quinta-feira, 6 de setembro de 2007

188) CARTA ABERTA aos órgãos de soberania

Esta Carta Aberta destina-se a todos os órgãos de soberania que de algum modo possam fazer qualquer iniciativa para alterar o estado calamitoso da saúde oral de grande percentagem da população portuguesa.
Solicita-se a todos os leitores, residentes em Portugal ou em qualquer parte do mundo, façam chegar uma cópia desta carta aberta às autoridades portuguesas e encaminhem por email a todos os vossos contactos. Porque, afinal, ainda há pessoas que vêem a este mundo em Portugal do e que vão ver-se privadas de terem um simples SORRISO NATURAL.
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Carta Aberta
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Para Sua Ex.ª o Sr. Presidente da República, o Sr. Primeiro-Ministro, o Senhor Presidente da Assembleia da República, o Sr. Ministro da Saúde, os Grupos Parlamentares representados na Assembleia da República, o Sr. Director-Geral de Saúde, os Sr.s Directores das Administrações Regionais de Saúde, Ex.s Sr.s Presidentes das Câmaras Municipais, o Sr. Presidente da Ordem dos Médicos Dentistas e o Senhor Provedor de Justiça: permitam-me dirigir a V. Exª.s algumas considerações sobre a saúde oral em Portugal na actualidade.
Desde acerca de um ano que tenho feito, a partir deste espaço, várias chamadas de atenção o problema da saúde oral em Portugal. Porém, devolvido vários meses, continua a constatar-se a permanente inércia das autoridades competentes em apontar resoluções concretas para o problema da saúde oral em Portugal: quer a Assembleia da República, quer o Governo permanecem em sentido de letargia relativamente à necessidade de combater este flagelo típico de países do Terceiro Mundo e generalizado em Portugal, país membro da União Europeia.
A associar ao desleixo praticado pelo quem de direito, existe uma postura propícia, em termos sociais, a esta situação, perpetuando esta nódoa negra na saúde da população portuguesa, que não escolhe idades e que condiciona particularmente a vida de muitas centenas de milhares de crianças e jovens para o resto da sua vida, nomeadamente das classes sociais mais desfavorecidas e das que vivem nas regiões rurais do interior, que jamais são atendidas em termos de medicina dentária ou estomatologia, ficando entregues à sorte que lhes é reservada.
Pelo contrário, veja-se o que se passa nos Açores, com o lançamento do Cartão de Utente de Saúde Oral, ou o que ocorre noutros países europeus, que recorrem à contratação de profissionais de saúde oral portugueses – é exactamente impensável como o melhor que formamos nas nossas faculdades, ao preço de ouro (quantas dezenas de milhares de euros não custará a formação de um médico dentista ou estomatologista em Portugal, dinheiro saído dos nossos impostos?), vai dar ao país zero euros de produtividade.
Penso pois que há que enfrentar os problemas reais do país e não enterrá-los na areia, esquecidos, como os nossos governantes legislativos e governamentais estão a deixar decorrer. Qualquer especialista de medicina sabe perfeitamente que investindo hoje mil euros no acompanhamento da saúde oral ao longo da vida de uma criança até atingir a maioridade pode-se traduzir em ganhos reais de milhares e milhares de euros para o país, por duas vias: por um lado, vai permitir melhor saúde geral, permitindo melhores aprendizagens e capacitação para um melhor desempenho de actividade profissional quando entregado no mercado de trabalho, permitindo elevar substancialmente a produtividade e o rendimento, criando mais riqueza para o país, e, por outro lado, diminuir drasticamente a ocorrência de outras doenças de todo o tipo associadas a problemas de saúde oral, permitindo ao estado e as entidades privadas geradoras de riqueza reduzir milhares de milhões de euros em despesas de saúde e abstencionismo ao trabalho (quando contabilizada toda uma vida activa de cada pessoa multiplicada pelo número de pessoas eventualmente beneficiadas pela existência de um programa de saúde oral no país, acessível a toda a população), sem falar unicamente nos gravíssimos problemas do foro psicológico que um problema de saúde oral acarrete para aqueles que infelizmente têm de sobreviver com a doença.
Gratos pela atenção dispensada, agradeço desde já todos os vossos ofícios para acender uma luz de esperança no tratamento de uma doença completamente evitável com os recursos humanos e financeira que o país actualmente dispõe.
Gerofil

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