quinta-feira, 7 de abril de 2016

672. Médicos dentistas defendem novo programa de saúde oral na Madeira

A delegação da Madeira da Ordem dos Médicos Dentistas defendeu hoje, no Funchal, que o Governo Regional deve retomar o programa de informação e promoção da saúde oral, face ao aumento do número de crianças com cáries dentárias.
"Temos, de algum modo, de investir na área da informação e da promoção da saúde oral, não só nas escolas, mas também na informação aos pais. Não podemos perder aquilo que durante 15 anos fizemos nas escolas da região", disse o presidente da delegação da Ordem dos Médicos Dentistas, Gil Alves, após um encontro com o secretário regional da Saúde, João Faria Nunes.
O programa de promoção da saúde oral na Região Autónoma da Madeira encontra-se suspenso e a Ordem dos Dentistas reconhece que, no caso de ser retomado, deverá aplicar-se uma nova metodologia, não por falta de recursos humanos, mas sim financeiros.
Gil Alves sublinhou que há registo de um aumento no índice das enfermidades, sobretudo cáries e doenças gengivares, e lamentou que a comissão, criada pelo anterior Governo Regional, no âmbito da intervenção precoce no diagnóstico do cancro oral, não tenha continuidade.
"Vemos cada vez mais, na nossa prática clínica, crianças de 3 e 4 anos com lesões da doença cárie dentária", alertou Gil Alves, realçando: "constrange-nos estarmos só a fazer o tratamento da doença e não a evitar que ela possa surgir".
O presidente da delegação da Madeira da Ordem dos Médicos Dentistas disse, ainda, que o secretário regional se mostrou recetivo às preocupações, tendo inclusive comunicado que vai nomear um profissional da área da medicina dentária para o coadjuvar na implantação das medidas ao nível saúde oral na Região.
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Os programas de saúde oral devem ser feitos tendo em conta os recursos disponíveis. O Serviço Nacional de Saúde deverá contemplar meios físicos, humanos e financeiros que permitam integrar a saúde oral nos centros de saúde e nas unidades de saúde familiares. O sector privado, ao longo de mais de trinta anos, ainda não contribuiu para solucionar o problema do desigual acesso dos portugueses a cuidados de saúde oral e tem usado, em larga escala, recursos públicos de forma muito duvidosa nos resultados finais obtidos.
Compete às autoridades públicas o dever de integrar a saúde oral no Serviço Nacional de Saúde e garantir a igualdade de acesso de todos os portugueses aos cuidados de saúde oral.Por exemplo, não se pode continuar a permitir que uma pessoa possa assumir comportamento de riscos e contrair determinadas doenças e dessa maneira tenha um acesso privilegiado aos cuidados de saúde oral; é preciso colocar um ponto final nessa discriminação tão negativa para tantos milhões de portugueses.

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