Cerca de metade da população portuguesa não tem capacidade para pagar uma consulta de medicina dentária, o que prejudica a saúde oral e está a levar os dentistas a procurarem outros países para exercer a profissão. «Estimamos que cerca de 50 por cento da população portuguesa não tenha capacidade para pagar sequer uma consulta na medicina dentária privada. Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral», afirmou em entrevista à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva. A Ordem tem pugnado para que haja dentistas nos centros de saúde e hospitais portugueses ou para que se criem sistemas de convenção com os privados.
Orlando Monteiro da Silva citou um estudo realizado pela Universidade de Liverpool, onde Portugal figura com «o cenário mais negro na Europa» nos cuidados de saúde oral. E é em grande parte o facto de não existir oferta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao nível da medicina dentária que também está a criar um excesso destes profissionais no país e a Ordem lamenta a «ausência de planeamento de recursos humanos».
«Se a população portuguesa passasse a ter toda acesso aos cuidados de saúde oral, os médicos dentistas provavelmente não chegariam», estimou Orlando Monteiro da Silva. Mas como isto não se verifica, os dentistas portugueses estão a procurar outros países: «Estamos a exportar recursos humanos para países deficitários, como a Inglaterra e a Holanda, porque nos países nórdicos a profissão deixou de ser atractiva». Portugal e Polónia são os países que mais contribuem para os serviços de saúde oral do SNS inglês, por exemplo.
As estimativas da Ordem indicam que dentro de três anos, em 2010, haverá um dentista por cada 1.180 habitantes em Portugal. Em comparação, Espanha terá um profissional por cada 2.667 habitantes, a Holanda um para cada 2.118 habitantes e o Reino Unido um por cada 2.105 cidadãos.
Orlando Monteiro da Silva citou um estudo realizado pela Universidade de Liverpool, onde Portugal figura com «o cenário mais negro na Europa» nos cuidados de saúde oral. E é em grande parte o facto de não existir oferta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao nível da medicina dentária que também está a criar um excesso destes profissionais no país e a Ordem lamenta a «ausência de planeamento de recursos humanos».
«Se a população portuguesa passasse a ter toda acesso aos cuidados de saúde oral, os médicos dentistas provavelmente não chegariam», estimou Orlando Monteiro da Silva. Mas como isto não se verifica, os dentistas portugueses estão a procurar outros países: «Estamos a exportar recursos humanos para países deficitários, como a Inglaterra e a Holanda, porque nos países nórdicos a profissão deixou de ser atractiva». Portugal e Polónia são os países que mais contribuem para os serviços de saúde oral do SNS inglês, por exemplo.
As estimativas da Ordem indicam que dentro de três anos, em 2010, haverá um dentista por cada 1.180 habitantes em Portugal. Em comparação, Espanha terá um profissional por cada 2.667 habitantes, a Holanda um para cada 2.118 habitantes e o Reino Unido um por cada 2.105 cidadãos.
As projecções do número de médicos dentistas para os próximos anos revelam «um descontrolo por excesso de formação de licenciados». «O resultado será inevitavelmente o do aumento do desemprego e sub-emprego na classe», refere a Ordem.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
* * *
É bom que o futuro Ministro da Saúde comece por arrumar a casa. Nos últimos quatro anos assistimos ao nascimento e à morte de programas de saúde oral, persistindo sempre o mesmo problema: todos pagamos impostos para formar dentistas que depois não são colocados ao serviço de quem precisa.
Esta situação aberrante não pode continuar a persistir num país civilizado e deve ser denunciado a todos os níveis; a saúde oral não pode continuar a ser tratada pelos governos e organizações do sector como um negócio.
Sem comentários:
Enviar um comentário