sexta-feira, 19 de outubro de 2012

589. Prestação de cuidados de saúde oral: Mentir oficialmente

“Lembro de quando tinha 12 ou 13 anos e ia tratar dos dentes, o dentista aplicava inicialmente anestesia logo em seis ou mais pessoas, independentemente de serem pessoas jovens, adultas ou idosas, julgo que sempre com a mesma seringa e anestesia, e depois começava a fazer extracções, também pela mesma ordem com que tinha dado a anestesia; se porventura algo corresse mal, mandava o paciente voltar passadas duas semanas para continuar o tratamento, o que, por vezes para extrair um dente ou uma raiz, implica duas ou três consultas, levando, em alguns casos, semanas para completar o tratamento.”
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Sem raios – x ou qualquer outro tipo de diagnóstico. E com a cumplicidade do Centro de Saúde, da Administração Regional do Alentejo, da Direcção – Geral de Saúde e Ministério da Saúde. Assim se tratava da saúde oral às crianças nos anos setenta e oitenta do século passado no Centro de Saúde do Alandroal.
Embora com conhecimento de toda a verdade, antigos directores daquele Centro de Saúde, hoje já retirados do cargo, negam categoricamente ter ali havido qualquer serviço de estomatologia; a esses clínicos deseja-se que os seus filhos e netos nunca na vida tenham que passar pelo mesmo, pois há pessoas que ficaram marcadas física e psicologicamente para o resto da vida, em virtude dos tratamentos dentários que tiveram na infância naquele Centro de Saúde.
Infelizmente ninguém está interessado que se faça hoje justiça a quem foram praticados os hediondos actos descritos; tenta-se a todo o custo dar encobrimento aos factos e desmentir a realidade para que não sejam apuradas responsabilidades civis e criminais. É esta a actual política do Ministério da Saúde, da Direcção – Geral de Saúde e da Administração Regional de Saúde do Alentejo.

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