Um em cada cinco adolescentes não lava os dentes todos os dias, sendo os rapazes os mais descuidados, revela um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e da Escola Superior de Saúde de Viseu. O mesmo estudo indica que apenas um quarto dos jovens escova os dentes duas ou mais vezes diariamente e que o hábito está relacionado com as habilitações literárias dos pais.
Pouco mais de um por cento cumpria todos os requisitos para uma saúde oral adequada - escovagem duas ou mais vezes por dia, utilização de fio dentário e visita ao dentista duas ou mais vezes por ano. A amostra da investigação foi de sete mil jovens, com idades entre os 12 e os 18 anos, de escolas públicas do distrito de Viseu, que foram questionados sobre hábitos de higiene oral e condições socioeconómicas. O inquérito concluiu que as raparigas escovam mais vezes os dentes, usam mais frequentemente o fio dentário e vão mais a consultas de dentistas.
Nélio Veiga, autor do trabalho, admitiu que a frequência da lavagem dos dentes está relacionada com as habilitações literárias dos pais. «Quanto mais escolarizados são os pais, maior é a probabilidade de o jovem escovar os dentes duas ou mais vezes por dia, seguindo as recomendações clínicas», notou. A área de residência também influencia, uma vez que adolescentes de zonas urbanas indicaram maior prevalência de escovagem em relação aos que vivem em zonas rurais.
Sobre o uso do fio dentário, apenas 4,4 por cento disse usá-lo, enquanto mais de metade da amostra garantiu ter consultado um dentista no ano anterior. Mas 13 por cento dos jovens afirmaram nunca terem ido a uma consulta. Dos que foram consultados por um especialista em Medicina Dentária, metade procurou um dentista para consultas de rotina, 28 por cento devido a dores e 22 por cento por causa de outros problemas.
O investigador manifestou a sua preocupação por uma «elevada proporção» de adolescentes irem ao médico apenas quando têm dores de dentes. «Em Portugal, as desigualdades registadas no acesso aos cuidados de saúde oral das populações são bem evidentes, resultando do facto de, na sua maioria, serem exercidos no sector privado, condicionando o acesso dos mais desfavorecidos por falta de recursos financeiros», lembrou ainda o investigador.
Pouco mais de um por cento cumpria todos os requisitos para uma saúde oral adequada - escovagem duas ou mais vezes por dia, utilização de fio dentário e visita ao dentista duas ou mais vezes por ano. A amostra da investigação foi de sete mil jovens, com idades entre os 12 e os 18 anos, de escolas públicas do distrito de Viseu, que foram questionados sobre hábitos de higiene oral e condições socioeconómicas. O inquérito concluiu que as raparigas escovam mais vezes os dentes, usam mais frequentemente o fio dentário e vão mais a consultas de dentistas.
Nélio Veiga, autor do trabalho, admitiu que a frequência da lavagem dos dentes está relacionada com as habilitações literárias dos pais. «Quanto mais escolarizados são os pais, maior é a probabilidade de o jovem escovar os dentes duas ou mais vezes por dia, seguindo as recomendações clínicas», notou. A área de residência também influencia, uma vez que adolescentes de zonas urbanas indicaram maior prevalência de escovagem em relação aos que vivem em zonas rurais.
Sobre o uso do fio dentário, apenas 4,4 por cento disse usá-lo, enquanto mais de metade da amostra garantiu ter consultado um dentista no ano anterior. Mas 13 por cento dos jovens afirmaram nunca terem ido a uma consulta. Dos que foram consultados por um especialista em Medicina Dentária, metade procurou um dentista para consultas de rotina, 28 por cento devido a dores e 22 por cento por causa de outros problemas.
O investigador manifestou a sua preocupação por uma «elevada proporção» de adolescentes irem ao médico apenas quando têm dores de dentes. «Em Portugal, as desigualdades registadas no acesso aos cuidados de saúde oral das populações são bem evidentes, resultando do facto de, na sua maioria, serem exercidos no sector privado, condicionando o acesso dos mais desfavorecidos por falta de recursos financeiros», lembrou ainda o investigador.
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Esta é a realidade da saúde oral das crianças e jovens em Portugal. Se alguém ainda diz que há excesso de médicos dentistas no nosso país, esta crónica indica que largas centenas de milhares de crianças e jovens continuam a ser marginalizadas no acesso a cuidados de saúde oral.
Afinal, para que servem os departamentos de saúde oral na Direcção - Geral de Saúde, para que serve a saúde escolar, enfim, para que servem as ordens profissionais ligadas à saúde oral? Qual é o objectivo que o Ministério da Saúde e da Educação pretendem fazer face a esta situação?
Afinal, para que servem os departamentos de saúde oral na Direcção - Geral de Saúde, para que serve a saúde escolar, enfim, para que servem as ordens profissionais ligadas à saúde oral? Qual é o objectivo que o Ministério da Saúde e da Educação pretendem fazer face a esta situação?
Uma autentica vergonha por parte de quem deveria, no mínimo, cumprir e fazer cumprir a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
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