quarta-feira, 16 de setembro de 2009

388. BRASIL: Programas de saúde oral nas escolas

Brasil (Distrito Federal) - O governador José Roberto Arruda lança nesta sexta-feira (28), às 10h, no Recanto das Emas, o Dentista na Escola, que oferecerá atendimento odontológico diário aos alunos da rede pública. A partir de hoje, o projeto funcionará em dez escolas, mas o objetivo levá-lo aos 334 mil alunos do Ensino Fundamental.
Já a partir da semana que vem, começa a chegar às escolas de Ensino Fundamental material didático para o desenvolvimento da educação em saúde bucal. Este material será distribuído aos professores e aos 334 mil alunos do Fundamental.
Na semana passada foi realizado um treinamento com os chefes do Núcleo de Monitoramento Pedagógico e Supervisores Pedagógicos de todas as Regionais de Ensino, para apresentação do material e orientação de como inseri-lo no dia-a-dia do aluno. No entanto, cada professor, segundo sua experiência individual, poderá utilizar o material como um norte para a introdução gradativa do tema.
Os professores do Ensino Fundamental trabalharão o tema saúde bucal de forma transversal (de 1ª à 4ª série no ensino fundamental de 8 anos ou do 1° ao 5° ano no ensino fundamental de 9 anos) e interdisciplinar (de 5ª à 8ª série no ensino fundamental de 8 anos ou do 6° ao 9° ano no ensino fundamental de 9 anos).
De imediato, dez consultórios fixos - A partir desta sexta, além do CEF 104 do Recanto, as seguintes escolas terão consultórios fixos do Dentista na Escola: CAIC de Planaltina, CEF 206 do Recanto das Emas, CEF Telebrasília do Riacho Fundo I, EC 02 do Riacho Fundo II, EC Vila Boa de São Sebastião e quatro escolas do Paranoá – EC 01, CEF 01, CEF 03 e CAIC Sta. Paulina.
As escolas com mais de 1.000 alunos terão consultórios fixos. Nas menores, incluindo as da área rural, os alunos serão atendidos por unidades móveis contratadas pela Secretaria de Saúde – carretas com três a quatro cadeiras odontológicas e um aparelho de raios X cada uma.
Os serviços oferecidos compreenderão restaurações em dentes permanentes e de leite; selante de fóssulas e fissuras; remoção e/ou alívio da dor; remoção de focos de infecção; periodontia (raspagem sub e supra-gengival); cirurgias menores; e aplicação de flúor.
Prevenção e cura - O projeto, uma parceria entre as secretarias de Educação e de Saúde, terá duas frentes de atuação: uma curativa e outra educativa e preventiva.
A parte curativa será realizada nos consultórios, fixos ou móveis, onde o atendimento será realizado por cirurgiões-dentistas e técnicos em saúde bucal concursados do quadro das secretarias de Saúde e de Educação. A parte educativa e preventiva será realizada por estes mesmos profissionais por meio de palestras, oficinas, orientação de higiene oral e escovação supervisonada.
Os profissionais que atuarão nos consultórios fixos nas escolas deverão reservar, durante os cinco dias da semana, um período pela manhã e outro pela tarde, para se dedicar à orientação de higiene oral e realização de escovação supervisonada dos alunos.
Serão realizadas também ações de educação e prevenção em saúde bucal, onde será feita a orientação de higiene oral e entregue um kit de higiene bucal, ao menos três vezes ao ano a todos os alunos do Ensino Fundamental. Esse kit de higiene bucal é composto por escova de dente, fio dental, creme dental grande, com flúor; creme dental com flúor e revelador da placa bacteriana – indicado para a escovação noturna, item que possibilita ao próprio aluno identificar se a escovação é bem feita e corrigi-la se necessário.
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No Brasil, os programas de saúde oral destinados aos jovens vão aonde é preciso: à escola e tentam abranger todas as crianças e jovens sem excepção. Este exemplo demonstra claramente o interesse por medidas eficazes e concretas, onde o estado é capaz de constituir-se como o principal e fundamental elemento de protecção da saúde oral das crianças e jovens.
Este é o melhor exemplo como a protecção dos direitos das crianças e jovens no acesso a cuidados de saúde oral é exercido pelo próprio estado; também em Portugal compete ao estado assumir idênticas responsabilidades, permitindo que a saúde oral faça parte integrante dos currículos escolares dos ensinos básicos e secundários, e que a prevenção e o tratamento dentário seja oferecido em meio escolar a todas as crianças e jovens em idade escolar, sem quaisquer limitações ou restrições.
A importância da promoção da saúde oral na escola nunca, em caso algum, deverá ser colocado a um nível inferior à promoção da educação sexual; a todas as crianças e jovens deverá ser assegurado o direito ao recebimento de todos os tratamentos necessários dentários necessários à sua idade; estes deverão ser incluídos dos projectos educativos das escolas e os Ministérios da Educação e da Saúde deverão disponibilizar às escolas todos os recursos para a sua implementação.
É tempo de abandonar definitivamente programas de saúde oral de duvidosa execução, sempre em constantes alterações consoante os ministros que se vão substituindo-se uns aos outros nos governos, e apostar definitivamente numa saúde oral escolar universal de carácter curativa e preventiva feita nas escolas, em parceria com a comunidade e com técnicos especialistas contratados pelo Estado.

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