutição. Se estiver a tomar flúor proveniente de outras fontes, consulte o seu médico dentista ou médico assistente”.
Os fabricantes, a pessoa por conta de quem o produto é fabricado ou o responsável pela colocação no mercado devem providenciar para que, a partir de 19 de Março de 2009, só possam estar disponíveis ao consumidor pastas dentífricas contendo 0,1 a 0,15% de flúor que incluam a advertência referida, excepto se já constar a indicação, por exemplo, “Unicamente para adultos”. O INFARMED, I.P alerta os profissionais de saúde e os consumidores para a necessidade de verificação da informação constante das pastas dentífricas com flúor.
Direcção de Produtos de Saúde (Fax: 21 798 7281; pchc@infarmed.pt)
O Conselho Directivo Luisa Carvalho
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Amanhã vou comprar uma pasta dentífrica numa farmácia e verificar se a lei está efectivamente a ser cumprida. Logo ficarei a saber se a farmácia está a comercializar a pasta dentífrica dentro ou fora da lei.
Poderá estar em causa um atentado à saúde pública no caso de a lei não estar a ser rigorosamente cumprida e fiscalizada pelas autoridades competentes.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

388. BRASIL: Programas de saúde oral nas escolas

Brasil (Distrito Federal) - O governador José Roberto Arruda lança nesta sexta-feira (28), às 10h, no Recanto das Emas, o Dentista na Escola, que oferecerá atendimento odontológico diário aos alunos da rede pública. A partir de hoje, o projeto funcionará em dez escolas, mas o objetivo levá-lo aos 334 mil alunos do Ensino Fundamental.
Já a partir da semana que vem, começa a chegar às escolas de Ensino Fundamental material didático para o desenvolvimento da educação em saúde bucal. Este material será distribuído aos professores e aos 334 mil alunos do Fundamental.
Na semana passada foi realizado um treinamento com os chefes do Núcleo de Monitoramento Pedagógico e Supervisores Pedagógicos de todas as Regionais de Ensino, para apresentação do material e orientação de como inseri-lo no dia-a-dia do aluno. No entanto, cada professor, segundo sua experiência individual, poderá utilizar o material como um norte para a introdução gradativa do tema.
Os professores do Ensino Fundamental trabalharão o tema saúde bucal de forma transversal (de 1ª à 4ª série no ensino fundamental de 8 anos ou do 1° ao 5° ano no ensino fundamental de 9 anos) e interdisciplinar (de 5ª à 8ª série no ensino fundamental de 8 anos ou do 6° ao 9° ano no ensino fundamental de 9 anos).
De imediato, dez consultórios fixos - A partir desta sexta, além do CEF 104 do Recanto, as seguintes escolas terão consultórios fixos do Dentista na Escola: CAIC de Planaltina, CEF 206 do Recanto das Emas, CEF Telebrasília do Riacho Fundo I, EC 02 do Riacho Fundo II, EC Vila Boa de São Sebastião e quatro escolas do Paranoá – EC 01, CEF 01, CEF 03 e CAIC Sta. Paulina.
As escolas com mais de 1.000 alunos terão consultórios fixos. Nas menores, incluindo as da área rural, os alunos serão atendidos por unidades móveis contratadas pela Secretaria de Saúde – carretas com três a quatro cadeiras odontológicas e um aparelho de raios X cada uma.
Os serviços oferecidos compreenderão restaurações em dentes permanentes e de leite; selante de fóssulas e fissuras; remoção e/ou alívio da dor; remoção de focos de infecção; periodontia (raspagem sub e supra-gengival); cirurgias menores; e aplicação de flúor.
Prevenção e cura - O projeto, uma parceria entre as secretarias de Educação e de Saúde, terá duas frentes de atuação: uma curativa e outra educativa e preventiva.
A parte curativa será realizada nos consultórios, fixos ou móveis, onde o atendimento será realizado por cirurgiões-dentistas e técnicos em saúde bucal concursados do quadro das secretarias de Saúde e de Educação. A parte educativa e preventiva será realizada por estes mesmos profissionais por meio de palestras, oficinas, orientação de higiene oral e escovação supervisonada.
Os profissionais que atuarão nos consultórios fixos nas escolas deverão reservar, durante os cinco dias da semana, um período pela manhã e outro pela tarde, para se dedicar à orientação de higiene oral e realização de escovação supervisonada dos alunos.
Serão realizadas também ações de educação e prevenção em saúde bucal, onde será feita a orientação de higiene oral e entregue um kit de higiene bucal, ao menos três vezes ao ano a todos os alunos do Ensino Fundamental. Esse kit de higiene bucal é composto por escova de dente, fio dental, creme dental grande, com flúor; creme dental com flúor e revelador da placa bacteriana – indicado para a escovação noturna, item que possibilita ao próprio aluno identificar se a escovação é bem feita e corrigi-la se necessário.
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No Brasil, os programas de saúde oral destinados aos jovens vão aonde é preciso: à escola e tentam abranger todas as crianças e jovens sem excepção. Este exemplo demonstra claramente o interesse por medidas eficazes e concretas, onde o estado é capaz de constituir-se como o principal e fundamental elemento de protecção da saúde oral das crianças e jovens.
Este é o melhor exemplo como a protecção dos direitos das crianças e jovens no acesso a cuidados de saúde oral é exercido pelo próprio estado; também em Portugal compete ao estado assumir idênticas responsabilidades, permitindo que a saúde oral faça parte integrante dos currículos escolares dos ensinos básicos e secundários, e que a prevenção e o tratamento dentário seja oferecido em meio escolar a todas as crianças e jovens em idade escolar, sem quaisquer limitações ou restrições.
A importância da promoção da saúde oral na escola nunca, em caso algum, deverá ser colocado a um nível inferior à promoção da educação sexual; a todas as crianças e jovens deverá ser assegurado o direito ao recebimento de todos os tratamentos necessários dentários necessários à sua idade; estes deverão ser incluídos dos projectos educativos das escolas e os Ministérios da Educação e da Saúde deverão disponibilizar às escolas todos os recursos para a sua implementação.
É tempo de abandonar definitivamente programas de saúde oral de duvidosa execução, sempre em constantes alterações consoante os ministros que se vão substituindo-se uns aos outros nos governos, e apostar definitivamente numa saúde oral escolar universal de carácter curativa e preventiva feita nas escolas, em parceria com a comunidade e com técnicos especialistas contratados pelo Estado.

sábado, 12 de setembro de 2009

387. 210 mil cheques-dentista utilizados desde Maio de 2008

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Em pouco mais de um ano foram emitidos perto de 360 mil cheques dentista tendo sido utilizados cerca de 210 mil. As grávidas foram as que mais beneficiaram da ajuda, seguindo-se os idosos. Os jovens em idade escolar, o último grupo a aderir ao Programa Nacional de Saúde Oral, são os que menos recorreram aos cheques dentista.
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O facto de aqueles que mais precisarem de acesso generalizado aos cuidados de saúde oral serem os que menos acessos têm tido demonstra claramente a perversão do programa.
Para quem está por dentro do programa e conhece claramente o seu funcionamento entende facilmente as suas perversidades e que o mesmo serve apenas para colmatar parcialmente as manifestas debilidades do Serviço Nacional de Saúde.
Esperemos por um novo governo, uma nova equipa à frente do Ministério da Saúde e uma nova política de saúde oral, voltada para os reais interesses das pessoas necessitadas e não para colmatar lacunas e satisfazer interesses terceiros.
A Medicina Oral não pode ser um privilégio para quem quer que seja e tem de estar disponível no Serviço Nacional de Saúde, em todos os Centros de Saúde do país, em forma agrupada ou não, em perfeita situação de igualdade com a oferta do sector privado, de modo a permitir que sejam as pessoas a escolherem a quem recorrer; é exactamente para isso que todos nós pagamos impostos.

386. Excerto do debate LOUÇA X PAULO PORTAS (11.09.2009)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

385. RABO DE PEIXE: PS quer criar mais consultas dentárias

O candidato do PS/Açores à Câmara Municipal da Ribeira Grande, Ricardo Silva, defendeu a abertura de um consultório de medicina dentária na Vila de Rabo de Peixe. Ricardo Silva falava depois de uma visita à unidade de saúde de Rabo de Peixe, acompanhado da directora clínica do Centro de Saúde da Ribeira Grande, Rosa Lourenço.
Sendo Rabo de Peixe uma vila muito populosa, com uma elevada taxa de população jovem que procura diariamente o Centro de Saúde da Ribeira Grande para tratamento dentário, o candidato socialista - citado em nota partidária -, sustenta ser uma “necessidade” e uma “prioridade” a cumprir se for eleito. “Sendo reeleito irei apoiar a instalação na unidade de saúde de Rabo de Peixe de um consultório dentário público, com todo o equipamento necessário para a prestação de cuidados na saúde oral”, garantiu o candidato à eleições de 11 de Outubro.
Açoriano Oriental

domingo, 6 de setembro de 2009

384. Programa Eleitoral do PS no âmbito da saúde oral

Defender e desenvolver o Serviço Nacional de Saúde (Compromissos principais):
1.-Assegurar, até ao final da legislatura, a cobertura nacional das Unidades de Saúde
Familiar;
2.-Estender o Programa de Saúde Oral a todas as crianças entre os 4 e os 16 anos;
3.-Duplicar o número de lugares na Rede de Cuidados Continuados.
Bases Programáticas do Partido Socialista
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O programa eleitoral do Partido Socialista faz referência, numa linha, ao alargamento do Programa de Saúde Oral a todas as crianças dos 4 aos 16 anos. Só não se entende que, após quatro anos e meio no governo, o Partido Socialista ainda irá demorar mais quatro anos a alargar o Programa de Saúde Oral apenas a uma faixa da população infanto-juvenil, assumindo desde já o compromisso de deixar largas centenas de milhares de crianças e jovens automaticamente fora do programa nos próximos quatro anos (menores de 4 anos e maiores de 16 anos de idade).
É preciso lembrar que o governo do Partido Socialista extinguiu este ano o Programa Nacional de Saúde Oral, do qual tive o cuidado de fazer uma análise detalhada e apontar medidas para o seu aperfeiçoamento; no entanto, o governo tomou a iniciativa de o extinguir.
E nada se fala na integração da saúde oral no Serviço Nacional de Saúde. Digamos que, no caso do Partido Socialista vier a ganhar as eleições legislativas do próximo dia 27 de Setembro e voltar a formar governo, perspectiva-se a continuação das políticas de desresponsabilização do estado pela saúde oral dos portugueses, que continuará a ser essencialmente privatizada e em benefício apenas das classes sociais de elevados rendimentos, desprezando o seu acesso à esmagadora maioria da população portuguesa que paga impostos para formar médicos dentistas que depois não estão disponíveis nos hospitais e centros de saúde para atender as pessoas que precisam de ser tratadas.
Sabendo-se do provérbio de que quem cala consente, seria bom que as classes profissionais ligadas à saúde oral em Portugal também efectuassem uma análise aos programas eleitorais de cada um dos partidos e emitissem uma opinião sobre os mesmos, antes das eleições, para que os portugueses ficassem realmente esclarecidos sobre o rumo que os políticos querem dar à saúde oral em Portugal.