"Para que todos saibam deixo aqui a lista de todas as entidades a quem expos o meu caso, e da qual continuo a aguardar a justa e devida justiça por tudo o que aconteceu comigo; em caso de necessidade comprovo toda a correspondência com cada um dos organismos.
- Procuradoria-geral da República;
- Provedor de Justiça;
- Ex-Ministro da Saúde e actual Eurodeputado Correia de Campos;
- Actual presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo;
- Director-Geral da Saúde;
- Inspecção Geral das Actividades em Saúde;
- Supremo Tribunal de Justiça.
Continuo a aguardar que se faça a devida reposição de danos físicos e morais de que fui vítima, uma vez que até este momento ainda não obtive quaisquer reparações pelos factos ocorridos. Em última instância reservo-me o direito de recorrer de todos estes organismos para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Enquanto frequentei o ensino secundário procurei apoio junto ao centro de saúde de Vila Viçosa, onde fui acompanhado por uma doutora “Guida”; desse infeliz tempo tenho a recordação de apenas ter feito um electroencefalograma pelas queixas de zumbido que já padecia na altura; nunca, mas mesmo nunca, foi-me possibilitado qualquer tipo de apoio ou acompanhamento a nível de estomatologia. Mesmo para o serviço militar, fui inspeccionado como carne para canhão, sem que alguém tenha-me realizado qualquer tipo de exame dentário.
Serviram-se assim sempre da minha ingenuidade para, indirectamente, desprezarem-me pois tinham perfeita consciência do que poderia acontecer-me no futuro quando atingisse a idade adulta. Será que nunca terão pensado que, quando fosse adulto, eu também queria ser um homem feliz e realizado como as restantes pessoas ou, pelo contrário, ao demonstrarem desprezo por mim serviu para servirem o seu próprio ego?
Resumindo, ninguém se importou pelo meu futuro; ninguém pensou duas vezes que eu também um dia iria chegar à idade adulta e quereria realizar-me pessoalmente e constituir família. Assumindo a posição que tomaram, o que fizeram (médicos e serviços de saúde a que recorri) foi tornar a minha vida adulta num inferno, votado ao abandono e à solidão. Por isso, hoje sinto um tremendo ódio e remorsos pelas pessoas que na devida altura deviam e teriam a obrigação de ter tornado a minha vida completamente diferente para melhor. Não suporto agora ter de pagar impostos para sustentar esses indivíduos que lixaram-me a minha qualidade de vida para sempre, pois sendo eu criança e adolescente, não estava à altura de ter a mesma consciência que eles tinham relativamente ao que me iria suceder.!"
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