quinta-feira, 28 de março de 2013

611. Ao Ex. Sr. Presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo

Para pessoas que têm memória curta por interesse próprio

(...) Não me conformo com gestos de moralidade e de o que aconteceu comigo não se voltará a repetir com outra pessoa; pretendo sim que os actos sejam assumidos e as responsabilidades apuradas (actos médicos de medicina dentária ou estomatologia praticados ou que me tenham sido negados) até onde seja possível e exequível a justiça, nem que a mesma venha apenas ter um efeito moralizador dos actos hediondos praticados dentro do Serviço Nacional de Saúde e de que V. Ex.ª jamais deverá permitir que sejam esquecidos ou que se lhe passe um pano por cima deles. Não persigo ninguém; apenas quero entender quem e porquê fui sujeito a determinados cuidados de saúde dentários e fui impossibilitado de ter acesso a outro tipo de tratamentos dentários, pois julgo que fui severamente mal tratado, quando confiei plenamente nos tratamentos que fizeram-me, e que os mesmos se repercutem permanentemente e de forma extremamente negativa sobre a minha actual qualidade de vida.
 
 
A posição ocupada num determinado cargo não pode servir de desculpa alguma para a desresponsabilização civil e criminal de actos médicos praticados, nomeadamente sobre pessoas que à data dos factos eram menores de idade. Ninguém tem o direito de impedir o exercício da justiça quando estão em causa direitos fundamentais do homem.
Portugal ainda é um estado de direito e não se pode permitir determinado tipo de abusos que condicionam e determinam a qualidade de vida de outra pessoa, de forma permanente e para o resto da sua vida; esta situação é ainda mais gravosa por ser praticada sobre crianças.

 

quinta-feira, 7 de março de 2013

610. CANCRO ORAL

Perguntas e respostas úteis
1 - O QUE É O CANCRO ORAL?
O cancro oral é definido pela Classificação Internacional de Doenças pelo conjunto de tumores malignos que afectam qualquer localização da cavidade oral, dos lábios à garganta, (incluindo as amígdalas e a faringe). A sua localização mais comum é no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua), bordo lateral da língua e no palato mole.
Mais de 90% destes cancros são designados por carcinomas afectando o epitélio da mucosa oral. Os restantes correspondem a formas mais raras de tumores e incluem os linfomas, sarcomas, melanomas, etc. O cancro oral está associado a índices de mortalidade elevados, que se deve em grande parte ao seu diagnóstico tardio.
2 - O CANCRO ORAL É FREQUENTE?
O carcinoma da cabeça e pescoço é o 6º cancro mais comum em todo o mundo e corresponde a cerca de 2.8% de todos os cancros. O cancro oral é mais frequente nos homens, acima dos 45 anos de idade, aumentando consideravelmente até aos 65 anos.
3 - QUAIS OS FACTORES DE RISCO DO CANCRO ORAL?
O tabaco e o álcool são os principais factores de risco no desenvolvimento do cancro oral. O fumo do tabaco está relacionado com diversas transformações na mucosa oral e tem um efeito carcinogénico directo nas células epiteliais. Calcula-se que 8 em cada 10 doentes diagnosticados com cancro oral consumam ou tenham consumido tabaco, tendo estes doentes um risco 5 a 7 vezes superior de desenvolverem cancro oral quando comparados com não fumadores.
O cancro oral está, portanto, fortemente associado a um estilo de vida menos saudável, isto é, ao consumo de tabaco e álcool, associado a uma reduzida ingestão de vegetais e frutas e por isso pobre em alimentos contendo agentes anti-oxidantes.
4 - COMO SE MANIFESTA O CANCRO ORAL? QUAIS SÃO OS SEUS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS?
Os carcinomas da cavidade oral podem manifestar-se como uma mancha, de cor variável, geralmente branca ou avermelhada, uma massa mais ou menos endurecida ou uma úlcera que não cicatriza. A maior parte das lesões são indolores na sua fase inicial, tornando-se progressivamente dolorosas.
São exemplo de sinais e sintomas: úlceras persistentes, áreas endurecidas, áreas de crescimento tecidular, lesões que não cicatrizam, mobilidade dentária, dor, parestesia (perdas de sensibilidade), disfagia (dificuldade em deglutir), lesões brancas e vermelhas, linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados).
5 - COMO SE TRATA O CANCRO ORAL?
O cancro oral trata-se essencialmente com cirurgia e radioterapia, isoladas ou combinadas. O factor chave para o tratamento é o diagnóstico precoce das lesões, factor que melhora significativamente as taxas de sobrevivência à doença.  
6 - O CANCRO ORAL MATA!
Apesar dos avanços ocorridos nos últimos anos no diagnóstico e tratamento do cancro oral este continua a ter uma taxa de mortalidade bastante elevada. Estima-se que cerca de 6 em cada 10 doentes de cancro oral morram nos 5 anos após a data do seu diagnóstico. O insucesso parece estar ligado ao facto de grande parte dos
casos não serem diagnosticados atempadamente.
7 - COMO POSSO PREVENIR O CANCRO ORAL?
A prevenção do cancro oral passa por:
  • adopção de um estilo de vida saudável;
  • cessação do consumo de tabaco;
  • diminuição do consumo de álcool;
  • consumo regular de vegetais frescos e frutas como factor protector;
  • visitas regulares ao médico dentista que permitam que tais lesões sejam diagnosticadas nas suas fases mais precoces.
  8 - EM QUE CONSISTE UMA CONSULTA DE RASTREIO DE CANCRO ORAL?
Na consulta de rastreio de cancro oral o médico dentista procede a um exame visual de todas as estruturas orais (lábios, língua, gengivas, palato, bochechas, pavimento da boca, etc.) bem como das estruturas anexas à cavidade oral (ex.: glândulas salivares, pescoço). A palpação das estruturas orais e peri-orais é também efectuada para detectar eventuais aumentos de volume e áreas endurecidas. Podem ainda ser solicitados exames complementares de diagnóstico (ex.: radiografias).
Quando uma lesão suspeita é observada, a biopsia da mesma poderá ser aconselhada,
permitindo a confirmação do diagnóstico inicial e os seus sinais de malignidade.
 SABIA QUE?
  • O cancro oral é o 6º cancro mais comum em todo o mundo;
  • Os principais factores de risco são o tabaco e o álcool;
  • Surge de uma forma assintomática, persistindo uma lesão por um tempo indeterminado, só se tornando dolorosa tardiamente;
  • O índice de mortalidade do cancro oral é elevado;
  • A chave para o seu tratamento é um diagnóstico atempado;
  • O risco de desenvolver um cancro na cavidade oral diminui com os anos de cessação tabágica. Após 15 anos da cessação, o risco aproxima-se dos valores de um não fumador.

O seu médico dentista é o profissional de saúde responsável pelo estudo, prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doenças dos dentes, boca, maxilares e estruturas anexas.
O médico dentista, pelo contacto regular com os seus pacientes, encontra-se numa posição privilegiada para contribuir no rastreio precoce e prevenção do cancro oral. Consulte-o regularmente, pelo menos 2 vezes por ano.