Apesar de todos os obstáculos, o cenário está mudar. «Existem mais de cinco mil médicos dentistas registados e estamos a formar 600 por ano. Seguramente, com a implementação do estágio obrigatório no final do curso, poder-se-á sensibilizar os futuros profissionais para o trabalho do voluntariado, nem que seja», ressalva Manuel Fontes de Carvalho, «como arranque de uma carreira, como já acontece noutras profissões».
Jacinto Durães defende, também, que os bons exemplos vão produzir o efeito bola-de-neve. «Às vezes, a iniciativa de alguém leva a que outro o acompanhe», explica o coordenador do "Ambulatório", que não se coíbe de dar o exemplo. «Tenho aprendido que o país, precisa deste género de actividades, para que as populações se sintam protegidas. Também tenho percebido que a solidariedade é um bem essencial para vivermos uns com os outros».
Manuel Fontes de Carvalho acredita que há disponibilidade de muita gente e mostra-se esperançoso: «campanhas como as que faço com os meus alunos poderiam existir em todo o país porque há empresas de equipamento prontas a ajudar e instituições com vontade em as acolher».
Em Outubro, decorre mais uma "Mês da Saúde Oral". Uma campanha que poderá ser, nas palavras do presidente da SPEMD, a actividade «mais abrangente, a nível nacional, e que envolve mais utentes e médicos dentistas num mesmo objectivo: «ajudar quem precisa».
Desde que a iniciativa foi criada, há sete anos, foram abrangidas 50 mil pessoas e o número tem vindo a crescer anualmente. Ainda assim, Cassiano Scapini não desarma e sublinha a mudança necessária. «O médico dentista precisa de sair do consultório. É preciso mais, e todas as boas vontades, por muito pequenas que sejam, têm que ser aproveitadas».
O médico dentista lança o desafio à classe e aponta baterias já para o próximo congresso da OMD), que se realiza em Novembro. «É só colocar esta questão na lista de assuntos a debater».
Depois de terminado "o jogo das bactérias", Maria lava os dentes e aprende como, na pratica, se matam os «bichinhos» que lhe «fazem mal à boca». Mostra um largo sorriso e diz: «já está. Agora não me posso esquecer de os lavar antes de deitar». Esperemos que não.
LBV - Legião da Boa Vontade
LBV - Legião da Boa Vontade
1 comentário:
Acredito que uma sociedade só se pode considerar dinâmica se a cinética do voluntariado alicerçar o seu quotidiano. Assim estas iniciativas são fundamentais para a sensibilização e para a concretização de uma mudança de mentes.
No entanto, sou apologista que neste tipo de iniciativa, o altruismo deve ultrapassar qualquer tipo de protagonismo.
É inevitável que os responsáveis das instituições sejam intervenientes visiveis neste tipo de actividades mas o ideal seria que os voluntarios fossem figurantes e que a Saúde Oral fosse a personagem principal.
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