quarta-feira, 8 de agosto de 2007

183) O papel da LBV (Legião da Boa Vontade) na saúde comunitária (VII)


PAULO OLIVEIRA
Todos os dias, centenas de crianças, de bairros carenciados do Porto, são recolhidas pela Legião da Boa Vontade (LBV) e distribuídas pelos centros da instituição ou outros locais onde passam o dia, como escolas e ATLs. Contratado pela LBV para trabalhar no programa "Sorriso Feliz", Paulo Oliveira acompanha a saúde oral de mais de 1200 menores, «muitos dos quais nunca pegaram numa escova».
Decidiu trabalhar neste projecto «porque gosto da comunidade e ou estava num centro de saúde ou vinha para a LBV e, aqui, trabalho com uma maior variedade de pessoas, desde toxicodependentes a prostitutas». Já esteve em Braga e no Alentejo, «onde há menos cáries que no Norte», afirma, mas este «é um meio [Grande Porto] mais carenciado».
Além da parte teórica, o higienista oral desenvolve uma série de actividades práticas que tentam promover a prevenção de problemas bucais na população. «Já tivemos propostas para trabalhar em Guimarães e noutros locais, mas não temos capacidade». As acções vão variando: «hoje falamos sobre o açúcar, da próxima vez que fizermos a visita a este centro poderá ser sobre a cárie ou a placa bacteriana».
As crianças respondem bem e participam, porque muitas não têm esta atenção em casa, e não são incentivadas pela família. Por isso, o trabalho passa, também, por falar com os progenitores, uma tarefa que «nem sempre é fácil».
Ainda assim, Paulo Oliveira reconhece que «era bom que houvesse mais médicos dentistas a ajudar. Mas, por falta de tempo, disponibilidade ou informação, poucos participam».”

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