Os dados sobre a prevalência de doenças orais integram o relatório apresentado pela Direção-Geral da Saúde A Saúde dos Portugueses - Perspetiva 2015
(pdf). Os resultados dos novos estudos de prevalência das doenças orais
entre crianças e jovens até aos 24 anos comprovam uma tendência de
melhoria geral que abrange todas as idades.
A gravidade da cárie dentária na dentição permanente aos 15 e aos 18
anos tem vindo a diminuir consistentemente desde o ano 2000.
Aos 18 anos, os níveis de doença, medidos através do índice CPO –
número de dentes cariados e extraídos por doente revelam uma quebra de
4,7 para 2,5. A percentagem de jovens com pelo menos um selante em
dentição permanente, aumentou de apenas 19,8% para 29,3%.
O número de jovens com 15 e 18 anos com gengivas saudáveis
praticamente duplicou de 21,1% para 41,8%, confirmando a importância que
cada vez mais é dada à higiene oral, pois 96% dos jovens de 18 anos
referem escovar os dentes todos os dias.
Já em março, os dados revelados sobre as crianças de seis e 12 anos
mostravam uma redução da prevalência das doenças orais. Aos seis anos,
79% das crianças afirma escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são
quase 90%
Para o secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Paulo
Melo, “esta melhoria que se tem verificado na saúde oral dos portugueses
mais jovens deve-se a três fatores. Em primeiro lugar, a existência de
um programa público de saúde oral que inclui o cheque dentista e permite
que os mais jovens sejam acompanhados regularmente por médicos
dentistas. Em segundo lugar porque esse programa permite ensinar a
prevenir as doenças orais e introduzindo o hábito de escovar os dentes
pelo menos duas vezes por dia e permitie também que estes jovens sejam
tratados quando a doença ainda está no seu início. Depois, este estudo
comprova a importância do papel dos médicos dentistas portugueses na
saúde oral dos jovens portugueses e que estão no caminho certo no
ensinamento dos cuidados preventivos e no tratamento dos casos de
doença”.
Face a estes bons resultados, Paulo Melo considera “que deve ser
estudado um alargamento do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral
por forma a abranger mais faixas carenciadas da população. As consultas
de medicina dentária são praticamente inexistente no Serviço Nacional de
Saúde (SNS), e é por isso imperativo criar condições para que todos os
portugueses tenham acesso a cuidados de saúde oral. Seja com a
integração de médicos dentistas nos hospitais públicos e centros de
saúde, seja através de convenções entre o Estado e os consultórios e
clínicas privadas”.
Os dados sobre a prevalência de doenças orais integram o relatório
apresentado pela Direção-Geral da Saúde ‘A Saúde dos Portugueses -
Perspetiva 2015’ que evidencia a necessidade de haver uma abordagem,
integrada, com as várias especialidades da medicina, na prevenção e
tratamento das doenças que mais atingem os portugueses.
O relatório da DGS concluiu que a má alimentação é o fator que rouba
mais anos de vida saudável aos portugueses, e como sublinha o
secretário-geral da OMD “é também o principal fator de risco, a par do
tabaco, para a saúde oral.
O médico dentista pode desempenhar um papel decisivo já que as nossas
bocas refletem exatamente os alimentos que ingerimos com perigos graves
para doenças como a diabetes e as cardiovasculares, que condicionam
especialmente a saúde oral e também são condicionadas pelas doenças
orais.
Há aqui um trabalho de promoção da saúde em geral que a saúde oral
pode e deve desempenhar, dando um contributo muito importante para
prolongar a vida, e sobretudo a qualidade de vida, dos portugueses”.
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