domingo, 15 de fevereiro de 2009

328) Análise ao Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2008 (6ª Parte)

Crianças e jovens com cárie dentária

A leitura do Estudo Nacional de Prevalência da Doenças Orais 2008 permite concluir que a cárie dentária atinge níveis demasiado alarmantes na população infantil e juvenil do nosso país. A situação quase que se pode dizer de catastrófica, pois a percentagem de crianças afectadas atinge os 49 % aos 6 anos de idade, passando para os 72 % aos 15 anos de idade. Tal constatação deveria constituir, desde já, preocupação absolutamente fundamental em termos de saúde escolar, ao nível do ensino básico.
Numa altura em que se avançam projectos de juventudes partidárias para introdução e reforço de outras valências educativas, é completamente urgente atacar o problema da saúde oral que graça indiscriminadamente, de forma avassaladora, afectando a esmagadora maioria da população escolar e de consequências físicas e psicológicas imprevisíveis em termos futuros.
Não se pode ficar de consciência tranquila quando ficamos a saber que 88,5 % dos adolescentes com 15 anos nos Açores e 75,4 % dos adolescentes com 15 anos no Alentejo apresentarem cárie dentária, sabendo-se dos milhares de milhões de euros de recursos de que o país usufrui provenientes da União Europeia.
Por isso mesmo, é urgente e necessário mudar as políticas irracionais de saúde oral seguidas pelos governos em Portugal desde o 25 de Abril de 1974; não se pode conceber que, num país membro da União Europeia, as crianças e os jovens continuem a ser tratados de forma discriminatória, em que a origem da classe social determina o seu acesso a cuidados de saúde (algo que hoje sucede em Portugal e que é mais típico de um país do Terceiro Mundo).
Assim, cabe também a si, caro leitor deste blogue, denunciar esta situação e alertar a opinião pública; as crianças e os jovens de hoje serão os homens que amanhã irão construir o futuro do nosso país. Não deixe que uma cúpula de políticos e governantes incipientes tenham o direito de limitar e constranger o desenvolvimento físico e psicológico daqueles que serão os homens e mulheres de Portugal na próxima geração.
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NOTA FINAL: Porventura a Presidência da Republica estará disponível para a realização de uma semana aberta, a nível nacional, sobre a temática da prestação de cuidados de saúde primários à população, incluindo o seu acesso a cuidados de saúde oral? Fica a sugestão de quem está no terreno e conhece a realidade.
Gerofil

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