sexta-feira, 23 de abril de 2010

443. Projecto visa cuidar da saúde oral de grávidas e crianças desfavorecidas



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É vergonhoso o pântano da saúde oral em Portugal; infelizmente alguma coisa que se faça tem de partir de iniciativas de carácter privado e de forma voluntária.
É urgente tomadas de posição em defesa das pessoas necessitadas e vitimizadas pelo sistema; a saúde oral deve ser colocada à disposição de todos os portugueses em igualdade de circunstâncias.
O Governo, a Assembleia da República e a Direcção – Geral da Saúde, têm de tomar medidas urgentes para porem fim às tremendas desigualdades em matéria de acesso a cuidados de saúde dentários que hoje existem no nosso país. É urgente e necessária uma profunda reformulação das actuais políticas, de forma a canalizar recursos para actos médicos e esvaziar organismos amorfos que representam despesas e têm zero de mais – valia para a melhoria da saúde oral dos portugueses; os mesmos recursos financeiros podem e devem permitir muito e melhor prestação de cuidados de saúde oral.
É preciso colocar em pé de igualdade o sector público e o sector privado; ambos têm de prestar serviços mínimos de qualidade à população, em termos de saúde oral, sem descriminação baseada nos rendimentos, classe social ou idade das pessoas.
Torna-se premente dar início à promoção da saúde oral preventiva, logo desde a primeira infância, e institucionalizar urgentemente o Boletim Individual de Saúde Oral; veja-se exemplos feitos noutros países, muito menos desenvolvidos que Portugal mas que nos levam muitos anos de avanço em termos de saúde oral.
Elimine-se programas de contratualização, autênticos sacos azuis que mais não são do que meras esmolas que nada resolvem e que tudo deixam ficar na mesma.
Os médicos dentistas formados no país à custa dos impostos de todos os portugueses têm de estar ao serviço de toda a população; as suas diversas organizações, a todos os níveis, devem zelar pelo bem da saúde publica e denunciar energicamente e repudiar, de forma veemente, a utilização da saúde oral como meio de enriquecimento e de manipulação por multinacionais e grupos económicos, que deterioram gravemente a acessibilidade aos cuidados de saúde dentários de quem tem mais necessidades e não o pode fazer por motivos económicos.
Só assim será possível ter melhor saúde oral em Portugal, sem que isso signifique qualquer aumento das despesas de saúde nos orçamentos do país.

Se não têm capacidade para actuar, então coloquem os vossos cargos à disposição e deixem outros fazerem mais e melhor.

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