terça-feira, 21 de outubro de 2008

305) Ministro recusa rede nacional de cuidados dentários

O ministro da Saúde rejeitou a possibilidade de criar uma rede nacional de cuidados dentários, que representaria «custos muito altos de financiamento e manutenção», e defendeu as vantagens dos "cheques-dentista", que deverão beneficiar milhares de grávidas e idosos. Em conferência de imprensa após o primeiro debate do Orçamento de Estado para 2008, na Assembleia da República, o ministro anunciou a criação de "cheques-dentista" no programa de saúde oral para grávidas e idosos, mas não revelou o seu valor por não estar ainda negociado com a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) e eventualmente com a Ordem dos Médicos, no âmbito da actividade dos médicos estomatologistas.
Em entrevista à rádio TSF, o governante explicou que a OMD não recomendou a criação de uma rede nacional, e ao iniciar-se um novo processo, pretende-se que este seja o mais desburocratizado possível. «Estas medidas são financeiramente sustentadas e controláveis», defendeu.
No caso das grávidas, o médico de família do centro de saúde ao identificar a gravidez emite, através de um computador, um cheque para que a mulher faça um rastreio dentário e mais dois para eventuais tratamentos ao longo da gravidez. A estimativa do Ministério da Saúde é que este programa abranja anualmente 65 mil grávidas que são seguidas nos centros de saúde e que se supõe serem as mais desfavorecidas em termos sociais «e para as quais se orientam as prioridades». No sector privado deverão estar a ser seguidas 35 mil grávidas, que não terão acesso aos cheques-dentista.
Os idosos que recebem o complemento solidário, que contam já com uma comparticipação de 75% renovável a cada três anos na compra de próteses, vão agora receber dois "cheques-dentista". No total, e de acordo com os cálculos do ministro Correia de Campos para o próximo ano, o executivo prevê aumentar as verbas do programa de saúde oral de seis milhões para 21 milhões de euros, podendo os "cheques-dentista" ser utilizados em clínicas privadas.
O Ministério prevê também uma aposta no alargamento do programa de saúde oral às crianças entre os seis e os 12 anos, passando dos actuais 66 mil para 80 mil abrangidos. «É muito importante reduzir a cárie que atinge 50% das crianças, o que ainda é um número excessivo, mas já tivemos apenas nove por cento das crianças sem cárie», recordou.
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Para que saiba a verdade e para que ninguém se iluda, é bom recordar as palavras do anterior Ministro da Saúde. Haja coragem para assumir que o actual governo apenas está disponível para oferece bombons em fez de atacar o problema da saúde oral que graça no país.
Até que ponto estão ou não alinhados os interesses privados na área com esta demagógica e atroz política de negação aos mais elementares direitos humanos por parte da população, praticada pelo governo do Partido Socialista?
Gerofil

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