“Lembro de quando tinha 12 ou 13
anos e ia tratar dos dentes, o dentista aplicava inicialmente anestesia logo em
seis ou mais pessoas, independentemente de serem pessoas jovens, adultas ou idosas,
julgo que sempre com a mesma seringa e anestesia, e depois começava a fazer extracções,
também pela mesma ordem com que tinha dado a anestesia; se porventura algo
corresse mal, mandava o paciente voltar passadas duas semanas para continuar o
tratamento, o que, por vezes para extrair um dente ou uma raiz, implica duas ou
três consultas, levando, em alguns casos, semanas para completar o tratamento.”
* * *
Sem raios – x ou qualquer outro
tipo de diagnóstico. E com a cumplicidade do Centro de Saúde, da Administração
Regional do Alentejo, da Direcção – Geral de Saúde e Ministério da Saúde. Assim
se tratava da saúde oral às crianças nos anos setenta e oitenta do século
passado no Centro de Saúde do Alandroal.
Embora com conhecimento de toda a
verdade, antigos directores daquele Centro de Saúde, hoje já retirados do
cargo, negam categoricamente ter ali havido qualquer serviço de estomatologia;
a esses clínicos deseja-se que os seus filhos e netos nunca na vida tenham que
passar pelo mesmo, pois há pessoas que ficaram marcadas física e
psicologicamente para o resto da vida, em virtude dos tratamentos dentários que
tiveram na infância naquele Centro de Saúde.
Infelizmente ninguém está interessado
que se faça hoje justiça a quem foram praticados os hediondos actos descritos;
tenta-se a todo o custo dar encobrimento aos factos e desmentir a realidade
para que não sejam apuradas responsabilidades civis e criminais. É esta a
actual política do Ministério da Saúde, da Direcção – Geral de Saúde e da
Administração Regional de Saúde do Alentejo.
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