quarta-feira, 9 de março de 2011

518. UNICEF pede mais atenção aos adolescentes para quebrar o ciclo de pobreza

A comunidade internacional deve intensificar os investimentos nos adolescentes se quiser quebrar o ciclo de pobreza, especialmente nos países menos desenvolvidos, que têm uma população muito jovem, advertiu a UNICEF, num relatório hoje divulgado. O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, intitulado “Adolescência - Uma Fase de Oportunidades”, aborda a situação mundial da infância.

A UNICEF revela que o mundo tem 1,2 mil milhões de adolescentes entre 10 e 19 anos, sendo 18 por cento da população mundial. O estudo explica que os países devem começar a mostrar o mesmo interesse na adolescência que têm dado a crianças nas últimas duas décadas e que permitiu avanços consideráveis no combate à mortalidade infantil ou na escolarização fundamental, entre outros indicadores

.A taxa global de mortalidade de crianças menores de cinco anos foi reduzida em 33 por cento nos últimos 20 anos, ao mesmo tempo que se conseguiu colocar mais meninas na escola primária, informa o estudo. Em contrapartida, os progressos realizados em relação à adolescência 'foram menores” e o estudo mostra que mais de 70 milhões de jovens em idade de frequentar o ensino secundário não estão nas escolas, a maioria raparigas.

A UNICEF adverte que 'se os adolescentes não são educados, não conseguem adquirir os conhecimentos e as habilidades necessárias para evitar os perigos que representam o abuso, a exploração e a violência a que estão expostos'. O relatório cita como exemplo o Brasil, que conseguiu evitar a morte de 26 mil crianças entre 1998 e 2008, mas cerca de 86 mil adolescentes - entre 15 e 19 - perderam a vida por causa da violência e da delinquência.

O estudo aponta ainda que cerca de 30 por cento dos novos casos de HIV/SIDA se registam anualmente nos jovens entre 15 e 24 anos, acrescentando que nos países em desenvolvimento um em cada três adolescentes casa antes dos 18 anos. Segundo a UNICEF, a adolescência é a fase da vida em que as desigualdades se manifestam 'mais claramente', particularmente para 88 por cento dos adolescentes que vivem em países em desenvolvimento, recordando que 81 milhões de jovens no mundo não têm um emprego.

A agência das Nações Unidas recomenda a recolha de dados mais precisos sobre a situação real dos adolescentes e, posteriormente, o aumento do investimento em educação e capacitação para saírem da pobreza. A UNICEF apela a que se incentivem os jovens a uma maior participação na vida pública, à promulgação de leis e programas que protejam os adolescentes e ao combate das condições sociais que os impedem de fugir à pobreza.


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A UNICEF lembra a todos que o combate à pobreza e à exclusão social começa na infância. Também em Portugal torna-se necessário apostar em políticas que possibilitem o combate à pobreza e à exclusão de crianças e adolescentes, particularmente daqueles que sejam oriundos das classes sociais mais desfavorecidas.

A adolescência (entre os 12 e os 17 anos, ou seja, a idade em que os jovens frequentam o Terceiro Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Secundário em Portugal) constitui a fase da vida que vai determinar a personalidade futura dos homens e das mulheres; é muito importante a concentração de esforços no sentido de dotar os jovens das ferramentas que irão necessitar para o resto das suas vidas. Assim, é também nesta fase da vida em que se deve apostar nos cuidados de saúde primários, incluindo a saúde oral.
Infelizmente, em Portugal, a esmagadora maioria dos jovens entre os 12 e os 17 anos não tem possibilidades de acesso a cuidados de saúde dentários e os cheques-dentistas servem mais de propaganda do que realmente fazer qualquer tipo de tratamento idóneo.
Portugal, em termos de saúde primária, designadamente em saúde oral, não é certamente local aconselhado para jovens crescerem em segurança.
O acesso a cuidados de saúde oral primários deveria ser prioridade absoluta na área da saúde infantil e juvenil. Hoje largas centenas de milhares de crianças e jovens portugueses continuam sem ter qualquer possibilidade de acesso de cuidados de saúde oral; amanhã serão homens e mulheres frustrados por viverem num país onde os cuidados de saúdes são proporcionados às pessoas consoante a sua origem social. Alguém do governo capaz de ser sensível à questão?
Para quando um Cartão Nacional de Saúde Oral?

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