sábado, 3 de maio de 2008

246) Ensino: Estudantes Medicina Dentária de Lisboa exigem verba extraordinária para repor "condições dignas"

Os estudantes da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa apelaram ao ministro do Ensino Superior para transferir a verba extraordinária prometida em 2007 para "repor as condições dignas para o ensino e prestação de cuidados de saúde".
Numa carta aberta dirigida ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, a qual à Lusa teve hoje acesso, os estudantes pedem que seja transferida "com a máxima urgência" a verba extraordinária que lhes tinha sido prometida em Novembro de 2007, para se que "possa efectuar de imediato as melhorias necessárias à reposição de condições dignas para o ensino e para a prestação de cuidados de saúde".
No documento, os alunos da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) salientam que se mantém o "profundo descontentamento relativamente às precárias condições de ensino e de prestação de cuidados de saúde" e que a falta de verba obrigou "ao encerramento da clínica e do bloco operatório devido a condições de infra-estrutura abaixo dos parâmetros mínimos aceitáveis".
Segundo os alunos, também "as valências clínicas, pré-clínicas e laboratoriais estão a funcionar com graves limitações e as instalações estão em estado de degradação galopante".
A mesma situação já tinha levado os alunos da FMDUL a fazer um período de greve em Dezembro de 2007, no qual reiteraram a necessidade de implementar medidas adequadas.
Na sequência deste protesto, os estudantes foram recebidos pelo secretário de Estado do Ensino Superior, Manuel Heitor, tendo então o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) ordenado uma "inspecção com carácter de urgência às instalações da FMDUL".
Durante a inspecção, refere a carta, foram confirmadas "as deficiências 'terceiro-mundistas' nas instalações e equipamento denunciadas pelos alunos durante o protesto e que não podem deixar de envergonhar a tutela de um Ensino que se quer 'Superior'".
Os estudantes referem ainda que, após esta inspecção, o ministério comprometeu-se a dotar a Universidade de Lisboa (UL) "de uma verba extraordinária para colmatar as carências financeiras desta instituição", para o que em Janeiro de 2008 enviaram ao MCTES um plano detalhado de orçamentação para as melhorias a efectuar, num documento conjunto da FMDUL e da Reitoria da UL, e que até agora não obteveram resposta.
"A situação, no que concerne ao prometido financiamento, não se alterou, o que trouxe consequências muito gravosas para o funcionamento da FMDUL" e que "evidenciam condições de funcionamento incompatíveis com a manutenção da imagem de uma Universidade moderna", lamentam os estudantes.
Na carta, os alunos referem que a falta da verba, além do encerramento da clínica e do bloco operatório e as limitações no funcionamento das outras instalações, também obrigou "à recolocação de alunos para espaços já lotados funcionalmente, o que tem gerado graves problemas de índole científica e pedagógica".
"Como espera Vossa Excelência que a Faculdade consiga manter o seu estatuto de Grande Escola de prática e ensino em Saúde Oral no País?", questionam os alunos na carta dirigida ao ministro Mariano Gago.
A Agência Lusa contactou uma fonte do gabinete do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que remeteu para mais tarde um eventual comentário sobre este assunto.
* * *
Mostro aqui a minha completa solidariedade para com os alunos da ESMDL; Portugal faz parte da União Europeia e não de um qualquer país do Terceiro Mundo. Os políticos não podem fazer apenas meras promessas.
Gerofil

1 comentário:

Anónimo disse...

Escola Superior?
Só se for do seu tempo... agora é mesmo ensino universitário!