Candidato a bastonário Fernando Guerra defende reformulação do cheque-dentista - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Fernando Guerra defendeu hoje a 'reformulação imediata' do cheque-dentista, considerando que a medida é ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos.'
A medida 'cheque-dentista' inserida no Programa Nacional de Saúde Oral tem-se revelado cada vez mais ineficaz, com um período e forma de funcionamento inconcebíveis para a saúde oral dos jovens, grávidas e idosos que pretende abranger', sustenta Fernando Guerra em comunicado divulgado hoje. Segundo o candidato da Lista B, 'para os jovens em muitos locais do país foram emitidos cheques apenas em Agosto e o encerramento dos tratamentos dá-se neste 31 de Outubro'.'
As doenças orais não são sazonais', sublinha o professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Segundo o candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, 'a mesma ineficácia tem sido demonstrada nos atrasos de pagamento aos profissionais, com mais de cinco meses de espera, o que acarreta enormes dificuldades na viabilidade do emprego nas clínicas e consultórios que aderiram ao programa'.
Ao defender a 'reformulação imediata do 'cheque-dentista' e do Programa Nacional de Saúde Oral', Fernando Guerra preconiza também 'uma tomada de posição firme da OMD em defesa dos doentes e dos médicos dentistas e o fim da atitude pactuante com interesses meramente políticos'.'Os doentes e os médicos dentistas não podem ficar condenados à espera do cheque-dentista', sustenta.
De acordo com Fernando Guerra, 'a Direcção-Geral de Saúde, com a anuência do ainda bastonário, pretende que os tratamentos dentários necessários na cavidade oral sejam efectuados num montante pré-estabelecido fixo, não olhando às diferentes particularidades e ao número dos actos médico-dentários a executar, pondo em causa a deontologia profissional e o direito à saúde dos cidadãos'. Por outro lado, 'a promessa eleitoral deste governo no alargamento do 'cheque-dentista' aos jovens dos 4 aos 17 anos e a diabéticos continua a não incentivar os cuidados adequados aos doentes e a não contemplar a justa retribuição de tratamentos que permitam a recuperação de peças dentárias em risco, prejudicando os cidadãos'.
Como propostas de reformulação, a lista B defende, entre outras medidas, a erradicação de tratamentos a 'custo zero', a elaboração de uma tabela de pagamentos 'digna e diferenciada' para os diferentes actos médico-dentários, a penalização dos atrasos de pagamento, a desburocratização dos procedimentos administrativos e a 'adequada monitorização científica' do programa. As eleições para a OMD estão marcadas para 12 de Dezembro, concorrendo também o actual bastonário, Orlando Monteiro da Silva.
No passado dia 12 de Setembro, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas revelou que mais de 90 mil cheques-dentista foram entregues a grávidas e idosos entre Maio de 2008 e 31 de Agosto deste ano.
Correio do Minho
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Candidato a bastonário defende alargamento de cheques-dentista a diabéticos e seropositivos - O candidato a bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) Orlando Monteiro Silva defendeu hoje o alargamento dos cheques-dentista a diabéticos e seropositivos e a adequação do número de licenciados à procura da realidade do mercado português.
Ao contrário de Fernando Guerra, o outro candidato a bastonário, que defendeu a “reformulação imediata” do programa dos cheques-dentista por considerar a medida ineficaz na melhoria da saúde oral dos cidadãos, o candidato da Lista A à OMD considera que a medida inserida no Programa Nacional de Saúde Oral deve ser alargada. “Pretendendo não criar sobressaltos, nem mudar de rumo, nem colocar em causa o que já foi conseguido, o que está a ser negociado com o Governo, e que pode vir a ser alcançado, é o alargamento do cheque-dentista às crianças dos quatro aos 18 anos e a outros grupos especiais da população, como os diabéticos (cerca um milhão em Portugal) e os portadores de HIV positivo”, sustentou à agência Lusa.
Para o bastonário, que se recandidata ao cargo, a proposta de reformulação imediata, proposta pela Lista B, “teria como resultado o fim do programa com um prejuízo enorme para a população e para os milhares de profissionais que a ele aderiram”. A Lista A apresenta “desafios importantes” para a classe, nomeadamente “diminuir a formação do número de graduados em medicina dentária que as actuais faculdades estão a produzir”, avançou.
Nos últimos anos, passámos de cerca de 5300 médicos dentistas para 7100. Isto é desadequado à procura que existe em Portugal, cria situações de subemprego e desemprego na classe”, advogou. Esta situação está a levar os profissionais a procurarem emprego noutros países, havendo mesmo situações de dentistas inscritos em centros de emprego. “Já temos 400 médicos dentistas registados a exercer em Inglaterra e vários outros a exercer noutros países da Europa, nomeadamente no Luxemburgo, Suécia, Dinamarca, etc”, frisou, considerando esta situação “perfeitamente desadequada”.
Orlando Monteiro Silva defendeu ainda o alargamento do acesso da população à medicina dentária, através de um sistema de comparticipação das consultas de medicina dentária nos privados para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como já existe na Madeira e nos Açores. “A maioria da população portuguesa não tem acesso aos cuidados de medicina dentária pelo SNS, exceptuando os cheques-dentista”, sublinhou.
A inserção dos médicos dentistas nos hospitais do SNS, centros de saúde e unidades de saúde familiar numa carreira própria adequada à profissão é outra proposta da Lista A, assim como a inserção da medicina dentária na medicina do trabalho. “Não é admissível que a medicina dentária esteja excluída desta área, porque cerca de sete a dez por cento do absentismo ao trabalho está ligado à saúde oral”, sustentou.
Correio do Minho