Depois de ver todas as portas fecharem-se, Luís Lourenço, 21 anos, morador em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, decidiu expor publicamente o seu problema para tentar encontrar alguém que se solidarize com o problema de dentição que o atormenta. “Tenho muitas dificuldades para comer porque os dentes da frente (inferiores e superiores) não se juntam e acabo por fazer feridas no céu-da-boca com os incisivos da mandíbula inferior”, relata, acompanhado pela irmã, Ana.
Luís, que sempre teve muitos problemas dentários e complexos pela sua situação, gostava de colocar um aparelho de ortodontia mas foi informado pela dentista que o acompanha que tinha o maxilar inferior muito reduzido. De acordo com o atestado passado pela médica, e que faz questão de mostrar, tal só seria possível se fizesse uma cirurgia correctiva de forma a expandir as bases ósseas.
“Fui encaminhado para um cirurgião plástico que me confirmou que tinha um “deficit bimaxilar acentuado” e que só assim conseguiria esticar a mandíbula e obter uma harmonia esquelético-dentária para colocar o aparelho”, relatou. Todo o processo que permitia a Luís voltar a sorrir sem dores está avaliado em 15 mil euros.
O problema é que Sistema Nacional de Saúde (SNS) não comparticipa a medicina dentária. Em Setembro de 2007, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, frisava que cerca de metade da população portuguesa não tinha capacidade para pagar uma consulta de medicina dentária. “Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral”, afirmou em entrevista à agência Lusa.
“Apesar de ter bastantes dores, sei que poderei vir a ter problemas respiratórios graves caso não corrija este problema”, atesta, triste por ter visto recusado financiamento junto de várias instituições bancárias. Também as companhias de seguros recusaram fazer a apólice uma vez que o problema já existe. “O meu pai é reformado, a minha mãe é doméstica e a mim não me dão o empréstimo porque trabalho numa empresa de trabalho temporário”, explica o jovem que diz que o seu problema é mais de saúde do que estético, mostrando-se revoltado por não ser operado através de uma unidade hospitalar estatal, mesmo fazendo os seus descontos e contribuições para a Segurança Social.
“Não temos 15 mil euros nem quem nos empreste este valor. Não temos outra solução e preocupa-me o meu irmão estar a sofrer. Esta não é uma questão estética mas sim de saúde. O meu irmão, neste momento, está a tomar todos os dias medicação para as dores.”, atesta Ana Lourenço, 27 anos, agastada com o problema que se arrasta e sem ter nada para hipotecar que possa ajudar. Por ter esperança e acreditar aceitou expor a situação.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Dados estatísticos da altura, indicavam que nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
Luís, que sempre teve muitos problemas dentários e complexos pela sua situação, gostava de colocar um aparelho de ortodontia mas foi informado pela dentista que o acompanha que tinha o maxilar inferior muito reduzido. De acordo com o atestado passado pela médica, e que faz questão de mostrar, tal só seria possível se fizesse uma cirurgia correctiva de forma a expandir as bases ósseas.
“Fui encaminhado para um cirurgião plástico que me confirmou que tinha um “deficit bimaxilar acentuado” e que só assim conseguiria esticar a mandíbula e obter uma harmonia esquelético-dentária para colocar o aparelho”, relatou. Todo o processo que permitia a Luís voltar a sorrir sem dores está avaliado em 15 mil euros.
O problema é que Sistema Nacional de Saúde (SNS) não comparticipa a medicina dentária. Em Setembro de 2007, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, frisava que cerca de metade da população portuguesa não tinha capacidade para pagar uma consulta de medicina dentária. “Enquanto não houver médicos dentistas nos centros de saúde ou sistemas de concessão, as pessoas estarão excluídas da saúde oral”, afirmou em entrevista à agência Lusa.
“Apesar de ter bastantes dores, sei que poderei vir a ter problemas respiratórios graves caso não corrija este problema”, atesta, triste por ter visto recusado financiamento junto de várias instituições bancárias. Também as companhias de seguros recusaram fazer a apólice uma vez que o problema já existe. “O meu pai é reformado, a minha mãe é doméstica e a mim não me dão o empréstimo porque trabalho numa empresa de trabalho temporário”, explica o jovem que diz que o seu problema é mais de saúde do que estético, mostrando-se revoltado por não ser operado através de uma unidade hospitalar estatal, mesmo fazendo os seus descontos e contribuições para a Segurança Social.
“Não temos 15 mil euros nem quem nos empreste este valor. Não temos outra solução e preocupa-me o meu irmão estar a sofrer. Esta não é uma questão estética mas sim de saúde. O meu irmão, neste momento, está a tomar todos os dias medicação para as dores.”, atesta Ana Lourenço, 27 anos, agastada com o problema que se arrasta e sem ter nada para hipotecar que possa ajudar. Por ter esperança e acreditar aceitou expor a situação.
Em Portugal, apenas as regiões autónomas têm sistemas de saúde oral a servir os utentes do SNS. Dados estatísticos da altura, indicavam que nos Açores há 19 médicos dentistas no sistema público regional de saúde e a Ordem prevê que, em alguns anos, os Açores tenham os melhores indicadores de saúde oral. Já na Madeira, há uma convenção entre o serviço regional de saúde e os privados, em que o sistema público reembolsa em parte o custo dos utentes que recorrem a dentistas privados.
* * *
Talvez o Senhor Director – Geral de Saúde e a Senhora Ministra da Saúde tivessem mais tacto e juízo se resolvessem de imediato esta situação, em vez de estarem a financiar os canais de televisão portugueses em centenas de milhares de euros (dezenas de milhares de contos), sem que daí saia um único acto médico.
Como alternativa, coloquem de imediato os seus lugares à disposição de quem saiba gerir melhor os bens públicos do país.
Sem comentários:
Enviar um comentário