Por causa de problemas de mau hálito, muitas pessoas deixam de se casar, freqüentar reuniões sociais e até de procurar emprego, segundo Vinicius Pedrazzi, professor da Faculdade de Odontologia da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto. Por definição, o mau hálito, ou halitose, é um odor desagradável proveniente da boca, pulmões e narinas.
O mau cheiro é provocado por bactérias, que decompõem alimentos e células mortas da boca. Quando a saliva, que é rica em oxigênio, está muito seca, essas bactérias, que vivem em meio sem oxigênio, proliferam e promovem a fermentação. Aí surge o mau hálito.
Segundo Pedrazzi, somente uma higiene adequada da boca pode combater o mau hálito na maioria das ocasiões. "Escovar os dentes ao menos quatro vezes ao dia, usar o fio dental, pelo menos antes de dormir (e sempre antes da escovação) e fazer a limpeza da língua, um hábito que os brasileiros ainda não assimilaram, é o mínimo que uma pessoa deve fazer para falar sem medo, relacionando-se socialmente e interagindo com segurança com os outros", afirma. De acordo com o professor da USP, apenas 1% dos casos de mau hálito, ou halitose, são decorrentes de problemas no sistema digestivo.
Três por cento dos casos são ocasionados por inflamações e acúmulo de alimentos nas amígdalas, enquanto de 5% a 10% ocorrem por problemas nasais. Sobram, segundo Pedrazzi, uma vasta margem de 90% de causas de mau hálito relacionadas a problemas na cavidade bucal. A grande maioria delas por falta de higiene adequada nos dentes e na língua. Quem nunca se sentiu constrangido por ser flagrado, ou por achar que poderia ser notado, com um mau cheiro característico na boca?
Mas falar sobre mau hálito ainda é um tabu entre as pessoas, embora esse mal seja mais comum do que se imagina. Uma pesquisa realizada nos EUA em 2002 e publicada na revista científica "The Science of Bad Breath" mostrou que 35% dos norte-americanos sofrem de mau hálito crônico (durante toda a vida), enquanto 50% sofrem desse mal esporadicamente.Ou seja, cerca de 90% da população têm, ou já teve mau hálito em algum momento da vida. No Brasil, não existem dados precisos sobre o assunto, mas os especialistas acreditam que os índices sejam muito parecidos com os dos norte-americanos. "As pessoas deveriam aceitar melhor esse problema. Muitas vezes ele se intensifica porque as outras pessoas não comunicam quem está com mau hálito", afirma a dentista Joseane Maria Dias Bosco.
Sem comentários:
Enviar um comentário