Cada utente do Serviço Nacional
de Saúde (SNS) passa, a partir de agora, a ter direito a dois cheques dentista
por ano para diagnóstico de cancro oral e a outros dois para biopsia. De acordo
com uma norma da Direcção-Geral da Saúde, este alargamento do Programa Nacional
de Promoção de Saúde Oral tem como objectivo aumentar a sobrevivência por
cancro oral após o diagnóstico da doença.
Está definida como população-alvo
as pessoas pertencentes aos grupos de risco (homens fumadores, com mais de 40
anos e com hábitos alcoólicos) e utentes com lesões na cavidade oral e com
queixas de dor, alterações da cor ou da superfície da mucosa oral. O valor de
cada cheque-diagnóstico é de 15 euros e o de cada cheque-biopsia de 50 euros,
podendo cada utente receber, anualmente, dois cheques de cada.
A Ordem dos Médicos Dentistas já
estimou que passem a ser realizadas anualmente cerca de cinco mil biopsias ao
cancro oral. A intervenção começará sempre no médico de família, ou através de
rastreios a utentes de elevado risco ou pelo diagnóstico clínico de lesões na
boca potencialmente malignas
A existência de uma lesão
suspeita deve ser sempre sujeita a um diagnóstico diferencial, sendo emitido
pelo sistema informático dos centros de saúde um cheque-diagnóstico que pode
ser usado num médico dentista aderente ao Programa. No caso de o médico
dentista ou estomatologista considerar necessária a realização de uma biopsia
deve realizar a recolha do produto e enviar para um laboratório de referência,
utilizando então um cheque-biópsia.
Quando é detectado um tumor, o
laboratório informa, por sistema informático, o Instituto Português de
Oncologia da respectiva área, que deve marcar uma consulta com carácter de
urgência. No programa participam 240 médicos dentistas, numa rede que pretende
cobrir geograficamente todo o país.
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