Piracicaba (Brasil) - Até os 12 anos de idade o índice de dentes cariados em Piracicaba é de 1,6, ficando abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2010, que é de 3 para 32 dentes. Preocupados com o sorriso da garotada após essa faixa etária, os cirurgiões-dentistas Miguel Morano Júnior, professor da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/Unicamp), e Fábio Luiz Mialhe iniciaram atividades de prevenção às cáries com 96 estudantes da 6ª série do ensino fundamental da Escola Estadual Dr. Jorge Coury.
Nessa sexta-feira (1º), houve premiação dos alunos destaques, com entrega de bicicleta, walkman, bola, menções honrosas e medalhas. "Aos 18 anos, o adolescente pode ter de cinco a sete dentes cariados. Com a prevenção, podemos diminuir o índice", diz Morano Júnior.
O projeto "Escola Como Promotora de Saúde e Qualidade de Vida" teve início há dois meses na "Jorge Coury". O estabelecimento foi escolhido por ser escola de período integral. Os alunos estudam, fazem atividades complementares e refeições. A partir de 2007, segundo o cirurgião Mialhe, o projeto vai se estender para as escolas Jaçanã Altair Pereira Guerrini e Mello Moraes, que também funcionam em período integral.
Um dos enfoques do projeto é mostrar aos estudantes a importância de levar para a escola, escova, creme e fio dentais, para utilizá-los após as refeições. "Em dois meses que atuamos na Escola Jorge Coury, percebemos a mudança positiva no comportamento dos alunos, que estão mais conscientes dos cuidados com a saúde bucal", relata. Marily Silva Fortunato, coordenadora da Escola, diz que o projeto abordou problemas de saúde em geral e estimulou o relacionamento dos alunos, promovendo a integração.
Ao levar o assunto para ser pesquisado em casa, destaca a coordenadora, os estudantes acabaram envolvendo os familiares. "A participação dos alunos é voluntária. Começamos o projeto com três estudantes e em pouco tempo todos estavam participando", conta. No próximo ano, a escola vai ativar o consultório dentário e contará com atendimento semanal de equipe da FOP, além de 30 profissionais de diferentes áreas - psicólogo, pedagogo, assistente social - que integrarão o projeto visando ao trabalho amplo de conscientização da qualidade de vida dos estudantes.
Foram premiados os alunos que apresentaram os melhores trabalhos escritos. Anderson Luiz Marciano, 12, conquistou o 1º lugar pela dedicação às pesquisas de prevenção à cárie. Para o menino, a teoria somente é assimilada quando colocada em prática. "Eu sabia dos cuidados com a saúde bucal e com o projeto estou mais atento", afirma.
Mas a saúde bucal não é a única preocupação dos alunos. Na hora da paquera, destacam as colegas Lays Caroline Danelon, Ana Carolina Lima, ambas de 12 anos, e Jéssica Godoy, 13, o item ganha pontos. Elas dizem que não "dá para beijar" um garoto que não tem higiene bucal. As meninas receberam menção honrosa e prestaram homenagens aos coordenadores do projeto. "Eles nos ensinaram a importância de trabalhar em grupo, mostraram que é legal a gente se cuidar", observam.
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