Sorriso bonito é fundamental. E para isso é indiscutível a necessidade do cuidado com os dentes em todos os sentidos. Você com certeza já sabe disso e por inúmeras vezes foi advertido pelos pais ou responsáveis da obrigação de escovar os dentes ou da importância de consumir doces com moderação. No caso de quem usa aparelhos para correção dos dentes não é nada diferente. Ao contrário, requer cuidados extras e restringe o consumo de certos alimentos. Apesar disso, usar aparelhos ortodônticos é algo que tem se tornado mais comum a cada dia, e todos que necessitam deste recurso devem ficar espertos para alcançar resultados satisfatórios.
Sacrifícios
Amanda Cunha, Bruna Laízza, Jacqueline Costa, Natália Pacheco e Sérgio Sabino, 13 anos, são estudantes da Escola Municipal Professor Leôncio do Carmo Chaves, no bairro Planalto, e compõem a imensa lista de usuários de aparelhos ortodônticos.
Eles descrevem o uso como um sacrifício que vale a pena. No caso desta turma, todos estão de aparelho por questões reais de necessidade. Eles afirmam que têm consciência da importância de seguirem o tratamento corretamente para beneficiar a saúde em geral. Contudo, garantem que só fazem isso pela estética. Se fosse apenas pela saúde, eles não enfrentariam todas as restrições. Quem usa esses aparelhos fixos não pode comer maçã mordendo, não pode mascar chicletes, não deve comer pipoca e só consegue encarar sopinhas e vitaminas quando ele é apertado. Isso sem falar na dor, explicou a turma.
Sérgio, já está em tratamento há 4 anos. Nesse período chegou a usar dois tipos diferentes de aparelhos e afirma que já sofreu bastante, embora esteja bem acostumado. Enfrenta os momentos de dor com analgésicos e com a expectativa de um sorriso bonito e saudável daqui a algum tempo. O rosto inchado, o jeito engraçado de falar, os alimentos que evito e até mesmo as dores serão compensadas no futuro, quando estiver com os dentes do jeito que sempre imaginei, garantiu.
Toda a galera se esquece dos pontos negativos no uso dos aparelhos, quando o assunto são as paqueras. Não atrapalha beijar. Isso é invenção de quem não tem o que fazer, afirmou Natália. E além do mais, a turma garante que conseguir que os dentes fiquem todos certinhos e o sorriso lindo vale qualquer sacrifício.
Caio Rodrigues, 12 anos, usa aparelho desde os 7. Ele contou que já usou 4 tipos diferentes: um no céu da boca que o impedia de continuar o mau hábito de permanecer mascando o dedão. O móvel, que ele tirava na hora das refeições. O AEB (ancoragem extra-bucal), que fica com a maior parte exposta em volta do rosto e é o que as crianças e adolescentes mais detestam. E por fim, o fixo, que é o mais usado. O garoto garante que nunca deu bola para os comentários maldosos e as piadinhas feitas pelos colegas na escola e sempre seguiu o tratamento à risca. Caio, que já está próximo de tirar o aparelho, afirmou que se sente muito satisfeito com os resultados já alcançados. Ele tem certeza que no futuro terá orgulho dos dentes bonitos e saudáveis. A dica que ele deixou para todos os leitores é de que qualquer preconceito deve ser vencido quando o que está em jogo é a saúde.
Sérgio Sabino, Jacqueline Costa, Bruna Laízza, Natália Pacheco e Amanda Cunha enfrentam todos as restrições relacionadas ao uso dos aparelhos em nome da estética.
A dentista Maria Camin Menezes possui 31 anos de profissão e 26 deles foram dedicados à ortodontia. Aposentou-se recentemente, mas, enquanto esteve atuante, ela sempre buscou tratar os pacientes de forma completa integrando o acompanhamento de otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos para um resultado perfeito. De acordo com ela, as indicações de uso dos aparelhos envolvem uma série de fatores que devem ser analisados individualmente. O mais importante, contudo, é a noção dos prejuízos que podem ser evitados ou corrigidos por meio dos tratamentos. "O uso dos aparelhos corrige ou previne problemas no desenvolvimento, na coluna, no aparelho digestivo e respiratório", resumiu.
Ela chama a atenção para um fenômeno muito comum hoje em dia: há muitas crianças e adolescentes que desejam usar os aparelhos por questões de modismo. Camin explicou que o avanço nas técnicas e no material, as cores das borrachas e outros itens são considerados elementos de composição do visual para muitos. Por um lado isso é positivo porque diminui o número de crianças ou adolescentes que precisam usar e não querem. Entretanto o mais importante é que todos saibam que a saúde é o essencial. O tratamento pode começar a partir dos 6 anos e, quanto antes o problema for diagnosticado, maiores são as chances de 100% de correção. "O diagnóstico precoce pode garantir tratamentos mais curtos, menos dolorosos e mais baratos", explicou. Atualmente, todos os profissionais da área bucal, de diferentes especialidades, são preparados para perceber o problema e encaminhar o paciente a um ortodontista. Portanto visitar o dentista regularmente é um hábito necessário para a saúde de todos.