quarta-feira, 10 de setembro de 2008

289) Análise ao Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2008 (3ª Parte)

NOTA PRÉVIA (do documento de trabalho)

Citando o Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2008, o actual estudo “abrangeu as crianças e os jovens que frequentavam os estabelecimentos de educação do ensino público”. Tratando-se de um estudo de âmbito nacional, os autores referem que “todos os estudos realizados com alunos que frequentam estas instituições (instituições privadas) evidenciam uma prevalência e gravidade das doenças orais, mais baixa ou muito mais baixa quando comparada como a dos que frequentam os estabelecimentos públicos". Então os autores deveriam ter deixado claro que o panorama nacional, no cômputo geral, será ainda melhor relativamente às conclusões que retiram das análises efectuadas ao universo dos estabelecimentos públicos.
Seria óptimo que se fizesse uma abordagem mais aprofundada no sentido de detectar a conclusão apontada - a gravidade das doenças orais afecta em menor grau os alunos dos estabelecimentos de ensino privado. Que factores poderão explicar as diferenças, em termos de saúde oral, entre crianças que frequentam o ensino público e as crianças que frequentam o ensino privado? Estaremos bem em considerar que tal se deve à origem social das crianças ou as diferenças encontradas terão mais relacionadas com as responsabilidades que (não) são assumidas pelas diversas instituições de ensino públicas e privadas? Quais os aspectos positivos / vantagens que a frequência de estabelecimentos de ensino privado que podem e devem ser utilizadas pelos estabelecimentos de ensino público (e vice-versa)?
O estudo nacional permitiu recolher “uma colheita de saliva e placa bacteriana aos jovens de 12 anos, que servirá para o estudo epidemiológico do Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus, conduzido pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Abel Salazar, e que visa servir de suporte à produção de uma vacina contra a cárie dentária”. Sem dúvida, uma excelente iniciativa que deverá ter todo o apoio das entidades oficiais, nomeadamente as ligadas à saúde e à investigação.

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