terça-feira, 29 de janeiro de 2008

222) Remodelação no Governo: Mudança na Saúde mostra que Primeiro Ministro "foi sensível à revolta generalizada"

António Arnaut, criador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mostrou-se hoje satisfeito com a substituição do ministro da tutela, considerando que o primeiro-ministro "foi sensível à revolta generalizada" contra o encerramento de unidades de saúde. Afirmando que "não importa tanto mudar as pessoas", António Arnaut declarou à agência Lusa que "o que é importante é mudar as políticas".
António Arnaut, que foi deputado e ministro dos Assuntos Sociais, é o primeiro subscritor de uma petição nacional, lançada na semana passada, para que as alterações introduzidas pelo Governo de José Sócrates ao nível do SNS sejam debatidas pela Assembleia da República. Na sua opinião, José Sócrates, enquanto responsável máximo do executivo, "varreu a sua testada", abrindo caminho a correcções na política de saúde tendo em vista um "regresso à matriz" do SNS, enquanto serviço "geral, universal e gratuito" consagrado na Constituição da República. "Dá a impressão que o Governo quer mesmo mudar de política de saúde", acentuou.
O fundador do Serviço Nacional de Saúde, antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, frisou que Sócrates decidiu substituir Correia de Campos por Ana Jorge, na parta da Saúde, em resposta a "um clamor nacional insustentável" contra as medidas no sector.
Ana Jorge, a nova ministra da Saúde escolhida pelo primeiro-ministro, "deve agora regressar à filosofia humanista" do SNS e "revogar algumas das posições tomadas" por Correia de Campos, preconizou.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

221) Saúde Oral: novo programa nacional em prática este mês

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) mostra-se confiante de que, até final de Janeiro, vai ser possível colocar em prática as novas medidas do Programa Nacional de Saúde. Um prazo que a Direcção-Geral de Saúde prefere não subscrever.
Em declarações à TSF, o bastonário da Ordem de Advogados, Orlando Monteiro da Silva, revelou que, neste momento, «aguarda-se o despacho do sr. ministro da Saúde, que é fundamental para colocar em marcha, em termos legais, este programa, o que deverá acontecer, numa perspectiva perfeitamente realista, no final de Janeiro». Este prazo não é, no entanto, subscrito pelo responsável pela saúde oral da Direcção-Geral de Saúde (DGS), Rui Calado, o qual diz, também em declarações à TSF, não se atrever «a dar qualquer limite temporal neste momento. O que eu posso dizer é que há ordens explícitas para acelerar o mais possível este processo».
O responsável revelou ainda que, até ao final da semana, podem ficar definidos os prazos para a entrada em vigor de um programa anunciado há cerca de dois meses pelo primeior-ministro, no Parlamento, e que como principais beneficiários os idosos, grávidas e crianças.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

220) O papel da LBV (Legião da Boa Vontade) na saúde comunitária (I)


Intervenção comunitária: dar sem receber

Assinalou-se, a 31 de Agosto, o Dia Internacional da Solidariedade. Considerada um dos valores fundamentais para as relações humanas neste século, dentro da comunidade médica dentista ela parece existir. Os bons exemplos estão aí.
Maria (nome fictício) corre pelo pátio de um dos centros de apoio da Legião da Boa Vontade (LBV), no Porto, juntamente com mais de duas dezenas de amigos. Tenta não ser apanhada pelos «bichinhos» que podem fazer mal aos dentes. Corre, finta e solta alguns gritos de brincadeira, à medida que vai escapando dos colegas que a tentam apanhar.
"O jogo da bactéria" é uma das actividades organizadas pelos voluntários do programa "Sorriso Feliz", que percorre instituições do Porto, promovendo a higiene e a saúde bucal.Com pouco mais de seis anos, Maria não entende ainda muito bem qual o objectivo de todo aquele aparato. «A minha mãe diz que tenho dentes de leite e que não preciso de os lavar porque, mais cedo ou mais tarde, vão cair». Este é um exemplo de como a intervenção comunitária é tão importante.
Portugal tem elevados níveis de cárie dentária entre os jovens, consequência da «falta de uma política de prevenção por parte das autoridades que, ao longo dos anos, têm transmitido a ideia do médico dentista como curador de uma doença e não como preventivo». Afirmação de Cassiano Scapini, médico dentista que investe parte do seu tempo no voluntariado.
«Não podemos ficar reféns do consultório. Devemos, sim, assumir os nossos compromissos para com a comunidade», defende com convicção. «No século XXI já não faz senti-do pensar, apenas, em reabilitação dentária. A nossa função é cada vez mais informar e acompanhar o utente para evitar o aparecimento de doenças», refere. O profissional não concebe a sua função sem dedicar várias horas do seu dia «a trabalho social». Até porque, só assim, acredita, se poderá mudar o panorama da saúde oral em Portugal que, considera, é «catastrófico». Todavia, sugere, «a pergunta a colocar deve ser: qual o papel no médico dentista na sociedade?»

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

219) Boca sana: comienza la campaña 2008

La Dirección de Salud de la Municipalidad de Colón (ARGENTINA), por intermedio del Servicio de Odontología del Centro Preventivo Materno Infantil y conjuntamente con el Círculo Odontológico de Colón, informan la continuación del programa de certificados bucodentales a “Boca Sana”, implementado desde el año 2000 para todas las escuelas del Partido de Colón... Dicho programa estará implementado solamente a alumnos de 1º, 3º, 5º, 7º y 9º de la EGB.
Al igual que el año anterior, el alumno concurrirá al odontólogo de su elección (privado u hospitalario), el cual de encontrar la boca en condiciones de buena salud oral otorgará una constancia de buena estado bucal, la cual será cambiada en el Centro Preventivo Materno Infantil (CPMI) por un certificado oficial, legitimizado con sello hospitalario. En caso contrario, el alumno deberá recibir tratamiento odontológico hasta conseguir el alta, otorgada por el profesional actuante.
Todos los trámites y consultas serán atendidos en el CPMI (calle 51 e/ 10 y 11). Los horarios de atención son de lunes a viernes de 07 a 12 horas y la fecha de inicio es el 11 de febrero de 2008.
* * *
Um exemplo (Argentina) onde é obrigatório as crianças e jovens terem um certificado oficial de saúde oral. À atenção da Senhora Ministra da Educação e do Senhor Ministro da Saúde.
Gerofil

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

218) Barcelos: Centro de Saúde aguarda luz verde do Governo para avançar com consultas de saúde oral

Os barcelenses vão ter que continuar a aguardar para terem consultas de saúde oral nos centros de saúde locais. A ideia avançada pelo Director do Centro de Saúde de Barcelos, em Setembro do ano passado, ainda não saiu do papel. Manuel Vilas Boas acredita, no entanto, que 2008 será um ano de avanços nessa área.
O director do Centro de Saúde de Barcelos garantiu à Voz do Minho que já deu conhecimento da intenção de colocar à disposição da população estas consultas de medicina dentária, mas admitiu que falta agora o “sinal verde” por parte do Ministério da Saúde. “A nível da sub-região de Saúde de Braga já foi falado e ventilado a vinda para cá das consultas de saúde oral e isso não está fora de hipótese. 2008 será o ano chave para isso porque o Ministério da Saúde aposta este ano em duas áreas: o combate à obesidade e a saúde oral, portanto, acredito que 2008 será um ano de avanços nessa área”, vincou o responsável.
Manuel Vilas Boas acredita que a criação de uma consulta de saúde oral e medicina dentária seria benéfica para a população e para o próprio Ministério da Saúde, até porque, mediante este acordo com a CESPU – uma entidade privada de ensino e serviços de saúde – o Centro de Saúde teria, apenas, que pagar aos formadores dos dentistas. “Nós cederíamos a área, a instituição privada montaria todo o equipamento e consumíveis, nós apenas teríamos que pagar umas horas por mês aos formadores dos dentistas que estariam cá”, informou, acrescentando que os utentes do Serviço Nacional de Saúde que tivessem acesso a essa consulta “pagariam apenas uma taxa moderado igual a uma consulta de clínica geral normal”.
Entretanto, os barcelenses vão ter que continuar a aguardar pela decisão de Correia de Campos e vão ter também que continuar a recorrer aos dentistas do sector privado para tratarem as suas bocas.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

217) Rastreios visuais para cerca de três mil crianças de Albufeira

A Câmara Municipal de Albufeira está a promover, ao longo deste ano, rastreios visuais a crianças do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico do concelho. A medida insere-se no Plano de Actividades de Promoção da Saúde em Meio Escolar, implementado pelo município. O objectivo é promover um desenvolvimento saudável e um bom rendimento escolar da criança.
Em Janeiro e Fevereiro vão ser rastreadas as crianças dos jardins-de-infância, e numa segunda fase, as do 1.º ciclo do ensino básico, num total de 2494 crianças. Trata-se de uma acção desenvolvida em parceira com a Opticália, que cede os técnicos de optometria, assim como os espaços onde os rastreios são realizados.
* * *
Mais uma iniciativa em prol da saúde infantil, neste caso em ambiente escolar. Mas tão importante como visão, também a saúde oral das crianças é fundamental para o seu bem-estar e desenvolvimento pessoal. Assim, apelo à Câmara Municipal de Albufeira que incorpore a valência da saúde oral neste programa de promoção da saúde em ambiente escolar.
Gerofil

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

216) O papel da LBV (Legião da Boa Vontade) na saúde comunitária (II)


Cassiano Scapini, médico

Vindo do Brasil há 18 anos, acabou por instalar urn consultório no Porto, mas isso nunca lhe chegou. Acérrimo defensor de uma postura diferente dentro da classe a que pertence, considera que a profissão de médico dentista deve estar voltada para o «acompanhamento» e não para o «tratamento» das doenças bucais. «É importante estar ao lado das crianças, sempre envolvendo a família», porque, muitas vezes, é preciso explicar aos pais alguns conceitos de saúde oral que desconhecem. «Arrancar dentes sempre foi dado como uma fatalidade na mentalidade dos mais velhos».

Cassiano Scapini resume, assim, numa frase, a importância que dá ao trabalho que faz como voluntário, nas diversas acções em que tem participado: «o voluntariado é um bom termómetro para mudar as emoções do profissional. À medida que estiver inserido nesse contexto, vai pensar diferente também». Acredita, pois, que a mudança é imprescindível e premente: «se temos tantas carências, o conhecimento é a melhor arma para mudar o cenário actual». Daí que, defende, a transformação deve surgir dentro da própria classe que não deve temer uma nova filosofia de trabalho, porque o médico dentista vai sempre existir, só com uma atitude diferente: «não de tratar, mas de prevenir».

domingo, 6 de janeiro de 2008

215) Beijo pode transmitir cárie

Seria exagero chamar a cárie de "doenca" e dizer que ela é "contagiosa". De acordo com o dentista Marcelo Rezende, diretor da Smiling Dental Care, nem todas as bactérias encontradas na boca são responsáveis pela cárie, que é uma lesão. Mas uma pessoa infectada com as bactérias da cárie pode abrigar milhares de outros micróbios na boca. Portanto, toda higiene é pouca e o bejjo pode ser o principal meio de transmissão de doenças.
"Certamente, alguns cuidados básicos de higiene podem evitar complicações de saúde, que incluem gengivite, herpes e mononucleose – conhecida como a 'doença do beijo'", diz Rezende. "A bactéria que causa a cárie, chamada Streptococcus mutans, também pode ser transmitida ao se dividir a comida usando o mesmo talher", alerta Laurence R. Rifkin, odontologista da Califórnia.
A bactéria encontra-se geralmente na placa dental das pessoas infectadas. Uma simples prova de saliva pode detectar a bactéria e determinar se a pessoa corre risco de desenvolver cáries. "A escova de dentes, o uso de fio dental e outras formas de higiene bucal são fundamentais para reduzir a quantidade de bactérias que aderem às superfícies dos dentes," diz Rifkin. Aplicação de flúor no consultório também é uma arma poderosa.
Entre as pessoas que correm maior risco de desenvolver cáries estão as que tiveram cáries nos doze meses precedentes, os diabéticos, os hipertensos, os que têm um fluxo de saliva menor e aqueles cujo sistema imunológico esteja deficiente.
O cirurgião-dentista alerta que os bebês também correm grande risco de contaminação. Rezende diz que hábitos maternos, como provar a papinha do bebê com a mesma colher com que servirá a refeição é um dos erros mais comuns.
"Uma simples colher de chá contaminada por uma pessoa infectada pelas bactérias da cárie pode abrigar milhares de micróbios. Dar 'selinhos' na boca do neném, então, nem pensar. Se conseguirmos manter uma criança sem contato com as bactérias da cárie até ela completar nove anos, as chances de nunca ter uma cárie na vida são de 90%", diz o especialista.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

214) 10 razões para ir (periodicamente) ao dentista

PREVENIR - Através do exame clinico e das orientações profissionais fica mais fácil prevenir cáries, doenças periodontais; evitando assim problemas futuros no cuidado com os dentes e gastos em longos tratamentos. Um check up periódico não deixa que os problemas se avolumem;
MANTER OS DENTES CLAROS E LIMPOS - Mesmo com uma higienização bem feita com escovação dos dentes e da língua, o uso de fio dental, de anti-sépticos bucais e de escova lingual, para garantir a não-formação da placa bacteriana, de cáries e tártaro, a visita ao dentista é primordial para tirar as suas dúvidas e verificar se esta fazendo todos os procedimentos de maneira correta. Já existem muitas técnicas para clarear as diversas manchas nos dentes. O seu dentista irá realizar o tratamento indicado para o seu caso. São técnicas que vão desde raspagens e polimento até o uso de laser;
PERDER O MEDO - Dentista não é mais sinônimo de dor. Hoje, o tratamento dentário é muito mais eficaz, rápido e indolor com a tecnologia disponível nos consultórios;
NÃO TER DOR DE DENTE - A melhor solução para a dor de dente é a prevenção. Visitas periódicas ao dentista, mesmo sem a existência de qualquer sintoma, podem detectar o problema desde cedo, garantindo o sucesso do tratamento;
EVITAR O MAU HÁLITO - Uma grande porcentagem das causas do mau hálito está na boca. Escovar os dentes e a língua é essencial para manter um bom hálito. Visitar o dentista duas vezes ao ano também pode evitar uma situação desagradável;
PREVENIR O CÂNCER BUCAL - Exames periódicos ajudam a identificar pequenas lesões que, se não tratadas, poderão evoluir para alguma forma de câncer;
MANTER A SAÚDE DO CORPO - Uma boca bem cuidada reflete na saúde de todo o corpo. Uma má mastigação ou mesmo uma mordida errada podem ocasionar desde dores de cabeça até problemas gástricos;
EVITAR PROBLEMAS CARDÍACOS - Quase ninguém sabe, mas algumas bactérias presentes no meio bucal podem atacar o coração. A endocardite bacteriana, um tipo de problema cardiológico decorrente de processos infecciosos, pode ter origem na cavidade oral e causar a proliferação de bactérias nocivas ao organismo;
RECONQUISTAR OU MANTER A AUTO-ESTIMA - Manter um sorriso saudável e harmonioso é uma boa maneira de você ficar bem consigo mesmo. Gostando mais de sua aparência, você estará mais segura para enfrentar a vida;
SABER DAS NOVIDADES - Atualmente em todas as mídias saem muitas reportagens sobre as novas tecnologias odontológicas, algumas sérias e comprovadas outras são um pouco mais que uma jogada de marketing, por isto é importante ter uma pessoa com conhecimento na área e em quem você confie para tirar todas as suas dúvidas.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

213) ESPINHO: Concelho é uma referência na saúde oral

Com mais de 20 minutos de atraso, Joaquim Barbosa, director do Centro de Saúde de Espinho, deu início à apresentação do Programa para a Saúde Oral para o ano lectivo de 2007/2008. O director começou por falar das grandes mudanças ocorridas na saúde nos últimos tempos e dos resultados satisfatórios do programa da Saúde Oral desde o seu início, acrescentando que o grande objectivo deste programa é o cumprimento de metas nacionais e europeias.
O programa de Saúde Oral envolve várias entidades do concelho de Espinho, entre elas o Centro de Saúde, o Lions Club, as diferentes autarquias de Espinho, vários dentistas particulares, as escolas do concelho e a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto.
O programa de Saúde Oral inclui três grandes fases: a higienização, o rastreio e o tratamento. Na fase da higienização, o objectivo é, segundo a coordenadora do programa, Margarida Albuquerque, “ensinar as crianças a lavar correctamente os dentes”, oferecendo-lhes, ainda, pasta e escova. Nesta fase da higienização é ainda frequente serem organizadas sessões de esclarecimento que pretendem envolver “não só os alunos, mas também os professores e os pais”.
Este ano, o programa inclui rastreio e tratamento de três tipos de problemas ligados à saúde oral nas crianças espinhenses do pré-primário, primeiro e segundo ciclo. Entre as doenças rastreadas incluem-se a cárie, a fluorose e a doença periodontal ou periodontite.A última, mas talvez a mais importante fase do programa é o tratamento, que se efectua desde 2001. No ano passado, o programa da Saúde Oral tratou 336 crianças com ajuda estatal e outras 16 contando com o subsídio de autarquias espinhenses.
Margarida Albuquerque deixou bem claro que, “em termos genéricos, o trabalho é favorável” e isso vê-se quando constatamos que “as crianças de Espinho, em comparação com o resto do país, estão muito melhores. O sonho de há 18 anos atrás valeu a pena”. Desde 2001 que a Saúde Oral abrange as crianças do 2º ciclo, e desde 2004 as do pré-escolar, porque inicialmente o programa só contemplava os alunos de primeiro ciclo. Os valores do Programa Saúde Oral de 2007 são, segundo a coordenadora do projecto, “bastante satisfatórios”.
Ao longo dos anos, o valor de CPO, o indicador de cárie dentária, tem vindo a diminuir. Tanto que, a nível do segundo ciclo, é de 1,3 por cento, enquanto que a média nacional se situa nos 2,95 por cento. Para 2020, a meta europeia é atingir um índice de CPO menor do que um. Ora, Espinho já não está muito longe desse objectivo e ainda faltam 13 anos para lá chegar.
Em termos europeus, Espinho também está bem colocado a nível de saúde oral, porque a meta estabelecida no continente europeu propunha que em 2007 apenas 50 por cento das crianças entrassem na escola com cárie dentária. Espinho está muito próximo desse valor, com cárie detectada em 54% das crianças da pré-primária.
A discrepância entre os valores obtidos na cidade de Espinho e o resto do país volta a ser evidente quando falamos na cárie ao nível do primeiro ciclo. Enquanto que o programa de Saúde Oral espinhense registou um índice de CPO de 0,7 por cento nas dentições definitivas, o valor nacional situa-se entre os 2 e 3 por cento.
Quanto ao rastreio da fluorose e das doenças periodontais, não há estudos nacionais ou europeus com que se possa comparar os valores de Espinho. No entanto, os valores da fluorose indicam que na pré-primária, cinco por cento das crianças têm problemas de excesso de flúor, no primeiro ciclo seis por cento e no segundo ciclo 28 por cento. Já as doenças periodontais, como a gengivite e o tártaro, registam um total de 28 por cento de todas as crianças rastreadas.
O primeiro passo para o nascimento do programa de Saúde Oral deu-se no início dos anos 90 quando Dulce Santos foi convidada para apresentar uma palestra no Hotel Praia Golf, em Espinho, no âmbito da medicina dentária. A ideia, que Dulce Santos já tinha há muito tempo, era promover um programa de saúde oral dirigido às crianças. Na altura, e segundo a ex-secretária da Associação Portuguesa de Saúde Oral, “uma série de circunstâncias felizes criaram um envolvimento propício para a continuação do programa de saúde oral”. Houve, desde logo, “um interesse pedagógico”, mas para a sua concretização, acrescenta Dulce Santos, era “necessária a colaboração de mais entidades”.
A exigência foi sendo cada vez maior e os “resultados foram sendo cada vez melhores”. Margarida Albuquerque concorda que o programa começou por “carolice”, mas que actualmente é algo muito bem organizado e que, para assegurar o seu funcionamento correcto, “o trabalho não pode ser feito sem a colaboração de todos”. A coordenadora do programa acredita que a maior colaboração dos pais era essencial, porque muitas vezes os educadores, “que são no fundo os maiores interessados, não aproveitam a oportunidade dada pelo programa” e faltam mesmo muitas das vezes às consultas marcadas para os filhos, não dando assim continuidade aos rastreios e aos próprios tratamentos.
* * *
Aqui e ali por carolice. Até quando ? Estamos em Portugal (país membro da União Europeia) mas, na saúde oral e especialmente no apoio a crianças e jovens, as coisas ainda surgem por carolice. Infelizmente.
Gerofil