quinta-feira, 12 de julho de 2012

581. SUGESTÃO: estágio obrigatório de 1 ano nos centros de saúde do S.N.S.


O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, defendeu hoje, em Penafiel, que o curso superior que forma aqueles profissionais de saúde volte a ter seis anos, invertendo as recomendações de Bolonha. "Com Bolonha, perdeu-se um sexto ano, importantíssimo em termos de experiência clínica e de integração dos médicos dentistas no mercado de trabalho", afirmou, em declarações à Agência Lusa. Para o bastonário, em relação a essa matéria, "é crescente o consenso dentro da profissão e das faculdades de medicina dentária".
Orlando Monteiro da Silva criticou, por outro lado, o facto de Portugal ter sido "demasiado lesto" a adotar a declaração de Bolonha, "particularmente na área da saúde e da medicina dentária". Revelando que, em breve, em Coimbra, aquela ordem profissional vai discutir a questão com o secretário de Estado do Ensino Superior, o bastonário admitiu que desse encontro poderá "sair um documento oficial a solicitar o sexto ano". "Vários países europeus estão a seguir esta linha e nós não podemos ficar para trás nesta matéria", recordou.
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas falava em Penafiel à margem de um congresso da sociedade científica GIRSO, promovido pela Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU), que reúne algumas dezenas de especialistas de saúde oral de vários países europeus. Nesse congresso, o presidente da entidade organizadora, Almeida Dias, aproveitou a sessão de abertura para defender o prolongamento de cinco para seis anos na formação académica dos médicos dentistas. À Lusa, o bastonário admitiu que o prolongamento até pode ser substituído por um estágio, se "for bem estruturado e coordenado entre todos os intervenientes", nomeadamente "faculdades, hospitais, centros de saúde e alguma prática privada da profissão".
"O estágio ou um período de internato clínico poderá ser bastante útil", observou à Lusa, defendendo, porém, a introdução de "regras bem claras". Orlando Monteiro da Silva lembrou que "a nova lei das ordens profissionais, que está em revisão na Assembleia da República, já prevê um estágio". "Julgo que essa é uma oportunidade a ter em linha de conta", disse.
O prolongamento da formação vai, insistiu, "criar um consenso para uma atividade da saúde, onde a saída demasiado cedo para o contacto com a profissão deve ser repensada a bem da qualidade da medicina dentária e da formação".