Mais de 150 mil pessoas em 30 concelhos portugueses vivem sem dentista,
segundo dados oficiais da Ordem dos Médicos Dentistas, que admite uma
distribuição de profissionais “demasiado acumulada nas zonas do litoral”.
Os números da Ordem, a que a agência Lusa teve acesso, mostram que em 30
concelhos (10% do total) não há qualquer médico dentista registado, embora o
bastonário admita que possa haver profissionais de concelhos limítrofes a dar
algumas consultas nesses locais.
“São concelhos pequenos, relativamente despovoados, fundamentalmente do
interior do país. São regiões que estão numa desertificação crescente e que têm
dificuldade em atrair médicos dentistas e concelhos com uma população muito
baixa”, especificou Orlando Monteiro da Silva em declarações à agência
Lusa.
O bastonário defende que o Estado pode e deve criar “mecanismos de
estímulo” para atrair médicos dentistas a instalarem-se em “zonas com muito
pouca ou mesmo sem cobertura”, lembrando que as câmaras municipais “também têm o
seu papel”.
Alcoutim, Aljustrel, Alvito, Arraiolos, Barrancos, Chamusca, Corvo
(Açores), Figueiró dos Vinhos, Freixo de Espada à Cinta, Gavião, Marvão, Nisa,
Oleiros, Ourique, Penamacor, Viana do Alentejo ou Vila Velha de Ródão são alguns
dos concelhos sem dentistas registados.
Nestes 30 concelhos, a média da população residente é de 4.864 pessoas, de
acordo com os dados da Ordem relativos a 2014.