O Plano Nacional de Reformas,
apresentado na quinta-feira pelo Governo, prevê, entre outras medidas,
rastreios oftalmológicos em 28 agrupamentos de centros de saúde (ACES) e
consultas dentárias gratuitas no âmbito de projetos-piloto em desenvolvimento.
Em declarações à Lusa, o
bastonário José Manuel Silva considerou "positivas" estas duas
medidas, destacando a inclusão da medicina dentária e da estomatologia nos
cuidados primários do SNS.
"Saudamos a medicina
dentária nos cuidados de saúde primários. Saudamos os rasteiros oftalmológicos
que vão ser implementados, mas devem ser feitos com médicos e médicos dentistas
do SNS", disse José Manuel Silva, defendendo ainda uma carreira de
medicina dentária/ estomatologia nos cuidados de saúde primários dentro do SNS.
O bastonário reconheceu ainda que
o próprio Estado contribui para a saída de médicos para o setor privado, ao
"pagar mais aos médicos do setor privado que trabalham para o SNS".
"Vemos com muita
preocupação, a manter-se para o setor publico a filosofia do 'entra um, saem
dois' ou 'saem dois, entra um'. Ainda recentemente se falou muito de infeções
hospitalares, e percebemos todos que há uma dramática carência de meios humanos
nos hospitais. Reforçar a contratação de enfermeiros e assistentes técnicos e
operacionais não está previsto, aparentemente, e isso vai continuar a colocar
constrangimentos ao funcionamento", afirmou.
José Manuel Silva chamou ainda a
atenção para a necessidade de as medidas que estão previstas no Plano Nacional
de Reformas não serem feitas através de 'outsourcing'.
"Vamos ver como a experiência
piloto vai ser implementada e depois como vai ser analisada, mas é positivo,
tem sido uma lacuna [ausência] da medicina dentária no SNS", frisou.
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