segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

216) O papel da LBV (Legião da Boa Vontade) na saúde comunitária (II)


Cassiano Scapini, médico

Vindo do Brasil há 18 anos, acabou por instalar urn consultório no Porto, mas isso nunca lhe chegou. Acérrimo defensor de uma postura diferente dentro da classe a que pertence, considera que a profissão de médico dentista deve estar voltada para o «acompanhamento» e não para o «tratamento» das doenças bucais. «É importante estar ao lado das crianças, sempre envolvendo a família», porque, muitas vezes, é preciso explicar aos pais alguns conceitos de saúde oral que desconhecem. «Arrancar dentes sempre foi dado como uma fatalidade na mentalidade dos mais velhos».

Cassiano Scapini resume, assim, numa frase, a importância que dá ao trabalho que faz como voluntário, nas diversas acções em que tem participado: «o voluntariado é um bom termómetro para mudar as emoções do profissional. À medida que estiver inserido nesse contexto, vai pensar diferente também». Acredita, pois, que a mudança é imprescindível e premente: «se temos tantas carências, o conhecimento é a melhor arma para mudar o cenário actual». Daí que, defende, a transformação deve surgir dentro da própria classe que não deve temer uma nova filosofia de trabalho, porque o médico dentista vai sempre existir, só com uma atitude diferente: «não de tratar, mas de prevenir».

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